London escrita por Vitor Marques


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas do coração... Estou de volta com a fanfiction porém agora está betada. Espero que gostem.



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Arrumei minha mala de viagens, com minhas melhores roupas e lembranças. Fechei-a com o zíper já enferrujado que ela carregava e parti para o aeroporto num carro nem um pouco popular, que aluguei para a ocasião.

Aqueles bancos gelados pelo dia frio de inverno em Paris incomodavam-me ainda mais. Em certo ponto do caminho, o motor parou... ou melhor, congelou. O frio estava severo e precisei de algumas impacientes tentativas para fazer o motor funcionar outra vez.

Finalmente cheguei ao aeroporto, onde vi várias pessoas andando de um lado para o outro, como em um formigueiro que acabou de ser atacado por humanos.

Vi também várias lanchonetes e cafeterias. Fui até uma delas e fiz meu pedido:

— Por favor, me vê um café expresso? - Falei pegando o dinheiro na minha bolsa.

— Um minutinho, senhora. - Retrucou com um pequeno sorriso. – Tome aqui seu café, são dois e oitenta.

— Claro. - Quando fui pagar reparei um pouco no vendedor, ele era... bonito. – E  aqui está o dinheiro.

Ele pegou e eu sentei numa mesinha de madeira coberta com vidro temperado. Tomei meu expresso muito devagar para poder observar um pouco mais a bela imagem do vendedor: ele era alto, com um gentil sorriso que revelava seus dentes brancos. Boné da loja, não deixando transparecer seu cabelo. Olhos castanho-claros, assim como seu uniforme. Atendia os outros clientes sempre com aquele sorriso, que me apaixonei apenas pela vista.

Voltei até lá, e para disfarçar a situação, pedi novamente um café:

— Você tem um cafezinho simples? — voltei minha atenção a ele — E gosto dele bem forte, para me esquentar.

— Claro, senhora, cafezinho saindo. — Sempre com o sorriso.

— Qual o seu nome? - Perguntei de forma indiferente, para não perceber nada.

— Tome aqui meu cartão. — Entregou-me um cartão branco com seu nome: Kevin, assim, sem seu sobrenome ou algo parecido. Somente Kevin. — Aqui seu café.

Sorri e paguei. Voltei para a mesma mesinha agora com o cartão. Qual seria o motivo da falta de um sobrenome? Não dei importância aos fatos e procurei uma boa companhia de viagens para comprar as passagens: queria ir para Roma, capital da Itália.

Comprei uma parceria entre duas companhias. O plano é o seguinte: elas pagariam o hotel para mim, e tudo o que eu quiser gastar. Depois, eu pagarei tudo o que comprei, mas a hospedagem fica 70% mais barata. Achei essa conta combinada algo muito flexível, e achei a minha cara, por isso adorei.

Esperei ansiosamente pela viagem num banco verde, onde já estavam uma senhora de meia-idade, com um lindo sobretudo de lã, um belíssimo cachecol bege e um longo chapéu de algodão que invejei muito. No banco também estavam duas crianças, e um bebê. Fiquei parada ali até a hora da chamada.

*'*

O avião está prestes a partir, e eu logo poderei chegar ao meu destino final. Entrei na área de bagagens e armazenei minha velha e desusada mala.

Entrei no porto de embarque, e depois no avião, onde esperei a partida. Peguei meu celular, coloquei em modo de avião e, para descontrair, uma música da minha lista.

No avião só via bandeiras britânicas e pessoas brancas de olhos claros. Inclusive os dois homens que estavam ao meu lado, um com metade das pálpebras abertas (o que identifiquei como sono), e o outro com o olhar atento em uma poltrona.

— Você já foi a Londres? — Perguntou-me o de olhos atentos, fitando-os em mim.

— Londres? Mas eu vou é para Roma. — Respondi dando de ombros.

— Roma? Mas o voo é para Londres. — Sua expressão já não estava tão despreocupada quanto há cinco segundos atrás.

— Só pode estar acontecendo um engano, meu caro. Tenho uma cópia da minha passagem para Roma, pode ver.

Mostrei-lhe a cópia de minha passagem, e ele fez o mesmo. Realmente a passagem dele era para Londres. Então, ele interrompeu o belo sono de seu companheiro, dizendo:

— Olhe, esta moça pegou o avião errado, o nosso voo é para Londres. Mostre sua passagem para ela também.

— Sim, esse voo é para Londres, sinto muito. — Sussurrou sonolento, mostrando sua passagem.

Entrei no avião errado, droga. Como pude deixar isso acontecer? Eu sou mesmo muito burra. Acho que o café que tomei mexeu com minhas estruturas a ponto de... Não, não era isso.

Dormi logo em seguida e depois fui acordada calmamente:

— Senhorita, o voo já chegou a Londres. Suas malas já estão no seu controle, agora peço que saia para a limpeza. — Acordou-me o comandante do avião, fitando-me com seus olhos pretos e esbugalhados.

Saí do avião cambaleando, e peguei minha mala. Estava sem rumo, sem vida, sem chão e... Sem dinheiro.

Percorri algumas ruas, vi belas paisagens e várias pessoas muito bem agasalhadas e perfumadas. Parei em uma lanchonete e pedi uma água, para não morrer de sede.

Pensei em me suicidar, ou em vender meu corpo, mas fiz outra coisa. Voltei até o aeroporto e fui reclamar com a agência de viagens sobre o ocorrido, e que exigia uma passagem de volta, grátis:

— Então, a senhora quer voltar para Paris porque pegou o avião errado? — Olhou-me desconfiada a atendente. — E como passou na verificação sem perceberem?

— Não sei, talvez um erro da sua companhia. — Agora com os fatos esclarecidos, nunca havia pensado nisso: por que embarquei sendo que minha passagem era para Roma?

— Acho muito difícil, minha cara, portanto terá que me mostrar sua passagem e a hora em que ela foi impressa. Assim saberei se você pode ter ido a Roma e depois aqui.

Entreguei a passagem e fiquei esperando. Ela digitava sem parar no seu computador de última geração. Em meio aos vários tecles na sua moderna máquina, comecei a observar todo o aeroporto.

Era muito moderno e cheio de pontos de avançada tecnologia. Confesso que me encantei à primeira vista.

A atendente finalmente parou de teclar:

— Moça, moça. — Chamou-me.

Eu estava longe, distante de toda a realidade. Ela continuou:

— Moça! — Disse com um tom de voz bem alto.

Virei-me para ela:

— O quê? — Virei-me novamente e continuei a reparar em todos os detalhes do aeroporto.

— Então, moça, eu estava checando aqui todos os dados, o tempo que se leva para fazer uma travessia entre Roma e Londres e vi que realmente pode ter havido um engano na hora do seu embarque para cá. Sendo assim, terei que falar com meu superior sobre seu caso e volto com as respostas.

Ela saiu e não dei importância. Estava realmente muito encantada. O barulho era alto, mas nada que atrapalhasse a bela vista dos numerosos olhos azuis de toda aquela população.

Alguns minutos depois ouço um barulho de um sapato andando, era a tal atendente:

— Então, moça, você poderá voltar para Paris ou fazer sua viagem para Roma. Você ficará aqui mesmo ou escolherá uma das opções?

Enquanto ela discursava tudo isso, olhei uma cafeteria, e quem estava lá? Kevin. Sim, o do cartão sem sobrenome.

A moça já estava se irritando com minha indecisão, então soltou um grito que todos que estavam próximos puderam ouvir perfeitamente:

— Preciso de uma resposta, senhora, você ficará aqui ou irá para Roma? Não tenho o dia todo. - Seu tom de voz era raivoso.

Pensei bem, virei-me novamente e respondi:

— Ficarei aqui, mas quero reembolsar o dinheiro, senão processo essa companhia e estou falando sério.

A moça foi falar novamente com seu superior e voltou com vinte e cinco mil euros em um saco. Eles estavam desesperados, talvez isso já seja comum entre eles.

Peguei o dinheiro e fui até a cafeteria onde Kevin estava. No caminho me ajeitei e cheguei finalmente até lá.

*'*

Acordei com os estalos desenfreados da geladeira.

*'*

Todos me dizem que o sonho é como uma visão, que vai acontecer, realizar. E esse sonho para mim era um tanto quanto maligno, especial: aparecia apenas nas noites mais frias e caladas no inverno, e também nas mais quentes e animadas no verão (o que era raro na França).

Meu nome é Lince, e meu sonho é uma visão que eu torço para não acontecer, ou melhor, para não se realizar.

Levantei-me da cama lembrando-me daquele enigmático sonho. Meus pés gelados começaram a sentir o extremo frio, a andar sobre o piso naquela madrugada.

Desci as escadas muito mal construídas por um pedreiro qualquer. Cheguei até a cozinha e meu estômago me alegou fome.

Abri a geladeira, aquela mesmo que me acordara agora há pouco, e peguei um queijo estragado, já todo verde pelos mofos. Comi e voltei para o quarto.

A noite continuava sombria e não consegui dormir. Fiquei com os olhos arregalados até a hora do trabalho. Até que...

*’*

Coloquei meu terninho preto, minha calça e sapatos sociais. Fiz um coque no cabelo e pus meus óculos de trabalho (apenas por charme, já que não precisava deles).

Peguei o ônibus naquela triste manhã de inverno e fiz-me de grávida, para ter preferência. Rapidamente cheguei ao trabalho e já fui recebida com novas ordens:

— Lince, uma nova propaganda para você. — Disse meu chefe enquanto colocava seu paletó. - Já deixei toda a papelada na sua mesa. Você tem uma semana para fazê-la.

— Tudo bem, começarei a fazer agora. — Respondi sonolenta. Droga, o sono me pegou.

— Tudo bem, Lince? — Ele voltou seus olhos para mim. — Você está com um tom de voz sonolento?

— Tudo bem, eu estava bocejando. — Retruquei terminando meu bocejo falso.

Cheguei à minha sala e vi a pilha de papéis que ele havia me deixado. Comecei logo o trabalho: um comercial de fones de ouvido.

*'*

Com toda a correria do trabalho ainda não me apresentei. Eu trabalho com publicidade há alguns meses, desde que me formei. Tenho 22 anos e adoro viajar. Minhas características são as seguintes: estatura média, sessenta e quatro quilos, cabelos lisos até a cintura, lindo sorriso e belos olhos verdes.

*'*

O pior é que as ideias não vinham... Fazer uma ideia de comercial para fones de ouvido... Pensei, pensei, pensei e pensei. Droga. Pensei apenas na viagem.

O resultado foi este: Cuidado para não pegar o voo errado se estiver distraído, com a qualidade dos fones ouça&escuta.

Mostrei para meu chefe e sua atitude não foi das melhores:

— Está um lixo. — Disse-me enquanto olhava os quadros que estavam pendurados em sua linda sala coberta de madeira clara e com belo paisagismo. - Refaça e traga-me novamente.

Voltei para minha sala e tentei me concentrar outra vez, mas não consegui. Escutei um barulho de passos:

— Então, Lince, você quer sair hoje à noite comigo? — Era Max, meu "vizinho" de sala. - Estou disponível, e quem sabe você também, aí pensei e vim falar com você.

— Claro, me pegue às sete. — Respondi dando de ombros pela minha sala.

— Tudo bem, às sete estarei lá. Pode contar comigo.

Max é um cara que vive me chamando para sair. Eu sempre aceito, pois sei que comerei algo diferente. Ele é bonitinho, tem olhos azuis, pele clara, loiro e alto. Usa um terno comportado no trabalho, mas nos nossos passeios está sempre de calça xadrez, tênis all star e uma blusa branca rasgada, coberta por uma jaqueta de couro, para esquentar. De resto, ele é bem legal e não me atrapalha.

Logo que ele saiu, tive outra ideia para o comercial e fui mostrar para meu chefe:

— Fones de ouvido ouça&escute, o namorado da sua calça xadrez, e o amante da sua blusa rasgada... Perfeito para um adolescente como você.

Ele esboçou um largo sorriso, mostrando todos os seus dentes de implante que comprou há muito tempo.

— Ótimo, perfeito, parabéns. Como sempre você mostrou eficiência. Logo passarei as informações para a fábrica sobre a ideia e você receberá seu dinheiro. Por hoje está dispensada.

Meu trabalho é assim. Sempre saio mais cedo por minhas ideias brilhantes. Eu era diferente de todos naquela agência. Claro, nem sempre me saio bem e sou aprovada na primeira vez, mas isso acontece na maioria das vezes.

Peguei minhas coisas e voltei para casa, mas antes parei para comprar uma calça de moletom coberta por jeans, para uma longa e gelada noite com Max.

Cheguei em casa às três da tarde, exausta por aquele simples e nem um pouco cansativo trabalho. Fechei os olhos finalmente depois de tanta agonia.

*'*

Escutei alguns sons de buzina por todo lado, e logo em seguida batidas na porta. Levantei-me e fui olhar quem era:

— Vamos? — Sussurrou Max, com um ar sexy, nem um pouco legal, que ele persistia em fazer.

— Aonde, Max? Você interrompeu meu sono para quê?

— Nós combinados de sair hoje... Você não lembra? Nós combinamos no trabalho que eu viria às sete para te pegar.

— Ai, meu Deus, esqueci completamente. - Fitei-os os meus olhos.

— Eu dormi logo que cheguei, por favor, me espere.

Ele não deu um grande sorriso, mas se conformou e sentou-se no sofá à minha espera.

Peguei minha calça, minha blusa e entrei no banheiro. Tomei um banho demorado para acordar e escovei os dentes. Vesti minha roupa e fui para meu quarto. Passei meu perfume, fiz a maquiagem e fui até a sala, onde ele estava. A essa altura já eram umas oito horas. Max estava impaciente:

— Nossa, você demorou, hein? - Ele estava vermelho de raiva, mas não podia fazer nada.

— É para ficar mais cheirosa e bonita para você.

Vi seu belo sorriso se abrir novamente. Tranquei a casa e descemos, seu carro estava esperando por mim. Ele me levou até um restaurante próximo. Não que o restaurante seja ruim, pelo contrário, o restaurante era ótimo... Mas era próximo da minha casa, então não era necessário o uso do carro. Mesmo assim, ele fez questão.

— O que vocês vão querer? - Perguntou o garçom enquanto pegava sua lista e uma caneta.

— O que você quer, Lince?

— O mesmo que você. - Respondi sem dar muita atenção à pergunta que Max me fez.

Na porta do restaurante vi meu chefe entrando, olhando para mim e apertando as partes íntimas. Olhei para Max que estava fazendo o pedido e, quando ele terminou, o informei:

— Max, não olha agora, mas nosso chefe acabou de entrar no restaurante. Discretamente espere dez segundos e dê uma olhada no canto esquerdo.

Ele deu de ombros na mesma hora e respondeu-me:

— É ele mesmo... Mas tem algum problema nisso?

— Problema não, só a vergonha de estar no mesmo restaurante com o próprio chefe.

— Não precisa ter vergonha. - Esboçou novamente aquele sorriso. - Ele é apenas nosso chefe, não é nenhum semideus.

— Mesmo assim... É um pouco constrangedor... Mas esqueça, vamos aproveitar.

— É, vamos aproveitar.

Ficamos sem assunto por vários minutos, até que Max surgiu com um:

— Então Lince, como tem sido o trabalho? Muito cansativo?

— Sim, muito. - Que mentira. - Estes dias não estão fáceis para mim... Os dias estão mais cansativos que nunca.

O papo se perdeu novamente, e ficou sem rumo até que o jantar chegasse: era comida brasileira, típica de um "churrasco" como chamam no Brasil. Arroz, vinagrete, feijão tropeiro e a carne.

O papo retomou:

        — Então, Lince, depois que você foi embora, nosso chefe pediu para te entregar esse dinheiro. - Tirou umas notas da carteira e me entregou. - É o pagamento pelo comercial que você produziu.

— Ah, sim. - Peguei o dinheiro. – Obrigada por trazer. - Senti vontade de fazer algo... Era xixi. - Com licença, vou até o toalete.

Cheguei e vi muitas mulheres conversando e retocando a maquiagem. Entrei em uma das alas e não demorou muito até que saísse. Lavei a mão e quando fui sair do toalete, fui puxada por alguém. Era meu chefe, o Sr. Simpson, um homem de meia-idade, muito bonito, com cabelos grisalhos e sempre com um terno preto e gravatas roxas. Ele me levou até um canto escuro do restaurante e ficou se esfregando em mim.

— O que é isso, Sr. Simpson? - Perguntei desesperada.

— Quero você hoje, agora. - Foi tirando a roupa. – Vai, tira a sua também, eu sei que você me quer.

— Não quero, não. - Dei um chute em suas partes íntimas e saí. Cheguei à mesa onde eu estava e logo o vi passando, já vestido pelo restaurante, com o pior olhar que já tivera. Max estava querendo que eu ficasse mais, mas o que aconteceu no banheiro não foi muito favorável.

— Max, agora já vou embora. Foi muito bom ficar aqui com você, mas já está tarde... - Fui interrompida:

— Espere, tome apenas mais esta taça de vinho, você vai gostar.

Para não fazer desfeita, tomei a taça de vinho num gole só e saí do restaurante às pressas.

Senti uma forte dor de cabeça, seguida de um prazer que não sei, que não consigo explicar. Não vi mais nada.

Abri novamente os olhos e vi um homem um pouco familiar, que não consegui identificar. Olhei para os lados e vi somente pessoas brancas dos olhos azuis celestes falando inglês. Direcionei minha atenção para o tal homem que me carregava e perguntei:

— Onde estamos?

Ele sorriu e respondeu-me:

— Num avião para Londres, lá você servirá de prostituta para mim. Tudo bem?

Levantei-me e dei uma risada forçada. Pensei rapidamente em um plano.

— Como assim? Você está louco? Não farei nada. – Respondi levantando-me de seu colo.

Ele tirou um revólver do bolso e colocou na minha boca.

Deitei-me novamente em seu colo e fechei os olhos. Não demorou mais de cinco minutos para eu me levantar outra vez, pois os pensamentos de fúria borbulhavam sem parar.

— Como você me trouxe para cá?

Boa noite, cinderela. Agora vá dormir.

Ele me deu uma droga para dormir, claro. Reparei um pouco nele e vi uma grande tranquilidade em seu rosto. Nunca vi um criminoso falar suas táticas para me levar para Londres. Bom, qualquer que seja sua intenção, estou muito preocupada. Decidi não reagir, pois ele tem uma arma e estamos num avião.

Olhei para meu corpo e vi que já estava em um vestido curtíssimo, de cor clara, usando também um sobretudo. Foi só aí que percebi que ele realmente falava sério. Certamente eu era encomenda rápida. Fechei os olhos propositalmente e fiquei pensando em uma solução.

*’*

Escutei uma voz feminina indicar que o avião já pousaria. Olhei pela janela e era noite.

Alguns segundos depois, olhei novamente pela janela e senti as rodas do avião encostando do chão, até parar. Saí sendo puxada pelo homem, que me levou até um carro com vidros escuros. Quando saí, vi várias garotas seminuas na rua, esperando os carros passarem.

Fiz minha melhor pose de garota de programa e rapidamente veio um cara de quem também me lembrava. Ele me serviu um café no aeroporto da França, o do cartão sem sobrenome, Kevin. Entrei em seu carro e expliquei a situação:

— Eles me pegaram na França, por favor, me leve de volta. Agora eles querem que eu sirva de prostituta. – Uma lágrima deslizou sobre a minha face. – Por favor, me ajude!

— Vadia, você quer fugir! – Vi-o tirando um revólver da sua mão e apontando para a minha cabeça. – Morra agora!

*’*

Abri os olhos e vi uma grande cidade, e uma mulher com uma linda voz informando que havíamos chegado a Londres. Virei para o lado e vi minha melhor amiga, que me abraçou e avisou que “teríamos grandes emoções naquelas férias de 2012".


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Expressem isso nos comentários :)
E não vou fazer bônus, ok? Até porque a narrativa acaba ali e acabou.
Espero que notem que as cenas são muitas vezes ilógicas porque tudo se trata de um sonho, como foi exposto no último parágrafo.

Beijo e até a próxima.



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