― Kenshin!!! Eu preciso de você agora!

― Oro?! – diz o andarilho ruivo com uma cicatriz em forma de cruz em sua face esquerda.

Kenshin Himura acorda pela milésima vez no meio da madrugada, totalmente sonolento e sem conseguir distinguir direito o sonho da realidade. Agora é assim, a cada cinco minutos a Senhorita Kaoru o chama pedindo alguma coisa.

― Kenshin!!! Vem aqui agora!!! Eu preciso de você!!! – Kaoru grita pela milésima vez.

― Já vou, senhorita Kaoru. – responde o ex retalhador.

Kenshin deixa o dojo e se dirige mais uma vez para o quarto de Kaoru, encontrando a jovem totalmente enjoada com a cabeça dentro de um balde. Imediatamente, Kenshin de aproxima da jovem e tira a cabeça de Kaoru de dentro do balde.

― Calma, senhorita Kaoru. – diz o andarilho – Não precisa se desesperar.

― Kenshin...? – Kaoru olha para Kenshin por um segundo com olhos perdidos, e, no minuto seguinte, seu olhar se transforma em raiva – Seu idiota!! O que pensa que está fazendo?

― Oro?!

No mesmo segundo, Kaoru acerta no rosto de Kenshin um soco, fazendo o espadachim voar longe.

― Seu idiota! – diz a mestra do estilo Kamiya Kashin – Eu por acaso te chamei aqui?!

― Oro?! Mas senhorita Kaoru, há cinco minutos atrás a senhorita estava chorando.

― Isso não é verdade! – a morena começa a chorar e volta a enfiar sua cabeça dentro do balde.

Kenshin se recompõe e leva sua mão a marca deixada pela senhorita Kaoru, pelo jeito, esta será outra noite daquelas.

Por conta do barulho, Yahiko e Sanosuke chegam ao quarto da jovem Kamiya com a maior cara de sono.

― Qual o problema em? – questiona Yahiko – O que a feiosa tem dessa vez?

― Kenshin, vai logo buscar a raposa pois eu quero dormir. – aconselha Sanosuke – Ela como mulher vai entender melhor essa donzela temperamental.

― Oro? – Kenshin faz sua típica expressão de quem não entende a sugestão do Sagara – Sano, eu não posso sair no meio da madrugada para acordar a senhorita Megumi. Além do mais...

― Kenshin!!!! – Kaoru volta a gritar pelo andarilho.

― Viu? – fala o andarilho – Já vou, senhorita Kaoru!

Kenshin deixa os dois amigos e volta a entrar no quarto de Kaoru, para tentar acalmar a fera. E, do lado de fora, Yahiko e Sanosuke continuam ouvindo os gritos da jovem Kamiya, que muda de humor a cada dez segundos.

― Cara, se isso é ficar grávida eu espero que essa feiosa não fique nunca mais! – comenta Yahiko – Eu não aguento mais! Todo dia é isso agora!

― Se prepara, Yahiko, porque ainda temos longos meses pela frente. Mas como eu estou a fim de dormir vou lá buscar a raposa!

E, dizendo estas palavras, Sanosuke deixa o dojo Kamiya a fim de conseguir alguma paz de espírito. Relutante, o pequeno samurai entra no quarto de sua mestra e a encontra chorando, enquanto Kenshin tenta em vão consolá-la.

― Por que a feiosa está chorando? – pergunta Yahiko.

― Eu não sei. – responde Kenshin – A cada cinco minutos o humor dela está de um jeito diferente.

Yahiko coça a cabeça e boceja, morrendo de sono. Será que toda mulher grávida fica assim ou isso é só com essa feiosa?

― Kenshin, eu estou com fome. – reclama Kaoru – Eu quero comer! E você Yahiko, o que está fazendo parado aí feito uma mula? Vá arrumar essa bagunça!

― Mas foi você quem bagunçou tudo isso, sua feiosa! – reclama o garoto.

― Mas eu estou mandando você arrumar! – reclama a Kamiya – Vá fazer o que mandei agora, e você, Kenshin, trate de me arranjar alguma coisa para comer!

Sem alternativa, Kenshin é obrigado a cozinhar no meio da madrugada para Kaoru, enquanto Yahiko – contra a sua vontade – vai limpar toda a bagunça do quarto da mestra substituta do estilo Kamiya Kashin.

Enquanto os dois trabalham, Kaoru tem mais de suas crises temperamentais, e, deixa os dois malucos, com desejos, crises de choro, crises nervosas e afins...! E, uma hora depois, Sanosuke está de volta com Megumi. A médica olha para Kenshin e Yahiko e vê os dois cheios de galos e hematomas.

― O que é que está acontecendo aqui? – questiona Megumi.

― Não está vendo, sua raposa? – fala Sanosuke – A donzela está tendo umas crises de humor então eu te trouxe aqui para que você possa dar um jeito nisso!

― E por que eu tenho que dar um jeito nisso? – pergunta a médica.

― Ora, porque você é mulher e além de tudo é medica. – responde Sano.

― Sanosuke Sagara, caso o senhor não saiba, gravidez não é doença! – Megumi deixa bem claro.

― Oro?! – Kenshin limita-se a perguntar.

― Kenshin!!!! – outra vez Kaoru volta a gritar – Cadê você? Eu preciso de você!

― Viu só o que eu disse, raposa? – diz o Sagara – Dá um jeito nisso, vai! Essa donzela está ficando maluca com tanta mudança de humor e eu preciso dormir!

Antes que Megumi possa responder ao amigo, Kaoru aparece ali no pátio e, imediatamente, seu olhar recai sobre a médica. No mesmo instante, a grávida se irrita ao ver a “amiga” e, em poucos minutos, dá uns passos apressados e se coloca na frente de Megumi.

― O que está fazendo aqui, Megumi? – pergunta a Kamiya.

― Não está na cara? – fala Megumi em tom debochado – Eu vim aqui pelo meu Kenzinho! – Megumi mais que depressa abraça Kenshin – Não é, querido?

― Oro?! – Kenshin tenta se desvencilhar da médica.

― Kenshin, o que significa isso? – Kaoru começa a chorar.

― Sua Raposa, eu te arranquei da cama para você acalmar a donzela e não para deixa-la ainda mais nervosa! – reclama Sanosuke.

― Calma. – fala Megumi com a maior cara de pau – Vai dar tudo certo, ok? Kaoru, o que você sente?

― Enjoo. – responde Kaoru – E esses aí não conseguem me compreender!

Megumi ri alto, típico de homens.

― Não se preocupe com eles, ok? – fala Megumi – Vou fazer um chá para você e em breve se sentirá melhor.

Uma hora depois, Kaoru dorme com o chá de Megumi, enquanto Kenshin, Yahiko e Sanosuke se entre olham com caras exaustas. Se a gravidez de Kaoru for toda assim, eles estão literalmente ferrados!

FIM!