O suave farfalhar das folhas se movendo no ar, do lado de fora da janela, galhos finos da  árvore batiam de leve nesta mesma, o vento frio daquela noite de começo de outono assoviando de leve enquanto ouvia-se um leve remexer de lençóis dentro do quarto. Alguém ali não conseguia dormir.

Uma figura se afasta da outra pessoa, ainda deitada na cama. Sentou-se, apoiou os cotovelos contra os joelhos e apertou ligeiramente a testa com sua mão. Ele sempre soube que aquilo era errado. Ambos sabiam que aquilo era errado.

Então porque ele tinha caído em tentação? Uma imagem surgiu subitamente em sua mente, o outro com seus cabelos despenteados e seus macios lábios curvados em um sorriso singelo, a luxúria estava evidente em seus olhos. Ah... então era por isso, não era?

Além disso, ele era casado. Ele era o senador! Os paparazzi ficariam loucos, sua mãe então, o odiaria. Mas mesmo se isso acontecesse… “Nada me faria parar de te amar.” Ele sussurrou essas palavras, logo congeladas pelo ar frio da noite.

A outra figura agitou-se ligeiramente e então, momentos depois se sentou, seus cabelos negros caiam-lhe tampando metade de seus olhos, como de costume. “Nathan.” Ele murmurou, esfregando seus olhos por causa do sono.

Nathan virou-se para ele, sorrindo um pouco, da forma como o outro parecia infantil.

“Não se preocupe, ok? Eu fui o único que seduziu você, e nós não vamos contar isso a ninguém, não é?”

Nathan olhou perplexo para o homem a sua frente e súbita e ferozmente sussurrou. “Não! Você tem que me ouvir. Você não pode mais vir me ver, Peter! Isso é errado, você sabe que é. Ninguém nunca vai aceitar. Nós iríamos pro inferno por isso, Peter!”

Peter sorriu docemente, de uma forma boba, e envolveu seus braços em torno do pescoço de Nathan, e em seguida virou seu corpo magro, esparramando-se na cama, com apenas Nathan a segurá-lo. Ele moveu sua cabeça de forma que seus lábios ficassem diretamente próximos a orelha de Nathan, seu hálito quente fazendo cócegas aos minúsculos pelos em pé.  “Mas Nate…” Ele lamentava “Eu pensei que você me amasse.”

Nathan corou.

“E-eu não sabia que você tinha escutado aquilo.”

Peter sorriu.

“Tudo bem Nathan… esse pode ser o nosso segredinho certo?”

Nathan gaguejou com os lábios de seu irmãos mais e mais próximos.

“… e não precisa se preocupar Nate.” Peter disse antes de beijá-lo rapidamente. “Eu” outro beijo rápido “Amo” e mais outro “Você também.”