Pov Jorge.

Ao chegarmos em minha casa, largamos as coisas no sofá, e fomos almoçar, já que minha mãe havia convidado Alicia a almoçar com a gente, minha mãe amava quando Alicia ia lá em casa, e nós meio que nos afastamos um pouco, mas não deixamos de sermos irmãos, melhores amigos.

– Alicia você está bem? – minha mãe perguntava a ela. Ela assentiu – Então como anda a escola? – minha mãe disse mudando de assunto.

– Uma bosta – eu disse e ela sorriu

– Eu disse que teria sido melhor você ir para a do centro, mas não...

– Mãe, chega disso.. – eu a interrompi – Se não fosse por isso, eu e a Alicia jamais iriamos ter nos conhecido.

– É. Pelo menos alguma coisa boa nessa escola, as amizades verdadeiras – minha mãe sorriu. A empregada serviu o almoço, e almoçamos assistindo a televisão que estava pendurada na parede de frente para nós. Eu e a Alicia terminamos o almoço, e fomos para meu quarto.

– Vai me diz porque se tá assim revoltada, que eu sei. Vai desabafa como nós velhos tempos isso vai te fazer bem – eu disse me sentando na cama. E ela deitou no meu colo, acariciei seus cabelos enquanto ela suspirava.

– Terminei com Paulo – olhei boquiaberto quando ela me disse isso. Não sabia o que dizer “Ah bom..” então continuei acariciando seus cabelos.

– Porque? Ele fez algo para você? – perguntei. Ela amava Paulo não tinha motivo para ela terminar, ou tinha?

– Ele ficou com ciúmes, porque Erick colocou as mãos dele na minha cintura.. e eu disse que ele era só meu amigo, gritei falando que ele era só meu amigo, então Margarida passou bem na hora, ele a puxou, encostou ela na parede, e se sabe.. – ela fechou os olhos por alguns minutos – Ele a beijou – quando ela abriu os olhos vi algumas lágrimas caírem de seus olhos. Não gostava de ver Alicia assim, ela NUNCA na vida dela havia chorado por meninos, apenas com seus ídolos. Mas se ela estava chorando pelo Paulo, ele realmente era importante para ela.

– Alicia.. era só o ciúmes, porque terminou?

– Melhor assim meu semideus – ela disse sorrindo. Faz algum tempo que ela não me chamava assim, continuei acariciando seus cabelos, dei um beijo em sua testa que sorriu e se levantou animada – Não vou ficar aqui lamentando, vamos sair pra se divertir – eu fiz careta – VAI JORGINHO POR FAVOR – ela fez bico – Por mim e minha tristeza – ela ficou piscando os olhos eu revirei os olhos e assenti. Ela pulou com tudo e ficou de pé e me puxou pela mão.

– E aonde vamos?

– Primeiro na minha casa pra me arrumar, e depois vamos no shopping e com Marcelina. E vou chamar o Erick, Caio, Victória, Luan e Bibi. E eu e o Erick ficamos rodeando pelo shopping pode ser?

– Pode.. – eu cocei a nuca – Então vamos – eu sorri e ela saiu comigo até a sala, pegou as coisas dela e seguimos para sua casa.

Pov Alicia.

Cheguei em casa junto a Jorge, ele ficou na sala assistindo tv com Erick. Eu fui para meu quarto, peguei uma saia, não era de usar saia, mas aquela era perfeita, coloquei a mesma em meu corpo, e uma blusa branca. Calcei meu vans, e soltei meu cabelo, deixei minha franja de lado, sorri, peguei dinheiro e uma carteira, e sorri. Peguei meu celular e desci as escadas.

– Vamos? – disse parando na frente dos dois.

– Tá linda fiu fiu – Erick disse assobiando. Eu ri e bati de leve nas costas dele – E desculpa se atrapalhei seu namor..

– Se não atrapalhou em nada, não trocamos amizades por um namoro.. – eu sorri e ele assentiu. Fomos com o motorista de Jorge até a casa de Marcelina, subimos no prédio, e eu toquei a campainha. E logo vi Paulo abrir a porta.

– Porque não atende minhas ligações? E pra onde se vai? – ele me encarava e fazia várias perguntas ao mesmo tempo.

– Não te devo mais satisfações, não sou nada sua – digo passando praticamente por cima dele – MARCE – grito da escada. Vejo os pais de Marcelina me ver e me cumprimentarem – Oi tios – sorrio alegre.

– Cheguei – Marcelina disse sorrindo e encarando-me.

– Marce – eu disse a abraçando – Vamos?

– E-Espera... Senhor Guerra, eu queria me desculpar pelo outro dia – Jorge sorriu fraco.

– Esquece isso. Se divirta filha, bom passeio. Fica de olho nela pra mim Alicia?

– Pode deixar, se que manda – eu bati continência. Paulo me encarou e depois seus pais.

– Aonde ela vai?

– Vai sair com os amigos dela.. – a mãe dele explicou.

– Vamos logo gente, quero assistir em Chamas – disse toda animada. Íamos saindo, Paulo me segurou pelo braço antes de eu sair

– Não vou desistir de você

– Vai perder seu tempo. Vai atrás de Margarida – sorri sínica e me soltei dele e sai pela porta.

Pov Erick.

Eu senti um certo ciúmes de Bibi e Caio. Mas percebi que eles se tratavam como irmãos, mas eles já haviam ficado, acho que eles só ficariam na amizade, pelo menos isso. Porque ando pensando tanto nela? Desviei meus pensamentos, e senti as mãos de Bibi segurar as minhas, olhei para ela que me olhava corada e sorri fraco. Ficamos na fila do cinema, e compramos os tickets. E seguimos para a sala 5, eu e Bibi ficamos de pegar as pipocas. A fila estava enorme, ficamos lá uns 10 minutos. Pegamos a pipoca e fomos para a sala 5, aonde nossos amigos guardaram os lugares, pegamos o fundo só para a gente, ficou assim: Marcelina, Jorge, Alicia, Luan, Victória, Caio, Bibi e eu.

Pov Alicia.

O filme foi tão perfeito, eu e Jorge ficamos contando todo o filme. Sabíamos varias falas de cor, chorei quando Cinna morreu. E Luan me apoiou, ele era bem legal, ele tem cabelos louros, olhos castanhos claros, e um lábio muito bonito afinal. Alicia que pensamentos são esses? Desviei meus pensamentos, quando vi Luan cochichar algo para mim.

– Pena que o filme não é igual o livro.

– Você lê? – perguntei e ele assentiu. Não tínhamos muito assunto, mas ele gostava das coisas que eu gostava, e descobri que ele tocava violão que nem eu. Sorri para ele, acho que ele era meu irmão, tínhamos varias coisas iguais, mas não, eu não estava flertando com ele, só queríamos ser amigos. E ele também está a fim da Victória que eu já me toquei a muito tempo.

– Mags deveria sobreviver – ele comenta quando estávamos saindo da sala.

– Eu concordo – vejo a Victória e a Bibi pararem na fila da sorveteria e aproveito para perguntar para Luan – Você gosta dela né?

– Tá não na cara assim?

– Está sim.. ela sabe disso? – pergunto a ele que balança a cabeça negativamente.

– Deveria falar para ela, vai ver ela sente o mesmo, e eu tenho quase certeza disso – digo sorrindo e ele retribui o sorriso. O abraço de lado e ele retribui, quando o abraço vejo atrás Paulo e Margarida de mãos dadas, minha raiva sobe a cabeça de novo, vejo Paulo nos encarar, solto Luan e sorrio a ele. E em seguida olha para Jorge que balança a cabeça negativamente.

– Se controla – Jorge diz me dando um beijo na bochecha. Erick chega com tudo e me pega no colo, eu fico batendo nas costas dele enquanto ele fica me girando.

– ERICK ME SOLTA, SE VAI ME DERRUBAR – eu grito. Enquanto ele me roda, vejo algumas velhinhas comentarem “Jovens..” e continuarem andar. Aquilo me faz rir, e começo a rir feito louca, quando Erick me coloca no chão, estou mais tonta que tudo – Parece que estou drogada agora senhor – reviro os olhos para o mesmo. Que me abraça e eu retribuo o abraço. Vejo Paulo chegar com Margarida e falar com as pessoas, menos comigo e Erick.

– Lembra daquele beijo que você estava me devendo? – Erick diz e eu não entendo o que ele quis dizer. Só sinto seus lábios colados aos meus, não cedi o beijo, então me lembrei da cena de Paulo e Margarida, e rapidamente retribuo o beijo que Erick me dá, não sinto frio na barriga como sinto quando Paulo me agarra.. Alicia chega de pensar no Guerra, esqueça esse garoto. Erick ao terminar o beijo sorri, e eu o olho agradecendo apenas com um olhar, e pelo jeito ele entendeu e sorriu. Bibi que voltava, entendeu que ele estava só me ajudando, mas ficou com um certo ciúmes, mas eu expliquei a ela o que Erick havia feito por mensagem, e ela assentiu com sua cabeça. Fiquei perambulando pelo shopping sozinha, pelo jeito segurando vela, porque todos estavam em casais, exceto um, Caio. Então ficamos andando pelo shopping, nos sentamos em um banco e sorrimos um ao outro.

– Alicia, me conta.. porque parou de fazer circo? Aconteceu alguma coisa? – ele me perguntou, eu olhei para o chão e em seguida para ele.