Pov Alicia

Cheguei em casa e deparei com minha mãe com um homem, não o conhecia, mas pude perceber que ele saiu correndo de minha casa, o que aquele homem estava fazendo ali? Olhei para minha mãe e suspirei larguei a mochila no sofá e a encarei

- Estava traindo meu pai? Que coisa bonita, meu pai sempre te deu tudo mas você aí dando o rabo pra outro – eu disse irritada e só senti a mão dela virar em minha cara. Aquilo tinha doído muito mas então eu apenas e encarei e esqueci a dor que estava sentindo – VADIA FICA TRAINDO MEU PAI ELE VAI SABER DISSO – eu aumentava o tom de voz

- Eu não estava traindo seu pai menina – ela disse revirando os olhos – Eu sou fiel ao seu pai e jamais faria isso com ele, eu o amo demais para isso e mesmo que não amasse jamais faria isso com alguém, tem um ditado que diz: o que você não quer que façam com você não faça com os outros. E aquele homem era o eletricista e esse tapa foi pra você aprender a falar direito comigo que sou sua mãe, posso ter errado com você, mas respeito em primeiro lugar, que eu não criei você para ser um monstro – ela disse e eu ri debochadamente

- Se você acha que eu vou te respeitar a partir daqui, está enganada. E porque precisamos de um eletricista sendo que a casa está em perfeito caso? Uma mãe nunca daria um tapa na filha desse jeito e muito menos iria ter vergonha dela e respeito eu tenho de sobra, mas também sei com quem usá-lo, se da licença eu vou arrumar minhas coisas para ir para casa de minha tia, Mariana. E avise meu pai que falo com ele mais tarde, ‘falow’ – eu disse saindo andando e indo até meu quarto e pegando as coisas que precisaria e fui para a casa de minha tia Mariana, que aceitou ao certo que eu ficaria ali.

- Mas Alicia você e sua irmã ainda não se dão bem? – minha tia perguntava. Era tia por parte de mãe e ela era diferente de minha mãe, pois ela me entendia, e lia livros também. Ela havia apenas um filho, Kauê, ele tinha 4 anos, era muito brincalhão mas obedecia sua mãe

- Sabe como minha mãe é, ela sempre teve vergonha de mim. E eu não me importo pro que pensam de mim – eu disse sorrindo e indo até a cozinha

- ALICIA – gritou minha tia na sala. Eu bebi um copo de suco e peguei um pedaço do pão de queijo que estava na mesa e mordi então fui ver o que ela queria. Quando cheguei lá dei de cara com o menino do Graal e da sorveteria, claro que ele é o mesmo menino, mas que porra ele estava fazendo ali? Ele me seguiu? Só podia ser uma mega coisa em comum, o que eu não achava que seria, encarei minha tia – Já se conhecem?

- De vista apenas – eu me segurei pra não dar risada foi tão engraçado no Graal

- Oi – ele disse meio tímido uma coisa que ele não deveria ser pois ele aparentava ser um menino encrenqueiro

- Alicia, esse é meu sobrinho, Abelardo – minha tia me apresentava a ele, ele foi dar a mão mas eu fiz um toque de mano e ele estranhou – Ela é uma menina diferente – minha tia disse sorrindo a ele que deu de ombros

- Tia, acho melhor eu ficar na casa de Jorge ou de Marcelina... não vai ser uma boa ideia eu ficar aqui sério – eu a disse

- Por favor Licia, pode ficar aqui. Não vi atrapalhar, você decide – ela me disse

- Irei para casa de Marcelina ou de Jorge, amanhã tenho aula e é melhor assim – eu sorri – Tchau Abelardo – eu dei um beijo na testa de minha tia peguei minhas coisas e saí da casa, já na calçada, disquei o número da casa de Jorge em meu celular e ele atendeu

IDL (Início da ligação)

- Licia – ele disse com aquela voz suave que ele tinha

- Oi.. preciso de um favor – eu disse suspirando no final

- Diga

- Eu preciso ficar aí por alguns dias

- Sem chances, to de castigo. E minha mãe me xingou pode ser que meu pai deixe mas minha mãe é meio que impossível, ela quer que eu fique longe das pessoas da minha sala uma coisa que não irá acontecer, mas posso tentar..

- Não precisa, não quero trazer confusão a você. Vou pra casa do Tio então – esse ‘tio’ estava me referindo ao pai de Marcelina.

- Se cuida – ele disse e eu desliguei o telefone.

FDL (Final da ligação)

Pov Marcelina

Alicia havia ligado em minha casa e mandou eu passar o telefone para meu pai ou minha mãe, não sabia o que estava acontecendo mas apenas passei, quando meu pai desligou o telefone me encarou com um sorriso nos lábios

- Alicia irá passar algumas semanas aqui. Ela brigou com sua mãe e eu irei avisar o pai dela que está tudo sobre controle, que ela pode ficar alguns dias aqui – meu pai anunciava. Pude ver o sorriso de canto de Paulo que logo disfarçava que não estava nem aí. E eu comecei a pular feito doido e me sentei no sofá que Paulo estava.

- Olha Paulo sua namorada está vindo pra cá – eu disse soltando alguns risinhos

- Ela não é minha namorada – ele disse ainda jogando vídeo game

- Mas se tá doido que ela seja né guri – eu gargalhava e ele ainda estava sério, me levantei como se não quisesse nada e desliguei o vídeo game e ele veio pra cima de mim

- O QUE PENSA QUE TÁ FAZENDO EU ESTAVA JOGANDO GTA E EU NÃO SALVEI O JOGO. EU VOU TE MATAR MARCELINA GUERRA MELHOR CORRER – ele gritava então a campainha tocou

- Paulinho porque não atende a porta? É sua namorada – só vi ele subindo as escadas com raiva e me deixando sozinha ali na sala, caminhei até a porta e a abri e vi Alicia sorrindo com suas coisas na mão

- Bem vinda a casa do SEU NAMORADO – gritei quando ela se aproximava da escada.

- ELA NÃO É MINHA NAMORADA BAIXINHA – Paulo gritava do quarto dele

- Qual o problema Marcelina? Se ficar com essas piadinhas acho melhor dormir de baixo da ponte – disse ela indo em direção a porta e eu a puxei pelo braço

- Relaxa to brincando – eu disse colocando as mãos na cintura – VAI DORMIR NO MEU QUARTO OU NO DE PAULO? – eu gritei novamente e vi Paulo descendo a escada nervoso.

- MARCELINA FILHA DA PUTA – gritou meu irmão descendo a escada e indo até mim – É MELHOR VOCÊ FICAR QUIETA SE NÃO CONTO TUDO PROS NOSSOS PAIS DO JORGE – ele disse irritado

- E eu conto da Alicia – eu o encarei

- Ei. Eu to aqui só pra informação de vocês! – Alicia disse revirando os olhos

- Conta não temos nada mesmo – meu irmão dizia

- E eu e o Jorge também não temos nada – eu disse sorrindo sínica. E ele me fuzilou com os olhos e desviou o olhar para Alicia e subiu as escadas e entrou no quarto dele

- Puta que pariu Marcelina, se você fazer piadinhas de nós eu juro que agarro o Jorge! – ela disse me ameaçando

- Ok, parei. Agora é sério – eu disse e ela riu. Seguimos para meu quarto então, ela deixou as coisas dela em meu quarto mas então minha mãe entrou ao quarto e dando um beijo no rosto de Alicia

- Que confusão foi aquela lá em baixo dona Marcelina? – minha mãe perguntava. Ela me chamou de “dona” agora fudeu tudo.

- Eu só discuti com Paulo – eu disse colocando a mão em minha tiara certificando de que ela estava arrumada

- Ah – ela disse olhando para as coisas de Alicia – Alicia você irá ficar no quarto de hospedes esse do lado do quarto de Paulo. Não queremos atrapalhar Marcelina – minha mãe dizia

- Ela não vai atrapalhar eu

- Já está decidido querida – ela disse e eu bufei. Já que não havia escolha né, pelo menos eles deixaram ela ficar ali. Alicia sorriu e pegou as coisas dela e seguiu minha mãe que mostrava o quarto de hospedes aonde ela iria ficar.