Vamos Jogar? escrita por mandycarol


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Paralelo entre Jogos Mortais e Vampire Knight.



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Zero não conseguia abrir totalmente os olhos, a luz forte batia em seu rosto e uma luz branca era penetrante. Um pingo d’água caia constante em sua bochecha e escorria em sua boca, Zero pode sentir o gosto de lodo na água que constatou ser da chuva. Quando seus olhos finalmente se acostumaram com a luz Zero pode analisar a sala onde estava. Era um pequeno cômodo bastante apertado, havia uma enorme rachadura que começava no teto lodoso e ia até o chão, que por sua vez possuia pequenas poças de água. Tomando consciência do próprio corpo, Zero sentio algo agarrado ao seu pescoço, parecida com as armadilhas que usava para caçar, onde as pontas apontavam para sua cabeça e ele pode sentir que a qualquer hora poderia esmagar a sua cabeça. Prendida a peça estranha, pode sentir algo repuxar, como se estivesse preso a uma espécie de corda, ele puxou um pouco quando uma voz conhecida e nada reconfortante rompeu o silêncio.

- O que pensa que está fazendo?

- Kaname...

Zero pode perceber Kaname na ponta da sala ao seu lado, não entendeu como não havia sentido a sua presença e muito menos o porquê dele usar o mesmo obejeto no pescoço.

- Essa corda de aço é algum dispositivo, se puxá-lo você fará rodar o tempo. – e apontou para um relógio ao outro lado da sala.

- O que está acontecendo?

- Parece que estamos em um jogo – disse Kaname cético.

- Jogo? – se perguntou sem entender – Onde estamos? – perguntou aos berros.

- Como eu posso saber, estou na mesma situação que você. – respondeu apontando para o objeto envolto ao seu pescoço.

- Então como sabe que se trata de um jogo? – sua voz ainda estava alterada.


- Não sei, apenas deduzi. – falou como se fosse óbvio.

Zero já não ouvia, estava tentando insistentemente se livrar da máquina que o prendia e se debatendo puxou acidentalmente a corda ligada a máquina, esta por sua vez se soltou, acionando o relógio que estava na parede, marcando 20 minutos, qual ia reduzindo gradualmente.

Embaixo do relógio, uma pequena TV velha repousava, ao mesmo tempo em que o tempo começou a rodar a TV ligou automaticamente. Um boneco de forma estranha, rosto branco, bochechas bastante saltadas, mais parecendo um palhaço num manto preto começou a falar.

- Zero, Kaname, bem-vindos ao meu jogo! Vocês estão aqui porque fizeram algo de errado. Kaname, você manteve um segredo guardado a muito tempo, fazendo sua própria irmã e noiva sofrer por causa disso. Zero você após se tornar um Level E têm-se aproveitado de sua amiga e bebido seu sangue...

- Desgraçado – sibilou.

- Agora a suas vidas e a vida de Yuuki estão em suas mãos. – E mostrou Yuuki presa em uma sala semelhante a que estavam, porém com mais objetos e maior. – Yuuki também é culpada do que ocorre, pois brinca com os sentimentos de ambos. Agora vocês têm a chance de se redimir, participando do meu jogo. Sigam as regras que tudo acabará bem, mas não se esqueçam que o tempo esta rodando e ao terminá-lo vocês terão suas cabeças destruídas, assim como o coração de Yuuki – o boneco deu uma risada maléfica – A porta atrás de vocês está aberta, passem por ela e que o jogo comece – fim da transmissão.
Em outra sala Yuuki começava a despertar, sentia seu corpo todo dolorido, parecia que havia dormido séculos, estava sentada em uma cadeira, seus braços e pernas presos por uma cinta de couro, a sua frente uma flecha apontada para seu peito. Ela não conseguia compreender a situação, se debatia, mas não conseguia se desvencilhar das cintas, como se elas possuíssem algum encantamento ou poder usado por caçadores. A sua frente, da sala pode escutar um gemido, não estava só e a sua companhia também parecia despertar. Rido ainda estava com a vista embaçada, sentiu-se preso por correntes e arpões cuidadosamente colocados o cercavam, Rido percebeu Yuuki ali.

- Juuri?! – a voz fraca e confusa.

Neste momento uma voz ecoou na sala.

- Yuuki, Rido. Yuuki você brinca com os sentimentos de Kaname e Zero, Rido sua ambição o fez cometer assassinatos e traições, esses motivos os trouxeram aqui. Agora o jogo irá começar! Para um escapar deve obter ajuda do outro, se conseguirem serão soltos, caso não será a ruína de ambos. Será que um cofiará sua vida ao outro? Como podem ver o tempo está passando, sejam rápidos e vivam para se redimir. – um relógio no centro da sala marcava 18 minutos, que iam reduzindo.

- O que faremos? – disse Yuuki em desespero – Não pode se soltar das correntes?

- Acha que caso conseguisse não estaria longe daqui? – respondeu rispidamente – Mas não se preocupa não deixarei você morrer a não ser por minhas mãos – deu um sorriso torto.

Yuuki o ignorou, estava começando a se acostumar com o jeito sarcástico de Rido.

- Que cheiro é esse?

-Sangue – respondeu com firmeza.

Ao abrir a porta, Kaname e Zero sentiram um forte cheiro de sangue invadir suas narinas, Zero pode sentir seus sentidos se aguçando e a sede por sangue se tornando maior. Neste momento, Kaname pegou o Zero pelo pescoço o colocou contra a parede que se rachou.
- Não vou deixar que você estrague tudo e coloque a vida da Yuuki em perigo. Controle sua sede de sangue, tem alguma coisa de estranho misturado a ele, não consegue sentir? – e o soltou – se você não dá valor a sua vida, pelo menos dê valor à vida da Yuuki.

Zero caiu de joelhos, estava ofegante, seus olhos vermelhos, levando a mão no pescoço ele tentava se controlar. Eles estavam em um grande corredor com várias portas os cercando, as paredes estavam coberto de sangue que possui um cheiro de ferrugem, sal e algum veneno misturados, a frente uma pequena caixa estava posicionada, Zero ainda no chão se inclinou para pega-la. Quando abriu, se surpreendeu. A Bloodrose estava no tecido aveludado que recobria a caixa, ao retirá-lo uma chave e um pedaço de papel com uma mensagem estavam ali.

- As portas estão fechadas – Kaname concluiu após andar o corredor.

- É eu sei – e entregou o bilhete.

- “Escolha a porta certa”.

- Creio que está e a chave – exibiu o objeto metálico.

- Não temos muito tempo – olhou para o relógio, este marcava 10 minutos – Há muitas portas para testarmos todas, temos que escolher apenas uma.

- Acho que a idéia era realmente esta – disse Zero ainda sem ar.

Kaname com um olhar pensativo, olhava as portas as analisando. Se passando alguns minutos ele disse:

- É essa – disse com convicção.

- Como pode ter tanta certeza?

Enquanto isso, Yuuki e Rido estavam em um impasse. Yuuki começava a obeservar a armadilha que prendia Rido, os arpões estavam com as partes inferiores totalmente submersas ao chão e algo lhe veio à mente.

- É uma alavanca.

- O que?! – sem entender.
- As lanças, ou seja, lá o que for, acho que posso ancança-las - tentou esticar os pés, suas pernas eram curtas e ela tentava esticar cada osso de seu corpo como se pudessem ficar maiores – Consegui! – gritou. As correntes se soltaram e Rido caiu no chão, apoiando-se em suas mãos.

- Agora me solte – falou Yuuki rapidamente.
- Por que a soltaria? Fica bem como está, submissa – e lambeu seu pescoço, dando um meio sorriso, em êxtase sentindo o gosto de Yuuki.

Neste instante a porta se abriu. Zero surpreendido com a situação não pensa duas vezes antes de usar sua Bloodrose, o barulho do tiro enche a sala e atinge Rido, ele começa a se rachar, como um vaso até se tornar pó. Na sala, sobre uma mesa havia duas chaves, Kaname as pegou e soltou as máquinas presas ao seu pescoço e ao de Zero.

As lágrimas de Yuuki estavam escorrendo pelo rosto, parecia atormentada, Kaname se adiantou a soltar as amarras que a prendiam, pegando-a gentilmente no colo. Zero jazia no chão, havia se esforçado muito e o cheiro de sangue ainda era forte.

- Vamos Yuuki – disse Kaname seguindo para a porta.

- E o Zero? – aos soluços e de aparência sonolenta.

- Ele já cumpriu seu papel, Rido não irá mais nos artomentar, durma!- Yuuki desmaiou.
- Então quer dizer que era você que estava por trás de tudo? – Zero gritou, reunindo suas últimas forças, o odor do sangue estava lhe dando naúseas.

Kaname deu um sorriso debochado.

- Quem não aprecia a vida não merece viver.

E então fechou a porta a suas costas levando Yuuki em seus braços e confinado Zero na estranha sala com o odor de sangue, ele ficou ali caído, sem forças para se levantar.

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Notas finais do capítulo

A idéia era realmente essa, fazer o Zero destruir o Rido como no mangá. Para quem é mais observador já teria percebido que Kaname estava por trás de tudo antes, afinal como poderia saber que se tratava de um jogo e qual porta era a certa? Kaname é meu Jigsaw. As inspirações para as armadilhas vieram do Saw 1 para as máquinas que estavam presas no Zero e no Kaname, super parecidas com a usada pela Amanda e as cordas presas para soltar o tempo, veio de Saw 5. A da Yuuki se não me engano são do Saw 4, porém não era exatamente daquela forma (na verdade é bem diferente) e a do Rido eu inventei, com uma leve inspiração do Saw 4 também. O desenrolar da história tem conecções com o mangá e com Saw 4. Não, Saw 4 não é meu preferido D: mas foi o que me caiu melhor.