Uma grande festa acontecia na mansão Kuran, a notícia da vinda de um segundo herdeiro se espalhara e todos os membros da alta sociedade vampírica estavam presentes para prestigiá-los.

Haruka e Juuri estavam exalando felicidade e cumprimentavam os convidados com muitos sorrisos, o jovem Kaname os acompanhava.

- Meus parabéns Juuri – pegou na mãe desta. – Haruka – fez um sinal com a cabeça.

- Obrigado – agradeceu Haruka.

- Muito Obrigada! Ah e como vai Sara?

- Uma princesa! – dizia a mãe toda orgulhosa – Kaname deveria vê-la mais – disse com malícia – quem sabe há uma união entre nossas famílias. Afinal, nos os sangues-puros temos de nos preservar – ela levantou uma das sobrancelhas, seus olhos sobre Kaname.

Kaname era um menino calado, falava apenas o essencial, educado e meio tímido, mas suas poucas falas demonstravam inteligência e perspicácia.

- Eles ainda são jovens, teremos tempo. – disse Juuri voltando a cumprimentar os convidados. Neste momento Haruka a interrompeu, puxando-a pelo braço.

- Não acredito que ele teve coragem de vir. – disse surpreso – pensei que após o fracasso de seu casamento com Shizuka ele não viria, dizem que ficou louca, está apaixonada por um Level E.

Rido acabava de entrar no saguão deixando seu casaco com um dos empregados.

- Rido parece não se abater com nada. – disse Juuri pensativa.

- E jamais perderia a oportunidade de estar perto de você – disse Haruka enciumado.

Ichiou foi o primeiro a se adiantar para cumprimentá-lo. Ambos se deram as mãos.
 
- Está tudo preparado? – perguntou Rido com sorriso no canto dos lábios.

- Sim senhor! – responde Ichiou.

- Faça tudo como lhe disse. E terá meu apoio no conselho.

Soltaram as mãos e Rido começou a caminhar para o meio do salão onde seus irmãos e sobrinho se encontravam. Pegou com delicadeza a mãe esquerda de Juuri e beijou as costas de sua mãe delicadamente, os olhos com malícia virados para Haruka.

- Cada vez mais bela – sibilou.

Haruka faiscou de ciúmes. Haruka e Rido deram um aperto de mão e ficaram se encarando por alguns segundos, suas expressões demonstravam o ódio que um sentia pelo outro. Rido se abaixou para cumprimentar Kaname.

- Como vai meu querido sobrinho? – sua voz era sarcástica, se abaixou mais e disse em seu ouvido. – Imagino que gosto deve ter o seu sangue.

Rido se retirou deixando Kaname estático e espantando com o que tinha ouvido.

O resto da noite continuou a transcorrer normalmente. Os convidados dançavam, riam e se divertiam. Juuri começou a se sentir mal por causa da gravidez.

- Haruka estou um pouco enjoada, vou subir para o quarto.

- Está bem, eu explico aos convidados. – disse amavelmente.

- Obrigada! – e lhe deu um beijo.

- E não demore a subir também Kaname. – beijou o alto da testa do filho e subiu as escadas. Rido a observava esperando o tempo certo para agir.

Juuri estava em seu quarto em frente a penteadeira escovando cuidadosamente os cabelos, já estava com sua longa e habitual camisola branca. Rido abriu a porta silenciosamente e se pôs atrás de Juuri, passou a mãos em seus cabelos e os cheirou como se fossem um buque de rosas.

- Juuri – disse com a voz macia.

Ela se levantou automaticamente, sua respiração acelerada e ofegante.

- O que esta fazendo aqui? – perguntou elevando seu tom de voz.

- Não posso mais vê-la? – rebateu perguntando com seu sorriso torto.

- Enquanto eu estiver em meu quarto e não for convidado, não, não pode. – disse firme.
- Por quê? Tem medo que faça alguma coisa? – Rido se inclinou na intenção de beijá-la, ela, porém desviou.

- Pare com is.. – sua voz falhou.

Ele estava muito próximo dela, Juuri colada a parede.

- Você deveria ter escolhido a mim, agora esse filho que espera seria meu – tocou em sua barriga, ela estremeceu – e aposto que Haruka não consegue deixá-la assim... – seus lábios se aproximaram de seu ouvido. – Sem ar.

- Juuri você está bem? – Haruka acabava de entrar pela porta, quase a derrubando quando se deparou com a cena. – Rido – disse com rispidez. – O que faz aqui?

- Não se preocupe já estou de saída. – disse Rido se retirando quando Haruka o pegou pelo braço.

- Não me respondeu. – sua voz firme, quase gritando.

Rido soltou uma breve gargalhada.

- Não aconteceu nada... – colocou a mão na face do irmão – ainda.

Haruka fez a menção de bater em Rido, mas Juuri o impediu.

- Haruka, não vale a pena. O conselho todo está aqui, ele só quer provocá-lo.

- Tem razão. E você – apontou para Rido –aparecesse e saia.

- Incrível o poder que esta mulher tem sobre nós não é Haruka? Mas se eu fosse você cuidaria melhor de sua família. – nem Haruka e Juuri compreendiam. – Onde está Kaname, por exemplo? – simulava preocupação.

Rido se retirou. Haruka finalmente havia entendido o propósito da pergunta, ele e sua esposa começaram a procurar o pequeno Kaname.

(...)

Kaname estava na varanda sozinho, observando o céu distraído.

- Você está ai príncipe herdeiro? – Ichiou apareceu em suas costas – No que está pensando?

- No conselho dos anciões. – disse pensativo.

- É mesmo?! – estava surpreso – e sobre o quê exatamente?
- O porque se sentem ameaçados pelos meus pais.

Ichiou estava espantado a percepção do jovem.

- Bem, nós não... – sua expressão mudou, deu um largo sorriso. – Você não quer dar um passeio? No caminho lhe conto o motivo.

Rido ia indo embora quando um dos vampiros nobres o parou.

- Rido-sama – fez uma mesura

- Senhor Shiki. – desejava ir embora.

- Deixe-me apresentá-lo minha filha, ela é bastante famosa entre os humanos.  – seu pai era orgulhoso e não perderia a oportunidade de casar sua filha com um sangue-puro. – Uma grande atriz.

- Também com toda essa beleza. – obteve interesse, beijou a mão da jovem. – Quer dançar? – disse com olhos maliciosos.

Ela assentiu.

A festa estava se encerrando e os convidados já iam para a casa, alguns dos empregados ficaram responsáveis de fazer as honras da casa e pediam desculpas pela ausência de seus patrões. Enquanto isso, Juuri, Haruka e os outros empregados procuravam Kaname, que não estava mais no local.

- A festa já terminou e não conseguimos encontrar ele em lugar nenhum. – disse Haruka dando um grande suspiro.

- Ele não esta em seu quarto. Acha que Rido fez algo? – perguntou apreensiva.

Neste momento um dos empregados adentrou o recinto.

- Senhor! – se curvou.

- Diga!

- Algumas pessoas afirmar ter visto o jovem mestre sair com o Ichiou-sama.

- Então o conselho também está envolvido. Provavelmente querem tirar a vantagem de uma união com Rido.

- O que faremos? – perguntou Juuri preocupada.

- Parados é que não vou ficar, vou procurá-lo. Ele tem que ter levado nosso filho para algum lugar e irei encontrá-lo. – Juuri fez a menção de levantar – Fique aqui Juuri. – disse rapidamente.

- Mas...

- Pense nessa nova criança que está em seu ventre – disse amavelmente – e precisamos que alguém fique em casa caso ele apareça.

- Está bem. – disse derrotada.

Passaram dois dias sem notícias, Juuri começava a ficar aflita. A porta se abriu e Haruka apareceu, abatido.

- Não os encontrei. – disse amargamente.

Juuri começou a chorar desesperadamente, não podia suportar a perda de seu amado filho, Haruka a abraçou forte também abatido. Neste momento a porta se abriu.

- KANAME! – gritou Juuri, ela correu e o abraçou, suas lágrimas escorrendo com mais intensidade. – Meu querido!

- Onde estava filho? – perguntou Haruka.

- Lamento! Eu não sei, mas creio que não seja mais o seu filho.