O Herdeiro da Ruina escrita por Fail Name


Capítulo 45
Os problemas chegam ao Fim


Notas iniciais do capítulo

Novo capitulo chegando e boa leitura



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POV – Jason

Depois de um longo caminho atravessando a quase escuridão total, todos nós chegamos a praia em segurança. A areia era branca e cheia de conchas gigantescas, o mar escuro estava agitado por causa da raiva de Poseidon. Mas Kevin disse que ainda era possível navegar, se tivéssemos muita sorte.

O iate era grande o suficiente para todos se acomodarem tranquilamente, Kevin subiu no iate primeiro para checar os controles enquanto eu e outros dois semideuses ajudávamos os outros a embarcar. Naomi foi para junto de Kevin apenas para reclamar da dor de cabeça. Vendo-a agir de forma tão... normal com ele, eu percebi que ela não era tão ruim, talvez alguns dos semi-primordiais podiam até ser legais... bem, pensando melhor, acho que não. Mas imaginei como seria isso tudo se tivéssemos nos conhecido de modo diferente.

Quando o último semideus embarcou, Kevin ligou os motores e o barco começou a se mover. Finalmente, eu pude soltar o suspiro que estava prendendo desde que cheguei à ilha. Não havia mais nada a fazer, todos os sobreviventes estavam salvos e agora tudo estava nas mãos de Benjamin e Nico.

Eu olhei para ilha de Atlântida uma ultima vez, antes de ela sumir em meio à névoa.

***

POV – Herdeiro

Eu não me lembro direito o dia que eu invadi o Mundo Inferior, mas lembro muito bem quando lutei contra Nico na entrada. Ele era um garoto magro e pálido, mesmo com a minha mente pirando, lembro claramente dos olhos tristes e serenos dele. Olhos que pareciam ter visto muita coisa ruim, mas ainda acreditava num final onde tudo o que passou valesse a pena. Nico tinha esperança e eu sempre admirei isso nele.

Mas agora, seus olhos estavam obstinados e temerosos, eram olhos de alguém que estava preparado a fazer qualquer coisa para conseguir o que quer. Sua lâmina negra de ferro estígio emanava o poder de mil soldados mortos. Observei o corte no pescoço dele, o sangue da ferida manchou sua camiseta até o final, acho que Nico só estava de pé por causa da ambrosia e sua força de vontade.

– Nico, não faça isso! – Disse Amanda. – É algo que eu preciso fazer.

– Não! Isso é o que ele diz, sempre tem outro jeito. E eu vou descobrir, depois de detê-lo.

– Me deter? – Eu deixei escapar um sorriso. Se algo assim pudesse ser feito, não estaríamos nessa situação.

Nico deve ter interpretado errado minha reação, pois ele avançou sobre mim, brandindo sua espada negra. Eu inclinei para evitar o corte na garganta, em seguida eu girei minha foice para afastá-lo. Se a lâmina da minha foice o acertasse, seria o fim da vida dele, como também da alma.

Ele avançou sobre mim novamente, dessa vez com mais velocidade e raiva que a vez anterior. Seus golpes eram rápidos e ágeis, exatamente o estilo que Nico sempre usava, mas isso deixava seus golpes muito previsíveis. Eu defendia seus ataques com facilidade e tentava afastá-lo sempre que possível, pois minha vontade de matá-lo estava ficando cada vez maior, tudo graças ao poder do Herdeiro.

Até que teve uma hora que não conseguir conter essa vontade e o ataquei com força total, mas Nico reagiu bem ao golpe e desviou o percurso da minha lâmina com sua espada. Em seguida, ele girou o corpo, agarrando o cabo da minha foice com uma mão e me atacando com a outra. Sua espada acertou o meu ombro, mas eu mal senti a dor. Era até estranho.

Nico ficou surpreso pela minha falta de reação, talvez pensou que esse único golpe bem sucedido me deixaria um pouco “hesitante” ao enfrentá-lo, mas na verdade, apenas me motivou a matá-lo (meu lado Herdeiro falando). Eu peguei sua espada pela lâmina e arranquei de meu ombro e disse:

– Minha vez.

Nico largou a foice rapidamente quando o cabo começou a ficar extremamente frio, em seguida ela começou a emanar uma névoa branca, que começou a cobrir uma grande área da sala. Nico não parava de me encarar, era obvio que não queria me perder de vista, mas a minha névoa podia ser trapaceira. Quando Nico tentou me golpear, eu me camuflei usando a névoa, evitando seu ataque.

A névoa estava ficando mais densa com o passar do tempo, mas eu sentia a presença de tudo que ela envolvia. Nico estava a poucos metros de distância e Amanda estava andando pela névoa (perdida, provavelmente). Essa era minha chance de dar um basta nessa situação com o Nico, queria aproveitar esse breve período de tempo em que estou no controle.

Eu avancei por trás de Nico e o ataquei com a parte de trás da foice, mas o que eu acertei não era Nico, mas sim um esqueleto. Fiquei surpreso na hora, mas logo dei um fim nele. Eu ainda estava confuso, onde Nico foi? Mas então comecei a sentir novas presenças na névoa, parecia que mais dois seres haviam entrado na névoa. Uma delas devia ser o Nico.

Eu me movimentava silenciosamente pela névoa, como um predador antes de emboscar sua presa (meu lado Herdeiro falando) e assim cheguei à presença mais próxima, mas novamente era um esqueleto que não viu o que o transformou em pó negro. Agora só restava mais um, tirando a Amanda que estava encostada na parede. Nico era o próximo.

Bem, era o que eu pensava, pois quando cheguei por trás da última presença, eu me surpreendi ao ver que era outro esqueleto, esse chegou a me ver e tentou me atacar. Mas eu o destruí antes que sua espada chegasse a me atingir. Então uma nova presença surgiu na nevoa, bem atrás de mim. Eu me virei a tempo suficiente para ver Nico sair das sombras e me golpear nas costas.

Dessa vez a dor superou a surpresa, Nico tinha usado seus esqueletos como isca para que quando chegasse na hora certa, me desse um ataque surpresa. Isso era típico do Nico, usar a vantagem do inimigo ao seu favor.

Mas aquilo não foi o bastante. Eu girei minha foice para atacá-lo, mas ele recuou com sua espada. Eu comecei a atacá-lo com velocidade e força, isso o fazia recuar em vez de tentar defender, mas eu comecei a notar o cansaço de Nico aparecer.

Numa estratégia ousada, eu criei uma abertura para que Nico pudesse me atacar com tudo. E assim ele o fez, mas assim que sua espada me perfurou no abdômen, eu a agarrei pelo cabo e golpeei Nico com o lado oposto a lâmina da minha foice. Filetes de sangue começou a escorrer de seus lábios e joguei sua espada para longe. Agora Nico estava desarmado e indefeso, mas Nico desenvolveu uma teimosia incrivelmente irritante.

Ele avançou sobre mim, mas eu chutei Nico contra a parede e desenhei uma meia-lua no ar, mas ela abaixou no último instante, fazendo minha foice cortar a parede. Com esse movimento, eu deixei uma abertura e Nico a aproveitou bem, avançando sobre mim e me derrubando. Por acidente, larguei minha foice que deslizou a alguns metros longe de mim. Nico imobilizou meus braços com o peso nas pernas e então começou a me socar no rosto.

Para falar a verdade, eu mal sentia os golpes e eu podia sair daquela situação com facilidade. Mas Nico estava fazendo aquilo pela pessoa que ama, algo admirável, na minha opinião. Acho que por isso eu não conseguia ter alguma reação, os socos que Nico me infligia continuaram por mais alguns segundos. Amanda se aproximou de nós e encarou a cena, logo dizendo:

– Nico, pare!

– Reaja! – Gritava ele, entre os socos – Seu covarde!

Nico me socou mais uma vez antes de parar, pela insistência de Amanda.

– Amanda, o que há com você? Ele quer te matar! Eu...

Nesse momento de distração, eu libertei facilmente meus braços, agarrei a cabeça de Nico e acertei uma cabeçada em seu nariz. Sangue começou a sair das narinas, em seguida eu o empurrei para o lado e chutei suas costelas.

– Me poupe desse discurso, di Angelo. – Digo – Você não acha que se eu realmente quisesse matá-la eu não teria feito isso antes? Eu tive tantas oportunidades, no barco, na floresta, quando eu a encontrei chorando ao ver o que Neil tinha feito com o Gabe. Ela podia ter fugido enquanto nos enfrentávamos ou até te ajudado... Nico, é isso o que ela quer.

– Cala... do!

Nico avançou sobre mim e agarrou a minha cintura, mas eu encaixei sua cabeça numa chave de braço e dei três joelhadas em seu peito. Isso o fez perder o ar e por isso ele caiu no chão novamente.

– Ben!

– Parte de mim odeia essa idéia tanto quanto você, Nico. – Eu encarei Amanda – Saiba que eu nunca tive intenção de matá-la, pois não é assim que funciona. Na lenda, não foi meu pai que matou Arya para conseguir aquele poder, foi a Arya que tirou a própria vida... ela se sacrificou pelo seu povo.

De repente uma sensação percorreu o meu corpo numa fração de segundo, algo como uma mistura de alivio com insanidade. Era um sinal. O sinal que eu estava esperando desde que os poderes do Herdeiro começaram a ficar descontrolados.

– Meu pai... foi derrotado. – Sussurrei para mim mesmo.

Akhlys apareceu no meu lado na mesma hora, ela transmitia seu cansaço cada vez que respirava. Em suas mãos tinha uma espécie de gema alaranjada, era o que ela tinha ido buscar quando me deixou com Amanda e Neil. Era a Essência Divina.

– Ben, pegue. – Disse ela.

Eu peguei a gema e assim que a apertei com os dedos, senti o poder da morte me consumindo. Aquela gema era a penúltima parte do plano, ela me dava o poder do meu pai por algum tempo, que era o que eu precisava para a última parte. O sacrifício. Eu me aproximei de Amanda e toquei seu ombro.

– Amanda, faça! – Gritei – Quando ainda há tempo.

– Não... – Disse Nico – Amanda, por favor...

– Eu lamento Nico, mas é isso que quero.

Amanda pegou sua própria adaga e a cravou em seu peito. Na mesma hora, um brilho branco começou a sair da ferida, me envolvendo em seguida. A sensação era indescritível, mas sentia que podia fazer tudo. Então o brilho dissipou e Amanda caiu no chão, morta.

– Não! – Gritou Nico, incrédulo.

– Obrigado. – Digo, assim que me ajoelhei ao lado de Amanda.

Na hora, eu me lembrei de um fato curioso, eu sou o deus de morte agora e, consequentemente, eu a controlo. Assim eu retirei a adaga do peito dela e disse umas palavras em grego antigo, tipo “acorda pra cuspir!”. E toquei no peito dela e lhe devolvi sua alma. Amanda soltou um suspiro longo, para que seus pulmões enchessem de ar novamente.

Meu objetivo aqui estava completo, agora a próxima etapa era encerrar a guerra que estava acontecendo no Acampamento Meio-Sangue. Eu dei uma última olhada em Nico, que em algum momento tinha perdido a consciência (era uma questão de tempo mesmo).

– Akhlys, cuide deles.

– Claro. – Respondeu ela.

Então, eu não sei direito o que eu fiz, mas no segundo seguinte, eu estava sobrevoando o Acampamento, de onde eu conseguia enxergar tudo o que acontecia.

A linha de frente defensiva estava se partindo, os diversos monstros avançavam sobre os autômatos e semideuses. Mas dentro da linha inimiga, um grupo de três semideuses estava tocando o terror, matando e destruindo todos os monstros sem dó. Eu logo os reconheci, Annabeth com sua adaga e espada; Frank que variava suas transformações entre dragão, urso e fuinha; e Leo, que incendiava tudo que tinha pela frente.

Eles abriam caminho até uma espécie de estrutura móvel que tinha de pedestal ritualístico antigo em cima, nesse tinha uma garota amarrada que parecia ter suas forças sugadas a cada segundo que passava. Eu fui até lá em menos de um segundo, surpreendendo ela e os monstros que a protegiam. Eu os transformei em pó com apenas um movimento com as mãos. Cara, eu estava foda.

Antes que eu pudesse tirá-la de lá, sinto algo me atingindo bem no peito, me jogando a alguns metros de distancia do pedestal. A dor que eu senti foi mínima graças aos poderes que tinha agora, mas acho que teria sido diferente se não tivesse. Assim que me levantei, invoquei minha foice e encarei o que tinha me atacado.

– Chaos.

O deus tinha uns 2 metros e meio de altura e se aproximou levitando a alguns centímetros do chão.

– O que faz aqui? Não devia estar cumprindo seu destino, Herdeiro. – Disse ele, sua voz parecia uma mistura de várias outras. Como se várias pessoas falassem ao mesmo tempo.

– Eu estou fazendo o que tenho que fazer, no momento é salvar o acampamento e destruir você.

Chaos esticou a mão e novamente uma força invisível me atingiu, me jogando contra uma árvore. Eu não estava muito afim de ficar ali o dia todo, então comecei a atacá-lo com tudo. Chaos não usava armas, assim usou os próprios braços para se defender da minha foice. Então ele agarrou a minha foice pelo cabo e puxou para si, me levando perto o suficiente para que ele me pegasse pelo pescoço.

– Você pode estar mais poderoso que muitos deuses, mas nunca terá poder suficiente para me enfrentar. – Disse Chaos, apertando meu pescoço com seus dedos negros.

De onde estava, consegui ver Annabeth, Frank e Leo chegar ao pedestal. Leo torrou o último ciclope que tinha por perto e Frank pegou a garota com a ajuda de Annabeth. Ela olhou pra mim e acenou como se disse “ele é todo seu”.

Eu não entendi na hora, mas o aperto no meu pescoço começou a diminuir. Chaos olhou pra o pedestal e rangeu os dentes, ele estava nervoso. Eu agarrei minha foice com força e o ataquei nesse momento de distração. Dessa vez a lâmina perfurou sua perna, a dor deve ter o feito me largar.

Eu girei a foice e tentei atacá-lo novamente, mas ele recuou para evitar a lâmina e contra-atacou usando a força invisível. Eu evitei o primeiro, que retirou a árvore do solo assim que a atingiu. Mas o segundo me acertou na cabeça, me jogando a alguns metros de distância. Eu estava começando a ficar muito irritado com esse ataque.

Quando encarei Chaos, notei que seu ombro estava começando a desaparecer, como se estivesse se tornando fumaça. Não estava assim antes, o que mudou? A resposta veio assim que me lembrei da garota, aquele pedestal tinha o propósito de fazer Chaos manter a forma física, usando a energia vital dos semideuses. Essa era a razão dos desaparecimentos que aconteceram no último ano, Chaos não podia (ou era impedido) de ter uma forma física.

Agora a garota foi salva e nada o prendia na Terra mais, mas ele ainda podia fazer muito estrago. Chaos avançou sobre mim, mas eu rolei pro lado e ataquei com a foice. Meus ataques estavam ficando cada vez mais rápidos e Chaos estava sentindo a pressão. Seus ataques com a força invisível não tinha o mesmo efeito que antes, estavam cada vez mais fracos.

Eu peguei impulso numa árvore e saltei, dando um ataque que cortou a lateral da cabeça do deus. Quando cheguei a terra, Chaos tentou me atingir com as costas das mãos, mas eu agachei no último segundo. Eu ataquei com minha foice e a cravei bem no seu abdômen. Sangue dourado começou a escorrer da ferida, mas assim que chegava ao chão, se tornava preto.

– Eu não vou ser... humilhado dessa maneira! – Gritou ele.

Então ele me agarrou pelos ombros e todo seu corpo começou a brilhar. Minha pele começou a arder dolorosamente, parecia que eu iria derreter. Chaos estava mostrando sua verdadeira forma, seres mortais podiam virar pó apenas por estar perto de tal evento. Mas no era o meu caso.

A floresta ao redor começou a desaparecer por causa da força que Chaos emanava, se aquilo continuasse, o acampamento podia ser destruído. Eu me soltei dele e girei minha foice e o ataquei num movimento desesperado para acabar com aquilo, mas então tudo ficou branco, como se a morte finalmente tivesse me alcançado.


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Notas finais do capítulo

O último capitulo já está pronto, posto semana que vem sem falta

Valeu e até a proxima



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