O Herdeiro da Ruina escrita por Fail Name


Capítulo 28
A Lenda de Arya


Notas iniciais do capítulo

É... mais de um mês sem postar, desculpa por isso :p
Então continuando e vou postar mais cedo na proxima vez, é... boa leitura



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POV Nico

Quando sai das sombras notei que estava no pavilhão do Acampamento Meio-Sangue. O lugar estava escuro, a pouca luz que tinha vinha da Lua que brilhava solitária no céu. Ajudei Amanda se levantar e ela disse:

– Por que você nos trouxe aqui?

– Benjamin disse para falarmos com Quíron, não?

Seguimos direto para a Casa Grande atrás de Quíron. A porta estava aberta e entrei quase a arrombando-a. Percy estava deitado no colo de Annabeth no sofá quando entrei, eles se assustaram não por eu ter quase destruído a porta, mas sim por eu estar ali.

– Nico! Quando você voltou? – Disse ele.

– Agora. Percy reúna os outros, eu consegui novas pistas sobre a Profecia e chame Quíron, é muito importante.

Em questão de minutos, Hazel, Frank, Quíron e Jason se juntaram com Percy e Annabeth na sala do escritório de Quíron, que me perguntou por que reuni todos ali.

– Encontrei Benjamin em Nova York.

– Jura? – Disse Percy – Isso é ótimo!

– É, o encontrou lutando contra Zeus, Ares e um dragão de 60 metros. – Disse Amanda, sem rodeios.

Todos me encaram surpresos, querendo mais explicações. Fiz um gesto de que contaria mais tarde, me virei para Quíron e digo:

– Quíron, você sabe algo sobre a Lenda de Arya, essa lenda é a chave para interpretar o final da Profecia da Ruína.

Quíron olhou para Amanda por um momento e foi até sua cadeira dizendo:

– Arya... Pensei que nunca ouviria esse nome outra vez.

Amanda e Hazel sentaram no sofá do escritório, esperando a explicação. Jason sentou numa das cadeiras perto da parede, Frank se apoiou no armário e Percy encostou-se à parede, pensativo.

– Quíron, eu já vi de tudo nos livros e pergaminhos que contam sobre a mitologia grega e nunca vi nenhum deles citar esse nome. – Comentou Annabeth.

– Isso é porque a Lenda de Arya não está em nenhum livro ou pergaminho. Sua historia se perdeu no tempo como centenas de outras lendas e mitos. Só os seres antigos e sábios sabem contar por completo essas historias perdidas. – Quíron encostou-se à parede, pensativo – não pode ser coincidência.

– O que?

– A pessoa que me contou essa historia há muito tempo atrás. Nunca entendi porque ela fez isso, mas agora eu entendo. Ela sabia que isso aconteceria e que precisaria ser contada.

– Isso é ótimo! Mas quem te contou? – Perguntou Hazel.

– Tânatos.

– Por que ele iria...

– Annabeth – Digo, interrompendo-a –, depois questionaremos os motivos dele, mas por hora, quero ouvir a lenda.

Annabeth assentiu e sentou no sofá, esperando Quíron começar.

– A historia dessa garota começou há muito tempo atrás, alguns milênios depois que Prometeu criou o primeiro homem. Uma época em que pequenas civilizações que futuramente seriam colossais e marcantes na historia eram apenas vilarejos, quando a escrita estavam dando seus primeiros passos para alguns e já era avançada para outros. Ouso dizer que era um tempo otimo de se viver.

“A humanidade evoluia rapidamente, mas uma civilização isolada do resto das outras já tinha se tornado uma potencia gigantesca, com um reino justo e poderoso, fadado a ruina desde sua criação. Arya nasceu como uma princesa desse lugar.”

– Como se chamava esse reino? – Perguntou Annabeth, curiosa.

Quíron ponderou e respondeu devagar:

– Atlântida.

Todos ali presentes ficaram inquietos. Atlântida, a ilha mais misteriosa do mundo. Todos duvidavam da sua existencia, muitos semideuses entraram no Mar de Monstros só para procura-la e nunca voltaram.

– Arya, a princesa de Atlântida... – Disse Jason, vagarosamente.

– Continue Quíron. – Disse Percy.

Quíron limpou a garganta e continuou a historia.

– Arya sempre foi uma princesa gentil com seus súditos, roubava pão e leite da cozinha de seu próprio castelo para doar aos pobres, fazendo isso, ela sempre foi bem vista pelos pobres e escravos. Ela tinha um irmão mais velho que tinha se tornado rei muito cedo, pois o pai de ambos morreu num confronto contra um monstro marinho. Era visto como um rei justo e inteligente, sempre fazia as escolhas certas e buscava soluções simples e seguras em problemas sérios, por ter tanta astucia e sabedoria, várias pessoas diziam que ele tinha recebido a benção de Atena ao nascer.

“Uma jovem garota certa vez perguntou para Arya até quando ela ajudaria os pobres e o que ela espera ganhar com isso. Arya respondeu que ajudaria todos os dias de sua vida e que não esperava ganhar nada, pois ela já tinha tudo o que precisava, depois dessas palavras jurou pelo Rio Estige que sempre ajudaria os necessitados.”

“Certo dia, Poseidon ouviu falar da bondade de Arya e decidiu visitá-la com o intuito de conhecê-la melhor. Disfarçou-se como um velho ancião e foi até os portões do castelo, pedindo água e comida, mas Arya tinha ficado doente dias antes, não podendo compartilhar sua comida e água, ou seja, não iria conseguir cumprir sua promessa. Poseidon esperou por uma semana nos portões pela água e comida. Até que no oitavo dia, sentiu-se como um tolo e achando que a bondade de Arya era apenas uma mentira, então como punição por ser enganado, lançou uma maldição no reino.”

– Que terrível! – Comentou Amanda – Nunca pensei que Poseidon faria algo assim.

– Na verdade é bem compreensível – Disse Percy –, meu pai tinha um gênio complicado naquela época, ele era jovem e queria impor respeito nas pessoas.

– Que tipo de maldição ele colocou no reino, Quíron? – Perguntou Hazel.

– Ele deu um prazo de destruição do reino de Atlântida.

– Não é bem uma maldição e não me parece tão ruim. – Disse ela.

– Pode não parecer tão ruim, mas pense um pouco. Se você mora-se numa ilha sem contato com o continente e soubesse que ela iria ser destruída em uma semana, o que você faria? – Questionei.

– Viveria cada dia como se fosse o ultimo ou tentaria fugir.

– É uma resposta comum, imagine milhares de pessoas desesperadas querendo um meio de se salvar, agora junte pessoas que podiam fazer o que sempre quiseram ser temer as autoridades. O que resultaria?

A pergunta pairou no ar até Annabeth responder.

– Caos. Resultaria em caos em toda ilha.

– Exatamente, e quem vocês acham que esse povo desesperado por salvação iria atrás?

– Arya...

– Pode não ter sido de propósito, mas Poseidon conseguiu fazer o povo cobrar a promessa que Arya fez a eles, mas como ela iria ajudar as pessoas a evitar a morte sabendo que foi ela que causou toda confusão. – Quíron acendeu seu cachimbo, deu uma tragada e soprou a fumaça cinzenta – Arya rezou todos os dias para todos os deuses pedindo para que a ajudasse a salvar o reino de Atlântida, mas nenhum deus ou deusa quis ouvir sua prece. Até que um decidiu ouvi-la, o menos provável de todos. Acho vocês conseguem imaginar quem.

– Tânatos... – Disse Annabeth.

– Sim, Tânatos foi ao seu encontro numa noite e o prazo de Atlântida terminaria no dia seguinte. Ele propôs um acordo que se ela estivesse disposta a aceitar, poderia salvar todos os habitantes levando-os para o continente, mas Atlântida teria que deixada sob a fúria de Poseidon. Ela teria que ser sacrificada, pela sua promessa não cumprida e pelo seu sangue, em nome de Tânatos.

– Não entendi. – Disse Percy.

– Idiota, Tânatos queria que Arya se matasse por ter feito um juramento que não podia cumprir, fazendo isso ele poderia salvar os outros. – Disse Jason.

– Isso eu sei! Mas ela também seria sacrificada pelo “sangue” que ela tinha, foi isso que eu não entendi, que sangue Tânatos se referia? Ela era uma semideusa?

– Sim, ela era filha de Irene.

Meu corpo gelou.

– O que tem de especial ser filha de Irene? – Digo, tentando conter meu tom de voz.

– Os descendentes de Irene, quando sacrificados em nome do Deus da Morte, dariam o poder de acabar com qualquer conflito ou guerra, com qualquer peste ou epidemia, até com a...

– Destruição do mundo? – Perguntou Hazel.

– Provavelmente... – Murmurou Quíron.

– Mas não tem semideuses filhos de Irene no Acampamento. – Disse Annabeth.

– Mesmo se tivesse, Benjamin está sugerindo que sacrifiquemos um semideus para acabar com a guerra?! – Perguntou Percy, nervoso.

Todos pensaram sobre aquilo. Benjamin não iria sugerir isso se não fosse o ultimo recurso.

– O que Arya fez, Quíron? – Perguntou Amanda, sua voz estava estranhamente controlada – Ela se matou?

– Sim, com uma faca no peito. Tânatos usou todas as Queres em seu comando para resgatar os habitantes, ele cumpriu sua palavra. Creio que se ele não tivesse feito, nunca ouviríamos sobre Atlântida e seus mistérios.

– Entendi.

Amanda saiu correndo do escritório, todos estranharam sua reação calma e equilibrada.

– Estranho. Então, Quíron a deusa Irene é deusa do que? – Disse Jason

– Deusa da Paz, sua equivalente romana seria a Pax.

– Pax? Amanda é filha de Pax, então ela... poderia servir como sacrifício.

“Benjamin aquele desgraçado”.

– Eu não vou deixar ninguém fazer isso com ela.

Sai da sala, procurando por Amanda. Eu a segui pela trilha de pedra até a área dos chalés. As luzes de todos os chalés estavam acesas, talvez eles estivessem se preparando pra dormir. Amanda se sentou perto do chafariz de mármore que ficava no meio dos chalés e ficou olhando a Lua refletida na água.

– Eu não me lembrava que tinha isso aí. – Comentei. E era verdade.

– Talvez porque você não presta atenção nas coisas ao seu redor – Ela olhou pra mim, seus olhos estavam inchados por causa do choro –, como por exemplo, não notou que você levou um tiro de raspão no ombro esquerdo.

Olhei pro meu ombro e ele estava todo ensanguentado, nesse momento senti a dor aguda na ferida.

– Ai. – Digo.

– Pois é, acho que você precisar de alguns pontos no ombro e uns parafusos na cabeça. – Bufou ela.

– Por que está falando assim?

Ela se levantou com raiva e disse apontando o dedo na minha cara.

– Porque... porque... Eu não aguento mais isso! Em todo lugar que eu vou só tem profecias e pessoas malucas como você! Você ouviu o que o Quíron disse, Arya salvou as pessoas da ilha inteira, ela fez o que nasceu pra fazer. Eu nasci para o mesmo propósito e...

– Eu não vou deixar! Não vou perder mais ninguém, ainda mais você!

Ela abaixou a cabeça e sussurrou:

– Isso é egoísmo.

– É sim, eu vou ser assim até tudo isso acabar. – Eu a abracei e nossos lábios se encontraram. Cara, eu queria fazer aquilo há muito tempo. Sempre tinha algo que nos interrompia, as pessoas, os problemas, a vergonha. Mas esse momento, parecia que não tinha nada pra nos preocupar, só tinha nós, era um momento só nosso.

Que infelizmente, teve que acabar.

– Nico... – Sussurrou ela.

– O que foi?

– Tem uma moita olhando pra gente.

Quando ouvi aquilo achei que fosse um código pra... então, olhei para o arbusto e vi algo se mexendo nele. Invoquei um esqueleto e o mandei para o arbusto, o que saiu dele foi Benjamin com a maior cara de pânico.

– Ben! – Exclamou Amanda.

Akhlys saiu do arbusto logo depois, com um crânio na mão.

– Ei Nico, você me assustou – Ela apertou a crânio, que rachou com sua força – Não faça isso de novo.

Akhlys se sentou num banco perto do chafariz.

– Nico você falou com o Quíron?

Cheguei perto dele e dei um soco em seu rosto. Ele olhou pra mim confuso.

– Por que você fez isso?!

– Porque você é um idiota, como você ousa sugerir que sacrifiquemos a Amanda pra ganhar essa guerra?! Depois de tudo o que aconteceu, ela é sua amiga, droga!

– Não, Espera! Não foi isso que eu quis dizer, – Ele esquivou do meu segundo soco – eu só quis te mostrar o motivo por eles terem ido destruído o Posto Avançado! Foi para encontrar ela e matá-la antes do inicio da profecia. Eu deixei escrito no bilhete.

– Hum...

– Você leu o bilhete, não é?

Eu recuei e peguei o bilhete, dei uma rápida leitura e quase não acreditei no que li. Benjamin conseguiu interpretar a profecia quase que por completo. Amanda esperou algum comentário, mas eu apenas a olhei com uma expressão de confusão.

– Que tal irmos falar com o Percy agora? – Sugeriu Akhlys.

– Não vai dar tempo. Ben, eu acho que temos que ir agora.

Benjamin assentiu.

– Amanda entregue o bilhete para Percy, prepare algumas coisas para uma missão. Akhlys vai ficar e te levar até nós quando estiver pronta, nos encontramos no caminho. – Benjamin olhou pra mim – Vamos?

– Vamos.

– Espera! encontrá-los no caminho pra onde? Onde vocês vão?

Abri um portal numa sombra e antes de entrar Benjamin disse:

– Para o Mar de Monstros.


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Notas finais do capítulo

Mar de Monstros, pois é, vou dar um novo ar para essa fic... Até a proxima gente
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