– Eu não vou parar de procurá-la! A obaa-chan ficou completamente louca!! – gritava Naruto.

– Naruto! Ela é a Godaime, mais respeito! – disse um dos agentes da ANBU, que correu quilômetros atrás do loiro que tentou fugir, junto com outros dois parceiros de equipe.

– Seja racional, Naruto. Nós a procuramos por dias a fio, sem parar, e não tivemos sequer um sinal, uma pista de onde ela esteja, ou por onde partiu. Sakura está longe, mais do que podemos imaginar. Nós não vamos conseguir encontrá-la ainda. Estamos de mãos completamente atadas!

– Eu vou achá-la! Ela não vai fugir de mim – berrou outra vez o loiro.

– E como pretende continuar? Você usufruindo demais do chakra da Kyuubi, consequentemente dando de mão beijada o seu próprio a ela. Você vai acabar morrendo, Naruto! Ela vai matá-lo!

– Ela não ousaria!

– E por quê não? A raposa precisa de chakra para sobreviver, tanto quanto todos nós.

O silêncio se fez presente perante o fato. Um silêncio tortuoso, e desesperador. Naruto não queria virar as costas para Sakura, e se recusava a abandonar a busca. Seu plano era encontrá-la nem que tivesse que procurá-la em cada canto do mundo, e só voltar para vila com ela ao seu lado. Não se permitiria desistir, não como a própria Tsunade, aquela que Sakura considerava como sua segunda mãe, fez. Por mais cansado que estivesse, por mais risco que corresse. Encontraria Sakura e a levaria de volta para casa nem que precisasse obrigá-la.

– Sakura sabia sobre as consequências de sua escolha, Naruto. Você, agora, é o herói da vila. Seu nome está marcado na história de Konoha tanto quanto os dos demais hokages. Não pode abandonar Konoha por ela. Ela é uma nuke-nin agora, Naruto.

– Cale-se!

Os punhos de Naruto estavam fechados ao lados de seu corpo. A raiva lhe ardia como se fosse uma chama se alastrando por seu corpo pela maneira como os três agentes a sua frente se referiam a Sakura.

– Se qualquer um de vocês tentarem me impedir, que tentem agora. Mas, se não se atreverem, é melhor não entrarem mais no meu caminho. Agora ela pode ser considerada uma nuke-nin, mas tudo o que ela está tentando fazer é trazer Sasuke de volta. Exatamente tudo aquilo que vocês também estavam tentando fazer por ela. E é tudo o que eu vou continuar tentar fazer, mesmo que sozinho.

O chakra da Kyuubi se alastrou por Naruto e num piscar de olhos ele já estava correndo entre as árvores outra vez. Os agentes ANBU desistiram de tentar segurá-lo, e tomaram a mesma rota de seus parceiros de equipe que já deveriam estar longe. Naruto continuou sozinho, mesmo procurando as cegas por Sakura, com a esperança de encontrá-la ainda acesa em seu coração.

Ele ainda nutria amor por ela, e ainda a oferecia seu coração de todo bom grado. Sabia o quanto poderia ser arruinado nas mãos de Sakura, e estava disposto a depositá-lo nas mãos de outra pessoa quando conversaram pela última vez sobre seus sentimentos. Contudo, quando soube que ela partira, imaginar-se sem ela lhe causou dor. Desespero. Angustia e infelicidade.

Enquanto procurava por ela, Naruto criava esperança de que poderia fazer Sakura amá-lo. Ainda sabendo que ela amaria Sasuke até mesmo morto. E ela o encontraria para provar isso.

Sakura ainda corria entre florestas, campos e cidade já com pistas dos caminhos por onde Sasuke andou nos ultimos dias. Até então procurava-o em lugares longes das cidades, por qualquer um que passasse e por duas vezes encontrou um dos locais que Orochimaro habitava. Certamente onde Sasuke já esteve um dia. O procurou pelos dois lugares antes de em um só soco os fazer em pedaços e riscá-los de sua lista, consequentemente acabando com as chance de Sasuke poder voltar a habitá-los também.

As pistas que tinha até o momento eram duas. Passou por cidades, vilas e fazendas perguntando por Uchiha Sasuke, dizendo ter sido designada a capturá-lo pela traição a vila da folha. Um senhor de meia idade disse ter ouvido rumores de que o Uchiha estava pelas bandas da Vila da Nuvem, no país do Trovão. Segundo boatos, dois nuke-nin procurado da Vila da Nuvem o enfrentaram e apenas um sobreviveu para contar sobre o confronto. Por isso ter ocorrido a semanas atrás, Sakura deduziu que Tsunade-sama já sabia e não lhe contara nem mesmo a Naruto. Não a culpou, afinal, sabia ao que ela temia.

Outra pista que conseguiu fora a de uma família dona de uma pequena fazenda ao longo do caminho que percorria até o país do Trovão. Segundo a filha do casal de fazendeiros, ela procurava a noite por um de seus brincaquedos que havia perdido brincando durante a tarde. Ao chegar perto das plantações, viu duas silhuetas cobertas com capas e com as cabeças cobertas pelos capuz. Conseguiu identificar uma mulher, sendo a de silhueta menor, arrancando alguns tomates. Segundo a descrição da garotinha, ao olhar para a silhueta maior, dois pares de olhos vermelhos borrados com manchas pretas a fizeram gritar e sair correndo para dentro de casa chamando por seus pais.

Sakura não tinha duvidas de que os ladrões de tomates eram Sasuke e Karin, e seguiu para a direção que a garotinha apontou junto com os pais. Não negava a pequena pontada de ciúme que lhe corroía o peito ao imaginar os dois juntos, sem saber que tipo de relacionamento nutriam entre si.

Logo tratou de se concentrar totalmente ao caminho e proibir-se de imaginar bobagens. Mais tarde, na noite do mesmo dia Sakura havia entrado no país do Trovão, sentindo-se cada vez mais perto de encontrá-lo.