O céu nublado.

Um pássaro negro que voa em círculos.

É assim que nos vejo.

Por mais que tentemos, insistirmos,

no fim restara apenas nós mesmos, novamente

sozinhos em uma imensidão de um terrível branco.

Sufocante.

Sufocante apesar de todo o ar que nos é permitido, de tudo que podemos

fazer.

Não podemos.

De que adiantou olhar em uma direção diferente de todo mundo? todos

caminhos levam até aqui.

Vazio.

Vazios como vasos esperando para receber uma flor para alojar em si.

Tendo uma falsa sensação de satisfação, sendo que no fim não era isso, não

era aquilo, não era nada.

Enfim o pássaro descansa, e agora? voar para onde? para que? para onde

quer que vá, nada nunca muda, é sempre essa mesma cor, não existe lugar

para ir nem para voltar, aqui e somente aqui é a existência.