POV Hermione

Eu estava confusa, confesso, mas não posso negar que estar ali, em seus braços, rodeada por Londres, era maravilhoso e confortante. Não posso negar que já senti uma pequena atração por Ginny. Era loucura, claro. Eu nunca havia me apaixonado por garotas antes, mas Ginny era diferente. Ela era minha melhor amiga.

Durante todo o caminho ela segurou minhas mãos de uma forma doce, pude sentir sua pele quente contra a minha. Chegamos perto do Caldeirão Furado, onde o motorista nos olhou de uma forma desconfiada. Não é normal deixar duas jovens num bar aparentemente sombrio.

Adentramos o pub onde alguns bruxos bebiam e comiam; a maioria deles era hóspede. Recebemos olhares indiscretos vindos de todos os presentes. Acenei a cabeça para Tom, o dono do bar, e apertei a mão de Ginny. Paramos em frente a lareira e pegamos o pó para a viagem.

Chegando à Toca, Sra. Weasley estava na cozinha e levou um susto com o barulho que fizemos, ela foi correndo nos abraçar e nos oferecer comida, Ginny aceitou, e eu subi as escadas para tomar um banho.

Enquanto a água caía em meus ombros, lembrei-me do nosso beijo. Doce e apaixonado. Por que, Ginny Weasley? Por que logo você? – me perguntava. Algumas lágrimas insistiam em cair, não sabia o que fazer, não sabia o que dizer. Batidas na porta me despertaram.

–Mione? Tá tudo bem?

–Tá sim, Ginny. Por quê?

–Porque têm uns 15 minutos que você está aí. Anda logo, preciso tomar banho!

–Me desculpa! – fechei o registro depressa e peguei a toalha enrolando-a no meu corpo. Abri a porta e deparei com ela com um olhar devorador. Ela me olhou dos pés à cabeça, analisando. – Gosta do que vê?- provoquei.

–Não brinque comigo, Granger. Dê-me licença.

Abri espaço para ela e fui me trocar. Logo depois ela saiu do banheiro usando uma calcinha vermelha. Ela se encaminhou ao armário e de lá tirou uma camiseta do Harpias de Holyhead, vestiu-se e me encarou.

–Obrigada por hoje, Mione. Foi maravilhoso.

–Por nada, Ginny, na verdade foi um praze... – ela se aproximou e me calou com um leve selinho.

–Você fala de mais, Granger- ela sorriu- boa noite- Se virou e foi deitar.

Toquei os lábios com as pontas dos dedos, passei a língua para senti-la de novo e sussurrei:

–Boa noite, Gi.

***

–Mione, acorda, poxa.

Abri os olhos, deixando-os acostumar com a escuridão do quarto, mesmo com pouca luz, pude ver sua cabeleira ruiva.

–O que foi, Ginny?

–Quero que veja isso!

Ela pegou em minha mão e me levou para os jardins, sentamos na grama e encostamos-nos a uma árvore, sem me largar por um segundo sequer. Ginny olhava para o céu com um jeito encantador.

–O que quer me mostrar?

–Diga-me as constelações que conhece.

–Como?

–As constelações, Mione. Diga-me quais você conhece.

–Não conheço nenhuma, Ginny. Desculpa

–Não tem problema. –ela deitou na grama- Você não vem?

Ri da situação e deitei-me junto a ela. O vento frio e calmo passando por cima de nós. Olhando para o céu de forma sonhador. Tremi de frio e Ginny me abraçou, era incrível como o calor do seu corpo acalmava o meu. Enterrei minha cabeça em seu pescoço e senti o seu perfume floral; ela me envolveu com suas pernas, agora cobertas, e nós ficamos ali por um bom tempo. Observando a quietude de tudo.

–Sabe, Mione, eu não consigo acreditar que você não conheça nenhuma constelação. – Eu tirei meu rosto de suas clavículas e ri.

–Bom, em Hogwarts, Uma História não fala nada sobre constelações. –Rimos mais e ela me abraçou forte.

–É? E o que você pode me dizer sobre Hogwarts?

–Que Ginny Weasley é muito romântica- eu a encarei, sorrindo- e muito sedutora, também- aproximei nossas faces, podia sentir sua respiração contra a minha. Nossos lábios quase se encostando, sua mão em meu rosto e a minha em sua cintura. Quebrei nossa distância com um longo beijo, que se tornou em algo intenso. Nossas línguas dançavam, as mãos, passeavam pelos ombros e cinturas. Ginny deixou meus lábios e foi para meu pescoço, dando leves chupões e mordidas. Minhas mãos haviam adentrado sua blusa e estavam arranhando suas costas, evitando deixar marcas. Ela deitou sobre mim e colocou seu joelho entre minhas pernas, causando uma sensação que eu nunca havia sentido antes, Ginny voltou a me beijar, e eu aprofundei nosso beijo, mas ela nos separou, colando nossas testas.

–Não podemos, Mione. Nós... Não... Me desculpa – sua expressão misturava confusão com prazer. Ela achava aquilo errado, assim como eu, mas estava gostando. Ginny se levantou e foi para dentro da casa, sem falar nada. Assim que cheguei ao quarto, ela já estava dormindo. Deitei-me e encarei o teto, permiti que algumas lágrimas rolassem em meu rosto. Por que me apaixonei pela Ginny? Logo minha melhor amiga, por quê? Ensurdecida pelos soluços mudos, acabei dormindo