Destemido escrita por ImRav3nclaw


Capítulo 1
Prólogo




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EM UM MOMENTO, LEO VALDEZ EXIBIA A MAGNITUDE DE SEU TRABALHO. No outro, ele estava caindo.

Claro que isso iria acontecer, claro que alguma coisa tinha de dar errado ou aquela não seria a fabulosa vida de Leo Valdez, o semideus.

Ele havia passado a tarde com a sensação de que havia algo errado e finalmente entendera o porquê. Uma mancha de óleo, uma simples manchinha que havia deixado para limpar mais tarde após um concerto rápido pela manhã causou um escorregão que o fez bater com tudo contra a amurada no navio, virar uma cambalhota e cair para o infinito. Algo incrivelmente estúpido, mas ao mesmo tempo inesperadamente rápido o suficiente para que ninguém fosse capaz de salvá-lo. O único ali que poderia fazer alguma coisa era Jason, mas um Jason inconsciente protegido por lençóis de algodão não poderia fazer muito.

Os rostos paralisados pelo medo de seus amigos ainda eram visíveis no momento em que ele resolveu focalizar Argo II com seus olhos. Decidiu que, se iria morrer, morreria olhando para algo que lhe desse orgulho, talvez isso amenizasse a causa de sua morte: burrice combinada à preguiça de limpar uma mancha de óleo estúpida com não mais que sete centímetros de diâmetro.

Bem na frente de seus olhos, Argo II desapareceu. Ele não havia piscado, não havia olhado para os lados, não havia desviado o olhar nem por um segundo. Como aconteceu? Embarcações como aquela não desapareciam em menos que um piscar de olhos, desapareciam? Com essa pergunta brincando em sua mente, o garoto atingiu a areia com um baque surdo.

Havia algo muito errado naquilo, não deveria existir areia ali. De acordo com Festus, não havia indícios de nenhuma ilha naquela região. Leo deveria ter atingido a água. O imenso, azul, cruel e infinito oceano. Só havia uma explicação possível: tinha morrido. Apenas a morte podia justificar o fato de que o impacto não o matara, já estava morto.

Outra coisa estranha: Não estava desacordado, não completamente.

De qualquer forma, não conseguia se levantar pois cada milímetro de seu corpo queimava em uma dor que aceitaria "excruciante" como apelido carinhoso. Permaneceu deitado, observando o que sua visão podia captar: céu azul, areia branca, pés correndo... Pés? Havia alguém andando em sua direção, ficando maior a cada passada. Leo fechou os olhos temendo o que poderia ser, imaginando um corpo a partir dos pés que vira. Esperou pelo frio toque da morte, mas foi surpreendido por mãos cálidas que, cuidadosamente, levantaram sua coluna até que o garoto estivesse sentado.

Abriu os olhos que se arregalaram ao focalizar o rosto da garota que o segurava, era apenas a criatura mais bela que já havia visto em toda a sua vida. Tão bela que o deixou atordoado demais para descrever sua aparência. Tentou pensar em algo inteligente para dizer, mas o que saiu de sua boca foi:

–Então toda aquela história sobre anjos serem lindos era verdade.

A garota abafou uma doce risada que Leo podia jurar ter feito seus tímpanos dançarem.

–Você cai do céu e eu sou o anjo? - Perguntou ela carinhosamente. -Estranho, não acha? Agora descanse, há muito tempo para falar mais tarde, herói.

E ele seguiu seu conselho, deixando-se cair na inconsciência que os braços daquela adorável criatura ofereciam.


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