A Minha Vida Mudou novamente escrita por Nessaaa


Capítulo 22
Capítulo 7 - Perdidos - Parte XI


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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- Quais suas últimas palavras, Black? – duas razões, a primeira por ter magoado minha Ness, e a segunda por quase ter nos entregado - mesmo que de brincadeira e bêbado - a nossa família. Jake estava frito na minha mão.

- O que? – perguntou surpreso, mas ainda tinha o sorriso sacana no rosto, talvez, só talvez eu ficasse com o lindo peito esculpido dele, eu ganharia uma boa grana, sem dúvidas.

- Já perguntei, Black – fiz uma pausa mais dramática – quais suas últimas palavras?

Ele gargalhou alto, chamando a atenção para nós, eu ainda o segurava pelo colarinho e tentava em vão erguer-lhe.

- O que você está fazendo, Isabella? – perguntou Edward fitando-me com uma das sobrancelhas erguidas, o queixo tremendo, e os dentes trincados, ele sem a mínima dúvida estava muito, muito, muito bravo.

- tentando matá-lo, não vê? – respondi cheia de sarcasmo, - oh, não, você é cego! – completei mostrando a língua para Edward, que imediatamente bufou com raiva pegando meus braços e tirando de Jake.

- Qual é, Edward, você não era o primeiro que queria matar ele? – revirei os olhos tentando me soltar de seus punhos incrivelmente fortes – Ou você agora virou bixa?

Era golpe baixo, eu sabia, mas tinha de provocá-lo, porque nossa! Se ele não queria Jacob morto ou capado, o mundo estava acabando, literalmente! E eu bem sabia que ele não era bixa. Ri com esse pensamento.

- Você quer que eu lhe mostre o quanto sou homem não é? – sorriu ele presunçoso, a voz rouca e sedutora. Assim ele convenceria até minha avó que não seria gay nunca. Aproximado sua boca de minha orelha e sussurrou – acabe logo com isso, e me espere em seu quarto, quero provar-lhe o quanto sou gay.

Nervosa, eu ri engasgando. E assim que ele terminou de falar, afastando-se deliberadamente de mim, eu quase, digo quase mesmo – porque me preparei para deixar Jake para trás e sair correndo até meu quarto, onde esperaria por ele para ter uma série de amassos com Edward Cullen, baby. ;*

Mas eu sabia que ele podia provar-me outra hora, certo? Era o que eu também esperava.

Então novamente eu caminhei até onde Black estava e contra ele disparei as palavras sem nem sequer saber o que dizia. Mas ao fim, eu notei o quanto estava sendo infantil e grossa. Nem eu mesma acreditava no havia falado.

- Se eu souber que você, Black – apontei para ele – falou mal de minha irmã novamente, ou até se sequer encostou um de seus dedos contra ela, eu o mato, entendeu? Mato! Você não é ninguém para dizer coisas a ela ou ofendê-la, ela é minha irmã e nada do que você diga a afastará de mim ou de minha família. Eu pensei que você era diferente, Jake. Pensei que ainda éramos melhores amigos, mas pelo o que vejo, você só piorou. Quem foi que te mudou dessa vez? Sam? Oh não, muito melhor, meu pai, foi? – eu ri devagar apreciando as doces melodias do som da minha risada sarcástica. – Levante, Jake, mostre-me o quanto você ainda continua sendo aquele ao qual sempre me apoiou, melhores amigos são pra isso, não é? Para dar conselhos, amar, respeitar e serem felizes, mas se você não levantar essa bunda do chão e tornar as coisas melhores para mim e para você nunca mais as coisas voltarão ao normal. Pois, a partir do momento em que você fala coisas horríveis para minha irmã, eu tenho que intervir, mesmo assim Jake, saiba que eu ainda te amo e espero que se desculpe com Ness, só assim poderíamos voltar ao começo de tudo. – com isso, dei as costas para ele e parti em direção a grande porta. Só havia restado eu e ele no gramado de casa e ao olhar uma última vez para trás, com grandes esperanças ainda esperava que ele viesse atrás de mim e resolvesse tudo, mas eu o vi ao chão, ainda fitando o vazio escuro.

Ao colocar todo meu corpo para dentro da mansão eu ainda olhei novamente onde ele se encontrava e antes que a porta fosse fechada ruidosamente eu escutei distantes soluços pesados.

Algo no fundo de minha mente pedia para ir ao jardim e chamá-lo para dentro, mas eu não o fiz, só encostei a porta e deixei que ele libertasse toda sua magoa e frustração. Longos minutos depois a batida na porta foi contida e baixa. Eu sabia que era ele, sabia que seria meu Jake, meu melhor amigo com cheiro amadeirado. Meu grandão bobalhão.

 Ao abrir a mesma, me deparei com seus grandes olhos pretos e sinceros. Ele havia voltado.

Com apenas um sorriso de volta, ele enlaçou seus grandes braços morenos em minha volta e puxou-me para o abraço mais contagiante do mundo e naquele momento eu soube que meu melhor amigo tinha voltado a ser o Jake que sempre fora.

Ficamos abraçados por tanto tempo que eu já estava até ficando meio grogue de sono e com dores no braço, mas antes que pudéssemos nos soltar e voltar com nossas vidas para a realidade – a qual daqui a algumas horas iríamos viajar – a luz foi acessa e tudo o que escutei foram risadas muito sarcásticas de alguém que eu conhecia muito bem.

- Ahh, que lindo o casal! – A voz de Edward veio forte e alta do topo da escada, ele vestia um robe e tinha o rosto e os lábios e linhas furiosas. – Querem arroz para celebrar? Ou melhor, querem um carro escrito “recém casados”? – ele riu novamente agora mais baixo – Oh, não, vocês ainda estão esperando que eu desça e cumprimente os novos noivos?!

Ciúmes, algo bem casual – pensei sarcástica pela milésima naquela noite, eu devia parar com isso.

   - Edward, não é nada disso que você está pensando! – em vão, tentei resolver as coisas da mais simples maneira. Mas ao dizer essas pequenas palavras a ele, foi como se eu estivesse mesmo fazendo algo errado.

Ah, Edward com ciúmes, que fofo. Tudo bem, nem tanto porque ele parecia bem bravo.

- Claro, claro, e eu sou o  Buzz Lightyear*, - (N/A: *Personagem do filme Toy story.) – E sempre pensei que eram os homens que falavam essa frase, Isabella.

- Isabella, não! – reclamei chateada com o nome, poxa, por que todo mundo ainda insistia nesse nome comprido?  

 - Claro, Bella – meu nome dançou em seus lábios finos enquanto ele descia as escadas com os olhos fixos no meu;

- Bells, você não tem que explicar nada pra esse idiota. – Um Jake falou alto e bem furioso. Eu senti a tensão entre eles, num ato insano os dois ficaram frente a frente.

-Vocês estão bêbados, - eu disse distraída com o olhar que Edward me lançava, as minhas mãos foram uma para cada peitoral, os impedindo de avançar sobre o outro – E está na hora de dormir.

Mas, ao invés de eles saírem e me deixaram sozinha na sala, continuaram ali os dois, um encarando o outro.

- Olha aqui! – subi meu tom para dar mais ênfase – Estou de saco cheio, ok? Puta que pariu! Vão dar à bunda, vão! Não tenho paz nem um minuto! Você Edward, - apontei meu dedo em seu peito forte – está parecendo uma mulherzinha pedindo explicações idiotas, e você Jake – apontei o dedo agora pro grandão moreno – está pior ainda, agora dão a mão e saem andando, ok?

Ignorando-me, os dois se entreolharam mais uma vez, antes de Jacob suspirar e relaxar o corpo, ao contrário de Edward, que ainda se encontrava na defensiva.

- Por que você se preocupa tanto com o que eu e ela fazemos? – perguntou Jake – vocês estão tendo um relacionamento por acaso?

O lábio inferior de Edward tremeu ligeiramente, ele abriu algumas vezes a boca, mas a fechou rapidamente me lançando um olhar que pedia pra que eu finalmente falasse a verdade.

Mas mesmo que eu quisesse acabar de uma vez por todas com as mentiras, eu não fiz. Apenas balancei a cabeça negativamente algumas vezes fazendo com que Edward saísse da sala sem nem nos olhar.

-Edwa... – tentei em vão chamá-lo, eu sabia que estava agora magoando o cara que eu tinha praticamente acabado de começar um meio que “relacionamento”, mas abrir o jogo pro Black? Mesmo se fosse a mãe dele bêbada, eu não abriria minha boca!

Ao notar que eu não falaria mais nada, Edward enfim terminou de subir as escadas com o olhar vazio e distante. Algo nele me dizia que as coisas não seriam mais tão fáceis assim.

 Fiquei observando o lugar por onde ele sumiu por tanto tempo que nem me dei conta que Jacob urrava no sofá da sala, com a mesma roupa e a cara amassada. Amanhã provavelmente ele amanheceria cheio de dores, mas nem me importei muito, decidi por ir até meu quarto tirar algumas horas de sono.

Chegando ao terceiro andar, me vi desesperada para arrumar as coisas com Edward, porque, cara, se continuássemos assim, não sairíamos disso.

Ao parar em frente a sua porta, eu deixei que meus dedos batessem levemente contra a madeira perfeita.

Como nada aconteceu, eu girei a maçaneta esperando que encontrasse Edward totalmente furioso a minha espera, eu entrei fechando a porta atrás de mim.

O quarto perfeitamente arrumado estava todo às escuras, eu pouco enxergava e meu nervosismo também não ajudava muito, tudo bem que o quarto dele era meio parecido com o meu, mas eu fiquei realmente perdida.

 - Edward? – eu murmurei com a garganta seca, mas o que eu escutei foi apenas silêncio.

- Edward? – tentei novamente, mas ainda sim, nada.

Tá, tá, eu sabia que devia sair do quarto dele, pois ele não queria me ver nem pintada de ouro, e que já estava tarde e amanha viajaríamos, mas eu só queria resolver as coisas, cara.

Tossi um pouco, por conta de ainda estar um pouco doente, e foi que senti uma pinicadinha na nuca. Sabe aquela sensação de quando alguém te observa? É essa mesmo!

Devagar, virei-me para o que me observava, mas novamente a escuridão tomou conta de meus olhos.

Depois senti alguém me empurrando contra a cama e o cheiro dele me invadiu. Edward.

- Por que, Bella? – ele sussurrou, seu hálito enchendo meu rosto – por que não contar a verdade? – ele foi se aproximando cada vez mais, seu rosto tão próximo ao meu, seu corpo tão próximo que eu fiquei tentada a atacá-lo ali mesmo. Ele me encurralou contra a cama.

- Sabe, você tem me magoado tanto! – falou colando mais seu corpo ao meu. Eu pude sentir tudo, sim, quando digo TUDO é TUDO mesmo.

Uou, se todas as vezes que ele ficasse com ciúmes agisse dessa maneira, era melhor eu me preparando para as doses com Jacob serem bem mais altas.

Tudo bem que agora nos encontrávamos tão próximos um do outro que eu era praticamente capaz de ver sua alma. Sem mais nem menos, sem nenhuma explicação, a boca dele apossou-se desesperadamente da minha em um beijo sem fôlego e apressado, onde sua língua circundava a procura da minha.

Como um bêbado à procura de álcool ele parecia procurar por mim, por meu gosto, por meu calor, um bêbado louco, que cada vez mais fazia com que eu me fundisse a ele.

Suas mãos passaram por meu corpo, costas, cabelo, costas novamente, até estar em minhas pernas e voltar. E quanto a mim?

Sem saber o que fazer, minhas mãos trêmulas e incoerentes fixaram fortemente em seus cabelos, minhas mãos agarrando-o tão forte que eu tinha certeza que no dia seguinte ele teria dores na cabeça.

Quando eu percebi, sua boca sugava forte meu lábio inferior, logo após sua mordida foi certeira pendendo meu lábio entre seus dentes, ele puxou, para soltar e puxar novamente repetiu isso um bom tempo até que recuperássemos o fôlego; e ao puxar o ar pelos pulmões, sua boca prensou a minha, seus dentes passando descontrolados por minha boca, uma de suas mãos em punho prendiam meus cabelos em um rabo de cavalo.

Quem nos visse assim, sem dúvidas pensaria que estávamos fazendo outra coisa.

 Então ele sugou de novo e mordeu, um gemido involuntário saiu de mim, e logo ele me prensou mais ainda na cama, seu corpo másculo e forte sobre o meu.

  Sua mão livre acariciou minha perna e subiu para minha coxa esquerda fazendo com que eu e ele soltássemos suspiros pesados.

Não querendo ser provocadora, mas sendo, fiz minha boca largar da dele, - o que foi algo muito difícil e doloroso – para colocá-la em seu pescoço, onde mordi forte, fazendo-o ofegar.

E foi quando a mão dele tentou abaixar meu shorts que eu despertei para a realidade.

- Não – murmurei sem fôlego agarrando a mão grande e forte.

Ele bufou alto, saindo de cima de mim e sentando como um índio na cama. Também sentei, arrumando-me - ou tentando.

 - Droga, Edward! – exaltada e sem fôlego falei. – Por que merda está me tratando assim?

- Vá embora – ele proferiu devagar.

- O que? – gritei, ele não podia estar falando sério, certo?

- Foi o que você ouviu, vá embora.

Era assim então? Eu estava sendo dispensada?

- Olha aqui Edward – tratei de me acalmar, respirando profundamente, uma, duas, três vezes. – Me desculpe, ok? – mas não surgiu efeito, pois Edward nem escutar me escutava, ele fitava o vazio a sua frente virado de lado. –Tá, olha, eu sei que errei – agora falei mais alto, pra ver se ele escutava, mas ainda sim, nada. Ele nem se quer virou-se para olhar-me nos olhos – eu sei, eu sei que magoei você, que os abraços com ele ao pé da escada magoaram seu coração, eu sei também que os sorrisos lançados a ele feriram sua alma, eu sei que tudo o que fiz, não há como ser perdoada de uma hora para outra, eu sei que fui burra e inconveniente, eu sei que não assumir nossa situação para a família toda é bobagem e também o fere, eu sei que agora você está me odiando mais que tudo, eu sei que você nesse exato momento está mexendo uma das sobrancelhas, que seus lábios estão entreabertos, que suas mãos estão apertando a barra de sua camisa, sei que seus olhos estão denunciando o quão magoado você está, sei que quer me xingar de todos os nomes possíveis, e me mandar embora daqui para acabar logo com essa palhaçada.

“Sei que você está pensando que eu podia estar quieta agora, eu sei o quão lindo você é, sei que as mulheres o acham muito atraente, eu sei que se eu deixasse, você iria correndo ao quarto de nossos pais os acordar para contar de nós, eu sei que você seria um ótimo marido, um ótimo pai, um ótimo amigo, eu sei de praticamente tudo Edward, mas parece que isso não é suficiente, que só de olhar para Jacob, Rodrigo, qualquer outro homem eu já o magôo.”

“Edward, ele é meu amigo, meu melhor amigo, eu convivo com ele praticamente desde quando ele nasceu! Isso não vai mudar, você queira ou não. Sei de mais coisas sobre você, do que dele que sempre convivi. E sei também que você nem se quer vai mexer-se ou dizer algo agora para mim.” – suspirei.

Calei-me, nada mais havia de ser dito. E como a boba que eu era, eu esperei, esperei que ele se virasse e falasse que me perdoava por tudo. Esperei por tanto tempo, que eu já estava praticamente cochilando.

- Sim – séculos depois.

- Humm? – murmurei incoerentemente.

- Sim – ele proferiu mais alto. Fiz meus olhos abrirem para fitá-lo.

- Sim, o que? – perguntei já cansada.

- Sim para praticamente tudo.

- Ah, ok – sussurrei querendo desesperadamente que ele acabasse com o monólogo.

- E... – meus olhos fecharam-se, cansados. Ok,ok, logo agora que ele ia falar alguma coisa, mas eu só escutava um zum-zum-zum e algo mexendo ao meu lado, logo depois, os braços fortes e macios me envolveram.

 - Desculpe mesmo, amor. – sussurrei quase caindo na inconsciência.

- Tudo bem, tudo bem, querida. – ele murmurou em meus cabelos. – espere, me chamou do que?

Resmunguei, eu queria dormir.

- Desculpe, Edward, quer que eu chame a porra da CNN aqui para contar ao mundo a minha derrota? – perguntei quase estressada, seus carinhos eram tão bons.

- Não, sua chata e sim, seria bem interessante a parte da CNN cobrindo algo tão lindo! – riu ele – e eu estava me referindo à parte do “amor’!

- Ahhh – claro, né – quer que eu repita?

- Sim, por favor – manhoso pediu.

- Vá à merda porque não sou nenhum gravador!

  Novamente ele gargalhou, bom sinal, bom sinal, bom sinal!

- por favorrrrrrr – pediu novamente descendo os beijos pelo meu pescoço.

- amor – sussurrei – amor, amor, amor, amor infinitamente. Agora boa noite.

- que fofa! – riu maroto passando a mão por meu cabelo. – boa noite, my dear.

- noite. – ele puxou-me para um rápido selinho.

- Você é minha, - logo depois de me beijar falou forçando-me a abrir os olhos e fitá-lo – e desculpe por àquela hora, que eu ataquei você, sério, eu perdi a cabeça.

- Está perdoado, agora DURMA homem! – revirei os olhos antes de cair em seu aconchegante peito aninhando-me tão perto a ponto de ouvir o familiar som de seu coração. Sim, agora éramos um só. Sem brigas, só Edward e Bella.

- Eu te amo – pensei ter ouvido, mas já devia ser parte de meu sonho, onde Edward dizia que me amava e caminhávamos a luz do luar numa linda e perfeita praia.

A luz da lua ainda invadia o quarto pouco iluminado e foi assim que acordei assustada e ofegante sem saber onde me encontrava. Tentei rolar na cama para me situar, mas algo impediu.

Desesperada, tentei lembrar o que havia feito noite passada, percebendo que bebi um pouco, mas nada para passar mal.

Virei-me para o que me impedia de rolar deliciosamente em minha cama, e dou de cara com Edward. Seus cabelos caindo preguiçosamente sobre seus olhos, sua boca rosada entreaberta e a face serena. Passei minha mão por seu rosto e ele remexeu-se puxando meu corpo para o seu. Por um momento pensei que nada mais podia ser melhor do que isso, mas então me lembrei de seus beijos o quão bons eram e decidi que o mundo com ele era bem melhor.

NÃO que eu estivesse obcecada por ele, longe de mim.

 Continuei ali, afagando-o e fechei os olhos me deliciando com a maciez de seus cabelos sedosos. Um longo tempo depois abri meus olhos, e me deparei com um par de esmeraldas meio azulado me fitando intensamente. Um calor de paixão se apossou em mim, ele havia acordado.

- Bom dia, minha linda. – murmurou rouco passando a mão pelo meu rosto.

- Bom dia, amor;

- fala de novo? – pediu com a voz manhosa, mano esse cara é super manhoso, preciso urgente parar de mimá-lo.

- Você está ficando super mimado, vou ter que te tratar super mal pra ver se você melhora.

-Não tenho culpa, é você que me estraga. – piscou.

- ok, Edward, agora vou ao meu quarto, antes que todos acordem para viajarmos.

- Não, fica! – Edward puxou meu corpo ainda mais para o seu. Nossos corpos colados, sua boca vagou por todo meu rosto antes de tocar meus lábios delicadamente.

O beijo foi calmo, suas mãos pousadas em concha em meu rosto. Entre beijos e outros, suas palavras sussurradas, ele falava o quanto eu era linda, o quanto me queria.

- Ok, ok, Edward chega, tá? Vou pro meu quarto. Você já encheu meu ego hoje.

Edward por sua vez gargalhou, me deixando ir, não antes de beijar-me novamente.

Nós mudaríamos mais uma vez, ficando lá durante dois meses, e depois voltaríamos a Forks para a volta as aulas, eu já não reclamaria mais, porque ficando com Edward praticamente o tempo todo, eu não teria nem tempo de pensar em ir embora.

Algo que estava me deixando bem inquieta era que meu aniversário estava chegando, setembro praticamente já estava ai dando as caras, para deixar-me um ano mais velha.

Eu odiava qualquer festividade que envolvesse família e que provavelmente faria lembrar-me de Renée.

Mas meu pai nunca deixaria passar em branco... Ou não (?) ainda mais com Esme pra ocupar todas as lacunas, ele sem dúvidas iria esquecer. Mas Rebecca... Essa nunca se esquecia de festividades tão importantes, como ela mesma dizia. E agora tinha Alice, que sempre gostava dessas coisas, cara eu estava realmente ferrada esse ano.

Arrastei-me para cama, não sem antes arrumar minhas malas, o dia estava quase clareando, quando deitei, pousando minha cabeça no travesseiro, tempos depois eu estava “voando”, não pensava em nada, e estava longe; mas despertei depois de batidas na porta.

- entre – gritei.

- Bella, eu...

 - Eu... Posso falar com você? – arregalei meus olhos, sentando-me o mais rápido possível na cama, parecia que se faziam anos que eu não o via, tão... Magro, com tantas olheiras. Não, esse não era meu pai, não era o que tinha aquele brilho intenso nos olhos. Ele parecia morto... Cansado de alguma coisa.

- Eu a acordei? – perguntou abrindo mais a porta. Seu olhar ainda pousado no meu.

- Não, eu já estava acordada. – era tão estranho ele ainda encontrar-se na porta, como se não tivéssemos mais intimidade, como se fôssemos dois estranhos. – e sim, você pode entrar e conversar comigo – falei, tentando urgentemente melhorar a situação em que nos encontrávamos.

Ele entrou devagar, seus olhos vagando por todo o quarto, e depois se sentou junto a mim, colocando uma das mãos em minha perna, como fazia quando eu era pequena.

- Meu amor, como você está? – passou suas mãos em meu rosto, puxando minha cabeça para seu peito. Aquele sim era meu Carlisle, aquele sim!

- estou bem, pai – ele parou as caricias, eu já não o chamava de pai há anos, desde quando o namoro com Esme começou.

- você... Você... Faz anos que não me chama de pai! – exclamou – não por livre e espontânea vontade!

Eu ri baixo, aproximando meu nariz ainda mais de sua camisa de flanela bem passada e limpa. Fazia anos também que eu já não sentia o gostoso cheiro familiar.

- Sonhei com sua mãe hoje, - murmurou após minutos silenciosos não era algo que costumava ficar entre nós, era meio constrangedor.

- Jura? – ele assentiu – e o como foi? Ela dizia algo?

- Na verdade... Ela dizia que o dia vinte e três de setembro estava chegando...

Eu o encarei, meus olhos saltando, droga, ele havia lembrado! E oh merda!

- ah, sim, uma data como outra qualquer – resmunguei.

- Não, não, mocinha, será uma data importante demais.

Eu sorri, e depois disso o silêncio reinou outra vez.

- Eu vou me casar no outro mês, Bella. – anunciou enquanto tinha sua mão acariciava meus pés. – De papel passado agora, com ela.

Fechei minha cara, ele viera mesmo me avisar sobre isso, sobre o odioso casamento dele com Esme.

- nós contaríamos hoje, no jantar quando já estivéssemos dentro do Canadá, e vamos contar, aos outros, mas eu sabia que você ficaria decepcionada, então resolvi contar agora.

Não respondi, virei minha cara tirando meu pé de seu colo.

- ok, era só isso, Carlisle? – perguntei, minha raiva fervilhando – Era só isso que queria falar? Do seu perfeito casamento? – bufei agora com mais raiva ainda – pensei que quisesse resolver as coisas, e não me contar nada que envolvesse essa merda de relacionamento.

Carlisle parou, seu corpo tremeu ligeiramente, sua boca franziu, seus olhos perderam o brilho que restava e ele levantou-se devagar, rumando para a porta. Era claro que tinha ficado chateado.

- É assim então que você pensa, Isabella? O mais engraçado é que quando eu não aviso, eu sou o ruim, mas quando eu aviso, eu continuo sendo o malvado! Eu não entendo você, filha! – parou, lutando por ar – Droga, você vai fazer dezessete anos e nem assim cresce! Está mais do que na hora, Srta. Swan, aliás, já passou da hora! – saiu fechando a porta com força, fazendo com que eu desse um pulo alto da cama.

 Eu ainda não sabia por que eu tinha tanto ciúmes com relação a ele, eu me sentia carente, meu pai quase não tinha mais tempo para mim, mas também não era só isso, eu me sentia estranha... Como se antes e depois desse casamento, muitas coisas mudariam.

Fim do capítulo Sete - Perdidos.

Fim da primeira Fase

Ilhas do Caribe:
 Dark Forest (Floresta Escura) e The Island (A Ilha)


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só, e volto assim que der, obrigada por tudo gente,
beeijos, ♥



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