Rose ainda podia ouvir as palavras do médico ecoando em sua mente em infinita tortura. Em seu interior sentia uma dor que não conseguia descrever, mas acreditava ser pior do que um Crucio. As lagrimas banhavam seu rosto cada vez mais e mais. Lembrou-se do momento de choque que teve ao ouvir o que o médico havia dito e como o rosto da mãe pareceu se modificar. Lembrou-se do abraço que ela lhe dera quando se levantou e as palavras de consolação que ela não queria ouvir. Lembrou do segundo em que pensou em Scorpius e todos os planos que os dois haviam feitos juntos. Tudo estava indo por água a baixo?

Assim que o carro parou em frente a pequena casa de seus pais, onde ela ainda morava, Rose saiu correndo para dentro. Seu pai apareceu no meio do caminho quando ela atravessou o Hall de entrada, mas naquele momento não queria conversar com ele e ignorando o "Como foi?" correu escada a cima em direção ao seu quarto, trancando a porta após entrar.

No primeiro momento, se jogou na cama e começou a socar o travesseiro. No momento seguinte, descontou todos os seus sentimentos em todas as coisas que enfeitavam o quarto, mas parou no momento que quase jogou o quadro onde a foto mostrava ela e o garoto loiro sorrindo e de repente ele lhe dava um beijo. Colocando o quadro de volta ao lugar, ela reparou tudo o que tinha feito e sacou a varinha.

"R-reparo." Disse baixo em um leve movimento e tudo voltava ao seu devido lugar.

Então alguém bateu na porta. Era seu pai, mas ela não queria conversar ainda. Precisava de um tempo sozinha. Mandando-o embora e pedindo paz, ela encarou o guarda-roupa. Era ali que costumava se esconder quando pequena e estava assustada. Encarando o móvel ainda de portas fechadas, ela colocou-se em pé e foi até ele.

"Rosie, querida..." Ouviu sua mãe dizer. "Scorpius está aqui para te ver."

"Diga que eu ligo para ele depois."

"Eu não vou embora até você me contar o que aconteceu." Scorpius disse alto.

O coração de Rose falhou. Seu peito doeu novamente e tudo aquilo que pensava estar passando aos poucos voltou. Ela gritou para ele ir embora e entrou dentro do armário e se encolheu. Um estupor de pensamento começava. Então tudo terminaria daquele jeito, pensou Rose Weasley. Após tanta luta, tanto sacrifício para estar com o amor de sua vida, tudo seria jogado para o alto por causa de um problema que havia nela? Acreditava que sim. Aquilo destruiria não só seus próprios sonhos, mas como também os dele. Isso era desesperador e por isso permanecia encolhida dentro de guarda-roupa a procura de uma solução entre as lagrimas que caiam. Ainda não estava pronta para contar a ele.

Rose fechou os olhos e as memórias lhe invadiram a mente.