Eu me chamo Zuko, sou um dominador de fogo. Eu e meu amigo Sasuke estamos tentando sobreviver em um mundo onde não tem mais nada.
    Era uma noite fria, acordei de um pesadelo, pela cara do Sasuke eu devo ter gritado.
    - O que foi? – Disse ele se apoiando com os cotovelos no colchão.
    - Nada... Só outro pesadelo. – Eu coloquei uma mão sobre o rosto, estava quente.
    - Volta a dormir. – Sasuke deitou novamente no colchão, estava irritado, pois odeia ser acordado.
    Na manhã seguinte eu fui para fora do esconderijo e observei os céus cinzentos. Parecia que iria nevar, assim eu não poderia dominar o fogo, Isso me deixava irritado.
    Sasuke também saiu do esconderijo, ele foi até onde eu estava e olhou para o céu.
    - Então o Senhor Quente não vai poder dominar o fogo, não é? – Ele perguntou sarcástico.
    - Humpf. Não enche! E nem vai nevar hoje, tenho certeza. – Eu falei tentando ser otimista, ou tentando fazer com que ele não risse de mim.
Por “incrível” que pareça, começou a nevar.
    - Vai dominar o foguinho agora, novo Senhor Frio! – Ele disse, rindo da minha cara.
    - Vamos ver se tem alguém aqui – Mudei rápido de assunto.
    A risada dele parou e ficou sério.
    - Alguém? – Repetiu a palavra com um tom de raiva, mas logo esse tom mudou para sarcasmo. – Oh, vamos ver se algum dos nossos amigos estão vagando por aí!
    - Vamos caminhar. – Eu falei seco e comecei a andar.
    Ele foi comigo, e a caminhada foi silenciosa, até que o silencio foi quebrado.
    - O que é aquilo? – Eu perguntei olhando para frente, tinha alguma coisa vindo na nossa direção, ou... Alguém! Na hora que pensei nisso fui correndo para ver.
    - Pode ser um Zumbi! – Sasuke gritou com toda a força, mas ele me conhece. Eu não iria parar agora.
    Á medida que eu ia me aproximando, percebi que era... Uma garota! Eu mal podia acreditar que havia alguém! Comecei a sorrir e me aproximar mais, quando mais chegava perto mais eu percebia que ela estava ferida. Sasuke estava me alcançando, corri mais rápido.
    - Ei! Eu posso ajudar você! – Eu disse animado.
    A garota caiu no chão, eu consegui chegar até ela. Ela tinha cabelos ruivos lindos, tinha olhos lindos, bom, ela era linda. Mas estava muito ferida, deve ter sido algum animal, porque Zumbi não era, senão ela se tornaria uma.
    - Pode me ouvir? – Eu olhava fixamente em seus olhos.
    - E-Eu... Não sinto minhas pernas. – Ela falou com dificuldade.
    - Calma, vamos te ajudar, o.k.?
    Eu levei ela para o esconderijo, com a ajuda do Sasuke coloquei ela em minha cama. Sasuke pegou os remédios e a caixa de primeiros socorros enquanto eu tentava parar o sangramento da perna esquerda dela, estava sangrando muito.
    - Rápido, Sasuke! Traga logo isso! – Eu disse, pressionado o ferimento com a mão já ensanguentada.
    Sasuke veio com a caixa, ele derramou um anestésico improvisado sobre a ferida. Ela gritou agonizando de dor, eu tentei acalma-la.
    Ele vasculhou aquela “cratera” na perna da garota, acho que era para ver se não havia nenhuma garra ou coisa dentro. Ela gritava cada vez mais alto.
    Depois de alguns minutos de dor profunda e sangue, Sasuke fechou o ferimento. A garota estava ofegante, com os olhos cerrados.
    - Qual é o seu nome? - Perguntei.
    - Ringo Noyamato... E você? – Ela parecia cansada.
    - Zuko
    - Obrigada, Zuko. – Ela sorriu e fechou os olhos.
    - Não há de que. – Disse baixo, acho que ela caíra num sono.
    Eu estava certo, ela dormiu. Eu sorri e fui lavar minhas mãos, mas lembrei que não tinha mais água desde aquele dia. Qual era esse dia? Oras, quando começou a tragédia de todos do mundo virarem Zumbis. Aquele dia foi traumatizante, bom, não gosto de tocar nesse assunto.
    De noite, Ringo acordou e eu fui vê-la. Ela sentou na cama e olhou para a perna machucada.
    - Obrigada, de novo.  Se não fosse por você eu seria o café da manhã dos Zekes.
    - Zekes? - Perguntei.
    - É como chamavam os Zumbis na minha cidade, Zekes. Eles já foram pessoas, então os chamávamos com um nome próprio.
    - Eu nunca vi por esse lado, sempre os vi como monstros.
    - Não pensou como tudo isso começou? Foram as pessoas que se transformaram nisso, e não foi porque queriam. – Ela abaixou o olhar – Pessoas carinhosas, com famílias – Deu uma pausa – e filhos que os amavam muito. – A voz dela era triste, mas voltou ao normal – Eu tenho dois irmãos, um chamado Kilik e outra, Simca. Nossos pais viraram Zekes na nossa frente, conseguimos fugir e viemos de avião pra cá.
    - Espera, de avião?
    - Sim, meu irmão ficou muito nervoso, mas conseguiu pilotar – Ela deu uma risada baixa.
    - Legal que ele sabe pilotar - Sorri.
    - Eu não disse que ele sabia.
    Eu levei um susto.
    - Onde vocês moravam?
    - No japão.
    - Longe, né?
    - Sim, mas a viajem passou rápido.
    - Imagino – Ri, e ela também. – Então... Onde eles estão?
    - Ah, Kilik disse para eu não falar onde é a nossa “casa”.
    - Mas como vamos nos encontrar com eles?
    - Essa é a ideia, ele diz que ninguém é confiável...
    - Eu cuidei de você, diga isso para ele!
    - Está bem, eu te mostro. – Ela pareceu não gostar da ideia, acho que tinha medo do irmão.
    De tarde arrumamos as mochilas e fomos para o leste da cidade, até o meio da caminhada não avistamos nenhum Zumbi, foi tranquilo, fomos por um beco, até que...
    - Espera. – Eu fiz Ringo parar de andar.
    - Zekes?
    O silencio tomou a rua.