Ne Me Quitte Pas escrita por Hayang


Capítulo 7
Me beije




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— O que v-você ta f-fazendo aqui? — perguntei em meio aos gaguejos. Eu estava com raiva. Na verdade, com ódio.

— Ei calma gatinha, por que esta assim? Só vim passar as minhas férias com minha priminha que tanto amo. — me olhou novamente da cabeça aos pés. — Quer dizer, nem é mais priminha né.

—OLHA AQUI, NÃO ENCOSTE UM DEDO SEQUER EM MIM. EU NÃO VO DEIXAR, E SE VOCÊ FIZER VOU CONTAR PARA SEU PRIMINHO QUERIDO, O LUCAS. — gritei me afastando dele e correndo para o meu quarto. Tranquei a porta o mais rápido possível antes que ele resolvesse repetir a dose de nove anos atrás. Peguei meu celular o mais rápido possível e enviei uma sms para o Lucas pedindo para que ele viesse para casa o mais rápido possível, pois o Gabriel havia chegado. O Lucas sabia o que o Gabriel havia feito comigo, então, sabia que ele tentaria chegar o mais rápido possível em casa.

...

Ouvi algumas batidas na porta e fiquei com receio de responder.

— Belle, sou eu, seu irmão. — disse num tom baixo.

— Já vou! — respondi levantando praticamente em um pulo e abrindo a porta.

— Você esta bem? — perguntou me dando um abraço bem forte me passando uma segurança que eu nunca havia sentido na vida.

— Estou sim. — respondi

— Espero... Onde ele esta?

— Não sei, cheguei e me tranquei aqui. — respondi revirando os olhos, eu odeio questionamentos.

— O.k. Fez muito bem — respondeu indo em direção aos outros quartos para saber onde ele estava. Espero que ele não faça besteira como no dia em que eu contei para ele, portanto o segui.

...

—Oi Lucas que surpresa! — Gabriel disse num tom de sarcasmo. Lucas revirou os olhos e o puxou pela gola da camisa o suspendendo, o que fez com que eu risse baixo.

—ESCUTA AQU SEU FILHO DA PUTA, SE VOCÊ TOCAR UM DEDO NA ANABELLE, EU TE MATO, E DESSA VEZ NÃO VOU HESITAR. — disse e o jogou no chão. —Entendeu népriminho?! — perguntou com o mesmo tom de Gabriel e saiu do quarto acompanhado de mim.

—Quer sair e tomar um sorvete? — Lucas perguntou e fiquei surpresa.

—S-Sim, vamos! — respondi. — Deixa só me ajeitar aqui!

—Ta bom, to esperando. — respondeu e eu me dirigi ao meu quarto para me arrumar o mais rápido possível.

...

— Vamos?! — perguntei

— O.k.

Caminhamos ate a sorveteria e sentamos-nos à mesa. Víamos as pessoas passando ao redor de nós e nos olhando e sorrindo, como se fossemos um casal. Em meio à multidão encontrei um rosto familiar vindo em minha direção.

— Belle?!

—Sr. Durand que surpresa! — rimos — O que te traz aqui?

— Ah resolvi tomar um sorvete também! — respondeu — É seu namorado? — perguntou virando o olhar para Lucas.

— Não, sou o irmão dela, prazer Lucas. — estendeu a mão para cumprimenta-lo

— Je’m apelle Gustavo, Gustavo Durand. — respondeu cumprimentando de volta.

— Eai, namoradinho da Belle né? Hmmmm nem me contou né?! — rimos

— Ele não é meu namorado idiota. — respondi dando uma leve tapinha nos braços de Lucas

— Bem que eu gostaria. — Gustavo disse em meio que um sussurro.

— QUÊ? — perguntei surpresa

— Nada. — olhou para Lucas, que riu.

— Cara vem cá. Licença Anabelle, quero conversar com meu cunhado. — disse rindo

...

— Voltamos.

— O que vocês estavam falando? — perguntei curiosa.

— Nada ué. — Gustavo disse.

— E então né... — falei

— Eai cunhadinho, quer ir lá em casa? Podemos jogar umas partidas no play.

— Pode ser, tudo bem por você Belle? — perguntou Gustavo

— Tudo sim. — respondi. Meu celular começou a tocar, era o Jake.

— Jake?!

— Oi Belle, tudo bem?

—Sim e você?

— To bem, ta na rua é?

— Na sorveteria — ri fraco

— Ah ta, então nos vemos amanha, te busco que horas? —perguntou

— Me pegue as sete!

— Okay — falou

— Okay— respondi

— Ai meu Deus pare de flertar comigo! — rimos. Nós dois adoramos A culpa é das estrelas, e principalmente John Green, pois é, somos dois Nerdfighters.

— Okay — respondi.

— Estou brincando Anabelle Bonnet, eu entendo. Mas nós dois sabemos que Okay é uma expressão bastante paquerativa. Ela está CARREGADA de sensualidade.

— Foi mal. — rimos — Então ate amanha.

—Às sete?!

— Às sete! Beijos

— Beijos

— Quem era? — Lucas perguntou

— Jake. — respondi — Aquele que me levou em casa naquele dia.

— Ah sim. — olhou para Gustavo. — Só amigo né?

— Acho que sim!

— É... Vamos então? — Gustavo perguntou meio sem graça

— Vamos, olha, eu jogo pakas viu?! — Lucas disse se exibindo.

— Idiotas — falei — Vamos logo.

...

— Vão jogar quais? Minecreft? Mario kart? Futebol? Quero jogar! — falei

— Esse jogo não é para meninas. — Lucas disse

— A deixa jogar, vamos massacrá-la. — Gustavo riu enquanto falava.

— Ta ok!

— Vocês vão ver quem vai massacrar quem aqui! Vamos apostar, se eu ganhar de vocês, cada um me paga vinte euros, se eu perder, eu pago vinte a cada um. Topam?! — falei

— Apostado! — os dois responderam em coro.

— E se eu ficar em segundo, o que ficou em terceiro me paga dez euros, e eu pago dez euros ao primeiro. — falei e eles concordaram. — Vamos ao massacre. — estávamos jogando Mario Kart.

...

— GANHEI, TOMA OTÁRIOS, QUERO MEUS EUROS, VAMOS VAMOS. — gritei esbanjando alegria.

— Toma — entregaram cabisbaixos.

— Já volto. — respondi e segui em direção ao meu quarto.

— Bonito quarto. — ouvi Gustavo dizer parado na porta.

— Ai que susto. — rimos — Obrigada! — senti ele se aproximando de mim quase colando nossos corpos.

— E se eu lhe disser que eu gosto de você? Seria muito brega, mas ainda a verdade. Eu amo seu sorriso, sua mão e teu rosto macio. Eu gosto do jeito que você me toca, lábios e olhos que olham fixamente em mim. Gosto da maneira como você se veste, e sua cor de cabelo, eu gosto mesmo quando você os move. Eu gosto de você, mesmo quando você fica com raiva, quando você me pede para sair, e quando você me pede para ir com você. Eu gosto do fato de que eu gosto, eu gosto do fato de que você gosta de mim. — como ele sabia que eu gostava dele? Eu gostava mesmo dele? — Eu não quero viver longe de você. Digo viver sem falar contigo, sem saber como foi o seu dia, o que você fez como esta se sentindo. Até porque, longe fisicamente de você eu já estou (na teoria). Vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der à mão. Eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas, compreende?

— Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranoia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheia de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressiva e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocada lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.

— Fique comigo, eu peço. — falou. Eu quero, certo? Não sei se devo, também não sei se posso. Se é permitido? Sei lá, acho que também não sei o que é dever ou poder, mas agora estou sabendo de um jeito muito claro o que é precisar, certo? E quando a gente precisa, não importa que seja proibido. Querer? Querer a gente inventa. E teve um arrepio. Foi nesse arrepio que soube.

— Me beije. — e assim ele me beijou. Era como se so existíssemos nos dois ali naquele lugar, se estivéssemos em um universo paralelo onde só tinha a gente, eu gostava daquele universo.

“Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.”

— Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, os restos são restos. E não importam... — ele disse me beijando novamente.


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