The Prince Of My Ballerina escrita por Isabelle Masen


Capítulo 9
Capítulo 8 - Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Nos vemos lá em baixo, so sorry pela demora ;



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POV Bella




–-- Eu estava inconsciente - Alice tentou justificar enquanto comia mais um pedaço de ravióli com cogumelos.



–-- Uma ova! - ri apontando o garfo para ela - você mal se aguentava em pé e se segurou naquele pobre loirinho.



–-- Sabia que ele me pediu em casamento? - disse, sonhadora.



–-- Ah, se eu estivesse com 70% de álcool no sangue ao invés de água e com a cabeça girando eu estaria casada com um brasileiro, dois asiáticos e teria um cachorro chamado José que fala espanhol e dança o trevo - falei e ela riu, balançando a cabeça.



–-- Eu realmente não sei de onde você tira tantas bobagens.



–-- De você, oras.



–-- Ta, chega de falar de mim, até por que eu também vi você se agarrando com um cara ontem - falou e o pão parou na metade da garganta. Ela riu quando comecei a tossir.



–-- Nossa, que porra é essa?



–-- Alice! - repliquei com medo de meu pai ouvir. Ela cruzou os braços esperando que eu me explicasse. Hesitei e quando iria mandar ela a merda, meu pai apareceu esfregando os olhos.



–-- Pai? - perguntei e ele abriu os olhos, sorrindo ao me ver.



–-- Ah, oi querida. Bom dia Alice - falou sentando ao meu lado. Alice me lançou um olhar tipo “essa conversa não acabou” e eu tentei disfarçar:



–-- O senhor está bem? - perguntei gesticulando como se mandasse ela parar de falar asneiras. Ela deu uma risadinha.



Meu pai esfregou as têmporas, preocupado com algo.



–-- Houve umas transações na minha conta, você pegou algo? - perguntou.



–-- Não.



–-- Deve ser apenas um engano, ou sua mãe deve ter pego pra comprar alguma coisa - falou pegando um pedaço de pão francês e passando rapidamente patê de presunto nele - vou trabalhar.



Só então percebi que ele estava usando terno.



–-- Que estranho - comentei.



–-- Estranho é você, a imaculada Bella, ter liberado a rosca tão fácil.



–-- Alice! - joguei um pão nela, fazendo-a rir.




(...)





–-- Tudo bem, vamos as apresentações de Albrecht. Começaremos por você, Rosalie.




E assim começaram as apresentações de Albrecht. Minha cabeça estava meio zonza pelo esforço que eu fazia para relembrar o rosto de quem dançou comigo ontem, mas nada estava claro o bastante. Primeiro achei ser o Leonardo DiCaprio, depois o Matt Bomer e por último o Chris Pine. Mas alucinações é um dos efeitos da bebida alcóolica, portanto nada de tirar conclusões antecipadas. Mas foi tão bom me sentir confortada por aqueles braços, aquele calor que emanava do corpo de seja lá quem for, a paz que senti e…



–-- Bella? Bella! É a sua vez, querida - a professora chamou minha atenção, fazendo-me esquecer momentanemente os pensamentos.



–-- Ah, claro - caminhei até o meio da sala e fiquei na primeira posição.



Algumas bailarinas começaram a rir depois de um tempo.



–-- Onde está seu Albrecht? - a professora questionou. Franzi o cenho, esquecendo-me completamente do Mozart, até ele aparecer saindo do banheiro.



–-- Aqui - ergueu uma mão e todos o observaram naqueles trajes leves que o deixavam… Sexy.



Suspirou levemente olhando para o meu novo colã que a professora tinha me entregado para conduzir a coreografia, e corei enquanto ele me dava um sorriso.



–-- Você? Mas quem vai tocar o piano? - a professora questionou, e ao mesmo tempo em que ela fez a pergunta, surgiu uma doce melodia que reconheci ser a de Giselle.



–-- E você dança? - a professora cruzou os braços em frente ao peito.



–-- Desde os sete anos - ele respondeu, confiante, surpreendendo a mim e a todos na sala.



–-- Então… Pode começar, Alice - a professora deu sinal verde e Alice piscou, mostrando o celular enquanto fingia tocar piano.



Fiquei na ponta dos pés e comecei a fazer os suaves movimentos com o braço, caprichando na delicadeza e a leveza enquanto minhas mãos pequenas caíam nos ombros desnudos do Mozart, que colocou as mãos grandes na base de minha coluna enquanto me conduzia pela pista. Consegui sentir a Giselle brotando dentro de mim, e fechei os olhos enquanto ela florescia em meus braços e se expressava em meus pés rápidos. O contato com a pele do Mozart me deixava em chamas, um fogo que se espalhava por todo o meu corpo, e ele estava rígido, como se sentisse a mesma tensão que eu. No final, quando ele brotou os joelhos lentamente no chão e eu toquei seu rosto, ambos fechamos os olhos e encostamos lentamente nossos narizes, que roçaram suavemente um no outro até a melodia acabar.



Todos bateram palmas e eu abri os olhos, encontrando as esmeraldas do Mozart me encarando intensamente. Separei-me dele cedo demais, com a vontade de abraçá-lo martelando meu peito.



–-- Esplêndido! Vocês foram ótimos! - a professora aplaudiu e Edward voltou para seu lugar no pequeno banco em frente ao piano preto de cauda.




As outras meninas se apresentaram, algumas desajeitadas, outras certinhas demais e algumas erravam os passos. Eu e mais doze garotas fomos selecionadas para repetir o teste em cinco dias, e eu teria que treinar muito para isso.



–-- Mas que cretina! - Alice resmungou assim que saímos da sala - você viu o que ela me disse?



–-- Estou tão surpresa quanto você - falei pegando meu celular e discando os números do motorista.



–-- Ela nem deixou eu dançar! Nem sabe como seria o meu desempenho! Sabe como foi difícil arrumar um Albrecht? - ela ergueu as mãos, frustrada.



–-- Deveria dizer aos seus pais.



–-- E acha que eu já não falei? Mas essa mulher é protegida pela escola, Bella. Todos só escutam ela por que ela é a professora.



–-- Alice, você precisa ser forte - coloquei minhas mãos em seus ombros - você é uma garota esperta, estuda e não merece que essa mulher te diminua. Não fique triste, você vai mostrar pra ela, pra todos eles! - ela olhou pra mim - sorria, você é uma gata, mulher!



Ela riu um pouco.



–-- Você riu, ganhei meu dia - pisquei enquanto continuávamos a andar e sentamos nas escadarias da fachada da Juilliard.



–-- Vou comprar um sanduíche - ela disse e desceu correndo por ali.



–-- Ei, Bella - o Mozart desceu as escadas e sentou ao meu lado, tirando o cigarro da boca quando eu tossi.



–-- Você foi incrível! - o aplaudi e ele fez uma reverência.



–-- Eu manjo um pouco dessas coisas - deu de ombros - mas vamos precisar treinar pro próximo teste, então eu pensei em te buscar lá pelas 15h para a gente poder ensaiar. Depois poderíamos passar em uma pizzaria, ou…



–-- Está me convidando pra sair? - falei prendendo a respiração e vi a esperança passar por seus olhos verdes.



–-- Se você aceitar, sim, mas se recusar será sem a parte da pizza - disse e eu ri.



–-- Claro que eu vou, mas você sabe onde eu moro?



–-- Bem lembrado… - ele pensou - então nos encontramos na porta da Juilliard, ok?



–-- Combinado - sorri e ele deu um meio sorriso, tocando em minha mão. Reprimi um suspiro com o toque.



Ele desceu as escadas mas parou no meio do caminho.



–-- Ah! E não venha de saia ou de vestido! - falou piscando e eu não entendi, mas fiz um sinal afirmando enquanto ele descia dando pulinhos e uns socos no ar, gritando vários yeah!



Ri e ele se virou para mim, piscando e fazendo outra reverência levando o cigarro novamente a boca e se abraçando em seu casaco ao atravessar a rua.



Balancei a cabeça negativamente e Alice surgiu ao meu lado.



–-- Iai, vamos sair hoje à noite?



–-- Vou a uma pizzaria com o Mozart - falei pegando seu sanduíche e dando uma mordida.



Ela arregalou os olhos e eu percebi que tinha falado demais. Pigarreei ao perceber a merda que tinha feito.



–-- O quê? - ela sorriu.



–-- Nada - desconversei - já descobriu quem é o seu “noivo” de ontem à noite?



–-- Bella, não mude de assunto. Não precisa ficar com medo de dizer essas coisas pra mim, somos amigas né? - deu um tapinha no meu ombro.



–-- É, mas eu ainda to meio insegura com essas coisas - confessei.



–-- Nossa amizade? - ela ergueu uma sobrancelha.



–-- Não, isso de “relacionamento” e… e…



–-- Atração?



–-- Exato. Você poderia me ensinar? - levantei um olho pra ela e ela sorriu pra mim.



–-- Bella, essas coisas não são do tipo que eu possa te ensinar, você vai aprender sozinha. Mas eu posso te ajudar a se vestir corretamente - piscou pra mim.



–-- Ah meu Deus - revirei os olhos e ela riu - sem saias ou vestidos.



–-- Ele disse isso?



–-- Sim - murchei. Mesmo não conhecendo exatamente esse assunto, sabia que roupas que deixassem a calcinha à deriva eram as maiores armas femininas.



–-- Mas ele não disse nada sobre um bom decote e um short, né? - falou e eu pensei por alguns instantes.



–-- Realmente não.



–-- Então vem comigo, garota - piscou e puxou minha mão.





(...)




Tão cedo já estava na hora do encontro, deu tempo apenas de almoçar dentro do próprio shopping onde eu e Alice estávamos. Acabei por vestir a roupa que ela escolhera: uma blusa preta de alças com estilo corpete e um short cintura jeans alto com um cinto preto também, e com um cardigã branco com algumas listras pretas e cinzas até os joelhos que, quando devidamente abotoado, parecia um vestido de inverno. O short deixava grande parte das minhas pernas à mostra, mas como eu não estou habituada a usar roupas assim em público, coloquei-o mesmo assim. Falei para Alice que eu preciso dar um passo de cada vez, e ela concordou à contra gosto. Uma rasteirinha marrom com a bolsa da mesma cor e meu colar de ouro com o S da família completava tudo, com os cabelos soltos e penteados para o lado.



Saí do grande carro preto e avisei ao motorista que não precisava me esperar. Meu coração estava acelerado em meu peito, afinal era um encontro. O meu primeiro encontro é aos 20 anos. Devo me preocupar?



Subi as escadas da Juilliard, procurando por algum sinal do Mozart. Mas nada; ele ainda não havia chegado?

Fui até a portaria onde um homem estava de pé com um terno preto, fiscalizando o local.



–-- Com licensa, mas você sabe se o Mozart está aqui? - perguntei e ele uniu as sobrancelhas como se eu tivesse falado algum outro idioma.



–-- Wolfgang Amadeu Mozart? - perguntou e eu neguei a cabeça, me sentindo ridícula por ainda não saber o nome dele.



–-- Não, aquele cara novo, o pianista… - gesticulei enquanto ele se esforçava pra entender - que toca na classe da srta. Eleonor…



–-- Ah, o Edward? - ele sorriu e eu também, pois acabara de desvendar o mistério do nome do Mozart. “Edward”. Um belo nome.



–-- Olha ele lá - ele apontou para a ponta das escadas, onde um Edward charmoso de óculos escuros me esperava.



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–-- Hey, Bella - ele acenou para mim e eu sorri com malícia. Pensei em responder um “Oi Edward”, mas me contive.

–-- Oi, Mozart - falei e desci as escadas enquanto Edward trocava um rápido cumprimento com o porteiro.



Ele me guiou até uma moto preta reluzente escrito “Harley Davidson” na traseira. Todo o meu almoço digerido voltou para a garganta quando ele sentou ali e deu duas batidinhas no fundo, me chamando. Um sorriso divertido se apossou de seus lábios ao ver minha expressão de pavor.



–-- Nem… Morta! - falei fitando aquele monstro de duas rodas.



–-- Qual é, Bella. Você está com um short por baixo, né?



–-- Sim.



–-- Então vem - falou e eu engoli em seco, fazendo uma oração enquanto passava as pernas por aquele troço de couro. O abracei com força enquanto enterrava o rosto nas suas costas, sentindo ele suspirar.



–-- Não tenha medo, não vou correr muito - ele riu e tocou minha mão com a sua, e então eu finalmente percebi o que eu estava fazendo.



Me senti bem agarrada à ele, sentindo meu medo se dissolver aos poucos. Ele arrancou com a moto realmente devagar, como se fizesse aquilo por algum outro motivo.



–-- Pronta para conhecer o meu mundo? - falou e eu suspirei.



–-- Contanto que eu não caia desse cavalo eletrônico, sim - falei e ele deu uma gargalhada contagiante.



–-- É uma pena que eu não possa te mostrar a velocidade dessa coisa linda - alisou o acelerador enquanto ainda ria - se prepare, Bella.



Não entendi mas quando vi aonde estávamos, entendi que ele estava passando pela sua rua.



Sempre vi esse lugar pelos jornais quando anunciavam a morte ou as manifestações das pessoas contra o governo, nunca imaginei que realmente chegaria a conhecê-lo. As casas e prédios são feitos apenas por tijolos, e pessoas fumam em quase todas as esquinas. Crianças brincam de amarelinha nas calçadas enquanto alguma dona de casa escuta uma batida do Hip Hop; alguns caras ficam observando a mim e ao Mozar.. Edward enquanto ele parava a moto em frente à um prédio alto, talvez o mais alto dali. Ele me ajudou a descer, e eu rapidamente agarrei seu braço com medo daquela moto apavorante. Ele riu de minha reação.



–-- Ah, vamos! Não é tão ruim assim - ele deu dois tapinhas e depois alisou minha mão. Suspirei e o olhei, irritada - vem - pegou minha mão enquanto ele me conduzia para o grande prédio. Pessoas murmuravam por toda a parte, algumas estavam até chocadas por me verem ali.



Subimos muitas escadas até chegar ao último andar, onde ele vasculhou os bolsos até encontrar suas chaves. Ele abriu a porta e, em um gesto cavalheiro, ele pediu para eu entrar primeiro. Meus olhos correram por todo o local.



Haviam janelas por toda parte, deixando o sol entrar com facilidade pelo local, fazendo as paredes brancas ficarem amareladas. Era bem espaçoso, quase vazio na verdade; havia uma lareira ao fundo paralela à dois sofás pretos de couro e repletos de almofadas, e do meu ponto de vista eles aparentavam ser confortáveis. A cozinha era americana e tinha alguns bancos altos e vermelhos em frente ao balcão de mármore com alguns vinhos em uma prateleira, como aqueles bares que vemos em filmes de faroeste. Uma TV de 58 polegadas ocupava a parte de cima dos porta-retratos que estavam em uma prateleira na lareira, com fotos de um Edward pequeno e mais algumas pessoas. O chão era de madeira fria, e havia um som preto e grande perto do cabideiro ao lado da porta. No fundo haviam duas entradas que deduzi serem o quarto e o banheiro. O sol iluminava um piano de cauda preto e bem limpo, e próximo a ele estava alguns materiais de pintura e vi quadros e mais quadros coloridos retratando cenários de belas artes, provavelmente pintados por Edward.



Fiquei abismada com a simplicidade e a elegância do local, por que pelo fato de Edward andar de mato deduzi que seria um local com paredes negras regadas à velas e pôsteres de mulheres peladas. Mas agora descobri que estava redondamente enganada; o local refletia Edward, tudo ali berrava o seu nome. Admirei o silêncio dali, deve ser um ótimo lugar para refletir ou apenas observar as janelas - o perfeito local para um artista. Eu me mudaria pra cá sem problema algum - pensei.



–-- Gostou? - perguntou, fechando a porta atrás de mim e tocando meus braços para retirar o meu casaco - é bem simples, mas dá pra viver - ele enfiou as mãos nos bolsos enquanto eu me virava e seu sorriso se congelava no rosto ao fitar minhas roupas. Senti minhas bochechas queimarem.



–-- É lindo - disse por fim enquanto ele ainda me analisava. Passaram-se exatos oito segundos quando precisei estralar os dedos em frente ao seu rosto, para que ele me notasse ali.



–-- Hã? - ergueu as sobrancelhas ainda olhando para o detalhe em minha barriga.



–-- Vamos ensaiar ou não? - mudei de assunto, andando até o meio da sala e jogando minha bolsa no sofá.




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Notas finais do capítulo

Desculpem pela minha hipeeeeeeer demora, mas enfim, como foram as festas de vocês? Desejo felicitações atrasadas para todos o/ D:
Explicação pela minha demora: estava focada em terminar minha fic AAV e por isso esqueci todo o mundo à minha volta, por que escrever uma cena de casamento sem nunca ter se casado é UÓ! e com meu bloqueio mental irritante decidi criar uma fic de comédia e romance pra descontrair, e MMV acabou me puxando das cinzas e me dando forças para continuar essa e essa minha nova fic. Agora eu vou atualizar Obsession antes que meus leitores acabem comigo, assim como vocês fariam de o símbolo (!) aparecesse nos acompanhamentos, hihihi

Um suuuuuuuuuuuuuuuuper beijo para a Nara, a linda e maravilhosa garota que deu a primeira recomendação da fic. Sempre que eu escrever um cap com dança agora, lembrarei de você, honey :) Muito obrigada mesmo!

E QUE ISSO SIRVA COMO EXEMPLO PRA VOCÊS TAMBÉM, DANADINHAS! HIHIHIHI


E como essa recomend me deixou megaultrasuperfeliz, vou lançar logo o próximo capítulo ainda essa semana antes da sexta, mas nem por isso deixem de comentar OKAY? Isso faz muita diferença na hora da postagem u.u


Deixem suas opiniões,
guardem seus chinelos e armas de fogo que seriam usados contra a minha ilustre pessoa -sqn,
segurem o coração para o que acontece no próximo, hehehehe :x
bjs amorecas o