Radiant Heart escrita por marsrings


Capítulo 1
Capítulo 1




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Olá, sou Anabelle, tenho 15 anos, moro em uma pequena cidade de Santa Catarina, estou no primeiro ano do ensino médio e amo ler.

Hoje, é o aniversário de Mariane, minha amiga, ela está completando seus 14 anos, apesar de ter apenas 14 anos, Mariane parece ter bem mais.

Resolvemos fazer uma festa surpresa para a Mari, ela merecia. Boa parte do pessoal do período vespertino estava em sua casa, ajudando com os preparativos da festa, aliás, quase todo o pessoal do fundamental, do primeiro e do segundo ano do ensino médio, já que o terceiro ano é em horário noturno. Eu fiquei responsável por leva-lá a algum lugar, e que ficássemos lá, até que tudo estivesse pronto. Levei ela ao shopping, na cidade vizinha é claro, já que na minha pequena cidade não existe shopping.

Fomos na livraria, eu estava afim de comprar alguns livros mesmo. Logo após fomos dar uma volta, e ir tomar um sorvete, eu estava apertando frequentemente meu celular, na espera que alguém me ligasse.

–Anny, olha ali, que moletom perfeito. - Ela apontou para um moletom em uma loja.

–O que você acha de ir ali e provar? - Perguntei, já a levando para dentro da loja.

–Ah, pois é, provar não custa nada. - E então sorriu, pegando o moletom e indo em direção ao provador.

Resolvi nesse meio tempo enviar uma mensagem de texto para o Math, meu melhor amigo, perguntando tudo já estava pronto.

"Math, como estão as coisas por ai?"

Não demorou cinco minutos, e eu recebi a resposta.

"Já esta tudo pronto, só falta você virem."

E por que não avisaram antes?

Olhei para o provador e vi Mari saindo, o moletom ficou um pouco grande nela, mas ficou perfeito.

–Ficou muito bem em você Mari, porque não fica com ele? - Perguntei.

–120 reais, você acha mesmo que eu tenho dinheiro para pagar isso? Minha mesada foi tudo fora. - Falou, se olhando no espelho, com uma cara feia.

–Ah, eu acho que tenho dinheiro o suficiente aqui, eu pago pra você, já que eu não tive tempo de te dar um presente. - Falei, sorrindo e pegando a minha carteira.

–Anny, não precisa, você não precisa me dar nada, sabe disso.

–Eu encisto.

–Esta bem, se você quer tanto me dar. - Sorriu. - Obrigada Anny.

–De nada, ó. - Entreguei o dinheiro a ela. - Paga lá. - E sorri.

–Obrigada mais uma vez Anny.

Apenas sorri novamente.

Bom, acho que ainda não contei a minha história, moro com a minha mãe, meus dois irmão mais novos, meu padrasto e mais o meu meio irmão de 17 anos.

Ah, e esta história não é sobre eu me apaixonar por esse meu meio irmão não.

Bom, minha mãe e meu pai se separam, e desde então, meu pai nunca mais deu as caras, apenas me manda uma quantia exata de 500 reais todos os meses, e mais 500 para cada um dos meus irmãos, sem atraso e sem adiantamentos. Ah sim, ele tem muita grana, é empresário e mora em outro estado.

Eu e meu padrasto nos damos bem, ele é como se fosse meu pai, me trata como uma filha, sabe aqueles pais bem moleques? Mais criança do que as próprias crianças? Então, o Gio é assim.

Minha mãe, é a mulher que eu mais admiro, pois após ser deixada por meu pai, por uma outra mulher, ela nunca deixou que eu visse ela derramando uma lagrima, e sempre lutou para dar do bom e do melhor para mim e para meus irmãos.

Bom, esta é a minha família, e os amo mais do que tudo nessa vida.

Voltando ao shopping, Mari foi lá, comprou o moletom e então fomos caminhando até a saída, onde pegaríamos o ônibus.

–Corre Mari, a gente vai perder o ônibus garota. - Falei, e então corri o mais rápido que pude até o outro lado pela facha de pedestre, puxando Mari comigo.

–Calma Anny. Ele ainda nem esta vindo.

–Olha direito, ele não esta vindo mesmo, até porque ele já esta ali, e os passageiros já estão subindo, você é cega guria? - Perguntei, achei sinceramente que ela estava zoando com a minha cara, após ela se tocar, saímos numa disparada, e conseguimos pegar o ônibus.

Por um milagre divino, achamos dois bancos vazios, e não estavam em lugares separados, se sentamos e fomos jogando conversa fora, até o ônibus parar para descermos.

–Anny, obrigado por passar a tarde inteira comigo, sério, eu não sei o que seria do meu aniversário sem você. - Falou, me abraçando.

–Fiz o que uma amiga faz, não precisa me agradecer. - A abracei mais forte. - Mas então, vamos entrar na tua casa ou vamos ficar aqui na rua? To com fome Mari.

–Você não muda mesmo né Anny? - Riu, e foi indo abrir a porta. - Vamos, mas hoje você não...

–FELIZ ANIVERSÁRIO. - Todos gritaram, já que não eram poucas pessoas eram em torno de cem ou mais, não me pergunte como coube todos, ah, é obvio, tinha pessoas em cima, em baixo e fora da casa também.

–Meu Deus, eu não acredito. - Logo apareceram algumas lagrimas em seu rosto.

Estava tudo incrível, esse pessoal da escola são mesmo uns gênios, tiraram todos os móveis da enorme sala. Tinha uma faixa grande na parte de cima, escrito "Feliz Aniversário Mariane" e uns balões preto, cinza e branco. Tinha um enorme bolo, e a mesa estava farta de coisas. Boa parte do pessoal, estava com aquele chapéu, tipico de aniversário infantil na cabeça, achei engraçado. Logo estavam todos parabenizando Mari, e eu claro, fiquei toda hora ao seu lado.

–Gente, me desculpem, mas eu to com fome, e quero comer bolo, vamos logo cantar o parabéns. - Disse Math, tirando a risada de todos.

–Não sei como ainda consegue ser magrelo assim. - Disse alto o bastante Brian.

–Ai Brian, você esta com inveja desse corpito do meu amor. - Respondeu Junior, também fazendo todos rir, se fingindo de gay, e abraçando Math, que correspondeu. Todos são assim. E não, não são gays, pelo menos é o que dizem, tenho que confessar, tenho uma grande dúvida sobre isso.

–Nem to tá? O Gu também tem tanquinho tá? - E abraçou o Gustavo, que também o correspondeu, fazendo cara de gay e o beijando no rosto. Todos riram.

–Então gente, vamos cantar o Parabéns? - Disse Beto, outro rapaz.

–É pra já. - Respondeu Math.

Olhei para Mari, e ela estava um vermelhão, Mari nunca gostou que cantassem parabéns mas agora já era tarde de mais.

–PARABÉNS PRA VOCÊ, NESTA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADES, MUITOS ANOS DE VIDA. - Percebi que ela não sabia o que fazer, apenas ficou sorrindo, e batendo palmas juntos com o pessoal.

–Agora com quem será gente - Gabriel.

Agora é que ela ficou um pimentão, bom todos sabiam que ela gostava de Math, até ele já sabia, ela havia o contado, porém ele não quis ter algo a mais que a amizade, por conta da idade, Math tinha 17 anos, e ela estava completando 14, logo o pessoal o chamaria de pedófilo, e ele costuma se relacionar com meninas mais velhas. Na verdade, acho que Math só se relacionou com duas garotas este ano. Bom, ele diz que é isso, mas eu acho que é por que ele só a vê como amiga mesmo. Coitada.

Eu não posso falar nada, também gosto dele, porém ao contrário dela, ninguém sabe disso, somente eu, ah, e a minha vizinha é claro. Meu diário. Mas também acho que ele só me vê como amiga, e também se fosse outra coisa, ele é dois anos mais velhos do que eu.

–COM QUEM SERÁ, COM QUEM SERÁ, COM QUEM SERÁ QUE A MARIANE VAI CASAR, VAI DEPENDER, VAI DEPENDER, VAI DEPENDER SE O MATH VAI QUERER. - Na parte do 'Math' poucas pessoas gritaram, mas ainda deu pra ouvir, e deu para ver o Math sem jeito, achei engraçado.

–E ai Math, o que me diz? - Perguntou John, outro nosso amigo.

Alias todos ali eram nossos amigos.

–Bom, amizade é mais forte né. - Respondeu sem jeito, logo ouvimos algumas vaias dos garotos. - Gente, vamos comer que eu to com fome.

E nossa, o Math não estava brincando, pegou umas cinco fatias de bolo, e ainda comeu os salgados e os doces da mesa, tudo de uma vez só, ainda bem que tinha muitas coisas ali.

–Ei, isso não é uma ambulância ali fora? - Perguntou Breno, e então ouve uma correria até a frente da casa, onde todos se amontoaram, e logo eu, Mari e Math fomos também.

Outra surpresa, um carro de som, também com uma faixa, a desejando um parabéns, e atrás havia um visor, com a foto de Mari.

Logo um senhor saiu do carro, com um microfone.

E adivinha, era o pai de Mari, o pai dela, que supostamente estaria em Londres, por trabalho estava ali, com uma homenagem para a filha, achei muito fofo. Depois de dois anos sem ver ele, ela o reencontra.

–Mariane, meu amor, você não sabe a saudade que eu estava de você princesa, esses dois anos, foram os piores da minha vida, não consegui te ver, não consegui te tocar, vejo que você mudou, esta uma moça, bonita e forte. Princesa, você sabe, que o pai não queria ir pra lá não sabe? você sabe que eu não queria te deixar, fui pra lá, conseguir uma melhor condição de vida para você, e consegui. Te amo filha, e prometo, nunca mais te deixar. - Ele foi chegando cada vez mais perto, cada passo era uma lagrima diferente, nessa hora, não era só ela que estava chorando, todos estavam chorando, até eu estava chorando, imagino meu pai fazendo isso, que loucura.

–Pai, eu também te amo, você também não sabe a saudade que eu senti de você, e sim pai eu sei, te amo mais que tudo.

Que cena mais emocionante cara.

Logo começou um vídeo, com a Ramona narrando, pelo menos alguém aqui sabia que isso iria acontecer, começou com apenas fotos e videos de Mari pequena, logo apareceu eu e ela menor, correndo, e brincando de Barbie, também tinha nós com os garotos, e com as garotas também, depois era ela um pouquinho mais crescida, e então atualmente, para encerrar colocaram um vídeo da virada do ano, onde estavam todos na praia, comemorando, quando eu digo todos, são todos mesmo, havíamos combinado aquele dia, e deu tudo certo, aquele foi um dos dias mais perfeitos da minha vida.

–NÓS TE AMAMOS MARI - Todos gritaram, em um único som.

Logo a homenagem acabou, e seu pai foi para a casa de uma tia da Mari, não queria atrapalhar o resto da noite.

Colocamos um som alto, musica eletrônica, já falei que amo musica eletrônica? Então, eu amo musica eletrônica.

Estava de mais a festa, a família de Mari resolveu passar a noite fora, e deixar a casa pra nós, e para Mari, apesar de Mari ter 14 anos, eles confiam nela, a unica da família que ficou, foi Bianca, sua irma mais velha, filha de outro casamento de sua mãe.

Não tomei muita bebida alcoólica, apesar de tudo, tenho apenas 15 anos, mas não posso falar que não tomei nada, tinha algumas misturas que os rapazes fizeram, e estava muito bom, era impossível tomar apenas um pouco. Mas é claro, que nessa hora o pessoal do fundamental já havia ido embora, ficou apenas nós, e Mari.

Logo que eu vi que estava ficando tonta, e com ansiá de vomito, fui para fora da casa, precisava de ar. Fui cambaleando, esbarrando em quase tudo e todos, e quando cheguei lá fora, me deitei na grama.

–Anabelle? - Era Math, notei só por sua voz.

–Oi seu lindo, o que faz por aqui? - Nessa hora, eu não sabia nem se meu nome era Anabelle.

–Anabelle, você bebeu? - Perguntou agora preocupado, e segurando os meus braços.

–Só um pouquinho assim - Fiz sinal de pouquinho com o polegar e o indicador.

–Puta que pariu Anabelle, não era pra você ter bebido. - Disse me levantando.

–Ó, mas por que? - Perguntei com a voz arrastada.

–Misturaram de tudo nas bebidas, você não sabe é? poderiam até ter colocado drogas guria e você só tem 15 anos. - Falou, naquela hora até parecia que ele era responsável.

–Para Math, você não manda na minha vida, vai cagar, e vai me dizer que você não bebeu nada? - Perguntei com a voz arrastada.

–Não Anabelle, eu não bebi, agora vem que eu te levarei até o quarto você precisa descansar. - Disse, e me colocou em seus braços, pois andando eu nunca que chegaria até lá em cima.

–Deu. -Me colocou na cama. - Agora você pode dormir, aqui em cima o som não esta muito alto. - Disse e deu um beijo na minha testa. - Boa noite Anny, durma bem. - E se virou para ir embora.

–Math? - O chamei. ele continuou virado pra porta.

–Alguma coisa? - Perguntou.

–Dorme aqui comigo? Por favor, eu to com medo de alguém vir aqui. - Falei, e ele se virou, tirando os sapados e deitando do meu lado. - Obrigado Math.

–Não precisa agradecer, agora fecha os olhos e durma, to com muito sono anjo.

–Mas eu não to com muito sono. - Me virei para ele, não consegui ver aonde que estava seu rosto, pois estava absolutamente tudo escuro, deveria ser umas 3 da manhã. - Math, de quem você gosta?

– Que pergunta é essa Anny? Por que você quer saber? - Perguntou-me.

–Bom, você nunca me falou sobre isso, e agora me bateu uma curiosidade.

–E se eu não querer falar?

–Dai você não precisa falar, porem, eu tirarei minhas próprias conclusões.

–Anny, você nunca percebeu não é?

–O que?

E então eu senti uma respiração se aproximando, e logo o toque de sua boca na minha, aquele selinho, aquele simples selinho, foi tão perfeito, que eu poderia ficar a noite inteira acordada ali, com os lábios colados no dele.

–Que a unica garota que eu já gostei de verdade até hoje, foi você.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostados, beijos da gorda.



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