Just Friends. escrita por Stayever


Capítulo 2
Hematoma.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, bem antes do previsto por que to inspirada hoje. Espero que gostem rsrs



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Finalmente a aula de Matemática II havia acabado. Eram apenas 50 minutos, mas para Dylan pareceram incansáveis horas. O sinal do almoço para o pessoal do primeiro ensino médio batia após o termino do segundo tempo. Dylan ficaria no banco que fica em frente ao refeitório, para que pudesse estar visível quando ele passasse. Afinal, trato é trato, e ele ouvira muito bem Caleb gritar : "até o almoço!".

Passaram-se exatos seis minutos que o sinal batera e lá estava ele. Caleb Langdon, lindo e baixinho, vindo em sua direção. Dylan levantou-se ao ver o garoto se aproximar.

— Então...você está aqui mesmo! Achei que seria zoado mais uma vez e que você estivesse tirando uma com a minha cara mais cedo. — exclamou Caleb.

— Mas é claro que não. Eu disse que eu era diferente do resto dos babacas daqui. — disse o loiro, com um sorriso meio torto.

Os dois pegaram suas respectivas bandejas e se sentaram na mesa mais isolada da cantina. Ninguém gostava daquela mesa, pois ficava bem no meio de uma frequente corrente de ar frio. E era por isso que Dylan gostava tanto. Ninguém iria os perturbar ali.

— Então, conte-me mais sobre você. Por que se mudou para cá no meio do semestre? — perguntou Dylan.

— Resumindo? Meu pai é um bêbado e minha mãe estava depressiva. Achou que uma mudança iria fazer bem para ambos. Bobagem. — respondeu Caleb.

Dylan assentiu com a cabeça.

— Que barra, cara.

— É, mas e você? Mora a muito tempo aqui? — inquiriu o moreno.

— Desde que me conheço por gente. Meus pais se divorciaram quando eu tinha quatro anos e nós viemos pra cá. Então, basicamente não me lembro de nada antes desta cidadezinha. — explicou.

Um homem alto, vestido casualmente, porém chique, apareceu atrás de Caleb e então pigarreou para chamar a atenção.

— O diretor solicita sua presença na sala dele antes do termino do almoço, Sr. Langdon. Para tratar de assuntos do seu interesse, eu presumo.

— Okay, valeu bruta-montes. Fala pra ele preparar um chá para mim. — zombou Caleb, acenando, insinuando para o homem se afastar.

O homem o observou com um olhar de reprovação, balançou a cabeça negativamente e saiu.

— Parece que eu tenho que ir. Te vejo depois? — indagou o baixinho, levantando-se da mesa, sem esquecer de pegar sua bandeja.

Com certeza.

Caleb então se afastou, levando a bandeja para o balcão de devolução, e saindo pela porta de trás da cantina que levava a sala da direção.

Dylan terminou de comer seu pudim, então se levantou também e partiu rumo à aula de geometria avançada.

Três dias se passaram desde aquele almoço e Dylan não teve notícias do garoto.

E então, na sexta-feira, Caleb apareceu na sala de aula com o capuz de sua jaqueta preta cobrindo seus olhos, juntamente com sua franja, que estava molhada e escorrida na sobre seu rosto. Era aula de física, (a única aula que estava na grade de matéria de ambos, ou seja, o único momento que se viam fora o almoço e a hora da saída) e então se sentou ao lado de Dylan.

— O que aconteceu com você, cara? Fazem dias que não te vejo. Você está bem? — sussurra Dylan.

— Nada, eu tô legal. — murmura Caleb, num tom sofrido.

Dylan observa o garoto por um instante, até a professora chamar seu nome.

— Dylan, por favor, peça para o senhor Langdon tirar este capuz da cabeça, por que parece que ele não sabe das regras. — disse a professora, intolerante.

Quando Caleb tira o capuz, o loiro se espanta ao ver um enorme hematoma em seu olho esquerdo e alguns arranhões em sua bochecha. Caleb pega um pedaço de papel de seu fichário e escreve alguma coisa. Então dobrou o papel em quatro partes e passou para Dylan por cima da mesa. Ele então abre o bilhete e lê : "Depois eu te conto. Mas por agora, sem perguntas, por favor."

Dylan assentiu com a cabeça e a aula prosseguiu. Quando o sinal tocou, os dois saíram da sala quietos e foram até uma árvore no meio do campus e sentaram-se sob a sombra da mesma.

— Okay, desembucha. — diz Dylan, preocupado com o garoto.

— Meu pai bebeu demais ontem a noite. Isso é uma coisa comum para mim. Mas eu fui tentar defender minha mãe na discussão que eles estavam tendo e acabei levando a pior. — explica Caleb, massageando o olho roxo.

— Isso é um absurdo. Ele não pode te tratar deste jeito! — exclama Dylan, nervoso com a situação.

— Bom, ele é meu pai e querendo ou não ainda vivo sob o teto dele.

— Mas esta não é a solução. Sua mãe não disse nada? —diz Dylan, indignado.

Ela sabe que se disser, vai acabar apanhando também. Eu mesmo disse pra ela não tentar me defender. Ela é frágil demais, se meu pai partisse pra cima dela como faz comigo, acabaria matando-a. — diz Caleb.

Dylan fica sem o que dizer e o silêncio reina por alguns instantes, até que é quebrado por Caleb choramingando.

— Não chora, cara. Você tem que ser forte agora. — aconselha o loiro.

— É que me olho tá doendo, cara. — diz Caleb, sem saber se ria ou se chorava.

Os dois dão uma risadinha, mas logo o silêncio volta. O moreno está pensando na situação que está vivenciando.

— Eu sei que nós não nos conhecemos muito bem, e que é falta de educação se convidar para ir para a casa dos outros, mas será que eu poderia passar o resto da tarde na sua casa? É que minha mãe só chega do trabalho às dez e eu não quero ter que passar quatro horas com o meu pai no mesmo ambiente. denota Caleb.

— Mas é claro, cara. Não se preocupe, não há problema algum. A gente pode ficar jogando video-game ou sei lá o que até a minha mãe chegar e depois eu te acompanho até em casa de bike. Tá suave. — denota Dylan.

Os dois se levantam e vão até a saída do colégio, onde a bicicleta de Dylan está acorrentada.

Você não tem uma bicicleta? — pergunta Dylan.

— Não, eu venho pra escola a pé mesmo.

— Sério? Então sobe aí.

— Cabe duas pessoas em uma bicicleta? — indaga Caleb.

— Não oficialmente. Mas se eu pedalar em pé você pode ir sentado. — responde Dylan, sorridente.

E assim foi. Caleb sentou segurando nos ferros da traseira da bike, de costas para Dylan que pedalava em pé. Dylan morava à cinco quarteirões do colégio Dallas, ou seja, aproximadamente uns quinze minutos de pedalada.

— Nossa, você mora longe! — grita Caleb, de costas para Dylan, o que dificultava um pouco o diálogo.

— Que nada, já estamos chegando! — responde Dylan, no mesmo tom de voz.

— A gente acabou de passar a minha casa! — diz o moreno.

— Sério? Então você mora perto de mim... — exclama Dylan, freando a bicicleta. — Por que eu moro aqui.

A casa de Dylan era virando a esquina da casa de Caleb. Como eles nunca haviam notado? Os dois acharam graça nisso e deram um sorrisinho. Ao descerem da bike, não disseram uma palavra, apenas se olharam e seguiram em direção a casa.


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Notas finais do capítulo

Este capítulo ficou extenso, HAHA. Mas enfim, espero que tenham gostado ~bjs bjs



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