Logan secou as mãos suadas na calça antes de tocas a campainha. Seu coração estava acelerado e ele se sentia tonto. Estava tão nervoso que realmente pensava em correr de volta para casa e ficar lá se lamentando de sua estupidez com Mike e Bruna e nunca mais ir para o café ou o ponto de ônibus de novo. Mas agora já não adiantava nada, pois Sean abriu a porta, olhou para ele e sorriu.

– Nervoso? - perguntou o garoto.

Logan assentiu.

– Pra cacete.

Sean riu.

– Relaxa, cara... - disse. Logan achou que ele fosse dizer algo inspirador e fazê-lo se sentir melhor pela situação... Em vez disso, ele continuou: - Fica pior.

Logan fechou os olhos e respirou fundo antes de os abrir de novo.

– Valeu - disse, sarcasticamente.

Sean riu mais uma vez antes de o deixar entrar no apartamento. Logan o seguiu até a sala e ele se sentou no sofá enquanto o garoto ia até quarto da Rebeca chamá-la.

Logan secou as mãos na calça mais uma vez.

Sean abriu a porta do quarto e entrou, vendo Rebeca já arrumada em frente ao espelho, terminando de ajeitar o cabelo.

– Logan chegou - disse.

Ela se virou para ele, os olhos arregalados.

– Sério? - perguntou.

O garoto assentiu, se sentando na cama. Ela respirou fundo e foi até a cômoda, abrindo a primeira gaveta e tirando uma touca cinza de lá antes de a colocar na cabeça, ajeitá-la e se virar para Sean.

– To bem? - perguntou.

Ele sorriu e assentiu.

– Linda! - disse, se levantando e a empurrando para fora do quarto. - Agora vai lá e divirta-se.

Ele fechou a porta do quarto, a deixando de fora e permanecendo dentro, para deixá-los sozinhos. Rebeca respirou fundo e foi para a sala.

– Oi... - ela disse, baixinho.

Logan ergueu a cabeça e sorriu ao vê-la. Ela estava... Caralho, ela estava linda. Se perdeu um pouco nela antes de perceber que estava encarando e se levantar, pigarreando nervosamente.

– Então... Está pronta? - perguntou.

Rebeca assentiu, corando. Ele estendeu a mão para ela no impulso, então corou ao perceber o que tinha feito. Os dois ficaram olhando para sua mão por uns instantes antes de Rebeca a segurar, sem ter certeza do que estavam fazendo. Eles ainda ficaram olhando para suas mãos intercruzadas por uns segundos antes de levantarem e olhar e se entreolharem.

– Vamos? - ele perguntou.

Ela assentiu mais uma vez e eles saíram do apartamento, andando até o elevador. Eles ficaram o caminho todo até o carro em silêncio e Rebeca só o quebrou quando pediu para ligar o rádio.

– Acho que tem um CD aí... - ele disse, sendo interrompido pelo barulho da música que começou a tocar pelos auto-falantes do carro.

A garota ficou sacudindo a cabeça ao som da música enquanto Oli Sykes cantava no fundo. "Can you hear the silence? Can you see the dark? Can you fix the broken? Can you feel, can you feel my heart?" Ele corou, sendo quase pego num momento fangirl e tentando ao máximo não cantar em alto e bom som a letra da música.

Ela riu baixinho.

– Qual é a banda? - perguntou, como quem acha graça.

Ele a olhou de relance, prestando atenção em sua reação, enquanto sabia que tinha que olhar a estrada.

– Bring Me The Horizon - murmurou.

Ela assentiu.

"Can you help the hopeless? Well, I'm begging on my knees. Can you save my bastard soul? Will you wait for me?"

– Muito indie pra mim - foi a resposta.

Mesmo assim, ela continuou sacudindo a cabeça no ritmo da música.

– Que? - ele realmente a olhou dessa vez, indignado, mas por pouco tempo, olhando de volta para a rua - Ta de sacanagem, né? Eles são muito foda.

Não sabia nem por que se sentia ofendido, mas sabia que a culpa era da Bruna. Ela que era viciada nessa banda e vivia cantarolando as músicas pela casa quando os visitava. Michael gostava também, muito embora não tanto quanto ela. Mas foi só quando Bruna estava cantando It Never Ends e ele sem querer cantou o verso seguinte que ela começou a pular pela casa, dizendo que faria um CD com as músicas deles para ele e que quando tivesse um show ela o arrastaria junto e.... Bem, os pontos se ligam aí, né.

Era esse o CD que ela tinha feito e bem... Vamos apenas dizer que Bruna estava muito feliz em ter mais gente para ouvir música com ela.

"I'm sorry brothers. So sorry lover. Forgive me father. I love you mother. Can you hear the silence? Can you see the dark? Can you fix the broken? Can you feel my heart?"

Rebeca riu, erguendo os braços como quem se rende.

– Ei, não disse que eles não eram bons - disse.

Ele sacudiu a cabeça, mas assentiu, com um sorriso. Eles continuaram em silêncio até Logan começar a cantar as letras baixinho. Ela o olhou e sorriu, continuando a sacudir a cabeça e a perna no ritmo da música.

"I'm scared to get close and I hate being alone. I long for that feeling to not feel at all. The higher I get, the lower I'll sink.I can't drown my demons, they know how to swim. Can you feel my heart?"

– Wow - ela disse, em resposta a parte da música que passou - Profundo.

Logan assentiu e sorriu.

– Concordo. - disse - As vezes eu zoo a Bruna, dizendo que essa parte é muito aviadada. Ela fica puta comigo, por que é a parte favorita dela da música.

Rebeca o olhou.

– Quem é Bruna? - perguntou.

Logan não sabia dizer se ela estava com ciúmes ou apenas curiosa (estava com ciúme, mas não era como se ela fosse dizer isso para ele).

– Hm.. - disse - Namorada do Michael.

Rebeca sorriu e olhou para a estrada.

"Can you hear the silence? Can you see the dark? Can you fix the broken? Can you feel, can you feel my heart?"

– Foi ela que fez você gostar dessa banda? - perguntou.

Ele assentiu. A música mudou. Particularmente, essa era sua favorita. Murmurou "ever since this began I was blessed with a curse. And for better or for worse I was born into a hearse...", mas logo teve que desligar o rádio, pois tinham chegado ao café onde eles iam primeiro. Chamava-se Treehouse e era o segundo favorito de Logan, depois do que Rebeca trabalhava. Só que ele achava que levar a garota ao trabalho não era muito romântico. Abriu a porta para ela e os dois entraram, escolhendo uma mesa perto da janela e se sentando.

A garçonete foi até eles e eles fizeram seus pedidos. Ela se afastou com uma cara de tédio, o que os fez rir. Eles ficaram conversando até seus pedidos chegarem e então, começaram a comer seus hamburgueres em um silêncio confortável, trocando algumas palavras de vez em quando.

Assim que acabaram, continuaram conversando por mais alguns minutos, antes de decidirem que era hora de ir. Logan pagou por tudo, apesar de Rebeca continuar insistindo que os dois podiam dividir. Eles voltaram para o carro e Logan dirigiu até o parque, sem música dessa vez.

Eles chegaram até lá e Logan abriu a porta para Rebeca sair do carro. Ela encarou tudo com os olhos brilhando. Logan riu, segurando sua mão e indo até o bilheteiro, pagando pelas entradas. Ele se virou para Rebeca.

– Onde quer ir primeiro?

Ela o olhou e sorriu.

– Montanha-russa!

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Após terem ido no Carrinho Bate-Bate, Roda Gigante e na Montanha-Russa cinco vezes, Rebeca estava rindo enquanto Logan atirava - muito mal - num ET para tentar ganhar uma coruja de pelúcia para a garota. Algo o dizia que era importante - bem, ele estava comparando a coruja ao panda de pelúcia que Michael deu para Bruna e que a garota dormia agarrada com. Tinha que ser importante.

Faltava apenas uma bala. Logan sabia que não ia conseguir, mas aquilo estava o deixando tão irritado. Ele apertou o gatilho da arma de brinquedo com tanta força que ele achou que fosse quebrar, mirando no ET, que não parava de se mexer.

Ele suspirou, achando que tinha errado. Então o ET se desequilibrou. Os dois ficaram encarando o papelão, esperando que caísse... O que ele fez, alguns segundos depois. O garoto que estava atendendo na barraquinha continuou com sua cara de tédio enquanto dizia, falsamente:

– Eeeh, você ganhou a coruja.. - pegou a corujinha de pelúcia e entregou a Logan, que a aceitou, rindo e comemorando com Rebeca.

Ele estendeu a coruja para ela, que a pegou e sorriu para ele, o beijando na bochecha.

– Obrigada - ela murmurou.

Ele corou e assentiu.

Ele corou e assentiu. Olhou o relógio e arregalou os olhos ao ver que já era quase meia noite.

– Ops... - disse.

Ela o olhou.

– O que? - perguntou.

– Já é quase meia noite.

Ela arregalou os olhos.

– Oh... Sean vai me matar!

Logan riu. Eles voltaram para o carro e entraram. A viagem de volta para casa foi rápida e logo Logan estava abrindo a porta do carro para Rebeca e a acompanhando até o segundo andar, onde estava seu apartamento. Eles pararam à porta, num silêncio desconfortável.

– Te vejo amanhã, então. - ele disse.

Ela sorriu de lado.

– Amanhã?

– É... No ponto de ônibus - disse.

Ela riu e assentiu.

– É... Tchau, Logan - abriu a porta.

Ele assentiu.

– Tchau.. - estava prestes a sair quando as mãos da garota seguraram a gola de sua camisa.

Ela o puxou para perto e o beijou, passando a língua pelo seu lábio inferior. Logan, tomado pela surpresa, consentiu a passagem. Ela tinha gosto de hamburguer e coca-cola, o que o fez sorrir, enquanto a beijava de volta. Pôs a mão em sua cintura e a puxou para perto, suas línguas numa batalha descoordenada por domínio.

Eles se separaram instantes depois, quando Rebeca o deu um selinho e sorriu, entrando rapidamente em seu apartamento e trancando a porta atrás de si.

Ele ficou encarando a madeira, com um sorriso besta em seu rosto.

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Eles se encontraram no dia seguinte, no ponto de ônibus. Ela chegou primeiro e escolheu um banco e ele se sentou ao seu lado quando chegou. De alguma maneira, ao longo do caminho, suas mãos se enlaçaram e eles coraram, mas não desderam as mãos.

– Oi - foi ele que começou a conversa.

– Hey - ela sacudiu a cabeça, com um sorriso de leve no rosto, e o olhou.

Eles ficaram se encarando, sem dizer nada, até o ônibus dele chegar. E ele se levantou e soltou sua mão (a mão dela parecia vazia depois disso), murmurou um "tchau", baixinho, e sorriu, entrando no ônibus.

Ele já estava de costas e não percebera, mas pela primeira vez, ela sorriu de volta.