Mais Que Amigos escrita por Barbara, Melissa França


Capítulo 1
Machista idiota!




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Flashes da batalha em Nova York passava pela mente de Natasha enquanto ela ultrapassava mais do que o recorde da sala de treinamento... Ela ia se matar de tanto treinar. A frase “O inimigo não hesita” ecoava na mente dela, o sangue pulsava em seus ouvidos e o suor escorria por seu corpo. A regata fresca colada no corpo pelo suor e cabelo mais longo preso a deixavam com um aspecto militar. Os exercícios pararam e ela se irritou.

- É brincadeira! – Disse nervosa se inclinando e apoiando as mãos nos joelhos na tentativa de se manter em pé.

- Pode me explicar o que estava tentando fazer? – Steve perguntou caminhando lentamente com as mãos dentro do bolso.

- Então foi você?

- Claro! Você queria se matar?

- Quem define os meus limites sou eu! Eu aguentava mais tempo! – Ela sentiu uma dor no joelho e sua perna tremeu diante dessa dor.

- Você está bem? – Ele perguntou segurando-a pela cintura. Rapidamente ela se afasta.

- É claro que estou... Só queria estar pronta caso tenhamos algum ataque parecido.

- É isso? Natasha que besteira! Seu desempenho na batalha foi incrível! Nunca vira uma mulher lutar com tanto bravura... – “Na verdade, uma vez... Ou quase isso...” pensava ele.

- Então é isso? É por que eu sou mulher?

- Não! – Foi aí que se deu conta da mancada. – Claro que não Natasha! Imagina!

- Você é um idiota! – Ela começou a caminhar esbarrando seu ombro no dele antes de sair. Ele se virou fechando os olhos em sinal de arrependimento. Ele agira como um perfeito idiota.

Natasha seguiu nervosa até o dormitório e resolveu tomar um banho para descansar um pouco... Podia parecer que não mas era madrugada e ela estava completamente sem sono. Agentes do noturno circulavam apressados. Enquanto saia do banheiro com uma dor enorme na perna ouviu batidas na porta. Ao pensar que era Clint não se incomodou em abrir para conversarem enquanto estava apenas com um short e uma regata para dormir. Ela estava louca para chegar a estação refrescando. Quando abriu quase caiu para trás diante da imagem de Steve parado em sua porta.

- Steve?

- Esperava outra pessoa? – Perguntou desconfiado.

- Não. Precisa de alguma coisa? – Perguntou impaciente.

Pela primeira vez desde que fora descongelado, Steve se imaginou com uma mulher. Essa mulher era Natasha. Ela não era fútil como as outras. Ela era diferente... Não ligava muito para aparência mas mesmo assim era linda. – Steve? – Ela perguntou tirando ele dos devaneios que o levaram para a cama mas a dentro no quarto.

- Queria pedir desculpas... Por falar com você de uma maneira tão machista. – Ela acenou que sim com a cabeça.

- Pelo menos você reconhece... Tudo bem. – Disse com a mão na porta. – Mais alguma coisa? – Perguntou. Uma pontinha queria que ele dissesse sim. O que ela não entendia.

- Sim... Quer dizer! Não! – Disse nervoso.

- Tá. – Ela riu. – Se não se importa eu preciso mesmo descansar.

- Claro, claro... – Respondeu se virando e caminhando apressadamente pelos corredores. Natasha sorriu e entrou fechando a porta. Se deitou e ficou pensando na vida.

- É Romanoff! Nem ensaie muita coisa! – Se virou de lado e logo tratou de adormecer... Sonhou com Steve. Sonhou que ele a beijava. Era doce... Ela sorria para ele. Ela acordou com nojo do que vira. Ainda não conhecia o amor. Ela não crescera com esse sentimento. Era algo que nem sabia como era. Ela acordou com os lábios de alguém nos seus. Ela sorriu já imaginando quem seria.

- Já disse para parar de brincar comigo assim Clint... – Disse afastando o amigo que adorava fazer essas “brincadeiras.”

- Está com lindas pernas Tasha. Andou malhando? – Perguntou quando a ruiva se virou para tentar dormir mais.

- Andei.

- Viu como eu sempre noto. – Já que ela não acordava ele deslizou a mão por sua perna.

- Clint! – Disse rindo. Ela se sentou na cama e notou o cupcake que ele segurava. Havia uma pequena vela em cima dele.

- Feliz aniversário Tasha! – Ele disse começando um coro de “Parabéns Pra Você.”

- É meu aniversário?

- Não acredito que esqueceu! – Ele fez biquinho.

- Oh! – Ela disse deslizando as mãos pelo rosto. – Isso é sério?

- Seriíssimo! – Riu e colocando o cupcake no criado mudo.

- Está zuando comigo? – Perguntou olhando o pequeno calendário na parede. Clint deu uma gargalhada e preparou para correr. Mas ela foi mais rápido e prendeu ele com as pernas.

- Se pensa que está me castigando, eu estou adorando! – Ele disse fazendo-a começar a se levantar. Nessa mesma hora ele girou ficando em cima dela e deslizando a mão por seu cabelo. – É só pedir Tasha... – Sussurrou com sua voz mais sedutora.

- Natasha? – Steve perguntou aproveitando a porta aberta para olhar se ela estava saindo. Ao ver a cena de Clint em cima dela sentiu seu sangue queimar. “o que ela estava fazendo?” Natasha empurrou Clint.

- Steve. Madrugou hoje, não?

- Pelo visto as coisas já estão divertidas por aqui. – Respondeu se virando. Ela correu até porta e o segurou pelo braço. Clint se recuperava do susto no chão do outro lado da cama.

- Não é nada disso! Não estava acontecendo nada! Steve! Tente entender. – Ela o puxava para dentro do quarto novamente.

- Não me deve satisfação da sua vida Natasha. Faz dela o que você quiser.

 -Por que está falando assim comigo? – Perguntou soltando ele.

- Não sei. Talvez eu tenha ficado irritado. – Disse indo se virar novamente.

- Por isso estou dizendo que não é nada do que estava pensando! – Aumentou o tom de voz, então ele se virou. Aquele brutamontes caminhando na direção dela, tão pequena e frágil perto dele. Ele a encurralou na parede e ficou bem próximo, segurou seu rosto entre as mãos. E quando ela ia acreditar naquele beijo, ele suspirou e a soltou se afastando um pouco.

 -Não precisa me dar satisfações sobre o que faz e o que deixa de fazer.

- Eu sei que não! – Respondeu bufando e fechando a porta. – Idiota!

- Lento. – Disse Clint que estava deitado na cama jogando o travesseiro dela para cima.

- Oi? – Perguntou confusa.

- Qual é Nat! Tudo mundo veria o mole que você deu ali fora. Se fosse eu!

- Essa é a diferença. Ele é cego e você é um tarado!

- Arrá! Então eu estava certo?

- Claro que não! – Tentou esconder.

- Claro que sim! Você está gostando do Steve! Ui! Então no fundo você, marrentinha, gosta de Príncipe Encantado.

- Cala a boca! – Ela disse rindo. – Ele tem um jeito assim, de galã. – Ela disse tentando imitar o jeito do Steve. Clint riu se levantando.

- Bora! A gente precisa aproveitar o dia livre...

- A gente vírgula! Você! Eu fico na SHIELD.

- Ela não aguenta ficar nem um pouquinho longe do Encantado!

- Sai daqui! – Natasha puxou ele e praticamente o jogou para fora do dormitório.

Ela não conseguiu muita coisa para fazer na SHIELD além de treinar... Acabou encontrando com Steve por lá... Não deixava de notar os músculos dele. Por que ele tinha que ser assim tão lindo? Mas tarde depois de um banho decidiu dormir o resto do dia para repor as energias dos outros dias que passara sem dormir.

Enquanto Steve não conseguia desviar seus pensamentos de Natasha, lá em um dos dormitórios dos enormes corredores, a ruiva se debatia e suava, aparentava querer fugir de algo mesmo dormindo. E em uma ação rápida ela se levanta e saca a arma que era mantida no criado-mudo do lado de sua cama. Percebe que nada passou de um pesadelo, desde que Bruce se transformou em sua frente e por pouco não a matou, tem tido noites agitadas, com mínimas horas de sono. A noite passada fora um milagre... Teve a melhor noite de sua vida. Sonhando com ele. Ela só não entendia o porquê... Fica aliviada quando percebe que os primeiros raios de sol já assanhavam-se para brotar no céu. Levanta-se e ruma para o refeitório, caminhar lhe fazia esquecer momentos de terror. O engraçado foi encontrar com ele lá, o causador da sua paz...

- Também não consegue dormir Capitão? – Perguntou puxando assunto, já que eram os únicos ali.

- Dormi por setenta anos, acho que aguento o tranco. – Ela sorriu. – Mas e você, o que está acontecendo para não conseguir dormir... Não é a primeira vez que te vejo sair cedo do dormitório.

- Tem observado?

- Talvez... – Admitiu fazendo-a sorrir. Natasha morria por dentro toda vez olhava bem para o rosto dele... Ele era a única pessoa que a fazia querer dizer “sim”...

- Pesadelos...

- A batalha ainda te perturba, não é?

- Não é só a batalha... A Hulk, ele não me matou por pouco.

- Não precisa ficar com medo. Podemos ir ver o nascer do sol... Sempre me deixa calmo e feliz... – Natasha cogitou a ideia, é claro que ela queria.

- Pode ser uma boa. – Caminharam lado a lado até onde Steve costumava ir, ele se sentou ao lado dela e ficaram observando.

- Natasha?

- Sim?

- Posso fazer uma pergunta?

- Já está fazendo mas, vai em frente. – Ela sorriu e olhou para ele.

- Entre você e... E Barton, tem alguma coisa?

- O quê? – Perguntou quase caindo para trás. – Claro que não Steve, Clint é meu amigo. Só que às vezes faz umas brincadeiras que não gosto. Pedi para ele parar, mas ele é muito teimoso. – Ele sentiu seu rosto queimando.

- Entendi. – Disse apenas observando o céu sendo colorido de tom alaranjado... O Sol, artista nato, fazia sua obra de arte na mais bela tela.

 - Qual era o nome dela? – Natasha perguntou aborrecida.

- Peggy Carter... Como soube?

- Seus olhos... Eu sabia que estava pensando em alguém, alguém gosta muito... Além do mais, eu sou uma espiã treinada por soldados da União Soviética... Não foi muito difícil. – O engraçado era que ele realmente pensava em alguém... Mas não era Peggy.

- Não estou pensando em Peggy... – Resolveu ser sincero.

- Não? Pensei que... – Ela tentou entender.

- Nosso amor é impossível... Não podemos ficar juntos. Se ela estiver viva, nem irá se lembrar de mim... Eu já vivo sem a dor. Estou tentando não me lembrar. – Natasha sorriu.

- Então, não está mais aqui quem falou. – Eles sorriram.

- Acho que Fury está armando uma... Reunir os Vingadores de novo... Sei lá, alguma coisa assim. – Falou por fim.

- Talvez, acho que devemos apenas esperar. Já que se for verdade ele terá um motivo plausível.

- Com certeza. – Depois de mais ou menos uma dúzia de palavras eles voltaram.

Natasha passaria uma temporada fora, iria atrás de um artefato Chitauri. Na época da batalha essas criaturas espalharam suvenir por aí, alguns milionários compravam essas peças por bilhões e mais bilhões de dólares, sem nem entender o que tinham. Nenhuma noticia deveria vazar. Natasha não gostava. Era fácil, mas talvez exigisse mais do que sua agilidade e eficácia. Estava cansada de usar o charme para conseguir tudo...


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