POV Violetta

Leon e eu estamos caminhando até o Studio. Ele invadiu o quarto de Ludmila na sexta, e já é segunda-feira. Se o meu acordo com Ludmila ainda estivesse valendo, ou ela estaria agarrando meu namorado pelos cantos, ou Leon seria tratado como algum tipo de aberração por todos.

Ludmila chega perto de nós, e diz:

– Violet, parece que você não cumpriu com o nosso trato.

– Eu sei que você não tem mais o vídeo, Ludmila. – digo, segura de mim. – Sem vídeo, sem trato.

Ela parece ponderar, e então diz:

​– Se é isso o que quer pensar.

Vou ao vestuário feminino. Quando saio de lá, Leon já está me esperando com a roupa de dança do lado de fora. Damos as mãos, e vamos até a sala, onde a maioria das pessoas já está. Gregório também está lá, gritando com tudo e todos. Ainda de costas, ouço ele dizer:

– Dois irresponsáveis atrasa...

Antes de teminar a frase, ele se vira, e quando vê Leon, solta um gritinho.

– Fique... Fique longe de mim... – diz.

Os outros alunos que chegam, olham para nós assustados, pasmos, ou incrédulos, e vão para o fundo da sala junto de Gregório. Aperto o braço de Leon.

– O que está acontecendo? – sussurro para ele.

Ele dá de ombros, e continuamos olhando. Até que Camila entra que nem uma desesperada na sala, e nos arrasta até a área dos armários.

– Cami, o que...

Antes que eu possa dizer, ela abre em um vídeo do You Tube, onde vemos a mão iluminada de Leon, e ele falando sobre ser criado sobre minha mente. Um milhão e meio de visitas. Vários comentários problemáticos. Ela o entregou.

– Mas como ela fez isso, se ela não tem o vídeo?

Então ouvimos uma voz no fim do corredor:

– Vocês acham que eu seria burra o bastante para deixar o vídeo salvo apenas na câmera? Como se eu não tivesse um notebook de garantia. – todos viramos, e vemos Ludmila, ali parada. – Você descumpriu com o nosso trato, Violetta. Agora, o Lion vai pagar pelas consequências.

Eu não sabia o que dizer.

– Ludmila, sua...

– Meu amor. – diz Leon, segurando meus pulsos para eu não estapear Ludmila – Temos mais coisas para nos preocupar. Vamos.

Balanço a cabeça cordialmente, e saímos em disparada até a minha casa. Chegando na frente, Leon se teletransporta até o meu quarto, e eu entro em casa, sendo parada logo de cara pelo meu pai.

– Violetta, esse aqui não é o seu namorado?

Ele aponta para o tablet em sua mão, exibindo o vídeo.

– S-sim...

– Por quê vocês estão falando isso, e a mão dele está brilhando desse jeito?

– Ahm... É... Porque... Bem, pai, eu te explico depois, eu tenho coisas a fazer.

Antes que meu pai possa dizer mais algo, corro até meu quarto, e fecho a porta. Ali está Leon. Sua expressão não está calma, relaxada e preguiçosa como sempre, parece tensa. Ele se levanta, e vem até mim.

– Estamos perdidos. – diz.

– Não. Nós vamos dar um jeito...

– Que jeito?! Talvez eu nunca devesse ter saído da sua cabeça. Estou começando a ficar desesperado, Violetta. Não sei mais o que fazer, o que falar, nem o que pensar. Também não sei o que essas pessoas poderiam fazer de mim. Elas acham que sou uma...

– Não diga isso.

– Uma aberração.

– Eu já expliquei isso para você, Leon. Elas não estão acostumadas com você, só isso.

Dou um abraço nele, e depois junto nossos lábios. Há um tempo não fazemos isso. Senti saudades de ficar assim, próxima dele. Mesmo que seja na situação que estamos.

Talvez possamos inventar algo. Talvez possamos dizer que ele é um ilusionista, ou alguma coisa. Mas temos de salvá-lo. Eu criei Leon, eu recusei a oferta de Ludmila. Agora temos de dar um jeito de segurar a mídia. E aguentar o tranco.