Naquela noite, eu diria que foi uma horrível noite. Eu não queria demorar, me afastei do veiculo que deixou-me em frente a mansão dos irmãos.

Não estou feliz e também não estou triste. Pela primeira vez em minha vida que eu deveria sentir medo eu estou.... indiferente. Como pode isso? Não sei, eu devia ao menos temer a morte.

A chuva... Nem a senti direito, para dizer a verdade, ela me incomodou tão pouco enquanto eu fitava o enorme portão de madeira.

Será que molhou a minha bolsa carteiro? Será que molhou meu vídeo game? Droga, tinha que me apressar ou perderia até meu diário nessa brincadeira.

– Eu cheguei. - Gritei,sem cerimônias.

Como esperado um assustador mordomo me deu passagem. Por isso eu trouxe esta bolsa, me renderá dores, mas sabia que não sumiria com facilidade na escuridão daquela casa.

Quem sou eu? A ruiva mais assustadora que os homens que amei diziam ter conhecido. Meus cabelos são cacheados, mas são comportados. Sou baixa, por volta de 1,55.

Eu sou Yuujirou.

– Sabemos quem você é. - Disse uma voz no escuro. Uma voz sádica, a qual segui sem pressa alguma. Essa voz era do mais velho dos irmãos. Com seu clássico uniforme escolar e seu sorriso destruidor. Ele ajeitou os óculos antes de se aproximar de mim. - Eu lembro de você... - Neste momento senti que ele me pegou pelo pescoço, ele me erguia sem medo de me matar ali e agora.

Mas eu tinha uma carta na manga.

Meu uniforme de colegial sempre me deixou a desejar, mas o enorme casaco azul escuro escondia algumas armas, alguns itens e alguns salvadores.

–REIJI, ME SOLTE! - Eu disse com a voz mais firme que pude, antes dele começar a rir. Não o dei tempo, em seguida eu agarrei o braço dele com as minhas unhas. Não as humanas. E sim as de metal, luvas cobertas por um metal bem versátil.

Eu ouvi um grito e cai no chão. Retirando a bolsa e pegando a minha velha katana. A coloquei na cintura até ouvir passos atras de mim.

– Aonde esta Yui? - Ele disse com calma e aquele orgulho irritante de sempre. Maldito ser ariano, irritante eu diria. Mas não demorei a responde-lo.

– Acha mesmo que deixaria a minha irmã idiota vir aqui?Eu mesma quero dar uma surra em vocês. - Disse, notando um possível flash de Shu, saquei a espada, e no saque já consegui bloquear algo... vidro? Esse Ariano maldito jogou vidro em mim?

Fui pra trás, rapidamente, até encostar numa parde, um caco grande fincou no meu braço. O sangue manchou meu casaco, estorvo. Retirei o casaco e dobrei rapidamente as mangas da camisa. Puxando o caco de uma vez. Eu sabia que só encontraria três deles hoje, os outros tinha me observado chegar, quando paramos para pegar algumas coisas numa cidade anterior, eu notei um grupo estranho a me espionar, seus olhos queimavam nas minhas costas.

Eles não me deram chance. Ayato chegou. Shu, perto de Ayato, era bom e até fofo. Ayato podia ser mais violento que eu, e ele seria.

Um soco no estomago. Foi o presente de boas vindas de Ayato. Mesmo com uma malha de ferro por debaixo da roupa aquele soco foi fatal. Não senti nada após aquilo.Mas sei que sentirei muito mais. Ayato não ia simplesmente me dar um soco, levarei pelo menos uns três, isso ja desmaiada.

Acordei algumas horas depois,no imenso quarto teoricamente reservado para mim.Tão reservado que vi Ayato sentado na beira da cama.

Estava de camisola.Senti o peso das minhas luvas,notei que não tiraram por que tinham medo que eu tivesse colocado alguma armadilha.

- Ayato,saia. - Eu senti algumas pontadas no estomago,sabia que era o resultado dos socos do ruivinho,que agora me olhava com um sorriso maldoso,tipico dele.

- Ta bravinha,pirralha?Acho que ouvi latidos! - Sei que ele dizia aquilo só para me irritar,e por isso eu estava morrendo de vontade de soca-lo até na sua área sensível.

Reiji apareceu no mesmo momento que movi meu corpo um pouco pra frente.Mas eu tentei me soltar,como um animal ferros.O que fez Ayato rir de mim.

- REIJI,ME SOLTA! - Ele me segurava pela cintura,mas logo me puxou pelo cabelo e,mesmo exalando rebeldia e violência,fui forçada a me sentar na cama para descansar.

- Você quase quebrou uma costela,garota irritante. - Disse,ao me ver comportada,mas de braços dados.Assim,ergueu minha camisola e colocou bolsinhas água bem fria,mantidas por faixas simples. - Deve estar bem para ir ao colégio amanhã.

Bem,para Reiji,era eu andando.Apenas isso.Mas ja era algo.Eu me deitei e tentei relaxar.Mesmo Ayato desisitiu de me importunar depois de algum tempo.

No decorrer do dia eu senti alguém trocando as faixas e as bolsinhas.Mas será que era Reiji?