As Árvores Trigêmeas escrita por Mellian Mei


Capítulo 5
Lute ou morra


Notas iniciais do capítulo

Hey hey pessoal, demorei DE NOVO, eu sei. Mas o cap esta aqui, espero que gostem.
Mellian Mei



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A manhã chegou e passou e os irmãos Volencroft foram alimentados e vestidos segundo os bons modos. Dizer que Raphael tivera uma boa noite de sono seria exagero, tinha sonhado com bruxas e com toda sorte de monstros que se podia imaginar. O mesmo não podia se dizer de Livie, que praticamente desmaiou em sua cama de palha.

Raph, como um bom irmão tratou de consolar Ly com promessas de que logo voltariam para casa assim que toda aquela história se resolvesse, e que não devia ter medo, pois ele estava ali para protegê-la.

Os irmãos Volencroft estavam sentados em uma mesa redonda de madeira dentro da Taberna, os pães ainda repousavam em seus pratos.

– Irmão, você acredita neles? – perguntou Ly

Após uma breve pausa, ele respondeu:

– Não. Sim, talvez, eu acho. Não sei no que devo acreditar Livie, mas podemos confiar um no outro, certo?

– A bruxa vai vir nos pegar não é? Eu posso sentir que ela esta perto, tenho medo de que aconteça algo com a gente. E se...

– Não se preocupe, já lhe disse isso essa manhã e vou te dizer de novo: eu estou aqui. Vamos proteger um ao outro e logo estaremos em casa de novo. Esta bem? Agora termine de comer.

A Taberna começara a encher com clientes, já era hora de desocupar a mesa como assim lhes fora aconselhado. Os irmãos pegaram seus utensílios e o devolveram no balcão agradecendo o Chefe.

– Obrigado pelo café

– Não se preocupem, amigos de Ducalion são meus amigos também – e soltou uma sonora gargalhada

Um rapaz correu em sua direção, Raph levou um momento para reconhecer Josh, ele estava com uma nova dose de ânimo, parecia ter tomado banho, mas continuava agitado, o tipo de agitação cautelosa de quem esta escondendo algo.

– Bom dia, crianças. Estão prontos? Precisamos armá-los, e descobrir se são bons em alguma coisa ou se vão morrer assim que olharem nos olhos da bruxa. Venham, sigam-me.

Livie soltou um leve gemido de resistência, e murmurou um “não quero morrer” que se alguém chegou a ouvir não se dignou a responder.

O dia estava quente e seco, a poeira das ruas entrava em seus olhos e fazia coçar a garganta, as pessoas continuavam a lançar olhares hostis, mas dessa vez não parecia querer matá-los. Josh os conduziu por algumas ruas estreitas, passaram por lojas pequenas, o estábulo visto no dia anterior, e então viram a pobreza: gente passando fome, mendigando um pedaço de pão e mais a frente estavam os campos de cultivo.

– Se vocês cultivam sua própria comida, por que tantas pessoas estão passando fome? – perguntou o garoto

Josh lhe lançou um olhar divertido

– Nem todos podem pagar por ela

– Tudo se trata de dinheiro então? – rosnou

– Triste, não? – Porém a voz de Josh não transmitia nada além de indiferença – Vamos, já perdemos muito tempo.

Após continuarem a andar chegaram, por fim, a uma casa de madeira, lá dento trabalhava um ferreiro atarracado, de braços fortes, que lutava para dar forma a uma massa de metal incandescente. O calor era intenso e a fumaça fez com que lágrimas aparecessem nos olhos dos irmãos.

– Já estava mais do que na hora de vocês aparecerem! – falou o homem parando seu trabalho por um momento – Quília já esta ficando sem paciência. Ela está lá nos fundos, na clareira. Boa sorte.

O trio, sem mais delongas avançou por dentro do local e foram para os fundos que dava direto para uma vasta clareia. Havia algumas mesas onde descansavam diversos tipos de armas e armaduras. Uma mulher estava sentada em um tronco caído, com a cabeça baixa, dando gume a uma espada longa com uma pedra de amolar. Era magra, porém seus braços mostraram músculos bem definidos, usava um colar com o que parecia ser um cristal.

– Estão atrasados – disse a mulher sem olhar para eles

– Sim, desculpe-me, Quília – respondeu Josh – Não irá acontecer novamente.

A moça finalmente olhou para o grupo, ela tinha olhos impressionantes, e se demorou reparando em Josh.

– O que você trouxe para mim?

– Esses são Raphael e Livie, eles precisam ser treinados, tenho certeza que você é a única pessoa capaz de fazer isso.

Quília levantou-se e se aproximou dos irmãos estudando cada centímetro de seus corpos.

– Vocês são fracos, mas não completamente sem músculos, acho que ainda têm jeito, só precisamos ver com que tipo de arma vocês conseguem matar melhor. – ela fez uma pausa – Ah, Josh, isso vai ter um preço.

– Qualquer coisa que queira milady – respondeu

Quília com um sorriso de satisfação foi para as mesas e pegou duas espadas cegas e virando-se para as duas crianças disse:

– Já usaram uma espada antes?

– Sim – respondeu Livie

A mulher levantou uma sobrancelha como se duvidasse daquilo.

– Nós sabemos nos proteger – disse Raphael, ele detestava quando subestimavam suas capacidades – Vivemos perto da floresta. Além disso, nosso pai sempre nos treinou.

– Vamos ver se vocês são tão bons quanto acham que são – disse Quília entregando-lhes as armas – Raphael, você primeiro, velha.

Raph conteve um suspiro pela espada sem gume, mas a aceitou sem reclamações junto a um pequeno escudo de madeira. Colocando-se em posição de luta levantou a arma e esperou.

– Venha, quero ver como você ataca- autorizou a treinadora segurando sua espada

O garoto sem hesitar atacou. Ele podia não ser muito forte, mas era rápido e sabia atacar os pontos fracos. Quília percebeu isso rapidamente e não foi com dificuldade que se esquivou das suas investidas e logo Raphael estava caído no chão.

– Nada mau garoto, mas tente ser menos previsível. Só tem que treinar um pouco mais.

O menino levantou-se ficando em posição novamente e atacou. O primeiro golpe de Quília foi aparado pelo escudo, e Raphael girou o braço querendo acertar a lateral da treinadora que tentou esquivar, e a espada repentinamente mudou seu curso para as pernas da mulher fazendo com que ela caísse de lado.

A treinadora não se conteve e riu colocando-se de pé e tirando o pó das calças.

– Você tem futuro, Raphael. Acho que errei em te julgar.

– Sou um Volencroft, não sou previsível – respondeu

– Para um garoto que não sabe se defender tão bem você tem muita audácia nessa sua língua. – zombou a professora – Vocês devem aprender a lutar ou vão morrer assim que olharem nos olhos da Bruxa.

– Raphael – chamou Livie que estava quieta o tempo todo apenas assistindo.

Quando o irmão virou para vê-la percebeu que Ly estava tremendo e com lágrimas nos olhos, tinha uma expressão assustada, beirando ao terror. Isso logo deixou o garoto em alerta.

– Ela... ela está vindo. Eu posso ouvir – continuou a menina com os olhos desfocados – Ela não para de falar. Esta... Esta me chamando.

– Quem? Quem esta te chamando, Livie? – perguntou Raphael indo em sua direção, mas a irmã o afastou com um tapa rápido.

– Eu preciso ir até ela – falou e antes que pudesse ser detida a garota virou-se e pôs-se a correr.

Então, o sol foi coberto por uma mancha negra, o calor esvaiu-se dando lugar para um frio tão cortante que a respiração de Raphael fazia nuvens no ar. Uma risada maléfica ecoou por toda a clareira.

Era a Bruxa, ela estava chegando.


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Notas finais do capítulo

Eai, estão curtido? Comentem, favoritem, indiquem, critiquem e elogiem, por favor, tudo é bem vindo *-*



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