O sol mal tinha nascido e Hermione já estava de pé, secando seu cabelo ondulado. Vestiu-se, deixando as vestes de Hogwarts mais a mão. E então acordou Gina que lhe jogou uma almofada no rosto pedindo mais cinco minutos. Hermione então pegou seu malão e os colocou para fora do quarto, descendo com dificuldade pela escada.

–Bom dia. –Uma voz baixa e embargada lhe chamou a atenção. –Eu te ajudo.

–Ah, obrigada. –Agradeceu Ron que logo levou o malão para o andar de baixo. Sentou-se ao lado de Harry para tomar seu café, porém sentiu falta dos gêmeos durante a refeição. Provavelmente haviam ido para a loja mais cedo cuidar de alguns assuntos. Hermione terminou seu café e subiu para terminar de se arrumar, o que durou menos de 10min. Algum tempo depois todos já estavam na estação, preparando-se para atravessar a parede.

–Harry e Ron vocês primeiro. –Os rapazes assentiram e então correram em direção a parede que os sugou para a plataforma 9 ¾ . Em seguida Molly e Gina atravessaram, deixando Hermione para trás.

A garota então posicionou o carrinho, apertou os punhos sobre o metal frio, pisou com firmeza e chão, mas quando deu o primeiro passo seu braço foi segurado. Hermione se virou e abriu um largo sorriso.

–Você veio! –Sorriu abraçando o ruivo que a apertou contra seu corpo.

–Não deixaria você ir sem antes me despedir. –Sussurrou em seu ouvido. Separou-se então e selou seus lábios nos rosados lábios de Hermione que apertou o pescoço do rapaz. Alguns segundos se passaram, colaram suas testas, apenas sentindo suas respirações.

–Preciso ir. –Disse Hermione calmamente. Fred assentiu, selou uma ultima vez os lábios da garota, abraçou-a forte e logo a viu passar pela parede de tijolos. Encontrou seus amigos já sentados no vagão. Entrou e sentou-se ao lado de Ron.

–Por que demorou? –Perguntou o ruivo.

–Alguns trouxas apareceram quando fui atravessar. –Explicou sorrindo.

Ron deu de ombro e disse que iria procurar o carrinho de doces.

–Trouxas? –Harry pergunta para a amiga que assente olhando para a paisagem do lado de fora. –Francamente Hermione, quer que eu acredite que trouxas trancaram seu caminho? Ou quer dizer a verdade e contar que Fred chegou atrasado?

–Como sabe de Fred? –Pergunta agora encarando o rapaz que ri da reação da amiga.

–Ora, você é minha melhor amiga. E também porque precisei tomar água esse madrugada! –Harry ri enquanto Hermione corava violentamente.

–Certo, mas não conte nada ao Ron, não sei nem se levaremos isso à frente. –Pede sentando-se ao lado de Harry que a abraça pelos ombros.

–Claro. –Harry beija o topo da cabeça de Hermione em sinal de carinho. Segundos depois o ruivo entra com vários doces nos braços e uma varinha de alcaçuz na boca. Oferece os doces aos amigos e se juntam em uma longa conversa durante toda a viagem até Hogwarts.

Porém, no meio da viagem Harry some. Hermione preocupada procurava o amigo por todos os locais, mas infelizmente só foi encontra-lo no jantar.

–Por que ele está sempre com sangue? –Pergunta olhando o amigo se aproximar junto de Luna.

–Mas dessa vez é o sangue dele. –Gina retruca enquanto Ron atacava uma gorda coxa de frango.

–Harry... –Hermione foi cortada por um “depois” de Harry que teve o sangue limpado pelas mãos cuidadosas de Gina.

.....

Hermione levantou-se, separou as vestes pretas e então tomou um rápido banho, em seguida saiu apressada pelos corredores. Sentou-se na mesa ao lado de Gina e então começou a comer sua simples torrado com geleia e a beber seu suco de laranja. Em seu primeiro tempo correu para a aula de poções que foi invadida por dois garotos sem postura logo depois que começou.

–Peguem os livros no armário até que entrem em contato com a Floreios e Borrões. –Diz Slughorn a Harry e Ron que logo se juntam à classe. –Que poção é essa? Alguém?

Hermione levanta seu braço e se aproxima do pequeno caldeirão.

–É a poção do amor, uma das mais fortes poções. –Explica encantada. –E tem um cheiro diferente para cada pessoa, por exemplo, eu sinto o cheiro de grama recém-cortada, pergaminho novo, pasta de dente de menta e... Almíscar selvagem.

Hermione voltou para seu lugar e observou Ron pensativo. Engoliu em seco e continuou a observar o professor.

–Quem conseguir produzir a poção com perfeição ganhará um frasco da Felix Felicis. –Todos correram para seus balcões e começaram.

Harry não seguia as instruções do livro, mas parecia executar perfeitamente a poção. Slughorn avaliou cada caldeirão.

–Quase senhorita. –Disse ao observar o caldeirão de Hermione. –Por Mérlin está perfeita!

E então Harry Potter ganhou o frasco de Félix Felicis, se despediu dos amigos e foi ter sua primeira aula com Dumbledore. Não apareceu para o almoço.

Hermione remexia a comida em seu prato, aparentemente sem apetite.

–Hermione? –Ron toca a mão da garota que o olha. –Tudo bem?

Com a cabeça a garota assente e dá uma garfada em sua comida já não tão apetitosa. Olhou para sua bolsa e seus pergaminhos.

–Vou para o salão comunal. –Avisa aos amigos e sai da mesa apressada. Atravessou o quadro da mulher gorda e analisou o salão comunal. Estava vazio, sentou-se então perto da janela, apanhou um pergaminho, uma pena e iniciou sua escrita. Largou sua pena satisfeita, agora só precisava que Harry lhe emprestasse Edwiges. Talvez fosse troca de pensamentos, mas no instante em que se levantou Harry passou pelo quadro.

–Hey. –Saldou a garota com o pergaminho já dobrado e perfeitamente ajeitado em um envelope.

–Harry, você poderia me emprestar Edwiges? –O rapaz assente e Hermione corre até o corujal, tinha poucos minutos até sua próxima aula. Procurou pela coruja branca e logo a encontrou com um pio alto e agudo. Amarrou a carta na pata da coruja e lhe deu metade de um biscoito. –Leve essa carta para Fred Weasley.

A coruja levanta voo em direção à floresta proibida. Hermione então volta para a escola correndo, chegou à sala dois minutos adiantada. Ansiosa esperava pela resposta do rapaz.

.....

Fred trabalhava na loja ao lado de George, a Gemialidades Weasley não tinha tanto movimento quanto o período de férias. Haviam alguns poucos clientes no interior do local. O ruivo distraído com seus pensamentos em Hermione não ouviu quando um senhor perguntou como se usava a caneta auto-revisora.

–Fred? –O irmão deu-lhe um empurrão no braço e em seguida puxou o senhor para um canto da loja onde lhe ensinaria.

Fred subiu as escadas onde dava para seu escritório/quarto. Sentou-se no pequeno sofá e ficou ali por algumas horas. Acordou com um pio agudo e uma leve batida no vidro.

–Edwiges? –Comentou para si. Desamarrou a carta da pata da coruja e lhe acariciou a cabeça. Analisou o envelope e então encontrou a caligrafia bem desenhada de Hermione. Sentou-se e iniciou a leitura da carta.

“ Fred,

Seria muito bobo se lhe perguntasse como tem andado, contando o fato de não ter lhe visto faz poucas horas, mas para mim parecem dias. Realmente não sei como descrever a volta para Hogwarts, talvez como algo bom. Confesso que não estou muito animada esse ano. Na aula de poções estudamos a “poção do amor” e acredite se quiser, mas senti seu perfume. Isso tem alguma relevância? Algum significado?

Não sei o motivo, mas me sinto incompleta por aqui. Não mudou muita coisa, a paranoia de Harry com Malfoy aumentou um pouco, mas não me importo. Seu irmão continua devorando os banquetes, e ainda quero entender como vocês entendem o que Ronald fala quando está de boca cheia! Amanhã serão os testes para as novas vagas na equipe de quadribol, Ronald está muito nervoso, só tem falado nisso, mas sei que ele conseguirá.

Bem, meu tempo está terminando, tenho mais algumas aulas por hoje. Espero sua resposta ansiosa.

Com Carinho H.G”