The Dead Memories Of J.o.s escrita por vengeance4life


Capítulo 3
With an Angel face and a taste for suicidal


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 2



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A rua estava quieta e fria. As árvores lançavam sombras ao redor, iluminadas pelos postes de luz, e seus galhos assoviavam conforme o vento passava batido entre eles. Essa era a trilha sonora da minha caminhada até o Gilman, um bar local que fica a quatro quadras da minha casa.
Ao passar pela casa 242 eu reparo uma menina na janela. Ela é loira, e tem cabelos selvagens como um leão. Normalmente eu acharia essa garota um pouco exótica, mas o jeito como ela olha para ser caderno para escrever me hipnotiza de um jeito que fico fascinado. De repente, grandes olhos verdes olham diretamente para mim. Paraliso. Não sou mais Josh, sou uma estátua paralisada em seu olhar. Ela tomba sua cabeça de lado e me dá um sorriso tímido. Paraliso. Congelo. Estou fascinado.

A porta se fecha atrás de mim, trancando o frio para fora, logo quando entro no bar. Olho ao redor e me sinto em casa. Nada mudou. As mesmas paredes vermelhas desbotadas, a mesma jukebox tocando o mesmo rock n' roll clássico. A clássica mesa de bilhar, o palco onde eu costumava me apresentar com os caras. Inalo o cheiro de tabaco, álcool e suor me sentindo em paz novamente. Holly acena pra mim quando me aproximo do bar.
– E aí cara, quanto tempo hein? Faz tempo que não te vejo por essas bandas- Holly sorri. Ela sempre consegue derreter o coração do mais casca grossa, e te fazer desabafar por horas. Talvez seja exatamente o que eu esteja procurando. Santa Holly.
– Holly, você parece bem. Eu estava com saudades desse lugar. Não me sinto em casa faz anos, desde... - De repente me lembro porque estou nessa cidade. Realmente não quero ir lá ainda, preciso de uma bebiba. -Hã-Hãm... Então, ainda faz aquele coquetel letal? -sorrio pra quebra o gelo. Mas sei que Holly deve ter ouvido sobre o meu pai, pois seu olhar me diz "Certo, sem pressão cara, só quero garantir que esteja bem". Ela é realmente uma mãe pra mim.
– Olha garoto, eu realmente poderia ir presa por isso - ela diz, enquanto procura uma garrafa de Jack.
Me viro para analisar o bar novamente. Não tem muita gente, por ser sexta a noite, e me pergunto se Holly está tendo problemas com os fregueses de novo. Faz tanto tempo que não venho aqui, mas me lembro de cada detalhe. Das mensagens de mal gosto que cobrem as paredes dos banheiros. De cada pichação escondida nas mesas e principalmente no balcão onde estou sentado. Escuto a porta abrir, e rapidamente olho para ver se é algum conhecido.
De repente congelo. É ela. E ela não está sozinha. Mas sim com outros 5 punks ao seu redor. Ela está diferente, não tem a inocência que cheguei a enxergar em seus grandes olhos verdes. Seu cabelo está domado e penteado, com uma pequena coroa em cima do topete, que a faz parecer um pouco mais inocente em contraste com o grupo. Ela me vê e congela. Provavelmente não esperava me encontrar aqui. Parece constrangida e começa a mexer em suas roupas, como se quisesse que eu não a visse dessa maneira. Não ligo. Ela me parece bem mais bonita em couro e meia calças do que no moletom rosa que ela estava mais cedo.
Noto que um cara mantem um braço de posse nela. Mas quem é o babaca? Ele usa um all star muito velho, preto, cheio de alfinetes. Sua calça skinny, também preta, está rasgada no joelho, e cinto de caveira prata, da um contraste com sua regata, também preta. Sua jaqueta de couro provavelmente esconde o resto das tatuagens, que vai até o pescoço e dedos das mãos. Quando finalmente olho para o seu rosto, fico pálido. Estou olhando no espelho. Ele é exatamente igual a mim. Os mesmo olhos azuis esfumaçados, e o mesmo cabelo preto espetado. Temos o mesmo nariz, e os mesmos lábios - superior menor que o inferior - ele, porém, tem o que parece ser uma cicatriz pálida que vai do canto da sua boca até o queixo. Por um momento tenho vontade de rir. Não é possível. Ele também me analisa com um olhar que poderia abaixar até mesmo a temperatura da Antártida. Parece perceber que somos parecidos. Desvio o olhar e volto para a beldade de olhos verdes, mas ela não está mais lá. O Que? Mas pra onde ela...?
Hey docinho, aqui está sua bebida letal.- Diz Holly, me despertando do meu desvaneio.
– Thanks Holly, realmente não sei o que faria sem seus coquetéis da morte.
– Provavelmente pouparia um fígado garoto. - Holly ri, debochada. Acompanho ela.
– Hey Ho, me vê uma Budweiser com limão, please. - diz uma voz rouca do meu lado. Quando olho para identificar quem é, vejo que é o mesmo garoto que antes estava com o braço na garota. Ele me analisa de novo, e eu fico nervoso. Normalmente não tenho problemas para pessoas que me encaram, eu realmente chamo atenção da maneira que me visto, mas esse cara parece estar despindo minha alma com um simples olhar.
Ele desvia o olhar para a garota. Escuto uma gargalhada feminina alta e me viro também. Não é a garota, pois ela está sinalizando para a outra ficar quieta. A outra tem os cabelos ruivos e curtos, e está vestida quase igual a outra amiga, só que com cores diferentes. E ela não tem uma coroa na cabeça. Reparo que ela tem uma tatuagem no braço, escrito "Johnny" e um coração em volta com uma flecha. Sempre achei patético a ideia de tatuar nome de namorados no corpo.
Volto meu olhar para o bar, tentando descobrir meu próximo veneno, quando escuto meu nome ser gritado do outro lado do bar, perto do palco. Viro a cabeça e percebo que o cara do meu lado também vira. Mas que caralhos, será que temos até a porra do mesmo nome?
Hey Matt, qual é.- Diz o suposto Josh número 2. Matt se aproxima e olha para mim. Então arregala os olhos.
– Caralho maninho. Quem é esse carinha? Ele é seu irmão? Não sabia que tu tinha outro além do Johnny.- Josh número 2 me olha intrigado e depois retorna seu olhar para Matt.
– Não. Nunca vi esse cara na vida.- ele diz sem emoção na voz.
– Eeeeestranho. Cara, Johnny acabou de me mandar uma mensagem dizendo " O J.O.S não me deixou comida, vocês são uns putos mesmo. Quero a porra do meu jantar". Sério cara, você precisa da um jeito nesse moleque, ele vai acabar mandando em você.- Matt ri, e o suposto Josh, que agora sei que não tem o mesmo nome que eu, não diz nada. Quem diabos chama J.O.S ?
Hey carinha. Qual é a sua? Tu é fã dos Underbelly's por acaso?- Matt me pergunta. Volto meu olhar para ele com a maior poker face possível.
– Não cara, tô de boa.- Matt acende um cigarro e aponta pra mim.
–Qual teu nome cara? Nunca te vi por aqui. Esse bar costumava ser lotado saca, agora, nem tem como a gente manter os negócios...- ele continua a tagarelar sobre como os negócios rendia quando "ozomi não moiava nossos esquemas", quando eu começo a prestar atenção em J.O.S. Ele continua olhando pra garota como se fosse sua joia mais preciosa. Eu meio que o entendo.
– Oh, carinha, perguntei teu nome.- Matt diz, em tom de irritação. Acho engraçado em como um cara desse tamanho necessita de tanta atenção.Dou um sorriso de canto para disfarçar.
– Meu nome é Josh.- digo tentando mascarar meu divertimento. J.O.S olha pra mim com aquele olhar de novo. Crítico e sondativo. Ele parece realmente querer descobrir minha alma.
– O que disse ?.- Ele me diz. Posso estar enganado, mas há um tom esperançoso na sua voz.
– Disse meu nome. É Josh.- digo claramente confuso com a situação. Que carinha esquisito.
– Bem Josh, meu nome é Jimmy. Bem vindo ao clube.


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Notas finais do capítulo

Sei que demorei mas até que enfimmmmmm galera :D



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