Chijou escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Hoje é o aniversário da pessoa mais importante do mundo! E essa fic aqui faz parte de uma série baseada numa história dela! Espero que goste!



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Desde que eu comecei a namorar Takanori, tudo o que eu ouvia era que eu tinha perdido completamente a razão... Que eu, que sempre fora centrada e madura para minha idade, estava agindo como uma criança... Que meus olhos estavam cegos por causa da paixão e eu não conseguia ver direito o que vinha fazendo, mas eu jamais agiria daquela maneira se estivesse em meu juízo perfeito...

Mas ninguém me perguntava se eu queria ser centrada e madura... Se eu queria estar em pleno domínio de meu juízo... Ninguém ligava para o fato de que eu nunca tinha sido tão feliz como eu era naquele momento de minha vida!

Durante toda a minha vida, eu sempre fiz exatamente o que esperavam de mim... Mas tudo parecia vazio e sem sabor algum... Uma calmaria sem fim, sem vento, sem rumo, sem cor... Eu estava parada no mesmo lugar desde o começo e me revoltava quando me diziam que aquele era o jeito certo de viver...

Era como se eu sempre soubesse que haveria alguma coisa em minha vida, um momento único e mágico, que abriria meus olhos e me mostraria o que era viver de verdade, o que era sentir de verdade... Eu sabia desde a primeira vez que ouvira the GazettE, desde a primeira vez que ouvira a voz de Taka... Sabia que era aquela voz que dizia a verdade, que era ali com ele que eu encontraria quem eu era...

Eu já tinha desistido de procurar pelo amor verdadeiro, pelo “felizes para sempre” que os contos de fadas nos fazem acreditar na infância... Eu tinha acabado de entrar na faculdade e chegava a conclusão de que não há nada de surpreendente para acontecer entre nosso nascimento e nossa morte... Mas Taka entrou em minha vida, arrombando a porta naquele exato momento, como se quisesse me mostrar que nunca devemos desistir de encontrar a felicidade...

Quando os olhos dele estavam nos meus, nada mais existia, nada mais era real... Aquele amor era a razão para que todo o resto se perdesse. E eu sentia aquele sentimento desabrochando dentro de mim rapidamente, tomando forma e crescendo de maneira descontrolada...

Eu me lembro de sentir medo no começo, muito medo. Porque eu nunca tinha tido nada em minha vida que tivesse a importância dele pra mim... Tinha medo de ele estar apenas sendo o homem gentil que eu sei que ele é... E eu estar me entregando àquele sentimento sozinha, me enganando por uma ilusão que seria só fumaça no dia em que ele percebesse como eu me sentia...

Mas Taka não era tão desatento como eu me fazia acreditar, ele não demorara tanto tempo para ler meus olhos, meus gestos e meu coração... Ele só hesitara pelo mesmo motivo que qualquer um hesitaria naquela situação: ele era treze anos mais velho do que eu e ninguém nunca nos veria juntos com bons olhos, nem meus pais, nem minha irmã, nem mesmo meus amigos, nem ninguém... Que tudo o que veriam em nós era errado...

Ele estava certo em hesitar... Eu sabia que também devia hesitar, que devia fugir, fazer como sempre o que era certo, o que era esperado que eu fizesse... Que eu deveria calar meu coração, ignorar seu palpitar frenético, devia ignorar as borboletas voando no meu estômago, o frio que percorria minha pele, o tremer de pernas, de mãos... Devia não sonhar com seus beijos, com seu cheiro, sua pele, com sua voz... Em ser sua musa... Em estar ligada a ele para sempre...

Nós dois sabíamos de cor o que não devíamos... Repetíamos em uníssono, antes de dormir, todas as noites, como uma oração “eu não devo... Eu não devo... Eu não devo...” como se a mensagem fosse entrar em nossas cabeças como fórmulas de matemática um dia antes da prova... Mas, da mesma maneira que eu nunca soube matemática, eu não soube me afastar de Taka...

Eu sabia que não podia mais voltar... Eu já estava tão apaixonada por ele, que existia apenas o caminho a minha frente, existia apenas o próximo passo... E eu poderia cair no abismo com esse próximo passo... Mas Taka estava lá para me amparar, como eu sabia que estaria sempre, mesmo que se passassem milhares de anos!

Podia sentir com sua pele quente sob minha mão, com seu coração acelerado, com sua respiração ofegante... Podia sentir que aquele era o certo, não importava o que os outros dissessem! Podia sentir em seus beijos, em seus braços me apertando contra ele, em suas mãos entrelaçadas às minhas, em seus olhos fechados quando dormia... Ele era meu! Meu como eu era dele! Meu e apenas meu como nunca mais encontraria!

Eu admirava naquele exato momento seu ressonar tranquilo com tanto orgulho como se ele fosse invenção minha! Tudo nele era minha paixão, minha nova devoção,e eu queria que aquele momento pudesse nunca ter fim! Eu tinha esperado muito por ele, tinha sofrido muito por ele, tinha lutado muito por ele, para que chegasse logo ao fim...

Às vezes, tudo aquilo parecia bom demais para ser verdade... Apesar do clima terrível em casa, minha felicidade era inabalável! Eu parecia estar vivendo um sonho! Não importava quantas vezes eu tentasse focar meus olhos, nada parecia capaz de me acordar!

Minha vida estava ligada à vida dele de tantas maneiras quantas eram possíveis... Ligadas antes mesmo de nascermos... Ligadas pelo fio vermelho do Destino! Era tudo novo, tudo perfeito e, ao mesmo tempo, eu sentia como se já conhecesse cada centímetro daquele corpo, daquele apartamento, daquela vida que nascia de nós dois...

— Perdeu o sono? – ele deu risada, ainda de olhos fechados e eu sorri instantaneamente.

— Estava com pensamentos demais na cabeça pra deixar o sono chegar... – expliquei.

Takanori me prendeu entre seus braços e eu beijei seu peito nu.

— Não é um pouco tarde pra ficar se atormentando com problemas? – ele pareceu tentar brincar.

— Eu não estava me atormentando com problemas! Estava pensando em nós dois!

— Eu conheço algumas pessoas que chamariam nós dois de problemas... – sua voz tornou a soar brincalhona, mas eu sabia distinguir o tom de tristeza por trás dela quando o assunto era minha família...

Segurei seu rosto entre minhas mãos e uni nossos lábios lentamente. Não tinha nada que fosse capaz de reacender nossas esperanças naquele amor do que aquele contato... Por mais simples que fosse, era capaz de expressar tudo muito melhor do que as palavras jamais conseguiriam... Eu encontrava ali, tudo o que eu precisava pra me manter de pé e viva!

— Eu também estava pensando sobre nós antes de dormir... – ele confessou, depois que o silêncio tinha se prolongado o suficiente pra que eu achasse que ele tinha voltado a dormir.

— Eu sei – dei risada.

— Sabe? – ele me olhou desconfiado e eu assenti, me afastando minimamente para encará-lo.

— Akai Ito – ergui meu mindinho diante de seus olhos e ele o beijou, carinhosamente.

— Akai Ito – ele assentiu, rindo.

— E sobre o que estava pensando sobre nós? – voltei a me aconchegar em seu peito.

— Se as coisas algum dia vão ficar mais fáceis... Ou se teremos de conviver com isso pra sempre...

— As coisas vão melhorar, Taka! Nós temos de acreditar nisso, como acreditamos em nós dois!

— Você é muito mais forte do que eu – ele beijou o topo de minha cabeça, carinhosamente.

— Você é minha força! – afaguei seus cabelos claros, mesmo na ausência de luz e ele sorriu. – Nunca nada conseguirá nos separar por isso!

— Seremos um só pra sempre!


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Notas finais do capítulo

Mereço Reviews??



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