Young, Wild & Free escrita por mrs sheeran


Capítulo 2
Delegacia


Notas iniciais do capítulo

Desculpe o tamanho do capítulo e principalmente do anterior. Prometo que os seguintes serão maiores.



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Seria tão bom se pudéssemos deixar nossas mágoas e problemas de lado; mas não é assim, temos que encará-los frente a frete, cara a cara.

Hoje está um dia tão bonito... O sol parece que quer fazer moradia no meu quarto. Seria bom tê-lo como companhia. Eu preciso tanto de uma companhia.

Ouço batidas apressadas na porta. Deve ser o meu irmão, Igor, chegando do trabalho; ele madrugou lá de novo. Já falei para ele não aceitar essa pressão, mas ele nunca me escuta. Meu irmão tem cabelos e olhos castanhos como os meus, mas mesmo assim, não nos parecemos nada. Meu rosto é mais arredondado, ao contrário do seu, completamente oval como o do meu pai. é alto e seus ombros são largos, já os meus são bem curtos, valorizando um pouco as minhas curvas sensatas. Igor é um bom irmão, gosto de conversar com ele, ele é capaz de me compreender.

– Entra! –Digo quase berrando. Eu e meu irmão dividimos o mesmo quarto.

– Pensei que mamãe estava aqui – Diz Igor.

–Ahn, é mas ela não está. Ainda deve estar no trabalho. Ah – quase ia me esquecendo – E a prova? Já soube o resultado, vestibulando? – Digo com entusiasmo.

– O resultado sai ainda hoje, mais tarde – Ele abre um largo sorriso. – Estou super... Queria ter um sorriso igual ao dele, radiante. Mas sua felicidade some rapidamente do rosto. Ele olha para o meu braço, e depois me encara com uma expressão raivosa. – Antônia, o quê é isso no seu braço? – Ele passa sua mão direita no seu cabelo, bagunçando-o. Nunca o vi tão irritado e confuso.

– Tá tudo bem... – Menti, não está nada bem.

– Antônia, meu pai te deu uma surra feia! Não está nada bem! – A sua voz altera.

Meu braço realmente está muito feio, como toda a minha parte esquerda do corpo e minhas costas.

– Como se isso nunca tivesse acontecido – Falo como se estivesse tudo bem.

– Não fale como se estivesse tudo bem, Antônia! Pare com isso! Dessa vez ele não vai se safar, vamos dar a volta por cima dele! Vem, irmã!

– Ir para onde? Você tá bem? Você está irritado...

Nunca o vi tão determinado em toda minha vida. Na verdade, nunca o vi ser determinado. Ele sempre foi o quieto e obediente Igor, meu irmão mais velho. Mas por um momento percebo que ele com certeza já sofreu mais do que eu; ele estava esgotado de ódio e desejava o pior do mundo para os nossos pais.

– Pare!!! Larga de ser bobinha! Você quer deixar isso quieto? Me siga vem – Ele ordena.

Eu o obedeço.

***

– Você já sofreu com isso antes? – Pergunta o policial.

– Sim. – Igor responde ao invés de mim. Não só ela, nós dois, desde pequenos! Mas eu sou homem, conseguia aguentar... Mas a minha irmãzinha... Ah, seu policial, ela só tem quinze anos e totalmente indefesa, e...

– Tá, tá. Espere um minuto, crianças. – Interrompe o policial. Se ele não estivesse anotando eu poderia jurar que não ele estava prestando atenção em nós.

Minutos depois ele volta com uma mulher de aparência esbelta. Ela usa óculos como meu irmão.

– Olá, meninos! Suponho que vocês chegaram ao limite e vieram até aqui, não é? Grande atitude, a de vocês! Principalmente de você, mocinho! Menino corajoso... Que fofo! Ahn, mas então – A mulher prossegue logo que percebe o rosto totalmente corado de Igor.

Solto uma risada abafada. Sinto uma cotovelada dele. Ainda bem que foi na parte direita do meu quadril; se fosse a esquerda estaria eu no chão, me contorcendo de dor. Por incrível que pareça, achei essa cena meio engraçada.

– Vamos interrogar os seus pais. Primeiramente a polícia, depois eu entro em ação – Ela ri após nos avisar.

Todos ficam em silêncio.

Esperava que seria uma coisa mais séria, cheia de adrenalina. Mas aqui estamos eu e meu irmão suados até agora de tanto correr para apenas ter uma conversa, que ainda não é lá assim civilizada, com uma assistente social de uns vinte e oito anos no máximo, mas falando parece uma velha senhora contando uma piada que não tem graça.

 Ah! Ah, sim! Meu nome é Graça! – Solto gargalhadas internamente. Que nome mais irônico. – E estou ao seu – Ela dá uma leve tosse e nega com a cabeça. –Estou aos seus favores! – Corrigi.

Ela realmente tem um jeito de uma senhora idosa. Uma idosa muito louca.

–Antônia... – Sou interrompida.

– Somos Igor e Antônia Gonçalves – Diz meu irmão, vanglorioso.

Já estou farta dele não me deixar falar nada. Lanço-lhe um olhar semicerrado. Ele percebe e abaixa um pouco a cabeça fragilmente.

– Onde eles estão no momento? O pai e mãe de vocês? – Pergunta o policial.

– Ambos estão no trabalho – Finalmente falo.

O policial e a tal Graça me lançam um olhar com pena. Me sinto meio incomodada agora.

– Nos levam até lá – Diz Graça.

– *rum rum* – tosse o policial. – Ahn, Graça, acho que não precisaremos de você... agora. – Ele a olha da cabeça aos pés lentamente. Ela o atrai.

– Ah, claro... – Ela diz decepcionada. – Mas até mais meninos! Os vejo em breve! – Seu entusiasmo logo volta.

– Ótimo! – Diz Igor.

Todos nós rimos e meu irmão volta a corar.

Acabamos de denunciar meu pai e estamos rindo de uma situação constrangedora do meu irmão.

– Bem, vamos logo – Diz o Policial... Reynschks, posso ler em seu distintivo. 

Mas que sobrenome é esse! Rio para mim mesma.

Ele abre a porta de vidro para passarmos.

– O trabalho do meu pai fica no prédio 68, bem na esquina da rua do colégio Santa Mônica – Diz meu irmão.

– Ué, a igreja evangélica? – Reynschks parece meio confuso.

Igor assente.

Agora estamos fora da delegacia. Reynschks nunca esquecerei esse nome, mesmo sendo tão complicado.  abre a porta da viatura da policia, um carro bem típico deles.

Eu e meu irmão sorrimos tensamente, como se estivéssemos dando um "boa sorte" um para o outro e entramos na viatura.

***

– Sr. Gonçalves? Ele está aqui? – Pergunta Reynschks, que agora sabemos que seu nome é Ajimi – ele é metade indiano e metade alemão. Uma miscigenação diferente, comento para mim mesma.

– O pastor? – A secretária, Gabriela, para e nos observa atentamente, principalmente eu e Igor. Ela deve está pensando ou calculando alguma coisa. –Está sim, um segundo. – Ela pega o telefone apressadamente e digita um pequeno conjunto de números no telefone bege claro.

– Pastor? – Ajimi pergunta espantado. Ele fica boquiaberto e olha para mim e meu irmão como se estivesse dando uma bronca mentalmente.

– Sim, sim... É... Mas pastor... Claro... Um policial e seus filhos... Isso mesmo... O quê?... Não sei, senhor... Claro que não... Okay, senhor... Desculpe o incômodo – A secretária diz, desligando o telefone. – Podem subir, o pastor está os esperando em seu escritório.


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Notas finais do capítulo

This is!



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