From The Bottom Of My Heart escrita por Shippou


Capítulo 3
Arquivo 3


Notas iniciais do capítulo

Vou ser bem direta, sou uma pessoa bem preguiçosa e adivinha, como de costume, peguei preguiça de escrever isto aqui, então como não quero parar, vou fazer mais ou menos uns 10 "arquivos". O nyah está doido ultimamente, então se vocês notarem a falta de sentido em algo, talvez seja por que ele resolveu comer algumas coisinhas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/420869/chapter/3

No outro dia acordei Eren no horário de aula, mesmo com o despertador o garoto não conseguia levantar de nenhuma maneira. A noite tinha sido uma tortura, cada momento que fechava meus olhos me lembrava de quando havia feito o trabalha à tarde com Annie em minha casa, esses diversos pensamentos, além de me dar dor de cabeça, fez com que a maior parte da noite, eu ficasse acordado.

Preparei um café da manhã para Eren. Além de cansado, não sentia vontade de comer nada pela manhã, então ao invés de comer algo, peguei um pouco de dinheiro para levar na escola e comprar algo durante o intervalo. Aquela manhã estava totalmente agradável, sai de casa com Eren ao meu lado sem me preocupar em levar alguma blusa de frio, observando atentamente o céu, não parecia que iria chover ou esfriar à tarde. Notei, que mesmo o tempo estando totalmente aberto, Eren enfiava em sua bolsa um cachecol vermelho, não entendi o motivo daquilo e não adiantava nada perguntar, no final das contas, o cachecol não iria sair da bolsa mesmo.

Mikasa nos esperava, ou melhor, esperava a Eren em frente a sua casa, parecia totalmente entediada e frustrada com o tempo que demoramos a chegar até lá, devo admitir que naquele dia, estávamos bem devagar. Ela foi andando até Eren, segurava em uma das mãos um papel branco, dobrado cuidadosamente. E se aquilo talvez fosse uma carta de declaração? Onde finalmente a asiática revelaria os seus sentimentos, seria realmente magnifico. Ela esticou o envelope meio resultante sobre a atitude, e o garoto o pegou ainda mais desconfiado e disse:

– Obrigada Mikasa.

Como ele é idiota, provavelmente nem deve ter notado que é uma carta romântica. Observo enquanto ele guarda sem qualquer cuidado o envelope dentro de um dos bolsos da mochila e assim continuamos o caminho para mais um dia no colégio, ou chamado por alguns, prisão.

Chegando ao colégio, como de costume, vários alunos iam andando cumprimentar os seus amigos, outros simplesmente entravam de cabeça baixa. Mesmo eu sendo uma pessoa com varias amizades, sempre que entro no colégio sinto uma estranha sensação, sou muito inteligente, isso é um fato, mas as vezes gostaria de simplesmente poder entrar no colégio e não me preocupar com boas notas nem nada do tipo, infelizmente, essa não é a minha realidade.

Estávamos andando tranquilamente pelos corredores do colégio, ainda com Mikasa ao nosso lado, dessa vez não teríamos que nos separar dela logo de inicio. Ela nos acompanhou até na sala e ficou conversa conosco até o professor entrar. A primeira aula, a aula que me causa náuseas, vários arrepios e um enorme desconforto, era aula de educação física. O professor, que parecia estar de um humor de mau a pior, entrou em um silêncio fúnebre, fez a chamada e ordenou para que todos os alunos fossem para o vestiário colocar a roupa para uma aula pratica.

A sala inteira saiu em silêncio, na aula daquele professor, somente duas pessoas o conseguiam tirar do sério desafiando suas “ordens”, é claro que só poderia ser os mais idiotas de toda a turma, Sasha e Connie. Enquanto passávamos pelo corredor, observávamos a turmas fazendo as respectivas lições da aula atual. As salas eram bem abertas, havia janelas que levavam para o pátio, e também janelas que mostravam o corredor, assim, nenhum aluno passaria despercebido, a menos que ele passasse abaixado, o que seria bem ridículo. Vimos Mikasa observando a nossa turma passar, assim que o olhar dela encontrou o de Eren, ele fez uma careta um tanto cômica para ela, fazendo com que ela risse em plena aula com um dos piores professores, o mesmo olhou para onde a asiática olhava, e Eren saiu correndo em disparada e por impulso o segui. Não chegamos a passar correndo pelo professor, sabíamos que qualquer tipo de comportamento errado seria severamente punido durante aquela aula.

Depois de paramos de correr, fomos andando ofegantes até a quadra esportiva, antes de a aula começar, todos os alunos foram até os vestiários e colocaram o uniforme para a aula de educação física. Quando saímos de lá, todos arrumados, o professor começou a explicar como seria a aula naquele dia.

– Hoje vamos fazer algo totalmente inusitado, a aula vai ser de defesa pessoal. Se separem em duplas, qualquer pessoa que desejarem.

Era claro que minha dupla seria o Eren, as outras duplas nem fiz questão de saber quais eram. Só pude distinguir uma dupla entre as demais, Connie em Sasha, que quando o professor começou a explicar os movimentos, em vez que fazer de um jeito correto, começaram a inventar novos golpes ninjas, cuja maioria não tinha nenhum efeito, talvez, em algum inimigo invisível.

O treinador, como disse que queria ser chamado naquele dia, foi andando com uma total expressão de desgosto, sua postura estava totalmente rígida, como se estivesse com um cabo de vassoura amarrado á suas costas. Toda a turma parou de fazer os seus treinamentos para observar Connie e Sasha recebendo, mais uma bronca aos berros.

– Olha só Armin, a garota nem está se importando com a aula do professor.

Ele falava de Annie, que nem meus os berros do professor conseguiu chamar a atenção da garota que andava de um lado para o outro, totalmente em silêncio observando os alunos aos risinhos por causa dos dois idiotas.

Reiner se aproximou de nós e falou bem baixo para Eren, já que sabia que eu não tinha nenhum interesse nisso.

– A garota nem está se importando com a aula, vamos lá dar um jeito nela Eren.

Ele saiu puxando o moreno pela blusa até Annie, eu apenas observava de longe enquanto via a expressão dela alterar bruscamente, se posicionando para lutar e então… Os próximos segundos são tão rápidos que meus olhos não conseguem acompanhar, Eren já está caído no chão, com suas pernas passando por cima da cabeça. Depois, a mesma coisa acontece, tão rápido quanto à primeira, e lá se foi Reiner na mesma posição que Eren, e antes de Annie sair de perto deles, olha em minha direção, a primeira coisa que se passou em minha cabeça seria que talvez ela estivesse esperando para que eu fosse desafia-la também, coisa que nenhum louco seria capaz disso depois de ver o que ela fez com uma pessoa quase o dobro de seu tamanho, tenho que admitir que fiquei um pouco assustado com isso. A me ver não esboçando nenhuma reação, ela se vira e vai em direção aos vestiários, aproveitando a oportunidade em que o professor ainda está a berrar com os dois alunos, totalmente cabisbaixos.

Realmente, aquela surra que Eren e Reiner levaram de Annie foi o suficiente para todos esquecerem a cena ridícula que havia feito no dia anterior, mas, infelizmente, serviu para que Eren começasse a me zoar frequentemente sobre como ela poderia me matar de todas as maneiras caso eu fizesse alguma burrada com ela. Esses comentários sem graça, fez com que eu o ignorasse no restante das aulas, então naquele dia eu fiquei tentando entender os delírios de dois idiotas, e Eren ficou o tempo inteiro discutindo com Jean, no final do dia, até mesmo acabaram brigando, e pelo incrível que pareça, Eren imitou quase com perfeição o golpe que havia recebido na primeira aula.

Na saída da escola, Annie me esperava no mesmo lugar de ontem, com as mãos no bolso de sua blusa de frio, estava observando atentamente os alunos que passavam por ela, talvez esperando por mim, o mais provável, é que simplesmente estivesse a observar sem nenhum motivo.

– Annie, não nos falamos hoje, sinto muito.

– Não se preocupe com isso, vamos logo para minha casa. Hoje, nós vamos terminar o trabalho, infelizmente, sou do tipo que não tem muito tempo a tarde para a escola.

– Certo. Você mora muito longe daqui?

– Não, vamos ir à estação e em mais ou menos dez minutos chegaremos lá.

Saímos juntos, no mesmo silêncio que fomos para minha casa, só que dessa vez estava diferente. Não era uma coisa desconfortável, andávamos lado a lado e de vez em quando nossas mãos colidia uma com a outra, isso ao mesmo tempo em que fazia com que meu coração fizesse polichinelos, me deixava um pouco desconfortável. Fora essa sensação passageira, aqueles minutos tranquilos ao lado da garota, foi uma das coisas mais tranquilizadoras que eu tive durante todo aquele dia, e finalmente poderia pensar que gostaria que este dia não terminasse nunca, ou que simplesmente, fossemos a casa dela andando.

Fomos até a estação da mesma maneira, pegamos o trem da mesma maneira, e quando saímos de lá e a segui para sua casa, continuamos com o nosso silêncio confortável. Em todos aqueles minutos, considerados por alguns, monótonos, não consegui parar de pensar, em como perto dela coisas estranhas aconteciam comigo, todas as pessoas do mundo já teve amigos, não desgrudavam um do outro, mas quando esses amigos se pegavam em um silêncio, as coisas eram desconfortáveis. Não me importo de ficar em silêncio com Eren, mas quando estou perto de qualquer outro, me sinto na obrigação de manter uma conversa séria, às vezes até sem fazer qualquer tipo de piadas, e o pior do que essas pessoas que se sente obrigados a puxar um assunto são as que você nunca sabe o que conversar.

Chegamos a uma casa simples, ela era totalmente rodeada por muros altos, o que impediu para que eu visse o que estava atrás do muro, a garota abriu o portão e deixou um espaço para que eu entrasse, passei por ela tomando o maior cuidado possível para não esbarrar nela, e esse cuidado, não me deixou preparado para impedir que tropeçasse em meus próprios pés. Annie me segurou pelo braço, pela primeira vez, pude sentir o quanto ela era realmente forte, seu aperto ao mesmo tempo em que era gentil, era forte, firme demais para uma garota. Ela me ajudou a me firmar no chão, e eu mordi minha língua me reprimindo por estar pensando isso dela, estava parecendo uma garota elogiando o príncipe de seu sonho, meu rosto com esse pensamento, ficou totalmente vermelho, me sentia como um tomate.

Andamos pelo quintal dela que era realmente amplo, talvez maior que a minha casa e provavelmente maior que a casa dela, pelo que havia notado, sua família seria do tipo em prefere um espaço aberto, a uma casa ampla. Pude notar no quintal, alguns equipamentos de treino estavam espalhados por lá, como não sou um tipo de pessoa esportivo, não conhecia a maioria dos materiais por ali, mas pude chegar à conclusão de que o pai dele provavelmente a treinaria de verdade em defesa pessoal, não aquele tipo de treinamento idiota que o professor de educação física estava nos proporcionando.

Entrei em sua casa, deixando meus sapatos na entrada e assim como ela na minha casa, fui para o sofá e fiquei sentado, sentindo o meu rosto ainda quente devido a vergonha e ao pensamento que eu tive há pouco tempo atrás. Ela retirou sua blusa de frio e deixou junto com a bolsa escolar em cima de uma poltrona ao lado dos sofás.

– Por que não fazemos a mesma coisa que ontem? Vou tentar fazer alguma coisa para você comer enquanto você responde o que conseguir.

– Tudo bem. Vou ir adiantando as coisas aqui.

Comecei a fazer o trabalho, ainda com os pensamentos distantes, não conseguia nem mesmo me focar a sentir o cheiro da comida que ela estava preparando nesse momento para mim. E quando me dei a esse luxo, me arrependi imediatamente. O cheio não era ruim, mas não me deixava com vontade de experimentar o que ela estava fazendo para mim naquele momento, era totalmente novo e estranho para mim, dessa vez, quem fez polichinelos foi o meu estomago. Eu teria mesmo que comer aquilo que ela estava preparando para mim? Se eu estivesse com sorte naquele dia, ela provavelmente iria jogar aquilo fora antes de oferecer para mim.

Com os pensamentos alheios, o cheiro estranho, meu estomago atlético, não pude responder ao certo nem duas perguntas do meu trabalho. E quando menos esperava, ela me chamou para comer aquilo. Enquanto fui andando para a cozinha, pensei em diversas desculpas do tipo: “não se preocupe comigo, estou sem fome hoje” ou “isso é comestível? Experimente primeiro”.

Sentei-me de frente para Annie e ela colocou na minha frente um prato com a comida preparada naquele mesmo instante. Ela parecia um tipo de massa meia roxeada, tenho certeza de que ela preparou algo que está acostumada a comer, com aquela mesma aparência, por que seria quase impossível um prato de arroz se transformar naquilo, mesmo sendo preparado por um dos piores cozinheiros do mundo. Enchi o garfo com aquela massa esquisita, para conseguir corta-la tive que usar a faca e quando a levei para minha boca. O meu café da manhã voltou, quase que vomito tudo que estava em meu estomago e em minha boca, mas forcei-me a engolir.

Talvez eu tenha mudado minha expressão com a primeira garfada, então Annie se esticou para pegar o prato em minha frente, mas foi impedida por mim.

– Está muito bom, vou comer tudo que você fez para mim, não precisa se preocupar com isso.

Não esperei respostas e já fui colocando mais comida em boca, fui engolido o mais rápido possível, tentando evitar sentir o gosto e ao mesmo tempo, tentando manter tudo em meu estomago, que além de polichinelos, parecia estar tento algum tipo de ataque ou sendo torturado. Com a rapidez com que comia, terminei tudo bem em poucos segundos e forcei-me a engolir o liquido dentro de um copo, o que havia comido era tão horrível, que nem pude sentir o gosto do que estava bebendo, por isso não pude dizer que era água, suco, chá o refrigerante.

Como um cavalheiro, gostaria de falar que me ofereci para lavar a louça junto com ela, mas quando fui falar isso, meu estomago me obrigou a disfarçar uma total expressão de dor. Sentei-me no sofá e pior do que no inicio do dia, não consegui responder nenhuma pergunta sozinha, apenas fiquei com a minha mão sobre minha barriga, como se aquilo, de alguma maneira fosse me ajudar com tudo que estava sentindo nesse momento.

Conseguimos terminar o trabalho naquele dia, foi bem rápido, devo dizer que a maior parte das notas que iriamos tirar, deveria ser para Annie, apenas a auxiliei, a maioria foi ela que respondeu. Quando estávamos saindo da casa, a garota insistiu para que ela me acompanhasse até a minha casa, não era como se eu não quisesse a companhia dela por mais tempo, apenas estava finalmente querendo me render àquela maldita dor no estomago que estava sentindo, então com um pouco de dificuldade, consegui convence-la a me deixar ir sozinha.

***

Já em casa, ainda passava mal, a cada cinco minutos era obrigado a ir para o banheiro vomitar, fazia muito tempo que não tinha nada em meu estomago, mas mesmo assim, ele insistia em fazer com que forçasse qualquer coisa a sair, cada vez que saia do banheiro sentia-me mais fraco, mais desanimado em sem duvida, pior do que quando estava no banheiro. Finalmente havia conseguido incomodar o meu avó com aquilo, e ele resolveu me levar para o médico, e adivinha as coisas não estavam nada bem. Aquela comida que eu havia comido na casa de Annie fez com que eu vomitasse tanto, não era nada demais, mas os médicos falaram que teria que passar a noite por lá tomando alguns soros para a hidratação e outros para que finalmente cessasse os ataques de vômitos que estava tendo. Liguei para avisar Eren disso, por nenhum motivo aparente, e ele ficou me zoando como de costume, como de costume, o ignorei e desliguei o telefone.

De madrugada, estava deitado no hospital, impedido de dormir graças ao constante movimento de pessoas pelos corredores, meu celular começou a tocar e quando fui o atender, o numero era desconhecido. Não sou do tipo que atende chamadas de pessoas que não conheço, nem gosto de atender telefonemas de familiares, mas daquela vez, atendi.

– Alô?

– Obrigada.

A voz do outro lado da linha era conhecida.

– Annie?

– Sim… Obrigada por hoje de manhã comer a minha comida, estava tentando falar com você, liguei para uma pessoa, que tinha o telefone de Eren que tinha o seu, ele me falou que você está no hospital agora.

– Não foi sua culpa, eu que quis comer a comida.

– Eu gostei do que fez por mim, mas da próxima vez, por favor, Armin, não coma qualquer porcaria que eu fizer para você, se isso acontecer de novo, além de mostrar o quão ruim minha habilidade na cozinha é, vou me sentir culpada por te fazer passar mal dessa maneira.

– Já falei que não foi culpa sua. Mas para não se sentir tão culpada, por que em vez de sairmos para fazermos trabalhos, poderíamos ir… Em algum lugar, nos divertirmos.

A linha ficou muda por alguns segundos, para saber se ela não havia desligado, até chequei no visor do celular se a ligação continuava.

– Sim. – Ela respondeu, pela sua voz, pude sentir que ela estava sorrindo.

– Até amanhã Annie. – Tenho certeza de que ela pode sentir o meu sorriso também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês não devem fazer a minima ideia de como é ruim escrever duas mil palavras em um caderno e depois ter que passar para o computador, sofrimento eterno. E nem acho que vale tanto a pena, acho que a historia está ficando um pouco forçada. Coisas básicas das básicas na minha fanfic, não foi revisado, provavelmente não tem erros na escrita, mas sem duvida de que deve ter na concordância verbal, não revisei por que olha o tamanho e sem duvida de que deve estar um porre, então beijos, comentem o que acharam em amiguinhos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "From The Bottom Of My Heart" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.