Heinz segura o goblin pelo pescoço e então fala algo na língua dos goblins, não faço ideia do que estão dizendo, pelo que aparenta Heinz esta obtendo  alguma informação, olho para o resto do grupo, ninguém esta entendendo, olho para o céu noturno que nos cerca, ha poucas estrelas, não gosto disso, costumo ver meu futuro pelas estrelas, desde que sai do Acre o céu sempre esteve assim, poucas estrelas, muitas nuvem e raramente vejo a Lua, isso me deixa desconfortável... Olho novamente para o grupo, Kevin esta limpando suas flechas, Verna esta encarando uma mosca que passa diante de seus olhos, Seis aparenta estar cansada, Takeo esta serio olhando para o goblin que está sendo interrogado. Volto meu olhar para Heinz, ele prepara uma bola de fogo e então a arremessa na direção do goblin, que se transformas em cinzas.

-Pelo que aparenta esses goblins queriam nos matar, mas após destruirmos 3 de seus melhores guerreiros creio que os goblins nos temerão por um tempo. Ele também mencionou que eles estão instalados em uma caverna, seria um bom local para passarmos a noite. - Heinz informa o grupo.

-Certo, então vamos ate lá, se a caverna for grande o bastante levaremos a carroça e o mercador junto, creio que não podemos deixá-lo a merce da noite, além disso precisamos voltar para a estrada o quanto antes. 

Então nos dirigimos para a caverna, sua entrada era larga e escura, consigo ver alguns goblins amedrontados tentando se esconder nas sombras, Kevin os mata com uma flecha para cada cabeça. Entramos na caverna, após isso nos separamos em duplas para checar o local, eu e Seis seguimos por um túnel estreito que leva para uma área ampla com uma passagem direta para a saída principal da caverna, porém algo chama minha atenção: um objeto meio comprido em um pedestal de pedra com algo metálico enrolado em si, aparentava ser uma lâmina ou algo do tipo, mas eu não tinha certeza, logo abaixo na base do pedestal vejo um pedaço de papel velho, chego perto para ver oque era: uma escrita desconhecida, talvez uma língua ancestral extinta ou algum código feito por alguém. Olhei para o objeto, decido analisá-lo, porém, Kevin, Verna, Heinz e Takeo chegam no local.

-Encontraram algo interessante? -Verna pergunta.

-Sim, esse pedestal com esse objeto. Parece ser uma espada, porém esse formato estranho onde a suposta lâmina deveria estar é estranho, possui esse formato curvado e esta enrolado em si mesmo, o mais curioso é que não aparenta ser uma lâmina e isso que deixa as coisas mais complicadas.

-Já tentou decifrar a escrita? -Verna sugere.

-Sabe quanto tempo isso pode demorar?

-Sim, mas pode dar certo!

Sigo o conselho de verna e então decido decifrar a escrita, é uma língua confusa, realmente não sei quanto tempo demorarei para decifrar. Após aproximadamente 1 hora consigo decifrar a escrita, não foi tão difícil quanto pensei, essa escrita se parece muito com Acreano - língua falada no Acre-. Começo a ler o que eu cuidadosamente o texto que traduzi em um outro pedaço de papel, fiquei surpreso ao ler a mensagem do papel, e ao mesmo tempo feliz, a mensagem dizia o seguinte:

"Para o bravo guerreiro que encontrar essa mensagem: A melhor espada já forjada pelo lendário ferreiro Shakku Arai depois de um contínuo aperfeiçoamento. A lâmina dessa poderosa espada passou por um processo de aperfeiçoamento no qual poucos conhecem, sua lâmina maleável possui o corte perfeito, foi criada para ser manuseada pelo seu cabo e atacar a longas distancias. A ponta de sua lâmina é mais pesada que seu corpo, essa espada de dois metros e meio é perfeita para retalhar e perfurar seus oponentes e se for utilizada do jeito correto é capaz de se defender de qualquer ataque. Ela passou pela mão de grandes guerreiros e sempre guardada em uma proteção de metal no abdome, sendo enrolada no mesmo. Essa grandiosa espada é chamada de Second Star, lendas envolvendo sua existência deram sentido ao seu nome e poder, alem do fato que sua aparência muda de acordo com a personalidade e tendencia de seu dono. Deixo Second Star em suas mãos bravo guerreiro, sei que fará bom uso dela e de que ela está em boas mãos, pois ela só se desenrolara nas mãos daqueles que são puros de coração e alma.

~~Lyon Heartfield, o 7º portador da Second Star."

-Então consegui? -Seis pergunta.

-Sim... Essa espada... Ela... Ela é incrível...

-Espera isso é realmente uma espada? -Verna pergunta.

-Sim.

-O que ela tem de tão especial, fora seu formato bizarro obvio.

Leio a carta para eles, todos ficam surpresos com ela, uma espada maleável... Ninguém nunca ouviu falar em uma dessas, não eh de se estranhar o fato deles terem se espantado.

-Incrível! -Afirma Heinz

-Isso deve ser apenas algum tipo de trote dos goblins, essa caverna é habitada deles lembram? Não há como confirmar se é verdade.

-Mas se for verdade, devemos vende-la para conseguir dinheiro, depois rouba-la e então vende-la de novo e... -Verna fala, mas eu a interrompo.

-Não, se for verdade não iremos vende-la, Lyon confiou essa espada nas mãos do destino, para honrar sua vontade devemos mantela com aquele que for escolhido pela espada. Todos ficam quietos. -Então, quem vai primeiro?-Pergunto.

-Você, afinal você é o único que usa proteção feita de algum metal no abdome. -Kevin diz, percebo que ele queria tentar utilizar a espada, porém mesmo se ele fosse escolhido, não poderia usa-la.

Alias, todos parecem interessados nessa espada, menos Heinz, ele esta mais preocupado com seu cigarro e com sua bebida do que com a espada... Me aproximo mais do cabo da espada, ele é branco e feito de madeira com alguns detalhes prateados, em seu pomo é feito de um metal dourado -que não é ouro- com um risco em auto relevo, seu guarda-mão (N/A: Essa é a parte que divide o cabo da lâmina.) também é feito do mesmo metal dourado. Seguro o cabo com minha mão direita então a retiro do pedestal, ela é leve, ou pelo menos mais leve que a minha Elucidator, olho para sua lâmina, aparenta ser feita de titânio por ser muito brilhante, mas eu realmente não sei qual metal constitui essa espada. Ergo a espada e então penso em sua lâmina como um chicote, afinal, se sua lâmina é maleável e pode ser controlada pelo cabo ela não é muito diferente de um chicote, quando eu faço um movimento para a minha direita sua lâmina se desenrola e se estica até estar totalmente esticada.

-Parece que alguém ganhou uma nova espada. -Seis comenta.

-E oque faremos agora? -Heinz pergunta.

-Não sei, mas acho melhor irmos para o canto leste da caverna, é pequeno e não muito longe daqui, também há um pouco de lenha lá, podemos montar uma fogueira e dormir, porém um de nós deve ficar acordado para proteger os outros, podemos revisar em turnos e... -Takeo diz, mas é interrompido por Verna.

-Eu não preciso dormir. Diferente de elfos e humanos eu só durmo a cada 2 semanas, então não se preocupem com isso.

-Certo.

-Precisamos checar se o mercador está bem, afinal ele é nossa unica opção para seguirmos nosso caminho, alguém se habilita a me ajudar? -Digo.

-Então vamos logo, ainda quero lavar minha armadura do sangue de goblin que espirou em mim. -Takeo diz.

Então fomos até o local do ataque, montamos nos cavalos da carroça, colocamos o mercador para dentro dela e seguimos até a caverna, quando chegamos lá nosso acampamento já estava montado, Heinz fumava enquanto bebia um pouco de pinga, Seis estava limpando sua espada, Kevin já estava se preparando para dormir, Verna estava tocando uma flauta. Vejo Takeo indo para fora da caverna, provavelmente para se lavar, eu decido ir treinar com a Second Star fora da caverna. Após meu treinamento vou até um lago próximo a caverna, retiro meu sobretudo e o peitoral de minha armadura - que está sujo de sangue de goblin - e o lavo no lago, assim que termino ponho de volta o meu equipamento e me viro para voltar a caverna, no caminho algo estranho acontece, ouço um sussurro incompreensivo vindo da entrada da caverna, sinto uma sensação estranha percorrer minha espinha, não ligo muito para isso, pois sei que deve apenas ser o grupo conversando. Entro na caverna, Takeo, Seis e Kevin já estão dormindo, todos aparentam ter se banhado, provavelmente no lago em que lavei meu equipamento ou no riacho perto da entrada, Verna está afiando sua adaga.

-Não se preocupe, apenas não gosto que minhas armas percam o corte após uma luta, se algo acontecer prometo que acordarei todos antes de começar uma luta. -Verna diz exibindo um sorriso confiante em si mesma.

Dou um sorriso para ela, então retiro meu saco de dormir de minha mochila e decido dormir.