Lá estávamos nós, diante a Passeig Marítim de La Barceloneta, ou seja a Praia de Barceloneta, diante ao letreiro que chamava atenção: Opium Mar. A boate de frente ao mar, era uma das mais famosas da Europa e sempre rolava DJs famosos.
– Espero que não tenha fotógrafos quando sairmos! Porque hoje minha ursa, eu vou sair daqui carregado! – Emmett riu e abriu a porta do carro puxando uma loira empolgada com ele.
– Não quero nem ver amor! – Edward sorriu para mim e seguimos o casal animado.
– Amor? – olhei curiosa enquanto Emmett conversava com os seguranças
– É, você é MEU amor! – sorriu me dando um selinho.
– VEM GALERA! VAMOS ALOPRAR! – Emmett gritou para nós quatro que riamos.
– Acho que hoje vai ser nosso primeiro porre na Europa! – Alice estava eufórica.

Uma tequila, duas tequilas, cinco tequilas, oito tequilas? E quantos whiskys mesmo? Tudo parecia girar enquanto eu me agarrava a Edward na pista de dança. Não conseguia mais enxergar o restante do grupo, só via aquele homem de cabelos acobreados se esfregado em mim, e eu fazia o mesmo. Gargalhávamos e sorriamos um para o outro e eu não fazia ideia do motivo. A batida ao fundo parecia cada vez mais rápida, e as luzes me deixavam lenta. Logo os lábios com gosto de tequila e whisky colaram aos meus, uma combinação perfeita naquele momento. Um beijo tão intenso e logo senti uma mão sobre nós e muitas risadas. Lá estava um grandalhão completamente transtornado rindo, acompanhado de uma loira que tentava se manter em pé. A baixinha que antes parecia uma fada agora era uma legitima dançarina no estilo de stripper, e o loiro parecia estar dopado.
– Vã-vão pa-pa-ra um m-o-mo-tel! – Emmett tentava dizer com sua língua enrolando.
– Deixa a gen-te em paz! – empurrei ele brincando e tentando me manter em cima do salto.
E logo tudo sumiu. E depois estávamos no mar. Eu corria de Edward rindo enquanto este tentava me jogar no mar. De longe eu via a minha amiga agarrada no seu namorado deitada sobre a areia, e na água estava o grandalhão com sua loira.
– Eu vou te pegar! – ele ria enquanto se aproximava e então caímos nós dois sobre a areia.
– Eu te amo. – olhei para aqueles olhos verdes penetrantes.
– Eu também te amo.
E então, as roupas que usávamos foram se amontoando ao nosso lado. Eu sentia a água do mar bater sobre minhas costas. Eu não sabia onde estávamos, e agora nem me lembrava de nossos quatro amigos presentes, tudo que me importava era fazer amor com Edward naquele momento.

Acordei com o sol em meu rosto e um vento gelado. Era difícil abrir os olhos, a minha cabeça doía tanto. Como se fosse uma tortura, abri- os lentamente e vi que eu estava repousada sobre aquele peitoral incrível de Edward. E então como se eu ainda estivesse sonhando, eu vi o mar, e nós estávamos na areia. Tudo estava lindo e calmo, e o céu azul brilhava sobre nossas cabeças. Fechei os olhos novamente torcendo que aquele sonho não acabasse, apesar da imensa dor que sentia em minha cabeça, aquilo estava bom demais. Mas, quando Edward se mexeu, percebi que aquilo não era um sonho e me levantei rapidamente assustada. Eu estava usando sua camisa social preta da noite anterior, e estava coberta de areia. Edward tentava abrir seus olhos e se levantando com muita dificuldade usando apenas sua calça social preta. Olhei para os lados e vi certa quantidade de pessoas próximas a nós e vi também dois casais adormecidos. Emmett estava sem suas calças, usando apenas sua camisa e uma cueca pequena, digo, MUITO pequena, verde neon, no qual tive que tentar conter um risinho que insistia em escapar, Rose estava com seu vestido preto de paetê rasgado. Já o outro casal se encontrava em uma situação menos constrangedora. Alice apesar de estar coberta de areia, ainda usava seu vestido branco e não aparentava nenhum vestígio, e Jasper estava apenas sem sua camisa.
– O que aconteceu? Onde estamos? – Edward se levantou segurando sua cabeça e fazendo força para deixar os olhos abertos.
– Eu não sei! – me aproximei dele e o abracei preocupada – Só acho que precisamos ir embora logo, você sabe, aqueles fotógrafos sempre aparecem!
– Certo! – ele deu um beijo na minha testa pensativo e se aproximou dos outros casais com a cabeça baixa afim de se esconder das pessoas que começavam a nos observar.
Logo todos se levantaram tentando processar o restante da noite anterior, o que obviamente ninguém tinha condições de dizer nada. Não tínhamos sapatos, alguns sem roupas e eu não fazia ideia onde estava meu vestido.
– O mar deve ter levado. – Alice continuava sentada com a cabeça entre as pernas tentando conter o enjoo.
– MAR LEVAR? – perguntei rindo
– OH DROGA! Será que levou minha calça também? – Emmett olhava para o mar desesperando usando sua pequena cueca neon, enquanto uma mulher tampava o olho do filho ao observar a cena.
– QUE PORRA É ESSA EMMETT? Quem usa uma coisa dessas? – Edward encarou o irmão chocado.
E foi a primeira vez que vi Emmett sem palavras e com o rosto ruborizado. Era ele mesmo? Rosalie também estava com a cabeça baixa, ela também estava envergonhada? Já Alice e Jasper que antes pareciam dois mortos, agora riam descontroladamente.
– Melhor você nem responder! – Edward colocou a mão sobre a cabeça enquanto tentava se manter sério – Acho que ninguém ainda nos reconheceu! Precisamos sair daqui.
Parecíamos seis jovens normais que acabaram bêbados e dormiram na praia, então a atenção não estava tão concentrada em nós, apenas em Emmett que estava peculiar. Mas até alguém não descobrir que ele era o primeiro ministro tudo estaria tranquilo.
– Edward, me dê a sua calça! – Emmett sentou-se tentando esconder sua cueca.
– O QUE? – Edward encarou o irmão.
– Sério Edward. Eu sou o primeiro ministro! Não posso estar em uma situação dessas. – Emmett parecia sério e desesperado.
Edward ficou um pouco pensativo e logo depois retirou sua calça e entregou a Emmett. Este e Rosalie saíram correndo da praia, após uma troca de olhares entre os irmãos. Obviamente a cena chamou muita atenção, pois agora Edward com todo seu corpo escultural estava usando apenas uma boxer preta.
– Lorrayne! Aquele é o Edward Cullen! – uma mulher alta com um biquíni bem pequeno para seu corpo apontou para MEU namorado.
Logo começaram os comentários e os celulares apontados para nós. Agora eu entendia o que Edward havia feito, ele queria chamar a atenção para evitar que reconhecessem o irmão.
– Emmett não poderia ser reconhecido. – Edward falou no meu ouvido e eu assenti com a cabeça, enquanto ele me abraçava.
– Já podemos ir? Eles já devem ter pegado um taxi – Alice olhava preocupada para todos que nos encaravam.


Durante o caminho até o hotel, ninguém trocou uma só palavra. Todos sabiam o efeito que a noite sem responsabilidade traria já que enquanto esperávamos um taxi, vários fotógrafos fizeram questão de tirar muitas fotos. Por sorte Emmett e Rosalie foram embora antes que eles aparecessem, Edward sabia que pelo cargo do irmão, tudo que importava era escondê-lo.
– Estou ferrado! – Edward se jogou sobre a cama do nosso quarto.
– Nós estamos. – Me joguei ao seu lado com os olhos cheios de lágrimas.
Edward virou-se de lado me encarando, e colocou sua mão sobre meu rosto.
– Prometo que tentarei diminuir isso o máximo possível. – ele abaixou os olhos – Mas esse é o preço da fama.
– Eu sei meu amor. Eu sei. – escondi meu rosto em seu peito com as lágrimas que insistiam em cair, me sentindo segura pela primeira vez naquele dia.

Carlisle e Esme estavam completamente irritados com todos nós. Enquanto aguardávamos nosso voo, minha sogra lia a revista no qual tinha a foto minha e de Edward na capa com os dizeres: “A farra do Cullen”. E embaixo: “Após a derrota para o Barcelona, o craque do Milan parece ter tido uma noite quente com a namorada de apenas 19 anos.” Não havia fotos de Emmett, mas na noticia afirmavam que o primeiro ministro também estava envolvido. Os dois não trocaram uma só palavra com nós, enquanto isso, depois de todo o tumulto, Emmett já começava a fazer piadinhas nos fazendo rir e irritando ainda mais seus pais, que faziam caras feias e ele se comportava. Era incrível que mesmo depois de se tornarem adultos e cada um ter seguido seu próprio caminho, o carinho e o respeito que eles tinham pelos pais.

Depois de ligar para meus pais e explicar tudo o que aconteceu, Charlie que ainda não sabia sobre meu namoro apenas queria me matar e quase me obrigou a voltar para casa. Mas no fim, minha mãe acabou convencendo-o e mesmo bravo ele “aceitou” o namoro. Já as capas de revista era algo que eu estava fugindo durante a semana toda, e os paparazzi que agora estavam me perseguindo ainda mais, chegavam a me esperar na porta do Instituto. Alice estava sendo minha base todos os dias, já que eu e Edward mal tínhamos tempo de conversar durante a semana. Eu estava exausta naquela quinta feira. Tudo que eu mais desejava era voltar para o apartamento e me afundar sobre o edredom, mesmo com o sol que já brilhava sobre o céu de Milão.
– Isabella Swan! – escutei a voz de Sra. Bratiliere com aquele seu sotaque italiano um pouco insuportável e tive que me aproximar de sua mesa – Quero te apresentar seu novo companheiro de projeto. O modelo Jacob Black!
Tentando manter os olhos abertos enquanto escutava a Sra. Bratiliere, meu olhar encontrou com duas esferas pretas me encarando de modo fascinado. O dono delas, um homem escultural, dono de um sorriso que me fez suspirar por alguns instantes, com a pele morena e os cabelos negros que completam seu charme.
– Prazer Isabella! – ele pronuncia meu nome brincando com sua língua um pouco provocante.
Ergue a sobrancelha o encarando. Ele esta tentando me seduzir? Oi?
– Então Srta. Swan, eu tenho muito trabalho a fazer e pelo que vejo vocês também! – Sra. Bratiliere coloca a ponta dos dedos sobre seus óculos vermelhos de grau e sai me deixando com o moreno que me encara com um sorriso malicioso.
– Venha. – digo e pego os meus croquis em direção à mesa que usava antes de ser interrompida.

– Eu te conheço de algum lugar! – Jacob sorri enquanto tento medir sua cintura
– Acho que não. – o encaro um pouco sem graça e sinto meu rosto corar
– Espera ai! É você não é? A namorada do Cullen.
– Ah – suspiro e olho para o chão – É, acho que vou ser sempre a namorada dele.
– Na verdade – Jacob puxa meu rosto me encarando próximo demais com seus olhos negros – Eu jamais pensaria em você como uma sombra, é talentosa e extremamente maravilhosa para ser pensada assim. Além do mais, sou Inter de Milão, então quem é mesmo Cullen?
Revirei os olhos rindo. Pela primeira vez eu não estava me sentindo apenas a namorada de Edward Cullen.

O mês de maio passou mais rápido do que eu imaginava. Após nossa viagem para Barcelona eu e Edward estávamos muito bem e eu estava vivendo meu verdadeiro conto de fadas. Completamos três meses ontem, e tudo parecia um sonho. Eu estava conseguindo sincronizar minha vida profissional com a amorosa, e meu projeto no Instituto estava sendo um sucesso. Edward me apoiava em tudo, apesar de O-D-I-A-R Jacob e morrer de ciúmes de nossa amizade, mas ele confiava em mim e isso tornava as coisas mais fáceis. E todos os finais de semana Alice, Jasper e eu assistíamos aos jogos do meu artilheiro e depois saímos nós quatro. Desde a nossa visita há um mês para Barcelona, Emmett evitava qualquer holofote, então só o encontramos em um domingo em um almoço na casa de Carlisle e Esme. Alice e Jasper estavam se dando muito bem, e ela havia viajado há dois dias para Dublin, na Irlanda, para conhecer os pais dele. Eu estava há quatro meses em Milão, mas já me sentia em casa e com uma vida toda aqui.
– Ei Bells, o mesmo? – Jake colocou sua mão sobre meu ombro me tirando das lembranças do ultimo mês. Estávamos no nosso intervalo no Instituto e corremos aqui na Starbucks para tomar um café, pois o dia ia ser longo.
– O mesmo. – sorri e senti meus olhos arderem com um flash de um paparazzi que havia tirado uma foto no instante que Jake estava com sua mão sobre meu ombro e eu sorrindo para ele.
É, o dia ia ser MUITO longo.