POV Reyna

Lá estava eu andando sem parar com Percy, Thalia e Nico na casa do terror. E então nós começamos uma conversa sobre como achávamos que os nossos outros amigos que estavam nos outros grupos estavam se saindo.

– O Leo já deve ter saído – Eu comentei sobre meu namorado, era verdade, o Leo era muito fiasquento, provavelmente ele havia saído.

– Eu queria saber como o Luke está se saindo – Thalia comentou.

E então eu reparei que o Percy estava muito quieto, o que ele não costumava ser.

– Você está bem, Percy? – Eu perguntei.

– Na verdade eu estou sentindo uma coisa meio estranha – Percy falou preocupado – Sei lá, parece que algo vai acontecer com a Annabeth.

Nós ficamos bem sérios, o Percy parecia realmente preocupado.

– Deve ser besteira, Percy – Thalia disse – A Annabeth é muito corajosa, garanto que ela está super bem andando por aí e até brincando com os fantasmas, se duvidar.

Percy deu um sorriso fraco e nós continuamos a andar pela casa até que chegamos a uma sala um pouco estranha. A sala parecia uma pequena réplica de uma selva e eu já comecei a ficar nervosa, pois meu medo tinha tudo a ver com esse cenário. Nico, Percy e Thalia ficaram examinando o local, mexendo nas árvores e nas flores enquanto eu apenas fiquei ali parada quase sem me mexer.

Foi então que eu vi. Naquele momento eu tive certeza de que era o meu medo, pois no meio daquela pequena selva eu vi uma cobra se rastejando por ali.

– Uma cobra – Eu falei apavorada, mas tentando conter minha voz trêmula.

– Nossa – Nico disse.

A cobra estava vindo cada vez para mais perto de mim e eu não consegui me conter direito, pois logo os outros descobriram que aquele era o meu medo.

– Calma Reyna – Thalia falou.

Eu não conseguia me acalmar e eu fiquei olhando para aquela cobra vindo em minha direção. Olhei para todos os meus lados esperando ver uma porta de saída, pois não conseguia mais olhar para aquela cobra e quando eu pensei que a situação iria melhorar, ela piorou. Mais cobras apareceram.

– Desculpa – Eu falei para os outros e levantei meus braços cruzados.

Os outros me olharam e dois homens de preto me pegaram, me levando para a porta e depois me carregando por corredores escuros. Então finalmente uma porta se abriu e eu dei de cara com todos os que já haviam saído.

– Reyna! – Leo gritou e veio me abraçar.

– Eu sabia que você já tinha saído – Eu falei para ele.

– Nossa Reyna, eu vim aqui todo recepcionista e você de cara já me fala uma coisa dessas – Leo disse quando me soltou do abraço.

– Ok, foi mal – Eu me desculpei.

Então eu fui me sentar ali com os outros (que já eram muitos) e percebi que o jogo estava quase ao fim, pois só havia sobrado Thalia, Nico, Percy, Annabeth, Katniss, Gale, Thresh, Johanna, Peeta, Annie, Cato, Clove e Finnick e de todos que haviam entrado na casa.

Sinceramente eu só havia me surpreendido com Peeta e um pouco por Annie estar ali, mas todos os outros já davam meio que para esperar. Então eu fui perceber que as sensações estranhas do Percy estavam certas, pois eu vi em uma das televisões que um dos próximos medos era o da Annabeth.

POV Annabeth Chase

– O segredo do mapa é o seguinte... – Eu comecei a falar, mas eu fui interrompida por uma coisa horrível que eu vi.

Katniss, Gale e eu estávamos em uma sala muito estranha. Na verdade era um salão, pois era muito grande e parecia que estávamos pisando em uma terra em vez de piso, fora isso o salão era normal.

– Qual é o segredo? – Gale perguntou.

Eu me sentei no chão, pois eu havia imaginado que eu havia visto uma aranha e eu tinha pavor de aranha. Foi então que eu me liguei que não era a minha imaginação e sim era uma aranha, havia chegado a hora do meu medo.

– O que aconteceu Annabeth? – Katniss perguntou.

– Aranhas – Eu falei.

Foi então que Katniss e Gale se ligaram, eles viram as aranhas que estavam andando por todo o salão e que não eram poucas e perceberam que aquele era o meu medo.

– Annabeth, não se apavora – Katniss falou e eu vi os dois se ajoelhando ao meu lado.

– Percy – Eu murmurei já chorando, pois eu simplesmente tinha pavor de aranhas e eu estava pensando em desistir se elas continuassem ali por muito tempo.

Percy era umas das únicas pessoas que conseguia me acalmar quando aranhas apareciam e ele não estava ali.

– Annabeth, você tem aguentar três minutos aqui – Gale disse.

Então eu percebi o cronômetro que estava apontando três minutos e a partir daí o tempo começou a contar e mais aranhas começaram a aparecer. Eu enterrei minha cabeça nos meus braços que estavam apoiados nos meus joelhos e comecei a chorar ainda mais.

– Eu não vou conseguir – Eu falei.

– Claro que vai – Gale disse – Annabeth, você é muito corajosa. Até jogou xadrez com os bandidos aquela vez.

– Eu não posso jogar xadrez com as aranhas, Gale – Eu meio que gritei brava.

– Annabeth, dois minutos, vamos lá – Katniss incentivou.

E então eu comecei a sentir uma coisa no meu braço e me apavorei ainda mais, era uma aranha.

– Tira ela de mim – Eu gritei e percebi que algum dos dois bateu no braço esquerdo e tirou.

Eu não estava conseguindo suportar aquela sensação horrível da aranha no meu braço e então Katniss murmurou: “um minuto”. Eu tinha que aguentar aquilo, mas realmente estava sendo muito difícil.

Eu sentia algumas aranhas em mim e então depois de um século o cronômetro apitou e Katniss falou:

– Todas elas saíram Annabeth.

Eu levantei minha cabeça e vi que realmente todas as aranhas haviam saído e então eu suspirei aliviada. Havia conseguido enfrentar o meu maior medo.

– Isso aí Annabeth, eu não disse que você era corajosa? – Gale falou sorrindo.

Eu agradeci muito aos dois pelo apoio.

– Obrigada, gente. No primeiro minuto eu já queria sair – Eu falei me levantando e me esfregando toda, pois aquela sensação horrível das aranhas em mim ainda continuava.

– Amigos são para isso – Gale falou – Agora vamos sair dessa sala.

Saímos da sala e fomos para outro corredor.

– Gente, nós não podemos ir por esse caminho que leva ao ponto principal – Eu falei conseguindo me recuperar do susto do medo – Nesse ponto principal é o que vai ocorrer o medo principal, que é algo que eles vão fazer para nos sacanear de verdade.

Os dois me olhavam com curiosidade enquanto eu explicava.

– Não sei se vocês conseguiram reparar, mas essa casa é um relógio – Eu falei mostrando o mapa com o ponto principal onde havia doze pontos – Eu suponho que a cada hora ocorra três medos, ou seja, no momento em que ocorreu meu medo está ocorrendo mais um ou dois, conforme o número de pessoas que entraram.

– Então quer dizer que a cada hora vai ocorrer um medo? – Gale falou.

– Exatamente, mas esse é só um detalhe para nos prepararmos para o próximo medo, o negócio principal é não chegarmos perto desse ponto no meio – Eu disse – Eu acho que agora devem ser umas cinco horas da manhã, sei lá e os idealizadores estão planejando que podemos chegar a esse ponto ao meio dia, mas obviamente nós não iremos para lá e não iremos sair dessa casa só ao meio dia. Não é nada complexo.

– Annabeth, você é um gênio – Gale falou.

– Verdade, agora vamos andando e cuidando para não chegarmos ao ponto principal – Katniss falou e nós seguimos andando.

POV Annie Cresta

Agora que éramos apenas nós quatro, ninguém ficava segurando vela ou ouvindo DR desnecessária. Naquele momento nós estávamos conversando normalmente, nada de discussões.

Aquele corredor por qual sempre passava me dava certa agonia, mas então finalmente chegamos a uma sala diferente. Para mim a sala era normal, ela tinha uma coloração de marrom e não existia mais nada ali.

– O que será que vai acontecer agora? – Eu perguntei em tom de expectativa.

– Vamos ver, né? – Cato disse.

– A gente tinha que ter estudado aquele mapa – Clove falou.

– Sinceramente, a pessoa mais inteligente do grupo, que era a Hazel, saiu – Finnick falou – acho que nenhum de nós quatro tem paciência e capacidade para fazer isso.

– Obrigada por nos chamar de burros Finnick – Clove falou.

– Eu não disse que somos burros, só não temos muita capacidade intelectual como algumas outras pessoas – Finnick explicou.

Eu dei um risinho, mas logo o sorriso no meu rosto desapareceu quando eu vi o que nos aguardava naquela sala, na verdade estava mais para o que me aguardava. A sala era um pouco escura, por isso de longe só consegui enxergar dois olhos selvagens.

Quando finalmente a criatura apareceu eu tive certeza de que era o meu medo. Eram bestantes.

Eu dei um grito quando mais três bestantes apareceram, acompanhando o principal.

– Como a gente vai sair daqui? – Finnick falou.

De repente todos olharam para mim, pois se ligaram que aquele medo não era de nenhum dos três.

– Eu tenho que sair – Eu disse.

– Não Annie! Você não vai sair – Finnick disse – Eu não posso deixar você simplesmente ser levada por dois caras vestidos de preto.

– É o único jeito Finnick – Eu disse – Eu tenho que ir, pois eu não vou conseguir passar de jeito nenhum por essas criaturas.

– Annie, você não pode... – Clove começou.

– Gente, vocês não entendem que esse é o meu medo? Não é tão fácil passar por essas criaturas sendo que eu tenho pavor delas – Eu falei.

Dessa vez eles ficaram quietos, Finnick fazia que não com a cabeça.

– Pessoal, eu só vou sair da casa, daqui a algumas horas vou encontrar vocês de novo, se acalmem – Eu falei.

Enquanto conversávamos eu não tinha percebido como os bestantes haviam se aproximado e como eu estava muito apavorada, eu mal conseguia me mexer para chegar até a porta. Eu dei um beijo em Finnick e lhe desejei boa sorte e então cruzei os braços acima da cabeça e dois homens vieram me retirar da casa do terror.