As Criações escrita por Sky Salvatore


Capítulo 22
Capítulo 21 - Vá Embora


Notas iniciais do capítulo

Bom Dia !

Amores sei que muitos querem me matar mais isso não vai rolar, não queiram meu fígado depois desse capítulo >
Boa Leitura



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Dois Meses Depois

As seções de tortura se estenderam por todo os dois meses. Eram choques, agulhas, líquidos que me faziam dormir por horas. Entretanto nada daquilo fazia eles descobrirem o porquê eu fazia o que fazia.

Eles haviam cordado meu cabelo inteiro, eles já não batiam mais nas minhas costas. Aos poucos eles foram tirados de mim. Ele estava no meu pescoço, meus longos cabelos ruivos haviam sumido. E eu sabia que eles cortariam mais.

Fizeram isso para facilitar a ligação dos eletrodos e das agulhas. Claro, esperneei, chorei, gritei. Mas, mesmo assim levaram meu cabelo.

Havia emagrecido quinze quilos nesses meses, era algo record para um ser humano. Eles me davam cada vez menos comida para saber como meu corpo reagiria. As vezes tudo que eu comia era uma maçã o dia inteiro.

Meu corpo, ao meu ver, havia ficado deformado. Meus ombros ficaram mais ossudos, quando eu deitava podia sentir meus ossos da costela e minha barriga se afundar. Era possível ao passar a mão nas minhas costas sentir minha espinha. Minhas penas ficaram mais finas e meus braços magros. Meus olhos estavam fundos e meu rosto magro demais.

Nos meus braços haviam marcas de agulhas, cortes e áreas roxas que jamais sairiam do meu corpo. Eu estava deformada e não podia fazer nada demais.

Alguém bateu na porta fazendo eu despertar do meu transe momentâneo.

–Tem visita – gritou um guarda.

Meus olhos mal acreditavam no que viam. Theo estava ali parado na minha frente vestido todo de preto, suas mãos estavam nos bolsos. Ele me olhava com pena, eu estava muito diferente da última vez que nos vimos.

Eu estava jogada em um canto da parede encolhida e sem forças, ele se agachou ao meu lado e passou gentilmente a mão no meu rosto.

–Tess – murmurou.

– O que você faz aqui? – foi tudo que consegui perguntar.

Ele se aproximou e tentou tocar meu rosto novamente, mas eu virei a cara. Quem ele pensa que é? Pensa que pode vir aqui depois de tudo e achar que está tudo bem? Porra, não está tudo bem. Será que só ele não vê isso?

–O que você quer? – perguntei novamente.

–Como seu líder eu tenho o direito de lhe ver duas vezes por semana.

Dei uma longa risada.

–Como meu líder? Quando eu mais precisei da porra do meu líder a única coisa que ele me disse foi “sinto muito, não posso fazer nada” – comecei a gritar, logo viriam me sedar mas, eu não estava nem aí.

–Eu posso explicar Tess – disse calmo – Mas, você precisa se acalmar primeiro.

–Explicar? Você pode me explicar? Não Theo você não pode explicar nada. Eu não quero me acalmar – gritei – Estou cansada de todos me dizerem isso. Eu não preciso me acalmar.

–Tess, eu posso te ajudar.

–Para de me chamar de Tess, para de fingir que se importa comigo. Porque quando eu precisei apenas Carolyn não saiu do meu lado. Você não estava comigo, então eu não quero sua ajuda.

Logo a porta se abre, Amélia entra ao lado de Sandra outra enfermeira.

–Ela precisa se acalmar – disse Sandra – Senhor Theo, ela está lhe agredindo? Não sabemos o quão violenta ela está nos últimos dias.

–Vá embora sua vadia – grito – Não preciso de você.

Amélia me pega de surpresa e injeta o líquido em mim.

–É melhor ir – escuto Amélia dizer.

–Posso esperar ela acordar – disse Theo – Tenho algo importante a dizer.

Tudo fica escuro.

[...]

Abri os olhos e estava na minha cama. Não estava largada no chão como imaginei que estaria. Theo estava sentado encostado na cama, seus olhos me examinam;

–Estou dormindo a quanto tempo? – perguntei.

–Três horas – respondeu.

–E você não foi embora?

–Precisava muito falar com você – murmurou.

–Quer que eu comece a gritar de novo?

Theo sorriu, eu realmente estava prestes a me tornar alguém agressiva. Quebrar seus dentes até que ele engolisse todos eles.

–Tess...

–Já pedi para você não me chamar assim – gritei.

Estava com tanta raiva do Theo por ele ter me deixado definhar nesse lugar. Por ter mentido. Pulei da cama para o seu pescoço, apertando-o com o intuito de matá-lo. Nós rolamos para o chão e eu estapeava seu rosto. Aceitei-lhe um soco no queixo. Theo usou da força para me colocar de baixo do seu corpo, me prendeu no chão e me fez olhar em seu rosto.

–Quero falar com você – disse sério – Por favor, não me faça esperar mais três horas. Porque se você continuar a me bater eles vão te dar o que quer que seja, nós somos filmados. Por favor, me ouça.

–Me solta – pedi.

–Vai me bater novamente?

–Não – disse.

Ele se levantou, logo depois eu me levantei. Assim que estava de pé dei um único tapa no seu rosto, Theo quase caiu se desequilibrando.

–Acabou? – perguntou.

–Agora acabei – disse nervosa.

–Posso falar?

–O que quiser

Nós nos sentamos na cama, foi sorte nenhuma enfermeira ter chegado. Eu sabia que era gravada, pelo menos era isso que eu achava. Imaginava que eles não chegariam a esse ponto.

–Ouça bem o que vou lhe dizer – disse ele – Eu jamais abandonaria você. Nem em um milhão de anos. Eu pensei em você todos os dias, horas, minutos e segundos desses dois meses.

–E porque me deixou ficar como eu estou? Já olhou direito para mim desde que chegou? Viu como eu estou? Estou definhando Theo, vou morrer a qualquer momento – digo tentando não chorar.

–Eu não te deixei Tess, céus tudo o que eu queria era te levar para casa e te colocar nos meus braços. Eu só não vim antes porque nós não podemos se é que me entende, havia Lize. Ela estava doente e eu pensei que fosse perdê-la. Meu Deus eu estava com tanto medo, só queria que você estivesse comigo. Eu achei que vocês duas morreriam, eu não aguentaria.

Eu sabia que Theo falaria as coisas em códigos, porque se ambos achávamos que havia câmeras elas podiam gravar nosso áudio e saber da Aska e de tudo mais.

–Eu não achei que você acreditaria naquilo. Disse que não podia fazer nada mais a minha vontade era socar todos e dizer que você não iria embora. Mas, ele te levaram e Rafaela me orientou que eu ficasse longe por um bom tempo.

No fundo meu peito se ascendeu de alegria. Eu sabia que Theo não me abandonaria, de algum jeito eu sabia.

–Eu acreditei fielmente em todas as suas palavras. Achei que estava com raiva, depois da morte deles. Você disse que a culpa era minha, achei que quisesse mesmo que eu ficasse longe...

–Tess, eu estava nervoso – sorriu – Aquilo não foi culpa nossa. Eu tinha acabado de perder meus pais, só queria culpar alguém porque no fundo achava que aquilo era minha culpa.

–Paspalho – resmunguei – Eu achei...

Ele se aproximou de mim.

–Achei que você confiasse mais em mim.

–Meu Deus, eu nunca estive...nunca gostei de alguém. O único amor que eu tinha visto era o dos meus pais. E você veio e transformou tudo isso. Queria que eu descobrisse que aquilo era mentira? Desculpa se não sou tão inteligente.

Theo se aproximou mais ainda.

–Céus eu queria te beijar agora mesmo – murmurou baixo – Nunca duvide do quando eu amo você.

Então eu comecei a chorar, como ele ainda podia me amar daquele jeito? Parecendo um monstro? Eu não sou mais a Tessa que ele conheceu, eu sou uma magricela estranha que está sendo mantida presa pelo governo.

–Como pode gostar de mim?

–Eu disse amar... – interrompeu-me.

–Que se foda Theo – disse nervosa – Como pode sentir algo por mim? Já me olhou direito? Eu me tornei um monstro, não sou a Tessa que você conheceu. Meus cabelos, meu corpo, eu sou outra.

–Bem, confesso que a outra Tessa é bem mais atraente e não parece doente – disse – Mas, eu te amo de qualquer jeito. Porque isso não mudou dentro de você. Seus cabelos, e daí que estão mais curtos? E daí que você está mais magra? Tessa, você não entende meu amor por você?

E eu não parei de chorar. Eu só queria abraça-lo, mas não trocamos nenhum toque físico.

Então a porta se abriu e ele se levantou para ir.

–Até mais Tessa – disse firme.

Não respondi apenas sorri.


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Notas finais do capítulo

Alguém quer me matar ?

Quem gostava do cabelo da Tessa ?

~le eu indo me esconder.