Charlie e o Curioso Mundo de Sophia escrita por mgsx


Capítulo 35
Capitulo 35




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Acordei com o despertador do meu celular tocando. A cama que eu havia dormido não era tão boa quanto a do meu quarto, mas dava para aturar. Entrei em meu quarto e percebi que minha mãe e meu irmão ainda estavam dormindo. Peguei minha toalha e meu uniforme escolar e fui tomar banho. Depois, tomei meu café da manhã e fui para escola.

Não ver Kari naquela sala era difícil. Não sentir o perfume que ela usava todo dia, não ouvir a doce voz dela, não ver os olhos claros dela, não poder tocar na pele dela era extremamente difícil. Jake tentava me animar contando piadas idiotas. Quase sempre me fazia dar boas gargalhadas (O que fazia a professora nos chamar a atenção). Era bom ter um amigo como ele por perto. Ele havia se mudado para a carteira onde Kari se sentava. Apesar da falta de minha amiga, aquele dia de aula até que não foi de tão ruim.

Foi um alivio para Jake e eu quando ouvimos o som do sinal de saída da escola. Eu estava com um frio na barriga. Eu queria conhecer logo os outros integrantes da banda. Queria que eles fossem tão legais quanto Jake, mas eu sabia que não iria ser assim. Cada pessoa tem a sua personalidade, não é mesmo? Quando Jake e eu saímos da escola, percebemos um movimento na saída. Vários garotos e garotas da escola cercavam e observavam uma BMW preta parada em frente ao colégio. Jake me olhou sorrindo.

– Não me diga que... – Disse ele com um sorriso –

– Sim, é a nossa carona. – Falei –

– Irado.

Entramos no carro e observamos o semblante de inveja dos outros alunos que nos olhava. Meu pai vestia uma camiseta Polo azul e uma calça Jeans preta. Ele havia feito a barba, a única coisa grisalha agora era alguns fios de seus cabelos.

– Oi pai. – Falei quando entrei no carro –

– Oi Charlie, então esse é o – Pensou – Jake?

– Sim senhor, prazer em conhecer. – Disse Jake –

Os dois apertaram as mãos sorridentes.

– Que carrão que o senhor tem. – Disse Jake –

Meu pai riu.

– É, verdade. Deu muito trabalho para conseguir ele. Aposto que um dia você vai conseguir um melhor.

– É, tomara que sim. – Jake parecia bastante contente –

Meu pai ligou o carro e começou a dirigi-lo. Jake o mostrava como chegar ao local de ensaio da banda. Quando chegamos, me assustei. Era uma casinha aparentemente abandonada, localizada no meio de dois prédios. Não era muito longe de minha casa e nem da escola. Eu já a havia visto várias vezes, mas nunca havia prestado atenção nos detalhes dela. A casa era pintada da cor verde, já desbotada. As telhas eram bem velhas e estavam com teias de aranha. Ao julgar pela aparência, pensei que por dentro estaria do mesmo modo. Velha, desbotada e suja. Mas me surpreendi. Quando entramos, percebi que aquele ditado de “Não julgue um livro pela capa” podia mudar para “Não julgue uma casa pela fachada”. Por dentro era totalmente ao contrário de fora. O piso branco era tão limpo que nos refletia nele. Não havia poeira em lugar algum, pelo menos eu não vi. As paredes estavam pintadas da cor branca e os instrumentos musicais estavam muito bem organizados em cima de um pequeno palco.

– Nossa! – Falei surpreso –

– Bem legal o local de ensaio de vocês. – Disse meu pai – Tudo muito organizado e limpo.

– Obrigado! – Respondeu Jake – Mas geralmente não é tão limpo assim. Não se acostume. Acontece que minha mãe de vez em quando limpa aqui.

– Sua mãe faz isso de graça para vocês? – Perguntei –

– Nada é de graça, cara! – Jake disse – Digamos que eu faço um favor para ela de vez em quando!

– Que tipo de favor? – Perguntou meu pai –

– É....

Foi quando ouvimos uma voz.

– Jake é você? – Disse uma voz masculina –

Foi quando uma porta se abriu e de lá saiu dois garotos. Um tinha a pele escura, era bem forte e alto. Usava uma calça jeans e uma camiseta com uma caveira estampada. O outro garoto era ruivo e pequeno. Parecia ter 1 metro e 60 centímetros de altura ou mais ou menos isso. Tinha as orelhas um pouco grandes e usava uma bermuda jeans com uma blusa de gola V laranja.

– Galera, esse é o Charlie! Nosso novo vocalista. – Disse Jake, apontando para mim –

Os dois garotos me olharam desconfiados, como se estivessem se perguntando: “Esse mané é o nosso novo vocalista?”. Os dois garotos se olharam e logo depois olharam para mim novamente. Estenderam as mãos para me cumprimentar ao mesmo tempo, o que me fez ficar indeciso sobre a qual mão apertar primeiro. Acabei cumprimentando o moreno. Ele se chamava Lucio e era baterista e o ruivo se chamava Michael e tocava baixo. Michael parecia ser bem tímido, pois ele desviava o olhar de mim quando eu o olhava. Ele não falava muito. Jake apresentou meu pai a eles e meu pai os cumprimentou.

– Então Charlie, você toca algum instrumento? – Perguntou Lucio –

– Bom, eu toco violão.

– Ah. – Lucio parecia desanimado – Jake nos contou que você canta bastante bem, isso verdade?

– Se eu disse é porque é verdade, Lucio! – Protestou Jake –

Meu pai nos olhava atentamente com os braços cruzados.

– Faz um teste com ele. – Disse –

– Fazer um teste? – Perguntou Lucio –

– Vocês não querem saber se ele realmente canta bem? Então, o Charlie pode cantar e vocês decidem se ele fica ou não na banda. – Disse meu pai –

Fiquei ainda mais nervoso. O que eu devia fazer agora? Eu sempre ficava muito nervoso quando todos prestavam atenção em mim. Minhas pernas sempre tremiam quando eu percebia que vários olhares eram direcionados a mim. E foi isso que aconteceu. Logo que eu ouvi a ideia de meu pai, minhas pernas começaram a tremer. Quando todos me olharam senti minha barriga esfriar.

– Então, o que você está esperando? – Lucio me perguntou –

– O-oi?

– Vai lá e canta Charlie! – Disse Jake –

Senti meu pai colocar as mãos sobre meu ombro. Olhei para ele, e ele fez um sinal de positivo com a mão.

– Você vai conseguir – Sussurrou ele –

Michael também fez um sinal de positivo para mim. O que me surpreendeu, pois ele mal me conhecia e já estava torcendo por mim. Subi no pequeno palco e olhei para todos. Senti que eu devia dar o meu melhor para entrar naquela banda. Lucio parecia ser um cara bem rigoroso e não iria aceitar qualquer um para aquele cargo.

Eu consigo. Pensei. Eu tinha que conseguir para ajudar Dakota e Sophia. Pensar nisso me deu ânimo e força. Então eu comecei a cantar.


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