Charlie e o Curioso Mundo de Sophia escrita por mgsx


Capítulo 25
Capitulo 25




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Todos se entreolhavam assustados. Minha mãe, Judite era a única que parecia calma e tranquila. Ela olhava todos com um sorriso irônico no rosto, como se já esperasse essa reação de todos ali.

– O que eu vim fazer aqui? - Disse minha mãe - Bom, é simples. Eu voltei.

– O que? - Perguntou meu avô. -

– Voltou? - Disse minha avó assustada - Como assim voltou?

O semblante de minha mãe mudou e ficou triste. Ela realmente parecia triste. O olho roxo que ela tinha já me fazia imaginar o que havia acontecido com ela. Com toda a certeza ela havia apanhado de alguém. Aquele machucado não parecia ser de outra coisa.

– Eu não tenho para onde ir. - Confessou - Eu saí de casa com o meu filho, Raphael.

Judite apontou para o garotinho que estava sentado no sofá.

– Meu marido é muito agressivo e eu tive que sair de lá. Eu não aguentava tanta humilhação e sofrimento.

– Esse olho roxo foi causado por ele? - Perguntei -

– Sim. - Disse ela abaixando a cabeça -

– É por isso que eu vim para cá. Fui na nossa antiga casa e procurei saber onde vocês haviam ido. Foi assim que encontrei vocês.

– E você pensa que vai ficar aqui? - Perguntou minha avó - Porque se você está pensando que eu vou permitir...

– Maria! - Repreendeu meu avô - Ela não tem para onde ir!

Ouve um silêncio por alguns instantes.

– Acho que é melhor eu ir embora. - Disse Kari se levantando de onde estava sentada -

Ninguém disse nada. Eu fiz que sim com a cabeça para Kari e a vi saindo pela porta. Passei a mão sobre a minha cabeça e me forcei a acalmar. Era incrível como aquele ano estava sendo de muitas reviravoltas em minha vida.

– Será que vocês não tem um pingo de compaixão? - Perguntou Judite - Eu tenho uma criança para criar e não tenho para onde ir. Não tenho dinheiro, não tenho nada e eu não posso abandona-lo.

Os olhos de minha mãe encheram de lagrimas quando falou do filho Raphael. Aquilo me encheu de ciúmes e tristeza. Porque ela não fizera isso comigo antigamente? Porque não lutou para ficar perto de mim e me criar.

Judite me olhou e pareceu perceber o que eu estava sentindo naquele momento. Ela veio em minha direção e me olhou no fundo dos olhos.

– Desculpe. - Disse ela - Eu acho que sei o que você está sentindo.

– Não, não sabe. - Falei - Você não sabe o que sofri todos esses anos pela sua falta. Você não sabe o quão rejeitado eu me senti quando soube que você queria trocar a minha vida por dinheiro. Você não sabe de nada.

– É, talvez eu não saiba. Mas eu posso imaginar, meu filho.

– Não me chame de filho! – Falei –

– Mas é exatamente isso que você é. Você é meu filho, Charlie. Não adianta negar.

Me senti um completo idiota quando a ouvi falando aquilo. Me virei e sentei-me ao lado de Raphael, no sofá. Ele tinha um carrinho de brinquedo nas mãos e estava brincando com o mesmo.

Minha mãe foi em direção a meu avô e segurou as mãos dele.

– Pai, por favor, convença a minha mãe. Eu sei que fiz muita coisa errada, mas eu acho que mereço uma segunda chance. – Disse ela ao meu avô Joseph –

Meu avô parecia estar muito surpreso com a aparição de sua filha. Dava para ver em seus olhos que ele a amava muito.

– Maria... – Disse meu avô em um tom de voz triste e preocupante –

Minha avó parecia não estar gostando daquilo, mas concordou com a cabeça que deixaria a filha ficar em sua casa. Logo após concordar, minha avó foi para seu quarto e ficamos nós quatro ali. Meu avô Joseph, minha mãe Judite, seu filho Raphael e eu. Mais uma vez o silêncio reinou por alguns instantes.

Eu observava minha mãe com atenção. Percebi que não era apenas o seu olho que estava roxo. Havia em seu pescoço e braços vários hematomas e arranhões. Uma parte de mim sentia pena e compaixão, mas outra parte sentia que era merecia ter apanhado e sofrido depois de tudo o que ela havia me feito. Me levantei e corri para fora de casa.

O sol já estava se pondo. Olhei para o lado e avistei a casa de Dakota e Sophia. Lembrei-me de que Sophia sempre me fazia bem e tudo o que eu estava precisando daquele momento era de me acalmar, colocar os pensamentos no lugar e me sentir bem. Então fui para casa de Dakota.


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