Ciel

O recreio acabou e voltei para a sala com o resto da turma,  e como antes, eu não parava de cantarolar.

No final da aula eu voltei para casa, tomei um banho, comi e me deitei um pouco, estava cansado, amanhã vai ter dois períodos de matemática e os outros três de português, veria aquele professor, Claude Faustus novamente, ele parece um tarado...

Pela Tarde fiquei o tempo todo no meu quarto, já que no dia seguinte teria que aguentar aqueles malditos professores, mas até que Sebastian Sensei eu gostaria de ver, já chega Ciel desde quando você é Bipolar ?

Eu fiquei tanto tempo deitado que acabei adormecendo, já era esperado, acordar 6 horas da manhã e ficar uma hora escutando música, viu Ciel, “Mas que droga, provavelmente acordarei na mesma hora que acordei hoje, se não mais cedo”.

E realmente foi o que aconteceu, acordei seis horas e trinta minutos, Bom 30 minutos para fazer o que quiser...

Eu me arrumei e comi alguma coisa, peguei a mochila e fui para a escola, tenho uma hora para fazer o que quiser na escola, por sorte ela abre mais cedo para os professores entrarem, entrarei por lá e vou para o banheiro me “esconder”.

E tudo foi como planejado, entrei pelo portão dos professores e fui em direção ao banheiro, estava tudo indo perfeito, até que alguém se esbarra em mim.

-Me desculpe... – Eu me levanto rápido e peço desculpas.

-Tudo bem, mas o que você faz por aqui a essa hora ? – Não, não, não, não, não, ele não, qualquer um menos ele, olho para a pessoa na minha frente, Claude Faustus arrumava os óculos e me olhava sério.

-Eu não tinha nada para fazer em casa, então vim para a escola mais cedo... – Eu falo entrando no banheiro que estava um pouco atrás dele. E quando percebo ele me seguindo entro em um dos lugares do banheiro onde haviam os sanitários. (me esqueci o nome do tréco).

-E pretendia ficar escondido no banheiro até começar a aula ? – Ele perguntou pelo que parece da pia do banheiro.

-Isso mesmo. – Respondo saindo daquele lugar e indo na direção dele.

-Você é um ótimo aluno Ciel, e um dos mais... Como eu posso dizer, bonito... – Aquilo me pegará de surpresa...

-Obrigado...Eu acho. – Me viro e vou em direção à parede e seco minhas mãos no secador...

Eu já estava quase me virando quando o professor de português me prende contra a parede segurando meus pulsos, e começa a me beijar.

-Não estou brincando... – Fala perto do meu ouvido me causando um arrepio.

Ele sela seus lábios nos meus me beijando, eu fazia força para me soltar mas ele estava colocando muita força, meus pulsos ficariam roxos, talvez até machucados.

Sebastian

O professor Faustus saiu a um bom tempo dizendo que iria pegar a chave da diretoria no carro e ainda não voltou, irei até lá ver porque ele demora tanto.

Eu estava passando pelo banheiro quando escuto vozes dizendo: “Quero você para mim”. Reconheceria essa voz em qualquer lugar, era o professor Faustus. Eu estava quase indo embora quando escuto uma voz familiar dizendo: “Me solte por favor”. Essa voz, ela estava tremida, Meu Deus, era Ciel. Eu fui correndo em direção ao banheiro e encontrei o professor beijando ferozmente Ciel, que estava com os pulsos vermelhos presos nas mãos do professor. O garoto estava quase chorando.

-P-Pare, por favor. – Dizia o garoto enquanto lágrimas desciam pelo seus rostos.

Faustus não respondeu, mas também não parou. Que desgraçado... Não conseguia mais me segurar e gritei:

-Você poderia ao menos escutar o que os outros estão dizendo... – O professor se vira e me vê parado na porta. – Não está vendo que ele não quer isso ?

O professor de português olha para o garoto que escorrega as costas pela parede e cai sentado no chão com as mãos no rosto e como eu previrá, pulsos roxos...Claude Faustus não da a mínima e sai do banheiro.

Eu vou até o garoto que estava se derramando em lágrimas no chão e sento ao seu lado.

-Ele te forçou a fazer isso ? – Perguntei olhando-o e vendo que o garoto não responderá o pego no e o coloco na pia.

Olho para meu relógio, logo o portão abrirá e os outros alunos chegarão.

-Ciel, pare de chorar, eu vou dar um jeito nos seus pulsos. – Ele acenou com a cabeça no sinal positivo, eu peguei um paninho que sempre tinha guardado e o molhei passando o mesmo nos pulsos do garoto, não que isso adiantaria, mas pelo menos pararia de doer...

Ciel

Ele molhou meus pulsos com um pano molhado, realmente parou de doer, por isso que gosto tanto dele. Ele era realmente...

Escutei um sino anunciando o começo das aulas... Mas que raiva, logo agora.

-Ciel, procure ficar aqui até a dor parar. – Ele me falou um pouco preocupado. – Eu voltarei daqui a pouco e quero vê-lo aqui. Por favor... – Eu faço um sim com a cabeça e ele sai do banheiro me deixando lá sozinho...

Um tempo depois ele retorna com um saco de gelo na mão e o coloco nos meus pulsos.

Ele me olhou sorrindo  e me abraçou, eu retribui o abraço, mesmo com dificuldade.

-Fique perto de mim, por favor. – Eu falo em seu ouvido...

-Sempre estarei. – Ele falou se afastando de mim tomando meus lábios em um profundo beijo, eu apenas retribuo....

Depois eu fui para a sala com Sebastian e todos olhavam para mim e para Sebastian. Alguns cochichavam coisas do tipo. “Olha os pulsos dele, o que houve ?” Outros: “O que esses dois estão escondendo ?”.

Eu não suportei mais nada e fui para o meu lugar me sentando na cadeira.

Ainda era a aula de português, portanto Sebastian apenas me deixou ali e saiu, o professor Faustus olhou para mim e em seguida para a porta onde Sebastian passará, por sorte esse era o último dos três períodos de português, depois vem o recreio e graças a Deus, matemática.

O sinal bateu e eu sai da sala o mais rápido possível. Como sempre iria para o meu “esconderijo” e ficava por lá escutando músicas no meu MP4. Mas para minha surpresa  havia alguém lá hoje, eu fiquei com raiva, mas quando percebi quem era eu me aproximei e me sentei ao lado daquele professor de matemática.

-Ciel, quero que você seja meu, para sempre. – Ele falou me dando um beijo na testa.

-Para sempre é muito tempo. – Falo olhando para ele com um sorriso, a expressão dele ficou mais seca e seus olhos arregalados. – Mas eu me sacrifico para ficar ao seu lado.

Ele riu e me abraçou, eu apenas retribui o abraço e ficamos assim até o recreio acabar e as aulas de matemática começar.

No fim da aula eu voltei para casa encontrando uma desculpa pelos pulsos, e achei um bem boa...

-Bocchan, Bem – Vindo de vol... Bocchan o que houve com seus pulsos ? – Pergunta Finnyan preocupado.

-Eu apenas me cortei com espinhos, estou subindo para tomar um banho, e vou deitar em seguida. Não me incomodem.

Em seguida tomei um banho e me deitei pensando no dia de hoje. Se Sebastian não tivesse aparecido eu estaria morto, ou quase isso...

E assim é a grande história de amor entre mim e meu professor de matemática, eu o amo mais que tudo nessa vida...