POV Kristen

Sim, minha vida era uma droga. Eu odiava meu emprego, que por sinal não me pagava bem. As pessoas não gostavam muito de mim, mas eu não ligava para isso. Eu não precisava delas mesmo.

Morava em um pequeno e simples apartamento, situado num bairro pouco movimentado, de Londres.

Eu nunca havia me apaixonado. Isso era um fato.

Não, eu nunca acreditei em amor. Para mim ele não valia nada. Era apenas uma palavra idiota que as pessoas usavam. Ela significava um “estado alterado” das pessoas, onde elas agem sem pensar, ficam feito idiotas atrás da “pessoa amada” , o que é perda de tempo. Isso me dava tédio. É por isso que eu nunca me apaixonei e nunca irei me apaixonar. Acho que penso isso, pois eu não posso me apaixonar, nunca poderei...Era angustiante...

Havia perdido meus pais em um terrível acidente de carro e somente e Dan, meu irmão, tinhamos sobrevivido. Esse foi o pior dia de minha vida. Eu não consigo nem lembrar de como havia sido que me dava uma dor no peito insuportável. Era  muito doloroso. Mas meus tios, como eram muito bons, decidiram cuidar de nós, e eu os agradeço por isso.

Dan era o melhor irmão do mundo. Estava sempre preocupado comigo, mesmo morando em outra cidade, me sempre me ligava para saber como estavam sendo meus dias. Ele também mandava, todo mês, um pouco de dinheiro para ajudar nas despesas. Isso me ajudava muito, pois se dependesse do meu salário, eu estaria morando pelas ruas de Londres.

Meu sonho era ser uma famosa chefe de cozinha, mas a vida não me deu chances e, atualmente trabalho como ajudante de cozinha em um pequeno restaurante. A vida não é justa.

Mesmo com todoas esses problemas, eu era feliz com a minha simples droga de vida. Mas ha alguns dias havia recebido uma ótima noticia. Eu teria somente dois meses para para tudo o que eu sempre quis. Sim, dois meses. Era pouco, mas eu iria conseguir, eu tinha que conseguir.

Essas duas palavras ficavam martelando em minha cabeça. Eu sempre me lembrava do momento em que um doutor disse-me isso.

Flashback ON

- Kristen...Eu não tenho uma notícia muito boa para lhe          dar.. - Ele dizia, enquanto me olhava sério.

- Pode dizer doutor. - O que quer que fosse que ele iria me falar, iria me fazer feliz. Eu presentia isso.

- Então, é algo muito sério. Os exames indicam que é uma coisa muito rara e ... – Então, ele parou de dizer o que estava dizendo e me fitou.

- Hum...Não tem cura? É isso que o senhor está tentando me dizer? Fale de uma vez! – Eu disse, olhando-o, seriamente.

- E...eu acho que você não terá muito tempo de vida. Só lhe restam dois meses de vida. – Disse ele, olhando para seus papéis.

- Sério? -  Eu disse, curiosa.Não estava acreditando no que havia acabado de ouvir.

- Nunca falei mais sério em toda a minha vida como agora. – Dito isso, ele me olhou, tentando descobrir qual era a minha reação, mas eu não demonstrava nenhuma. – Mas, se você tiver uma vida saudável, não se estressar muito com as coisas, ter amigos, você poderá aumentar o seu tempo de vida.

- Hum..Entendi. O senhor irá achar estranho eu dizer isto, mas essa foi a melhor má notícia que eu já recebi em toda a minha vida! – Então, eu levantei-me da cadeira e fui em dirção à porta. Ele me olhava com espanto. Abri a porta e olhei-o – Obrigada! Muito Obrigada! Tenho que ir. O mundo me chama. Tchau!

Quando eu ía fechar a porta de seu consultório, ele respondeu:

- De nada? – Disse ele, ainda muito espantado. E então eu sai daquele lugar, pois a vida lá fora me esperava.

Flashback OFF

POV Robert

Eu não queria me mudar, porra! Por que eles ainda insistiam?

Eu estava deitado no sofá da sala, na minha pequena casa, tomando a minha cerveja gelada. Meus amigos estavam tentando me convencer a ir morar com eles na Inglaterra, mas eu não queria. Por que eu iria querer sair de Nova York? Eu tinha tudo aqui. Meus pais moravam aqui, eu tinha um bom emprego, Camila, minha namorada, morava aqui. Não tinha porque ir embora. Seria perda de tempo.

Como eu tinha amigos irritantes! Phill e Jack são meus amigos desde a minha infância e quando querem algo eles conseguem. Eles estavam tão insuportáveis que eu estava quase cedendo.

Eu fingia que não estava ouvindo nada e somente olhava a televisão. Não estava passando nada de bom, mas era melhor do que ouvir aqueles dois me dizendo que “Em Londres você poderá achar um emprego melhor! Você vai ser mais feliz do que aqui! Quem sabe você não encontra alguém especial? É Londres ,cara! Vem com a gente!”. Aquilo era entediante. Eu amo meu emprego aqui, já sou feliz e ainda tenho uma pessoal especial aqui. Mas eu não estaria com eles. Eu sentiria falta deles, mas acho que depois de um tempo acostumaria.

Então, Phill ficou bravo por eu não estar escutando-os e pegou a garrafa de cerveja da minha mão e disse:

- Cara! Ouve a gente! Nós somos seus melhores amigos!

- Minha cerveja! – Eu disse, bravo. Era a ultima garrafa que havia na geladeira e ele havia jogado no chão.

Me levantei do sofá e quando eu ia ameaçar dar um soco em Phill, Camila entrou pela porta. Perguntando o que estava acontecendo.

- Hey! O que está havendo aqui? – Disse ela, confusa, olhando para a garrafa de cerveja jogada no chão.

- Phill jogou minha garrafa no chão porque eu não estava pretando atenção no que ele falava.

- Não é nada Camila. Só o Rob que não quer ir conosco morar em Londres! – Disse Phill, olhando-me com um pouco de raiva. E, então sentou-se no sofá ao lado do que eu estava.

- Mas por que você não vai, amor? Pode ser bom para você. – Camila disse enquanto vinha até mim, desviando da garrafa quebrada. Então, ela me deu um selinho e sentou- se em meu colo.

- Não tem porque ir. Eu tenho tudo o que gosto aqui. E eu não teria você lá comigo!

- É...Mas por que você não vai e fica alguns meses lá para ver se gosta? Se você gostar, conseguir um bom emprego, eu me mudo para lá também. – Disse ela enquanto entrelaçava seus braços em meu pescoço.

- Hum...Não sei...Mas quantos meses eu ficaria lá?

- Uns quatro ou cinco, eu acho. – Respondeu ela, enquanto levanta-se de meu colo, indo em direção à cozinha.

- Quatro ou cinco??? – Eu disse, espantado. Como ela queria que eu ficasse cinco meses em outro país, sem ela?

- É, amor! Tem que ser mais ou menos essa quantidade para você ver se acostuma-se lá. – Ela vinha da cozinha, segurando uma garrafa de cerveja, cheia pela metade. Como ela achou? Eu achava que tinha acabado! Agora acabou de vez.

- Verdade...Você vai ficar bem sem mim?

- Acho que sim, amorzinho. Eu sei me virar sozinha. Mas irei sentir sua falta. Mas vai ser bom para você. – Então, sentou-se ao meu lado, sofá e me a braçou. – Eu te amo!

Jack e Phill só assistiam a cena. Ás vezes eles davas umas risadinhas. Mas eles sabiam que Camila sempre ajudava-os. E eles conseguiram.

- Então, eu vou! – Eu disse sorrindo para Camila, que me olhava feliz.

- Que bom, cara! – Disse Jack, com um sorriso que ia de uma orelha à outra.

- Então... Nós partiremos sexta-feira. – Disse Phill, com um olhar sério.

- Sexta-feira...Sexta-feira é daqui dois dias! – Eu disse num tom alto, foi quase um grito.

- Então, cara, você enrolou demais para decidir. Nós tentamos te convencer. Mas não se preocupe, é só arrumar as malas, nós ja temos lugar para ficar lá e temos uma passagem a mais. – Afirmou Phill, que retirava de seu bolso uma passagem aérea e entregava-a a mim.

- Ok. Ok. Eu demorei mesmo. Quem sabe não seja legal ir para um lugar diferente, não é? – Eu disse, levantando-me do sofá. – Melhor começar a fazer as malas. – Então, fui em direção ao meu quarto.

- Isso ai, irmão! – Disse Jack, num to um pouco alto.

Eu ri comigo mesmo. Eu era louco! O que eu estava fazendo? Eu iria para Londres! Do outro lado do oceano! Eu estava meio preocupado em ficar longe das pessoas que eu mais amo. Mas quem sabe não seria bom? Quanta coisa iria mudar! Nossa! Cidade nova, casa nova, rostos novos...Eu só não esperava que mudasse tanto...