A Corrida Universal escrita por Thiago Olivieri Dantés


Capítulo 1
Capítulo Primeiro




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Dia 22/06/2010, início de Inverno porém, um dia ironicamente calorento, daqueles que podemos dizer: ''Inverno, quente Inverno''. Um clima estranho que por coincidência, ou talvez não, combinava como a data. Após um expediente de longas nove horas, que mais pareciam noventa vezes nove, empregando minha força física e mental em uma profissão que muito me agradava, o que me deixava com uma certa sensação de liberdade por não ser alienado ao meu trabalho; tomei minha condução, lotada como de praxe, de uma forma desumana . Faltava quase um nada para que eu e os outros passageiros desafiássemos uma das leis de Sir Isaque Newton, que diz que dois corpos não ocupam o mesmo espaço.
Enquanto aguardava ansiosamente chegar ao meu destino, pus-me a observar as pessoas ao meu redor, em sua maioria pessoas que acabavam de largar do trabalho assim como eu. Logo a minha frente estava um senhor robusto , esparramado em seu assento, com os olhos baixos, visivelmente fadigados que me lembraram o gato Garfield, e por muito pouco não me fez estourar em uma gostosíssima gargalhada. Em sua tez estava visivelmente escrito: ''Eu odeio segunda-feira'' expressando o sentimento quase universal do desânimo diante do trabalho.
Atras do Garf... Senhor, se encontravam dois homens que conversavam sobre um tão desejado happy hour , como se a ''hora feliz'' só pudesse existir no tempo após o trabalho, confirmando o sentido negativo da palavra ''trabalhar'', que deriva do latim tripliare e que nomeava o Tripalium, um instrumento formado por três paus, próprio para atar condenados ou animais difíceis de se ferrar, que foi usado do século II a.C ao V.
Se a vida humana ''depende'' do trabalho para viver, e este causa tanto desprazer, só podemos concluir que o ser humano está fadado á infelicidade.
Estava eu a analisa-los com afinco, totalmente mergulhado em meus compatriotas e eles por sua vez mergulhados em si mesmos, cada qual em seu intimo. Era evidente que estavam todos exaustos em demasia, suas posturas e feições aguçaram minha imaginação fértil como de uma criança, ao ponto de me fazer crer que estávamos posando para uma nova versão da obra de Edvard Munch ''Workers backing at home''.
Acordei de meu devaneio ao ser empurrado por corpos que se locomoviam em direção a porta de desembarque, o que foi bom, pois, devido a isto pude perceber que havia chegado a meu destino.


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