A Beldade escrita por Saturno


Capítulo 1
A Beldade


Notas iniciais do capítulo

Apenas um poeminha que veio pra minha cabeça ontem de noite :o)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/420091/chapter/1

Era de noite. 

.

A menina que andava só pela rua não sabia o que a esperava

Não sabia ela o que a aguardava.

Ela andava pelos caminhos escuros da rua.

Mas ia acabar nos braços da verdade nua e crua.

.

Ela vestia um casaco vermelho

Uma roupa bem chamativa na verdade.

Mas o que ela faria,

Se descobrisse a cruel beldade?

.

Havia outra moça.

Também muito bela,

Que a observava

Desejando algo dela

.

Talvez sua beleza um pouco maior.

Talvez seu casaco muito melhor.

Talvez a conhecesse de muito tempo atrás.

Alguma coisa que não se acabou mais.

.

Deixou que a moça avermelhada passasse

E a seguiu sem ser percebida.

Quando a moça avermelhada deu um impasse,

A outra aproveitou para que fosse recebida.

.

“Calma, senhorita, o que foi que aconteceu?

Tão aflita você parece, pelo amor, quem morreu?”

“Meu amor, doce senhorita. Meu doce amor agora morto está.

Terei que seguir meus passos, sem ninguém pra me agradar”

.

“Oh, minha querida, vim aqui lhe ajudar. 

Conte-me sua história, e assim seu problema farei passar.”

“Doce senhorita, nada resolverá;

Pois eu já amei à quem deveria amar.”

.

“Oh, moça de vermelho, 

A quem tanto me assemelho,

Não agora me reconhecerá?

Caso não, tua morte já virá.”

.

A bela moça avermelhada,

Assustada por sinal,

Pôs-se numa correria,

Chegando até o quintal.

.

Não a ouviu seguindo-lhe,

De alívio suspirou.

Mas bastou que olhasse pra frente,

Para que levantasse um pequeno vôo.

.

Viu-se caída no chão,

Sentindo um líquido se espalhar,

Depois viu sua barriga cortada,

E o sangue a lhe sujar.

.

Sem nada mais conseguir ver,

Dá um último grito,

Mas esse foi silencioso,

Pois o silêncio é arisco.

.

A beldade moça que pretendia ajudar

Calou-a com uma das mãos,

Que não se importava de sujar,

Arrancando o coração da bela moça que estava no chão.

.

A moça avermelhada ainda se contorceu,

Pois jamais sentira dor tão terrível,

Enquanto ela tentava falar ‘eu’,

A beldade apenas se transformava numa velha horrível.

.

O negro tomou seus olhos,

Nada mais podia ver,

Agora só a escuridão,

Poderia guiar seu ser.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!