Melinda

Eu me virei à noite inteira. Cada pequeno barulho desde o barulho das vidraças até o rangido das molas da minha cama me faziam acorda. Eu precisava desconectar a minha mente com resto do mundo. Meus olhos pesavam e minha cabeça latejava.

As meras palavras de confortam do ruivo invadiram meus pensamentos.

“ Eles vão pagar caro, por te fazer sofrer desse jeito”

De que jeito?! Xingando-os até a morte? O Grigori é um homem muito poderoso. O delegado que devia fazer por onde, se contrabandeou para o outro lado. Unidos, são impossíveis de serem derrubados.

Sorri derrotada. Definitivamente, eu estava no fundo do poço.

Já era perto das seis, quando desisti de pregar o olho. Levantei-me e fui em direção ao banheiro, tomar uma ducha quente. Vesti minhas roupas casuais, que não passavam de uma calça jeans, uma blusa roxa de mangas compridas com uma jaqueta preta e um par de botas. Agarrei minha mochila e desci até a cozinha para tomar uma caneca de café. O dia na escola iria ser longo e eu precisava ficar acordada.

____Bom dia, querida. _exclamou tia Ângela depositando um beijo em minha bochecha.

Franzi o lábio tentando força um sorriso, mas foi inútil.

____Oh, entendi, não é um bom dia. _comentou ela, olhando-me preocupada.

Grunhi, levando a caneca completamente esvaziada até a pia.

____Não suporto ver meu pai preso e não poder mover um dedo para ajuda-lo._soltei, indignada _____Está chegando o dia de ação de graças e ele não vai estar aqui conosco! Isso não é justo!

Escutei-a respirar fundo e me encarar em seguida.

____Acho que Richard iria gostar de te ver desse jeito? Vá para escola, se divirta, tente não pensar nisso, por enquanto. Mais cedo ou mias tarde, ele ira voltar. Sabe por quê?! Por que não há Grigori e Delegado no mundo que o tire de nos.

Mordi o lábio com força, sentindo o nó na garganta se aperta.

____O que seria de mim sem você, Tia?_ murmurei abraçando-a.

Ela sorriu docemente.

____Não Mel, o que seria de nós sem você?

(...)

Uma. Duas. Três. Era terceira vez que uma das bolas de educação física me acertava. Meu rosto pingava de soar. Enquanto meu corpo fraquejava. Agarrei a bola dessa vez, e me posicionei, respirando fundo e mirando-a novamente. E então como no filme em câmera lenta, eu consegui acerta. Em seu estômago. Não pode deixar de sorri com minha pequena vitória. A Diabrah merecia.

____Mandou bem, Mel! _elogiou Rosa euforicamente.

Dei uma piscadela, em sua direção agradecendo o elogio.

Nós duas rimos. Vi de relance, Debrah se aproximar, pisando bruscamente no piso liso da quadra. Ela chegou bem perto de mim e apontou o seu dedo torto na minha cara.

____Acha isso engraçado? _perguntou, faiscando de raiva, _____Garanto que esse seu sorrisinho sem sal, vai acabar logo, logo, quando Castiel for embora comigo!

Enruguei a testa e assibilei.

____O quê?