Inocência Insana escrita por duuhalbuquerque


Capítulo 4
Capítulo 4: Carta




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/41994/chapter/4

Shirou esperava Rebecca, sentado no banco próximo a cantina.  O dia estava nublado, porém bastante quente. Os outros alunos caminhavam por ali, aproveitando aquele tempo de intervalo. Até que a garota de cabelos loiros se aproximou e logo se sentou ao lado de Shirou.


      Você queria falar comigo, Shirou?  – Indagou a garota, bebendo um pouco de seu suco pelo canudo vermelho.


      Aham... Queria...


      O que foi? – Rebecca direcionou seus olhos até o garoto.


Shirou hesitou em perguntar – Me disseram que você é... Lésbica! Isso é verdade?  – Soltou.


A garota de lindos olhos azuis por alguns segundos ficou apenas olhando para o garoto, e logo depois sorriu – Sim... É verdade! Algum problema com isso?


      Não, claro que não! Tenho um amigo gay, não ligo pra essas coisas... – Shirou sorriu desconcertante.


Rebecca jogou alguns fios dourados para trás de sua orelha, mais uma vez sorriu para Shirou ao seu lado.


      E nem me vem falar que está gostando de mim... Sei que você é apaixonado pela Kaoru!


       Eu? Err... Quem te disse isso? – Shirou corou violentamente.


      Faça-me o favor, não é? Toda a escola sabe disso, Shirou... – Rebecca torceu os lábios enquanto dizia o óbvio.


Shirou coçou a cabeça. Não tinha resposta para aquilo, percebeu que Yushiro e Misaki não eram os únicos a perceber o amor dele pela oriental.


      É... Eu amo aquela garota! – Sussurrou, quase se matando por dizer aquilo.


      SHIROU! VAI COMEÇAR A AULA! – Yushiro gritou de longe.


      Bom... Preciso ir... – O loiro sorriu para a menina e logo depois saiu.


         Era dia de educação física. Yushiro e os outros haviam feito bastante exercícios, por fim, decidiram ir tomar um banho antes de ir pra casa. O banheiro masculino estava vazia, era comum pra àquela hora. A turma de Yushiro era uma das ultimas a sair quase todos os dias.


Havia alguns armários embutidos pelos lados. Alguns banquinhos e nos fundos diversos chuveiros abertos.


Shirou logo se despiu e entrou para o Box. Não tinha vergonha de Yushiro e Misaki, eram amigos desde crianças, e diversas vezes os três haviam tomado banho no rio próximo à casa de Misaki.  Logo em seguida Misaki seguiu até o chuveiro, ficando apenas Yushiro sentado, acabando de guardar algumas coisas dentro de sua mochila.


      Vocês nem esperam, mal educado... – Brincou Yushiro, enquanto tirava a toalha de sua bolsa.


O garoto de olhos verdes tirou sua bermuda, e logo depois sua blusa. Ficando apenas de cueca boxer branca.  Kamui apareceu nesse instante, e deparou-se com o garoto seminu a sua frente, por sua sorte, Yushiro não percebera a presença do intruso.  O garoto de cabelos castanhos continuou observando cada detalhe do corpo de Yushiro. Era estranho sentir aquilo, mas cada detalhe do corpo alheio que observava o deixava mais arrepiado, e, mesmo que inconscientemente, implorava para seu rival tirar aquele pedaço de pano que atrapalhava sua visão. Até que suas preces foram ouvidas, Yushiro tirou sua cueca, deixando todo seu corpo nu amostra. Kamui sentiu algo em sua bermuda apertar, não acreditou naquela sensação. Por que estava sentindo aquilo por um garoto? E por que logo por seu rival? Yushiro era magro, mas seu corpo era perfeito, e nada ali decepcionava Kamui, pelo contrário, o instigava ainda mais.


      HEEY, BAKA! – Yushiro gritou ao perceber Kamui – Está fazendo o que ai?


Kamui corou totalmente, mas logo se recompôs e olhou Yushiro com desprezo, mesmo que seu membro dizendo o contrário – Err... Vim tomar banho! Esse vestiário é seu, por acaso? – Disse ele, tentando desviar seus olhos do corpo de Yushiro, algo que era torturante.


Yushiro ignorou o garoto a sua frente e seguiu para seu banho.


         Depois de algumas horas, Yushiro, Kaoru e os outros já saiam da escola.


      OLHE QUE GAROTA ESQUISITA! – Kamui ria aos berros com seus amigos, enquanto caçoava da menina.


Yushiro olhou, e rapidamente viu de quem ele caçoava. Era a menina que uns dias atrás haviam observado junto de Misaki. Aproximou-se da mesma e logo encarou seu rival.


      O que você quer, Kamui? – Perguntou.


      Não se mete, não estou falando contigo... – Kamui logo se aproximou de Yushiro, preparado pra brigar.


A garota de cabelos castanhos não demonstrava nenhum tipo de reação. Apenas olhava Kamui e seus amigos com desprezo. Antes que Kamui atingisse o rosto de seu adversário, Shirou intrometeu-se e golpeou o mesmo com um soco. Não demorou muito até que uma grande briga começasse entre Misaki, Kaoru e os amigos de Kamui.  Todos os que saiam da escola pararam pra assistir aquele tumulto, só se ouvia gritos de torcida.


Mas logo tudo acabou ao chegar dois professores pra terminar a situação. Cada um seguiu para seu destino, fingindo que nada havia acontecido. Yushiro se aproximou da menina, ainda preocupado com a mesma.


      Está tudo bem com você? – Indagou o garoto.


      Sim... Não precisava fazer aquilo por mim – Respondeu a menina, levemente envergonhada.


      Que nada... Esse Kamui é um idiota! Ah, nem falei meu nome, me chamo Yushiro Kusanagi, prazer... – O garoto sorriu simpaticamente para a garota.


A menina de lindos olhos castanhos deu um sorriso tímido para o menino – Dennika...


      Bonito nome! Vou te chamar de Denni... Posso?  – Elogiou Yushiro, deixando a garota corada subitamente.


      Claro!


 


 


...


 


         Misaki acabara de chegar ao aeroporto, carregava duas malas em cada mão, e pela feição, pareciam pesadas. Logo atrás veio sua mãe Isabelle, seu irmão mais novo e sua avó.


A velha, como sempre, trajava um vestido um tanto quanto indiscreto, verde com detalhes pretos.  Carregava em seu ombro uma bolsa combinando com a roupa.


      Ah, foi tão bom ter a senhora aqui, mamãe! – Disse Isabelle, com seus olhos cheio de lágrima, abraçando sua mãe.


      Pena que não posso dizer o mesmo... – Pensou Misaki, largando as malas ao chão.


      AAAAH! MEU AMOR! – Madalena agarrou o seu neto mais novo e o sacudiu como o mesmo fosse um boneco de pano – Vovó vai sentir saudades, viu!


Logo depois a senhora agarrou Misaki, e, disfarçadamente, colocou a revista de mulher nua dentro da blusa do garoto. Em seguida deu uma piscadela, acompanhada de um sorriso safado. Misaki corou com aquilo, mas deixou a revista escondida da sua mãe.


Um homem começara a pegar a mala de Madalena, quando a mesma viu, surtou e começou a golpear o homem com sua bolsa.


      Heey, seu ladrão safado! Largue minhas coisas – Gritava, chamando a atenção de todos a sua volta.


      Nani? Gomen, gomen... Boku wa... – O jovem rapaz tentava entender o que acontecia, mas a senhora continuava lhe atacando.


      Não venha falar comigo nessa língua maluca não! – Continuou Madalena.


      Mamãe, pare com isso... Ele vai levar a mala da senhora! – Isabelle impediu que sua mãe continuasse agredindo o homem.


      Ah, é? Desculpa então, moço... Como se diz ‘desculpas’ em japonês mesmo? – Madalena colocou sua bolsa no lugar, mas ainda assim todos continuavam a olhando pasmos.


 


E assim se passaram as horas, e Madalena finalmente havia ido embora.


         Isabelle abriu a porta de casa, seu marido não havia chegado ainda, pelo visto. Todas as luzes permaneciam apagadas.


      Misaki... Você colocou suas roupas pra lavar? – Indagou Isabelle, enquanto seu filho se sentava pra assistir televisão.


      Ih, eu me esqueci, mãe... – O garoto respondeu, ligando a TV com o controle remoto.


      Você não tem jeito, garoto! – Isabelle começara a subir as escadas pra ir até o quarto de seu filho mais velho.


Isabelle, como sempre, começou a recolher as roupas de Misaki largadas sobre a cama. Eram blusas, calças e cuecas. Tudo em uma confusão de roupas amassadas. Até que quando levou uma bermuda azul a seu braço, um papel dobrado caiu ao chão.


      O que é isso? – Se perguntou, pegando o papel em seguida.


Era um papel dobrado. Talvez fosse alguma anotação, ou advertência.


      Não acredito que Misaki levou advertência mais uma vez... Eu... – Sua voz calou-se ao abrir o papel e perceber que não era o que imaginava.


Aquilo parecia uma carta, e grande, por sinal. Por mais que ela achasse aquilo falta de privacidade, continuou lendo, e aos poucos viu que era uma carta de amor. Ao terminar de ler viu o que não imaginava, estava assinado por um garoto! Talvez aquele nome fosse feminino também... Não, Isabelle sabia que aquilo era nome de garoto. Então seu filho era...


      Mamãe, o que vai ter pra comer... – Misaki entrou no quarto e deparou sua mãe com um papel em mãos. Seu corpo gelou, agora não tinha mais saída.


      O que é isso, Misaki? – Indagou, segurando o bilhete a vista de Misaki.


O garoto de cabelos castanhos não conseguia responder. Procurava uma resposta em sua cabeça, mas sua garganta impedia que qualquer desculpa esfarrapada saísse por ali. Isabelle continuava esperando a resposta, já imaginando qual seria.


      Por que fica mexendo nas minhas coisas? – Respondeu ele, puxando o papel da mão de sua mãe.


      Eu estava pegando as roupas pra pôr pra lavar e encontrei isso... Agora me responde!


 


O silêncio predominou por alguns segundos, mas Misaki viu que não tinha saída. Já estava na hora de contar a verdade para sua mãe.


      É isso que está imaginando, mãe... Eu sou gay! – Ele respondeu.


Isabelle já estava esperando aquela resposta, mas mesmo assim surpreendeu-se. Por minutos permanecera quieta, apenas olhando para Misaki.


      E agora, mãe? Vai me expulsar de casa?  – Misaki ponderou, despertando sua mãe de volta.


A mesma se sentou na cama, deu alguns tapas de leve na mesma, indicando que Misaki deveria sentar ali, ao seu lado – Eu faria isso só por você ser gay, meu filho?


Misaki não respondera, apenas olhava sua mãe, esperando que a mesma falasse mais.


      Eu te amo! Você é meu filho... Sei que isso não é o que eu esperava, e não o que Deus queria... Mas se você é assim, vou te respeitar, só quero que seja muito feliz... Independente de qualquer maneira! – Misaki abraçou sua mãe, naquela altura seus olhos já lacrimejavam e suas mãos tremiam.


 


...


 


         Sayu arrumava algumas papeladas sobre a mesa do seu escritório. A linda mulher usava um terno feminino extremamente elegante. Mais uma vez olhava pela enorme janela de seu escritório na cidade, parecia esperar alguém.


      Sr Kusanagi acabou de chegar... – O homem branco de cabelos negros advertiu.


      Obrigada, pode ser retirar, Ryuzo... – Sayu agradeceu.


      Desculpe me intrometer, mas Sr Kusanagi é muito conhecido na mídia... Trazê-lo aqui não poderia lhe causar problemas? – Indagou Ryuzo, ainda falando em tom respeitoso.


      Alguém lhe perguntou algo, Ryuzo? Não se intrometa, retire-se logo!


Assim que seu atendente saiu, Tenshin entrou.  O mesmo, como sempre, usava uma roupa elegante. Um terno preto, com gravata vermelha escuro.  Sayu sorriu para o convidado.


      O que você quer comigo? – Perguntou Tenshin, dando um sorriso no canto dos lábios.


      Isso é jeito de me tratar, Kusanagi? – Sayu se aproximou, ponto uma de suas mãos sobre o peito do rapaz.


      Seu marido pode aparecer a qualquer momento... Não tem medo? – Lembrou Kusanagi.


      O medo me excita... – Sayu mordeu o lábio inferior, sussurrando.


Tenshin não retribuía o mesmo sorriso. Parecia frio como sempre fora.


      Você só pensa em sexo? – Perguntou, Kusanagi.


      Com você, só... – Sayu desceu uma de suas mãos até o membro de Tenshin, aos poucos abrira o zíper de sua calça.


      Mas eu não estou afim hoje...


      O que? Como assim? Negando-me sexo! – Sayu alterou sua voz, demonstrando revolta.


     


Tenshin deixou escapar um sorriso um tanto quanto debochado, típico dele. Tirou a mão da garota de seu membro, e a ergueu, puxando dois dedos da mesma – Faça o seguinte... Divirta-se com seus dedos... Eles irão ajudar!


Logo em seguida Tenshin saiu da sala, deixando a garota sem reação. Os olhos da Sayu enfureceram diante daquela situação constrangedora.


      Você me paga, Kusanagi...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pronto, capitulo 4 feito! :D , desculpem a demora, estava com alguns probleminhas.. Enfim, obrigado pelos comentários. Obrigado, Rafa, por me dar idéias! *-*
Obrigado todos por elogiarem e acompanhare ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inocência Insana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.