The One With The Birthday Party... escrita por ThEvilqueen


Capítulo 8
What happened that night


Notas iniciais do capítulo

Esse cap vai ser exclusivo, mostrando um pouco mais do passado da rainha e do seu encontro com a mulher que salvou sua vida...
Vou tentar não demorar muito pra postar o próximo xD
Boa leitura o/



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Quando ela retornou Regina alimentava o cavalo com alguns raminhos de capim. Assim que deu o primeiro passo adentrando a clareira o animal galopou a seu encontro. A mulher lhe fez um afago na crina.

– Parece que alguém se divertiu hoje – comentou para o cavalo, que relinchou.

Ela se aproximou.

– Realmente... Você é especial – a mulher agora se dirigia a rainha – Navarro não é lá de muitos amigos – ela continuou cochichando para ela.

O cavalo sacudiu a cabeça nervosamente como se discordasse. As duas riram.

– Aqui. Estas são folhas de vardium, peça para que triturem e preparem uma pomada junto com essas outras aqui. Deve aplica-la a toda extensão do corte e tapar com a atadura. Faça isso três vezes ao dia e, é claro, precisa de pontos assim que chegar lá – ela orientou Regina, entregando-lhe um punhado de ervas.

– Venha – continuou – Navarro irá leva-la de volta a seu castelo.

A mulher fez um aceno para a rainha indicando o dorso do animal. Regina percebeu então que aquilo praticamente seria um adeus.

– Por que não fica comigo esta noite? – as palavras saíram num impulso – Não, quero dizer... Ahhn... Por que não volta para o castelo comigo? – a rainha notou que devia ter corado um pouco – Bom, você deve estar acampada aqui e ... Parece que vai chover. Além do mais, não confio muito nos curandeiros daquele lugar e você parece ter experiência... Nessas coisas.

Regina agora tinha certeza de que estava vermelha. A mulher esboçou surpresa, mas foi algo que durou apenas milésimos de segundos. Ela então sorriu.

– Será uma honra. Eu só... Preciso resolver mais algumas coisas. Navarro vai cuidar de seu transporte, nos encontramos no portão.

Regina abriu a boca para acertar os detalhes, indicar o caminho e até perguntar sobre o cavalo, mas a mulher deixou a clareira tão rápido que a rainha não teve tempo nem de esboçar um adeus. Elas não haviam combinado nada; como ela os encontraria quando chegassem ao castelo? Como ela encontraria o castelo? Ela foi forçada a dar de ombros. Pelos acontecidos do dia, havia aprendido a não subestimar aquela mulher.

– Bom... Parece que somos só você eu e agora.

Regina não sabia ao certo o que fazer. Navarro notou sua indecisão e fez um aceno com a cabeça indicando que Regina montasse.

– Simples assim? – ela pareceu desconfiar.

O cavalo permanecia calmo aguardando seus passos. Ela deu de ombros novamente e com algum esforço subiu no dorso do animal. Assim que sentiu o peso da mulher sobre suas costas, Navarro saiu a galope e em poucos segundos o animal já estava a toda velocidade. Regina levou um susto momentâneo e quase foi arremessada para fora da cela. Era o cavalo mais rápido que ela já havia montado mesmo em um terreno um tanto desvantajoso para corridas. Navarro costurava as árvores com habilidade e nada parecia ser um obstáculo.

– Você me paga por isso – ela ameaçou de forma divertida.

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Não demorou muito até que encontrasse um local apropriado. A algumas dezenas de metros da clareira havia um amontoado de pedras envolto por árvores. Elas se agrupavam de forma circular, deixando um espaço vazio no interior. O vão era preenchido por um fio de água que escorria do topo das rochas formando uma espécie de espelho d’água. Vai servir – ela pensou. Aproximou-se e procurou pelo frasco em sua túnica. Despejou cinco gotas do líquido na água e disse algumas palavras num idioma antigo. Instantaneamente a superfície turva começou a dissipar-se e pouco a pouco uma imagem foi ganhando forma sobre a água.

– Mestre… - ela fez um tipo de reverência.


A figura agora estava nítida. Envolto por um capuz, o homem se encontrava numa espécie de câmara fechada, iluminada apenas pela luz bruxuleante das tochas fixas na parede.

– Teve sucesso?

Ela assentiu. Era sua impressão ou a voz dele ficava mais grava a cada dia que passava? Deve ser apenas interferência na comunicação... – pensou.

– Muito bem – o homem prosseguiu – Prossiga com o planejado.

– Sim, mestre.

Com uma última reverência ela se foi e a água voltou refletir apenas a copa das árvores acima.

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Encontrou a rainha no momento exato em que ela chegava aos limites do castelo. Regina se espantou.

– Mas... Como... Eu estou a cavalo, como nos encontrou tão rápido?

Ela deu de ombros.

– Peguei um atalho.

Regina decidiu não fazer mais perguntas. Acenou para ela se aproximar assim que desmontou Navarro. Os primeiros pingos de chuva já caiam anunciando a tempestade que estava por vir.

– Venha, não vamos querer ficar nesse tempo.

O trio alcançou o portão. Os guardas fizeram uma rápida reverência à rainha e cruzaram lanças assim que Regina passou, impedindo a passagem dos outros dois integrantes.

– Mas que diabos significa isso??

– Por decreto não estamos autorizados a permitir a entrada de desconhecidos, majestade – um deles começou a falar.

Regina colocou as mãos na cintura num gesto ameaçador.

– Será que a incompetência de vocês é tamanha que não conseguem notar que ela está comigo??

– Mas alteza, ela pode tê-la ameaçado e coagido a...O rei diss... – ele continuou meio confuso com as palavras e a rainha o cortou.

– Ah.. O rei. SE ela fosse alguma mercenária tentando roubar o castelo ou me matar não haveria nada que guardas da sua laia pudessem fazer para evitar, de qualquer maneira. Agora, se não querem se juntar ao seu rei a sete palmos do chão eu ordeno que tirem seus corpos inúteis do caminho e deixem-na passar. JÁ. - E avisem a todos que ela é minha convidada.

O olhar da rainha não estava para brincadeiras e os dois engoliram seco deixando a mulher adentrar a fortaleza. Eles ainda fizeram uma pequena reverência.

– Perdão, minha senhora.

A mulher se juntou a Regina. Pouco mais a frente um novo homem veio recebê-las. Ameaça era uma forma rápida das coisas se espalharem por ali. Ele se curvou e recolheu as rédeas do cavalo.

– Ele vai conduzir Navarro até o estábulo, não se preocupe ele ficará muito bem lá – disse Regina.

– Durma bem amigo – disse dando-lhe uns tapinhas no pescoço e entregando então o animal aos cuidados do servo.

Elas caminharam até a entrada principal e a chuva já começava a ficar feia.

– Me desculpe por aquilo lá atrás. Os tempos têm sido um pouco, digamos... Turbulentos – continuou Regina.

– Eu entendo – respondeu sorrindo – Não se preocupe.

Regina apresentou-lhe o castelo por alto e teria mostrado mais se a outra não tivesse insistido que a ela precisava de cuidados imediatos mais apropriados do que aquela atadura improvisada. Quando subiram aos aposentos reais, Regina agradeceu chegarem a tempo. Estava agora o maior temporal lá fora. Ela se lembrou das instruções da mulher na floresta e assim que acomodou sua convidada, chamou pela serva que estava ali próxima a porta.

– Miriam, traga os instrumentos de primeiros socorros e uma bacia com agua morna para... - só ai ela se deu conta de que não sabia ao certo – Perdão, não me recordo do seu nome..

– É por que eu não disse.

Regina engoliu em seco um pouco constrangida. A mulher riu.

–Morgan... Pode me chamar de Morgan.

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– Isso vai doer...

Regina assentiu e fechou os olhos fazendo um aceno para que ela prosseguisse. Assim que sentiu a agulha penetrar sua pele a rainha tremeu e tocou a perna de Morgan. A mulher foi pega de surpresa e quase deixou o instrumento cair.

– Hãa... Tem certeza de que não prefere um dos meistres? Eles são profissionais e..

Regina fez que não com a cabeça quase que na mesma hora.

– Então tudo bem... Pode apertar se quiser – continuou apontando a própria perna.

A rainha enrubesceu e anuiu. Quando o serviço estava terminado, Regina deu uma olhada e teve de admitir... Morgan era bem modesta, os pontos estavam tão perfeitos que pareciam desenhados. A mulher passava agora a pomada que havia feito e ela agradeceu a sensação de frescor imediato que sentiu. Ataduras já novas, elas se preparavam para jantar. Já fazia um tempo considerável desde que Regina havia engolido alguma coisa e sentir o aroma da comida que a serva trazia nas bandejas foi mais do que agradável. As duas se fartaram e passaram algum tempo contando histórias sobre elas e seus respectivos cavalos, uma à outra.

– ... é claro que isso não agradava minha mãe nem um pouco mas...

Elas riram.

– Eu entendo. Cavalgar ainda é considerado uma atividade um tanto masculina na maioria dos lugares... Mas sinceramente, eu não trocaria Navarro por carruagem luxuosa nenhuma do mundo. Além de tudo, ele é meu melhor amigo.

– E convenhamos, ele tem personalidade – disse Regina.

– E como... Você ainda não viu nada.

Elas riram novamente e a rainha sentiu que o vinho estava começando a pesar em sua cabeça.

– Mas, mudando de assunto... Por que é que decidiu vir pra cá?

– Estudar.

Regina pareceu um pouco confusa.

– Magia – ela continuou - Quando se quer aprender sobre alguma coisa, você deve estuda-la sobre vários ângulos. Para compreender a magia como um todo não podemos nos limitar apenas ao que estamos habituados a conviver. Por isso vim ao seu mundo - disse Morgan bebericando um pouco de seu vinho na taça.

– Huuum... – Regina assentiu balançando a cabeça para trás e para frente e isso quase fez com que ela fosse ao chão de costas. Deu-se conta de que realmente havia excedido um pouquinho (Não! Bastante na verdade xD) na bebida. Ela estava se divertindo e isso era meio que novidade nos dias atuais, tanto que só foi notar que havia caído no colo de Morgan alguns segundos depois. Seus rostos não estavam agora muito distantes e por um momento nenhuma das duas teve reação. A mulher sentiu o calor da pele da rainha em contato com sua perna e não soube bem por que, mas seu corpo se arrepiou. Alguns segundos constrangedores se passaram até que a rainha encontrasse um fundinho de força pra tentar se erguer e precisou da ajuda de Morgan para conseguir realizar essa façanha.

– Hãa... Me desculpe eu..

– Não, tudo bem... Eu também..

As duas falavam ao mesmo tempo atropelando as palavras.

– Acho que é melhor dormirmos - disse finalmente Morgan, encontrando uma última pontada de sobriedade.

A rainha assentiu.

– Em que quarto eu vou fic..

– AQUI – Regina interrompeu de imediato quase que numa súplica. A rainha notou que já era a segunda vez naquele dia que fazia isso, mas no estado em que se encontrava não deu à mínima.

Morgan sorriu e decidiu não protestar. Na verdade, percebeu que não queria protestar. Elas se aprumaram e dividiram a enorme cama real. Antes de cair no sono Regina se pegou pensando nos acontecimentos inusitados do dia. E pela primeira vez em tempos, deu-se conta de que não se sentia mais tão sozinha.





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Notas finais do capítulo

Bom, parece que essa tal mulher é parte de algo maior no passado da nossa amada rainha...
Muito mais há de vir por ai ;)
XOXO



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