The One With The Birthday Party... escrita por ThEvilqueen


Capítulo 10
The council of the round table


Notas iniciais do capítulo

Finalmente vamos ter a conversa entre Emma e Morgana..Pra esclarecer as coisas ;)
Boa leitura o/



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Eles foram teleportados para o salão real. Era imenso e as paredes subiam até perder de vista. Emma se sentiu dentro de um filme medieval. E ela nunca foi muito fã de cinema histórico. Morgana conduziu-os até uma mesa. A estrutura de madeira era ampla e redonda, de forma que não houvesse ponta. Ela indicou que eles se sentassem.

– Não preciso de descanso, minha senhora – Gold sibilou – Estou aqui para encontrar a minha mulher e não para tomar um chazinho da tarde no seu castelo de verão! – Ele não sabia se era sensato desacatar a senhora da magia daquela forma, mas já estava ficando impaciente.

Os outros não se manifestaram em voz alta, mas dava para perceber que não pensavam muito diferente.

– Muito bem... Então quem sabe não precisem de mim e eu deva leva-los de volta onde estavam. Parece que estavam chegando realmente perto de algum resultado – Gold se calou e ela amenizou o tom de voz, voltando a ser como antes – A coisa é mais complexa do que imaginam.

Ela indicou a mesa novamente e eles agora obedeceram. Henry se sentou no meio das duas mães, os charmings ao lado de Emma e Ruby de Regina, seguida de Gold. Como só metade da mesa havia sido ocupada, Morgana se sentou no lado oposto, ficando assim visível a todos. Regina ainda parecia um pouco desconfortável com a presença da mulher. Alguma coisa ela ainda esta escondendo, pensou Emma.

– Sabem por que esta mesa foi projetada desta forma?... Arthur queria que não houvesse hierarquia. Seus cavaleiros se sentavam como iguais... – dava pra notar que havia dor na voz de Morgana.

– Seu irmão... Ahhn.. Meio irmão – corrigiu Henry – Ele está__

Ela fez um aceno triste com a cabeça.

– Em batalha... Eu já havia previsto isso, mas ainda sinto sua falta. Trouxe sua mesa de Camelot, para que fique imortalizada aqui... Assim como seu corpo.

Henry assentiu e completou um “sinto muito”.

– Muito comovente, mas podemos pular pra parte __

– Tudo bem Rumpelstilsken – Morgana disse agora se nome verdadeiro, batendo a mão na mesa – Acho que você quer sair direto por ai para enfrentá-lo... É exatamente isso que ele quer que façam.

– Ele?? – indagou Gold.

Henry tentou se lembrar da lenda que conhecia e, tirando Arthur, ele conseguiu se recordar de apenas um “ele” que poderia estar por trás daquilo tudo.

Merlin..? – disse Henry.

– De certa forma...

– O que quer dizer com “de certa forma”? – Emma decidiu falar.

– Está no corpo de Merlin... Mas não é o meu mentor. Ele está sendo usado para um fim, assim como vocês.

– E que fim seria esse? – os charmings perguntaram praticamente juntos.

– Ele quer a magia. Toda ela.

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Emma agora rodava nervosamente em torno da mesa. Regina e os outros tinham uma expressão pesada. A coisa perecia ser muito mais séria do que eles haviam imaginado.

– Como assim ele quer toda a magia? Quer dizer, não dá pra colocar toooda a magia do mundo dentro de uma só pessoa, da? – a loira perguntou.

– Ai é que está o fato. Ele não é uma pessoa.

– E é o que então?? – disse Ruby pela primeira vez desde que haviam sido levados para o castelo – Um espírito?

O pessoal encarou Morgana esperando por uma resposta.

– De certa forma. Pelo menos atualmente –percebeu que o grupo aguardava por uma explicação mais profunda. Ela suspirou.

–Tudo no mundo tem um começo. Milhares de anos atrás, os espíritos primordiais criaram o que chamamos hoje de magia, ou muitos outros nomes por ai. Como de costume, as coisas são feitas em pares. A luz não existe sem a escuridão nem o bem sem o mal. Sendo assim, com a magia não foi diferente e, ao criar essa energia, sua forma negra também nasceu. Mordok foi o primeiro de uma linhagem de entidades malignas que surgiu nos vários mundos. Na batalha das luzes, muitas centenas de anos depois de sua criação, mas também muito antes de qualquer um de vocês nascerem, ele foi derrotado. E banido do mundo material. Porém seu espírito vagou pelo cosmos esperando o tempo ideal para seu retorno..__

– Deixa eu adivinhar... Esse tempo é agora? – interrompeu Emma.

Morgana assentiu.

– Mas o que eu ainda não entendi é o que a gente tem a ver com isso...

Gold não parecia tão desentendido e sua expressão era fechada e pensativa. Regina o acompanhava, enquanto os demais aguardavam nervosamente o esclarecimento da situação.

– Mordok ainda não tem um corpo físico e seus poderes são limitados. Apossou-se de Merlin apenas como forma de se manifestar nesse mundo. Ele construiu uma máquina...

– Máquina?? Pensei que estivéssemos na era medieval... – disse Emma.

– Mordok é uma entidade Emma. Ou como costumam chamar por ai, um deus. Pura energia maléfica. Sua existência é milenar e seu conhecimento é extremamente a frente de qualquer ser vivo. Ele vai usar sua criação como catalisador para sugar a magia__

– E precisa de uma fonte de energia para coloca-la em ação – completou Regina – Então é isso...

Desta vez Emma acompanhou o raciocínio e repreendeu-se por não ter notado isso antes. Medo apareceu nos olhos de Henry.

– Mãeee... – ele choramingou apertando o braço de Regina.

– Calma querido – ela confortou o menino muito embora ela mesma precisasse de amparo – Nós vamos encontra-la.

David passou o braço em torno de Mary Margaret tentando também confortar uma avó já um tanto desesperada. Ruby roía a unhas. Gold não dizia uma palavra sequer. Seu olhar continuava distante, como se juntasse as peças do quebra cabeça mentalmente.

– Então por que ele ainda não a matou? – perguntou Emma.

– Pense Emma... A magia mais poderosa do mundo é...?

– Amor – Emma completou. Já tinha comprovado aquele fato mais de uma vez.

Morgana assentiu.

– A filha de vocês é fruto do amor profundo, assim como da magia mais pura do universo. Helena é uma esfera de energia Emma... E tem mais poder do que podem imaginar. Porém, só esse fator não seria suficiente para realizar os planos de Mordok. E além do mais, como toda entidade do mal, para voltar em sua plenitude – ela fez uma pausa – ele precisa de sangue.

– Sacrifícios – disse finalmente Gold.

Morgana anuiu. Emma ainda perambulava em volta da mesa, nervosa demais para se sentar.

– Mas não é o sacrifício comum que ele planeja. Sangue tirado à força tem poder... Mas sangue derramado de bom grado... É muito mais valioso. Não existe ato mais nobre do que dar a vida para salvar algo que ama.

A ficha finalmente caiu por completa para Emma.

– Ele quer a nós... – sua voz saía fraca – Não quer apenas usar Helena, ele quer nosso sacrifício para salva-la...

– Por isso trouxe Belle também – disse Gold. A última peça parecia ter se encaixado para ele.

Para desespero deles Morgana confirmou.

– Vai nos usar... Por isso não as machucou ainda. – completou o homem.

– A vida de grandes detentores da magia para salvar aqueles que mais amam – finalizou Morgana – Tem noção do quanto isso é poderoso? A magia é forte em sua família. Muito forte. E Mordok pretende usar isso não só para voltar para o mundo material, como para sugar toda a energia existente. E se isso acontecer...

– Vai ser ruim... – disse a loira.

– Muito ruim – completou Morgana.

– E o que vamos fazer então? – perguntou David.

– Ele aguarda nossa presença – disse a maga – Não vamos desapontá-lo.

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Era hora de se prepararem. “Ele vai tirar vantagem de cada feitiço que utilizarmos”, havia dito Morgana. “É melhor evitarmos ao máximo utilizar magia...” Ela os dispensou indicando a escadaria que levava aos dormitórios. A batalha era eminente. Sendo assim, era melhor eles se vestirem de forma mais... Adequada.

– Emma! – Morgana chamou quando a loira estava prestes a deixar o salão – Pode ficar por mais um instante?

A loira fitou Regina já subindo os degraus com Henry. A morena ergueu uma sobrancelha, mas esboçou um “vá”.

Emma retornou, ficando a sós com a mulher.

– Acho que começamos com o pé esquerdo... – disse Morgana.

Emma revirou os olhos disfarçadamente.

– Olha, eu sei que você e Regina tiveram um passado mas... O que é que rolou hein?? – Emma perguntou soando um pouco rude. Ela sabia que podia não ser muito sensato, mas já estava segurando demais.

– Eu sei que está em conflito Emma, e é por isso que te chamei. Vamos esclarecer as coisas.

A loira ouvia de braços cruzados.

– Nós tivemos sim um passado, mas não é o que imagina. Havia uma profecia...__

Morgana contou a Emma sobre a profecia. Sobre como uma pessoa estava predestinada a trazer equilíbrio à magia quando as coisas tomassem o rumo errado.

– Pensamos que era ela Emma... Que Regina era a escolhida.

Ela continuou explicando como a descobriram e como ela havia trazido Regina a Avalon.

– Achamos que se ela tivesse uma preparação conosco... Bom, achamos que seria melhor que ela desenvolvesse seus dons aqui. A magia é muito forte nela.

– E ela não era a tal escolhida? – a loira perguntou.

Morgana fez um sinal de que ainda chegaria nessa parte. Continuou com o relato de Merlin e como ela havia descoberto que ele já estava possuído pelo espirito de Mordok.

– Ele já não era ele mesmo. E eu fui imprudente em não notar a tempo. Quando me dei conta do que planejava realmente, Regina já estava conosco a cerca de quase meio ano. E eu a magoei, Emma.

A loira notou que havia sinceridade e tristeza nos olhos de Morgana.

– Não havia tempo para explicar e eu tinha de agir rápido. Merlin, quer dizer, Mordok, iria usar Regina para retornar. Claro que o restante do seu plano diabólico ele só desenvolveu depois com as novas circunstancias que surgiram, mas de qualquer maneira eu não podia permitir aquilo. Jamais...

Emma escutava agora pacientemente e a maior parte de sua raiva havia se esvaído.

– Então quer dizer que você a amava? – ela perguntou.

– Sim, eu a amava Emma... Mas não dessa forma. Nós tínhamos uma forte ligação, deu pra notar na primeira vez em que nos vimos. Mas com o tempo isso ficou bem claro e ambas percebemos que era uma ligação intensa, mas fraternal. Algo mais do tipo “mestre e aprendiz.” Assim como eu tenho, tinha – ela se corrigiu – com Merlin.

Emma tentava processar as informações.

– Eu conheci Regina numa de suas fases mais difíceis. E nós nos tornamos amigas. Na verdade, eu a considerava quase uma irmã. E eu a magoei Emma... – seus olhos se encheram de lágrimas não derramadas e a loira sentiu um arrependimento dentro de si – Eu a mandei de volta, sem satisfação nem nada. Simplesmente assim. Da pra ver que ela ainda não me perdoou. Com certeza não deve sequer ter entendido meus motivos, não houve tempo para explicações. Se Mordok descobrisse que eu sabia e que iria salva-la seria tarde demais.

A loira sentou-se na cadeira a seu lado. As coisas estavam bem mais claras agora.

– Além do mais – Morgana continuou – Ela sempre foi sua Emma – aquela declaração pegou Emma meio de surpresa – Vocês estão predestinadas uma à outra desde sempre.

Com um movimento ela fez um pergaminho com vários desenhos antigos aparecer em sua frente.

– São...__

– Suas vidas passadas, sim – Morgana assentiu – Seus karmas sempre encontrarão um ao outro, não importa em que era estejam. Foram feitas para ficarem juntas, Emma. Não há nada que eu ou ninguém possa fazer para mudar isso - ela completou sorrindo.

Emma se lembrou do lema de seus pais e sorriu também. Bom, parece que essa é a frase da família, ela pensou. Sempre encontraremos um ao outro...

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Regina vestia o que parecia uma espécie de armadura quando Emma entrou no quarto. De certo modo, não fossem as circunstâncias, aquilo cairia bem sexy na morena.

– Tenso né... – disse Emma.

A morena que só agora havia notado sua presença no cômodo se virou para ela.

– O que?

– Isso – Emma gesticulava no ar – Tudo isso... Nossa vida daria um belo livro.

Regina até conseguiu rir.

– Me desculpa se não somos exatamente a família normal que procurava..

– Ahh não... Quem precisa de domingos tranquilos e cafés da manha na cama... Expedições de resgate são bem mais a minha cara – ela apontou com o polegar para si mesma e piscou para Regina.

Emma se aproximou e envolveu a mulher nos braços.

– Vamos traze-la de volta, amor.. – Emma sentiu Regina se apertando mais contra ela, tentando não chorar – Cadê o garoto?

– Com seus pais – ela se desvencilhou do abraço voltando a seus preparativos.

– Eii – Emma segurou delicadamente seu braço, fazendo com que a morena ficasse novamente de frente para ela – Olha Gina... Ahhn... Me desculpa – a loira agora procurava as palavras certas para se expressar – Me desculpa por ter sido um pouco dura... É que você estava tão distante e... Eu não sabia o que estava acontecendo e__

– Não, Emma.. Eu é que peço desculpas – Regina começou a falar e seus olhos ficaram úmidos – Eu estava super distante e... Devia ter falado com você sobre...

Emma agarrou a mulher novamente e prendeu-a entre seus braços.

– Está tudo bem... – ela corria a mão pelos cabelos de Regina num gesto confortante – Nós já conversamos__

– Eu sei Emma, mas devia ter sido eu a te falar! É só que... Depois de tanto tempo ainda dói... – uma lágrima percorreu a bochecha da morena – Ela me magoou Emma! Aqueles dias foram horríveis e então ela apareceu.. Me trouxe pra cá e eu finalmente me senti parte de algo! E então sem mais nem menos ela me jogou de volta... Sem nem uma explicação. Só me deu esse maldito saquinho e disse que num futuro eu entenderia. Da pra imaginar como eu me senti? Ela era minha amiga... Minha única amiga.

Emma apertou mais a morena.

– Eu fiquei furiosa Emma... Realmente eu não deveria pertencer a lugar algum... E então, bom, o resto da história você já sabe..

– Eu sei... Eu sei... Mas as coisas são mais do que a gente pode ver, Gina... Eu acho que.. – ela segurou o rosto de Regina fazendo com que ela olhasse em seus olhos – Você deveria ir falar com ela antes de partirmos...

Em meio a lágrimas ela assentiu e puxou a loira para um beijo. E naquele momento, o calor da boca de Emma foi a única coisa que conseguiu acalmar por alguns instantes o coração de Regina.

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A mulher vestia algo parecido com o traje de Regina e aquilo foi meio que uma surpresa para ela. Nunca havia visto Morgana sem seus magníficos vestidos e trajes de feiticeira. Uma armadura era de fato algo inovador.

– Hey... – Regina começou meio sem jeito.

– Hey.. Sabia que era você – Morgana ainda ajeitava as botas de costas para a mulher.

– O que, você previu isso na sua bola de cristal também?

– Não – disse se virando – Ouvi seus passos e vi sua sombra na escadaria...( o.o)

Aquilo serviu para quebrar um pouco o gelo e Regina deu uma risadinha.

– Olha, eu sei que provavelmente... Não, com certeza, você teve seus motivos para o que aconteceu e__

Regina foi pega de surpresa quando a mulher a abraçou. Ela ficou imóvel por um segundo, mas logo se entregou também.

– Ele já estava aqui, não é? – disse.

Morgana anuiu, soltando Regina e ficando de frente para ela.

– E ia me usar..?

A maga gesticulou que “sim” com a cabeça de novo.

– Tinha que ser a sim, né? – Regina viu Morgana abaixando os olhos. Devia ser duro pra ela também – Sabe, me desculpa.. É que eu nunca fui muito boa mesmo com esse negócio de amizade.. Sério, minha última amiga foi parar num porão por muito tempo...

Morgana riu. Regina sentiu seu rancor, que havia guardado por tanto tempo, diminuindo pouco a pouco.

– Algumas coisas, por mais duras que pareçam na hora, estão destinadas. Nem tudo corre do jeito mais fácil.. Sim, teve que ser assim Regina. E se você não tivesse voltado daquela forma..__

– Eu não teria conhecido Emma...

Morgana confirmou.

– Exatamente – ela tocou o ombro de Regina – Agora vamos... Vamos salvar sua filha.


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Notas finais do capítulo

O próximo cap eu ainda estou escrevendo.. Mas não demoro a postar =) espero que estejam gostando da história.. As coisas começam a esquentar agora.. Guerra está por vir o/ atée o proximo o/



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