O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 9
Capítulo 9 Podemos?


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meus amores, prontas para mais um dueto? Espero que gostem meus amores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/419726/chapter/9

Eu abri meus olhos. Eles ardiam e meu corpo estava dolorido também, muita dor de cabeça. Eu chorei até quando mesmo? De repente eu lembrei de Edward e sua entrada no quarto, ele veio depois que subi. Meu coração se encheu de algo que não soube definir, ele teve cuidado e atenção comigo e isso foi tão lindo. Procurei ele pelo quarto, mas ele não estava lá e resolvi tomar um banho, tirar a roupa do jantar e do dia anterior e depois ver a agenda.

Relembrando a notas de duetos para o piano de Chopin eu tomei banho, depois repensei nos acordes mais firmes de Amor em inteiros, uma composição de Edward que tocaríamos no meio da apresentação e me maquiei imaginando ele no piano a minha frente. Respirei fundo afastando a dor que queria voltar e que eu não poderia deixar me dominar novamente.

Me arrumei o mais rápido possível, eu tentei, não achava nada que eu realmente gostasse e percebi que queria fazer compras. Quando eu fiquei tão animada para um ensaio? Ou quando eu fiquei animada com alguma coisa nesses últimos anos? Não tinha jeito, um vestido rosa claro e sandálias deveriam ser o suficiente, esperava que não estivesse tão ruim.

- Bom dia. – eu me assustei quando cheguei na sala da suíte e vi Edward sentado, lendo jornal e tomando café. Era uma visão que deixava meu interior completamente desperto. Ele estava arrumado, seus cabelos um pouco mais arrumados, mas mesmo assim com uma rebeldia disfarçada.

- Bom dia.

- Eu pedi café, um reforçado, já que teremos algumas horas de ensaio. Marquei nossos ensaios para outro dia, vamos primeiro conhecer a orquestra e depois vemos o que fazemos. Tenho certeza que nos daremos bem, já nos damos não é mesmo?

- Sim.

Ele ficou me olhando e eu olhei para ele da mesma forma.

- Eu...

- Sente-se, tome seu café com calma. Pular refeições nos deixam de mau humor.

Sorri para ele achando graça de sua fala e então sentei. A mesa continha um pouco de tudo e Edward parecia entretido com o jornal francês, ele sempre lia o jornal pela manhã? O cheiro do chá que vinha da xícara dele era tentador e fiquei olhando para ver qual era o recipiente que continha aquela maravilha. Ele abaixou o jornal e me olhou.

- O que foi?

- O seu chá... Eu vou te servir.

Edward levantou. Pegou uma flor que estava em um prato, ela era lilás e pequena. Eu nunca saberia que aquilo era para o chá e não para enfeite. Ele colocou as flores na xícara e depois pegou a água quente e juntou com as flores. Demorou alguns segundos e o cheiro invadiu completamente meu sentido. As flores estavam com uma cor mais viva e Edward prestava atenção no que estava acontecendo, quando a cor ficou mais forte ele retirou as flores com uma colher e depois sorriu para mim satisfeito. O sorriso dele era o sol. Ele me iluminava e aquecia por dentro.

- Eu recomendo que em vez de açúcar, tente mel. Fica esplêndido.

Enquanto ele voltava para o seu lugar, derramei um pouco de mel e misturei provando em seguida. Era ótimo, o gosto era ainda melhor que o cheiro e bebi tranquilamente apreciando tudo.

- É um calmante natural. – ele disse me observando – Muito bom para dor de cabeça e dor no corpo. Essa flor é encontrada na China com frequência e há muitos anos nas casas é comum ter um pouco dela para esse tipo de dor e incômodo.

- É divino. Nunca provei algo assim.

- Quando fui lá bebi tanto que fiquei um ano sem conseguir sentir o cheiro, é viciante.

- Deve ser lindo, sempre sonhei em conhecer a China.

- Iremos em alguma pausa o que acha? Uma viagem rápida, mas importante, eu já conheço alguns bons lugares, tenho amigos que poderão nos receber sem problema e apreciaremos o interior. O lugar mais parecido com o céu que eu já vi.

Eu comia torradas e bebi o chá enquanto Edward me contava de suas aventuras na China com um grande amigo violinista. Eles se conheceram numa apresentação em Londres e ficaram muito amigos e depois disso viajaram para China porque Edward estava deslumbrado com a cultura e as histórias que o amigo narrava. Ele passou uma semana inteira explorando com determinação e depois voltou para Paris. A vida dele era de uma liberdade encantadora.

- Vamos? – ele perguntou e eu voltei a mim.

- Sim, vou pegar as partituras e podemos ir. Vamos de carro?

- Sim, eu levo você e depois podemos almoçar na Torre o que acha?

- Seria perfeito! Fica perto?

- Não muito, mas isso não é problema.

Tudo com ele parecia natural. Eu estava me achando louca, quando sentei ao lado dele novamente e fiquei pensando: deveria ter sido assim. Eu e meu menino pianista, deveríamos ter ficado juntos e ter desenvolvido nossos dons juntos, mas houve a distancia, meu casamento. Respirei fundo quando ele estacionou, eu amava ficar sozinha com ele nem que por alguns meros segundos. Não me sentia pronta para dividi-lo, não queria.

- Minha mãe e Alice já foram para casa em que passaremos o natal.

- Meu Deus... não comprei nada...

- Vamos fazer isso juntos. Não comprei o de mamãe e nem de Emmett.

- Sim...

Iríamos ficar juntos. Só nós dois. A orquestra estava afiando quando chegamos, o maestro substituto fazia algumas observações que o maestro principal tinha lhe passado, nós ouvimos com atenção e Edward se posicionou quando iríamos começar. Eu sorri para ele antes de começarmos e como mágica tocamos. Começamos com um dueto de Mozart, algo que pareceu que fazíamos a vida toda. O som dos outros instrumentos envolvendo algumas partes da música deu um toque diferente e ousado, o maestro sorria com as notas que tocávamos mais empolgados e todos estavam apreciando aquela parceria.

Quando terminamos de tocar, fomos aplaudidos pelos outros instrumentista. Eu e Edward agradecemos da mesma forma que seria com o público e o maestro continuou o ensaio dando informações, distribuindo orientações e eu sabia que quando o maestro principal chegasse não seria diferente, era um concerto muito aguardado, exigia-se perfeição. No final dele, meus dedos não acostumados mais a tantas horas de ensaio doíam um pouco. Eu estava com um pouco de dor nas costas também.

- Vamos almoçar, já são três horas e estamos ensaiando direto. Amanhã será só nós dois e penso que não será cansativo, mas também exigirá de seus dedos. – ele olhou para minha mão. – Tenho uma coisa no carro para elas.

Sorri com seu cuidado enquanto íamos para seu carro. Eu estava com sono e cansada demais. Quando entramos no carro Edward tirou do porta-luvas uma pomada e me entregou.

- Isso não deixa as mãos ressecadas e alivia um pouco a dor.

Eu vi que era um creme feminino.

- Você usa?

- Não. – ele riu – Pedi para Alice comprar, pensei que você pudesse precisar depois de tantas horas. Ficou um tempo sem tocar não foi?

- Sim, fiquei uns meses.

- Isso já deixa os dedos sensíveis, somos acostumados a tocar todos os dias.

Ele ligou o carro e já estava saindo do estacionamento.

- Não sentiu falta de tocar?-Ele perguntou com cautela.

- O bebê mexia muito quando eu tocava, eu sonhava que ela seria uma grande pianista e quando eu perdi, eu não queria encarar que não tinha ela dentro de mim para mexer ou me dizer daquela forma que estava comigo enquanto eu tocava.

Ele me olhou rapidamente, como se avaliasse como eu estava.

- E... você e seu marido...

- Estou em processo de divórcio. – Edward tentou disfarçar, mas ele olhou rapidamente para mim surpreso.

- Mas vocês... é algo difícil....vocês se...

- Não fale que nos amamos. – disse firme. – Hoje eu percebo que aquilo não era amor, eu estava deslumbrada com a liberdade que Nova York me deu. Eu estava iludida que estava quebrando as regras e casando escondido dos meus pais. Imagina minha surpresa ao perceber que eles já se conheciam? – ri amargurada. – No início eu estranhei Jacob conhecer eles, mas depois disseram que eu havia feito uma ótima escolha, que foi consciência Jacob e eu nos encontrarmos.

Ri mais ainda de como fui idiota.

- O que acabou com essa ilusão?

- Meu pai comentar numa conversa íntima que eu não deveria ter ouvido que Jacob fez certo me abordando e me fazendo acreditar em destino ou qualquer coisa feminina desse tipo. – olhei para a janela frustrada. – Meu mundo ruiu. Eles pensavam que eu desistiria de tocar quando viessem os filhos ou quando meu amor por Jacob faria eu largar tudo para estar com ele em todos os eventos sociais que a posição dele e de minha família exigiam.

- Foi o que aconteceu? Ou... o que estava disposta a fazer?

- Não, eu sempre deixei claro que a música era para mim o ar que eu respiro. Eu achava que iria convencer Jacob que poderia ser um casamento diferente do de meus pais, sem convenções sociais.

- O que você fez quando descobriu tudo?

Repensei nos últimos anos.

- Eu briguei, chorei, mudei de quarto. Depois eu emendava uma turnê na outra, parando somente em datas especiais ou às vezes ficando sozinha em Nova York, eu ainda tenho meu apartamento. Eu e Jacob nos vimos pouco depois de tudo.

- Ele te ama?

- Se me ama, não soube fazer as coisas da forma correta, no entanto... eu sei que não o amei como achava que o amava. Era um amor juvenil.

Edward estacionou e vi de longe a Torre Eiffel nos saudando.

- Esquece um pouco isso. – ele disse saindo do carro e depois abrindo a porta para mim. – Paris é um lugar lindo e cheio de lembranças agradáveis. Podemos nos divertir não?

- Claro!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então meus amores, vamos esquecer e aproveitar Paris? No meu grupo vou postar um video de como será daqui para frente a fiction meus amores, se quiserem peçam permissão para entrar no meu face com a mensagem: eu leio sua fiction... e eu add vocês no grupo. E também coloco claro spoiler todas as segundas! Beijos gatas e bom final de semana!