Acordei com uma dor insuportável na minha cabeça, hesitei em abrir meus olhos nos primeiros momentos só para curti um mínimo de paz antes de toda aquela confusão. Olhei para Melissa que dormia na cama ao lado da minha, ela nem imaginava na confusão que a ''mamãe'' dela iria entrar, a confusão que poderia deixa-la viva ou morta.

– Boa sorte. - Glenn suspirou.

Olhei para ele sorri.

– e Melissa ?. - ele perguntou.

– Vou deixa-la com meu pai, não quero mantar ela em risco, ela ainda é uma criança. - respondi.

– Certo. - Glenn acrescentou. - Vamos ?.

Coloquei minhas botas e peguei Melissa no colo, ela ainda dormia mesmo sendo arrancada da cama, Glenn pegou sua arma e minha faca, meu facão na verdade.

– Cuida dela tá ?. - Entreguei Melissa a meu pai.

Rick chegou ao nosso bloco de celas, seguido por Carl e Michonne, decidimos nos dividir em grupo, Penny, Carl e Lauren viriam comigo, nós iriamos esperar no Bloco A, o famoso corredor da morte. Glenn entregou minha arma, sorri em retribuição e comecei a andar.

– Desculpe pelo jeito que te tratei ontem. - Penny se desculpou.

– Não, tudo bem. - respondi.

Eu não queria arrumar confusão com ninguém, muito menos com a ''novata'' do grupo, Carl e Lauren andavam na minha frente, os dois eram bem ligador pelo fato de Lauren se parecer um pouco com Lori e ter ate um pouco dela... a safadeza.

– Carl irá comigo, vocês duas esperem no final do corredor. - Falei.

Lauren assentiu com a cabeça, Penny estava nervosa, muito nervosa ela acabou contando que nunca entrou em uma guerra, nem em uma conquista por moradia.

– Senti saudades sua. - Carl murmurou.

– Eu também, você pode ser um garotinho medito a besta mas é legal cara. - respondi.

Carl deu um sorriso torto e acabou se escondendo. Encontrei um ótimo lugar para ficar esperando, uma pequena sala que tinha no corredor, entrei e fiquei olhando sobre o pouco espaço que deixei sobre a porta. Como sempre, meus pensamentos não estavam na guerra e sim em Melissa, eu queria saber como ela estava, se ela perguntava por mim ou por Glenn, se ela estava impaciente ou ainda dormia, eu queria só ver Melissa. Ouvi um enorme barulho que fez as paredes da prisão estremecerem, olhei para Carl que estava na minha frente, ele balançou a cabeça negativamente, outro barulho apareceu. Enquanto conversa com Carl pelo olhar, ouvi passos e vozes, o grupo do governador havia chegado, a primeira pessoa que passou pelo meu olhar era o governador, ele estava com um tapa-olho no mesmo olho que furei com o vidro, aquele cara nojento e ridículo que jurei nunca mais encontrar estava mais uma vez na minha frente, ele não vinha sozinho, tinha umas 15 pessoas com ele, todas conhecidas na minha estadia em woodbury e mais uma pessoa que jurei nunca encontrar apareceu, era Merle. Merle não parecia nada ''morto'' como disse Daryl, ele ate estava vivo, bem vivo digamos assim.

– Vamos. - Cochichei para Carl.

Andamos sorrateiramente atrás dos últimos caras atrás da enorme fila que governador trazia, tampei a boca de um dos homens e Carl fez o mesmo, o cara tentou sair dos meus braços mas enfiei a faca na cabeça dele antes que ele pude-se sair. Pegamos novamente os últimos caras das fila e enfiamos facas na cabeça de cada um. Já havia 4 corpos mortos no chão, olhei para Carl e decidimos parar, pegamos as armas que estavam na mão deles e voltamos ao nossos postos.

– Maggie, Carl, vocês estão ai ?. - Rick cochichou.

Sai da pequena sala e chamei por Carl.

– Venham, vamos encurrala-los no pátio principal. - Rick cochichou novamente.

Peguei as armas e deixei minha faca lá, Rick estava nervoso e demonstrava isso a cada tentativa de falar conosco.

– Vá para ponte central, Daryl e Glenn estão esperando você lá. - Rick começou a falar. - Carl venha comigo, quero você na outra ponte.

Daryl e Glenn estavam abaixados, escondidos atrás de madeiras que deixamos lá, me abaixei no meio de Daryl e Glenn, os dois não pareciam nervosos, muito menos preocupados, eles estavam ate normais. Daryl jogou algumas balas para mim e carreguei minha arma. Começou a cair gotas de chuva, Glenn acabou murmurando alguma coisa que não deu para ouvir e voltou à olhar o portão que saia da prisão.

– Daryl... Merle está vivo. - abri o jogo.

Daryl ficou espantado e Glenn também, um filme passou na minha cabeça sobre as crueldades que ele faz a Glenn.

– Como, eu o matei, eu o vi sangrando, no chão. - Ele contestou.

– Mas ele está vivo e está ajudando o governador.- falei.

– Não, ele não pode. - Daryl ficou revoltado. - eu vou mata-lo, mas agora ele ira morrer.

Antes que eu pude-se falar alguma coisa, ouvi o assovio de Rick, era chegado a hora, a hora do confronto. Ouvi o barulho do portão indo ao chão e me levantei. Começamos a atirar, Daryl não ficou lá, ele foi atrás de Merle, não queria impedir, era um assunto dele e de Merle, conforme íamos atirando o povo de woodbury eles iam se dispersando. Vi o governador na minha mira, ele estava lá e seria apenas mais um tiro mas alguma coisa me travou, eu não conseguia atirar nem pensar, eu estava em uma tranze muito forte e que só foi interrompida por um empurrão que Glenn me deu.

– Maggie você está bem ?. - ele gritou.

– Sim, sim... estou. - respondi.

Peguei minha arma no chão e voltei a atirar, eram muitos, muitos mais que os 15 que contei, eles trocavam tiros conosco e nós com eles.

– Maggie, vá... vá e pegue eles lá em baixo . - Glenn gritou.

Peguei a outra arma que estava lá e fui, fui ate o pátio principal e comecei a atirar, me escondi atrás do ônibus tombado do próprio governador, o grupo do governador ia se dispersando mais ainda, alguns já estravam no outro ônibus e saíram, ficaram apenas 7 homens incluindo o governador mas foi bem pouco, eles entraram em um dos carros e saíram portão à fora.

– Ganhamos ?. - gritei.

– Ainda não. - Daryl respondeu.

– Iremos à woodbury e entraremos em ação lá mesmo. - Rick acrescentou.

– Podem ir... estou exausta, vou ficar por aqui e acalmar tudo.- falei.

Lauren decidiu ficar também.

Meu pai, Beth e Carol saíram da floreste, Melissa veio correndo me abraçar, eu à abracei forte.

– Ganhamos mamãe ?. - ela perguntou.

– Ainda não. - respondi.

– E papai ?, aonde ele vai ?. - ela se referia a Glenn.

Mesmo ele não sabendo que ela o chamava de pai, era meio especial para mim, especial saber que ela considerava o meu marido de ''papai''.

– Ele vai a woodbury, eles vão termina oque começaram aqui. - respondi.

Melissa olhou para Glenn e correu ate ele. Ela o abraçou. 

- Ate mais papai. - ela cochichou em seu ouvido.

Glenn olhou para Melissa encantado, ele nunca tinha um ótimo afeto com alguma criança, Glenn abraçou Melissa e despediu-se de todos. 

- Eles irão voltar né ?. - Lauren se aproximou.

- Sim, irão. - respondi.