Judith já estava com um més de vida, a prisão tinha voltado a ser normal, todos fazendo suas devidas funções, estava tudo normal e era isso que me dava medo, quando tudo está bom demais, vem alguma coisa e atrapalha.

Eu e Glenn decidimos ir fazer uma ronda pela estrada, Judith estava crescendo e suas roupas já não cabiam mais e o leite dela estava acabando. Carol insistiu para ir conosco mas Daryl não deixou, ele dizia que precisava da ajuda ela, então fomos eu e Glenn.

Chegamos em um pequeno mercado, insisti para Glenn não parar lá mas foi em vão, ele abriu o porta malas e sacou duas armas de lá. 

- Dia lindo né ?. - Glenn sorria.

- Um pouco. - respondi.

Ele sorrio e me deu um beijo. 

Fiquei do lado de fora enquanto Glenn entrava no mercado, estava escuro e o cheiro lá dentro era horrível, liguei minha lanterna e procurei encontrar alguma coisa lá de fora mesmo.

- Glenn pega esse pato. - falei.

- Que ?. - ele perguntou.

- O pato de brinquedo. - respondi. -  Tem uma criança crescendo na prisão, ela precisa de alguma coisa para brincar. 

Glenn ficou sem entender mas pegou o pato. Ele saio de lá com várias coisas, formulas, comida, ele ate conseguiu achar algumas roupinhas de bebê.

- Achamos mais uma mina de ouro. - ele exclamou. 

De repente um homem sem a metade do braço e com uma arma na mão aparece.

- Merle ?. - Glenn parecia confuso.

- Glenn, não está me reconhecendo ? sou eu o Merle. - o homem colocou a arma no chão. - Não acredito que você esta vivo, e meu irmão ? ele está vivo ?.

- Sim. - Glenn respondeu. 

- Então me leve ate ele. - Merle se aproximou.

- Não não não, você fica aqui, traremos Daryl ate você. - Glenn entrou na minha frente. 

- Não, acho melhor não. - Merle falou e começou a atirar.

 Corri para trás do carro, mas fui perseguida por ele, ele colocou seu braço no meu pescoço e a arma na minha cabeça. 

- solta ela. - Glenn gritou.

- Nós iremos dar uma voltinha. - Merle agarrou meu braço e me puxou.

 Glenn tentou hesitar mas não conseguiu. Merle simplesmente me jogou dentro do carro, ele sentou no banco da frente ao lado de Glenn. Eu estava com medo, não por mim, mas medo de perde Glenn, ele era quase meu mundo e meu mundo estava abalado. 

Chegamos em uma pequena cidade, tinha muros e sentinelas nos muros, Merle saio do carro e foi conversa com um outro homem. 

- Maggie, tudo vai ficar bem. - Glenn falou.

- Não, não vai e você sabe disso. - eu falei chorando.

- Bom, é aqui que o casalzinho se despede. - Merle abriu a porta e me puxou para fora do carro. 

Eu tentei olhar para Glenn ate o último minuto, mas um outro homem o puxou, Merle me arrastava pelo braço o caminho todo, meu braço estava dolorido, completamente. Entramos numa pequena sala, e Merle me amarrou na cadeira.

- Fica aqui e quando eu voltar teremos uma pequena conversa. - Merle aproximou a boca imunda dele para perto do meu rosto. 

Eu imaginei que Merle ia conversa com Glenn, lagrimas idiotas começaram a escorrer pelo meu rosto, eu queria ver Glenn, saber aonde ele está, como ele estava, eu só queria isso.

Ouvi algumas vozes, era a voz de Glenn e de Merle, só de ouvir a voz de Glenn eu consegui abrir um pequeno sorriso, um sorriso torto.  Merle e Glenn discutiram alguma coisa, não dava para ouvir tudo, mas ouvi quando Merle começou a bater em Glenn, as lagrimas que a pouco tempo havia indo embora, voltaram a cair e a cada soco que Merle dava em Glenn era uma lagrima caindo dos meus olhos. 

''- Já que você não quer falar, a sua querida namoradinha vai abrir a boca. - Merle falou''.

Meu coração batia rápido, não sei se era nervosismo ou medo mas ele bati rápido. 

Um homem que eu não conhecia entrou na sala, ele soltou a minhas mãos na cadeira e se sentou na outra cadeira, ele me encarava e olhava todo meu corpo, um sentimento de nojo surgiu dentro de mim, eu tinha nojo do meu corpo, eu tinha nojo daquele homem, eu tinha nojo de  tudo.

- Desculpe pela recepção do meu amigo, desculpe pelo teu amigo, é só você me dizer aonde vocês estão morando que eu vou lá e peço desculpas. - O homem falou.

Eu não queria responder ele. 

- Você não vai me responder ? bom, vou ter que ir para o lado mais fácil, tire sua blusa. - ele falou.

- Não.- retruquei.

- Vamos lá, tire sua blusa ou eu trago a mão de Glenn para cá. -  ele estava confiante. 

Eu senti nojo e despreço pelo meu próprio corpo mas tirei minha blusa.

 - Tire seu sutiãn. - ele insistiu.

Eu fiz o que ele mandou, coloquei meu braço na frente dos meus seios e o homem se levantou, ele caminhava pelo meu lado e parou atrás de mim, o seu corpo estava colado com o meu corpo, ele passava sua mão por todo meu corpo, ele colocou meu corpo sobre a mesa. 

- E então, você vai me contar aonde mora ?.- ele perguntou novamente.

- Faça oque você tem que fazer, dane-se. - respondi. 

O homem me puxou de novo e me beijou, o gosto do beijo dele não me dava sensação de nojo, mordi o lábio dele com força o que fez ele se afasta. Ele me olhou com desprezo, pegou minhas roupas e saio da sala. 

Eu estava me odiava, odiava tudo que estava acontecendo, eu estava semi-nua em uma sala aonde eu não tinha nada para me proteger. 2 homens entraram na sala e me pegaram, eles estavam me levanto para algum lugar. Entrei na sala e quem estava lá era Glenn. Glenn estava todo machucado e sangrando, quando ele me viu semi-nua com dois homens me olhando ele ameaçou ir para cima mas Merle o empurrou.

- Desses dois aqui não arrumaremos nada, vamos deixar eles aqui. - O homem que me segurava me empurrou.

Abracei Glenn e voltei a chorar, Glenn tentava me acalmar mas nada iria me acalmar não naquele lugar, mesmo com Glenn ao meu lado, nada iria me acalmar.