[P.O.V. EMILY]

– Pare quieta, Emily! Nunca vou conseguir desse jeito. - essa é tentando fechar meu vestido - Pronto! Linda!

Bom, eu estou com o lindo vestido que comprei, meus cabelos vermelhos estão parcialmente presos e nos meus pés... bem, All Stars. Saltos incomodam tanto...

Yume também está bonita, o vestido preto lhe deixa elegante, e ela conseguiu colocar um mínimo de salto, seu cabelo, curto, está apenas decorado com um pequeno enfeite.

Então, a campainha da casa de Yume toca.

A mãe dela abre e ambas olhamos por uma frestinha da porta do quarto. Os meninos estão lá, ambos de terno (mesmo que o de Lysandre seja um tanto... diferente). Eles têm caixinhas nas mãos.

– Acho melhor descermos. - digo.

– É, vamos.

Nos olhamos uma ultima vez no espelho e descemos. Quando chegamos no fim da escada, cumprimentamos os garotos, que nos entregam as caixinhas, com as famosas "pulseiras de flores".

– Ah, fiquem mais perto, quero tirar uma foto! - a mãe de Yume tira uma foto rápida - Perfeito. Hajime! Venha dar tchau para sua irmã!

Hajime entra na sala, nos olha e cumprimenta. Ele dá um olhar frio para meu irmão, que mesmo o conhecendo bem, quer dizer: "Se qualquer coisa acontecer com a minha irmãzinha, se considere um homem morto".

– Bom, acho melhor irmos - sugiro.

– Voltem antes da meia-noite, crianças. - a mãe de Yume adverte. A filha apenas revira os olhos.

Alguns minutos e chegamos e na escola. Está tão diferente! Há uma pista de dança no pátio, em frente ao pequeno palco, onde há uma mesa de DJ (que no caso, é o Alexy). Também "barraquinhas" de bebidas e lanchinhos.

Logo avistamos Rosalya, que dá um chilique ao me ver de All Star. Logo o resto do grupo se junta. Conversamos, dançamos e nos divertimos muito. Dou uma pausa pro banheiro e quando volto, uma música lenta está quase acabando. Droga!

– Emily... bem, ainda há um pouco de música. Me dá essa honra, my lady? - Lysandre me convida.

Rio um pouco.

– Claro, my lord.

Dançamos por pouco tempo. Pouco mesmo.

– Isso foi divertido, não? Na próxima dançamos toda. - Lysandre sorri ao falar. - quer beber alguma coisa?

– Não, obrigada. - digo, sentando-me em uma mureta. - mas, se quiser pode ir. Fico por aqui.

[P.O.V. LYSANDRE]

– Tudo bem. - respondo.

Saio em direção a uma das banquinhas. Na que vende refrigerante, mais precisamente. Meu celular vibra, em sinal de mensagem.

"Hey, me encontre no jardim.

– Emily

–----------------------------

Número confidencial

XX/XX/2014 "

Pago meu copo de refrigerante, e vou em direção ao jardim. Confesso que achei estranho esse negócio de número confidencial, mas a Emily realmente gosta do jardim...

Chego ao lugar combinado. Está bonito, as flores abrindo, os arbustos verdes, a luz da lua iluminando o pequeno caminho de pedras... e encontro o inesperado.

– Debrah? Ahn... por acaso viu a Emily?

– Ah, Lysandre. Nossa, você me assustou. Não, não a vi. A propósito, estou procurando por ela. Ia mandar uma mensagem, mas meu celular ficou sem bateria...

– Você quer o meu emprestado? - lhe estendo o celular.

Ela aceita e manda uma mensagem.

– Logo ela deve estar aqui... - ela me responde.

Subitamente, ela começa se aproximar de mim. O som do seu salto me faz olhar para baixo e ver suas pernas descobertas, já que está com um vestido um tanto curto. Automaticamente, meus olhos param em seu decote, um pouco grande demais. Pisco e volto meu pensamento para outra pessoa. Não posso me deixar levar por essa garota em minha frente. Não importa o quão bonita ela seja. Sei quem amo. Meu coração não me prega peças.

Ouço o som do caminhar de Emily. Reconheceria o som desses All Stars em qualquer lugar!

Debrah se aproxima mais, e mais, até ficar próxima o bastante para ouvir sua respiração.

[P.O.V. EMILY]

Mensagem do Lysandre me pedindo para o encontrar no jardim...

Bom, eu sigo o que diz a mensagem e me dirijo para lá.

Eu estou um pouco... Animada?

O que está acontecendo comigo? Por que me sinto assim?

Espera, isso são borboletas no meu estômago?

Ouço o som dos meus próprios passos. Quase chegando...

Eu amo tanto esse jardim! É tão bom, calmo, tranquilo. Posso chorar, sorrir, descansar, relaxar, pensar... Quase melhor que meu sótão!

Passo por entre as moitas floridas que há na entrada e então...

Meu mundo cai.

Ele está... beijando a Debrah?

Como pode fazer isso comigo? Me convidou para o baile, dançou comigo, me chamou de "my lady"... estava quase lá...

E então isso!

Ele me vê. Acho que já estou chorando... Droga!

Ele corre na minha direção, mas eu corro na oposta, praticamente fugindo dele.

Por que comigo, Vida?

É sempre assim, nada dá certo pra mim.

Vida... vida... Desprezível vida!

Já comentei que te odeio?

Corro como naquele dia de chuva, para minha casa. Novamente quero meu quarto, minha cama... A maquiagem que demorei a fazer se foi por causa de um beijo.

Não acho que "tristeza" seja a palavra certa. Talvez "decepção e ódio".

Entro correndo em casa, minha mãe até se assusta. Grita meu nome, mas eu não respondo.

Tiro o vestido, como se me sentisse suja por estar com ele. O atiro de encontro a porta fechada por uma batida. Me atiro na cama e mais uma vez choro.

Acho que chorar é meu talento...

Baile... Pensei que seria diferente...