[P.O.V. CASTIEL]

Ás seis horas e três minutos, minha mãe chegou. Os cabelos puxados para trás em um coque bem preso, blazer e saia, ambos pretos, sem contar o salto, mostravam sua profissão, secretária de um famoso advogado da cidade.

Ela nos deu "oi" e subiu apressada.

– Mamãe parece estar com problemas no trabalho... - comentou minha irmã.

– Talvez... - eu respondi.

– Espera! Já são seis horas? - pergunta Lysandre.

– Sim. Por quê? - Eu respondo.

– Atrasado! Atrasado! Muito Atrasado!

– Calma Lysandre. - eu digo - Por que não dorme aqui hoje?

Ele pondera por alguns segundos.

– Não é uma má ideia, mas mesmo assim eu teria que avisar o orfanato e um adulto responsável pela casa e por vocês teria que assinar alguns papeis...

– Nós podemos resolver isso...

Cinco minutos depois, eu, minha mãe e Lysandre estávamos a caminho do orfanato no fim da rua.

– É aqui - diz Lysandre, pando em frente a grandes portas e logo depois as abrindo.

Poucos olhos se voltaram para a porta, mas um em especial veio correndo. A garota usava uma blusa branca, um tutu cor de rosa, meias coloridas compridas e sapatilhas. Ela vem em nossa direção e abraça Lysandre, que retribui.

– Quem são eles, Lys? Eles vieram nos adotar? Ou só a você - ela fez uma carinha triste.

– Nenhuma dessas opções. Este é o Castiel e essa a mãe dele, eu vou dormir fora hoje. - ele diz para a garotinha. - Fique aqui, Bibi, vamos falar com a diretora Miko.

Entramos em uma sala, que parece um escritório com três mesas. Na primeira, se encontra uma mulher de cabelos loiros, bem compridos. Dá para ver apenas de sua cintura para cima, e ela usa um vestido rosa pink. Ela nos olha da cabeça aos pés e com desdém. Na plaquinha em cima de sua mesa diz "Tiffany". Na segunda mesa, há uma mulher sorridente, de cabelos castanhos pelo ombro. Nela também só dá para ver da cintura pra cima. Ela usa um vestido florido, super fofo. Sua plaquinha diz "Nataly". Por fim, no fundo da sala, há mais uma mesa, amulher dali está de costas, mas posso verseu curto cabelo preto e repicado, e seu vertido preto. Na sua placa diz "Miko".

Lysandre se dirige até a mesa dela.

– Senhorita Miko, eu... gostaria de pedir... uma autorização para dormir fora...

– Aceita, Lysandre. Trouxe o adulto responsável por você nesse tempo? - pergunta a mulher, ainda de costas.

– Sim, Senhorita Miko.

A mulher se vira e posso ver seus vibrantes olhos verde, também as mechas mais compridas e a franja. Ela coloca um papel na mesa.

– A Senhora pode assinar aqui - ela diz à minha mãe - O garoto deve estar aqui até meio-dia e meia, senão uma procuração e um processo será aberto contra a senhora.

Minha mãe assina tranquilamente. Depois de algumas despedidas e agradecimentos, vamos embora.

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