Pov. Julia

_Oi, meu nome é Caroline, qual é o seu? – Perguntou a garota que estava deitada na outra cama.

_Julia! – Disse.

_Ah, vamos ser colegas de quarto! – Disse. –Você é aluna nova? – Perguntou entusiasmada.

_É, percebi. – Disse ironicamente. – Sou sim.

_Eu também. – Ela deu continuidade. – A nossa outra colega esta no banho, o nome dela é Alice!

_Falando sobre mim? – Uma menina saiu do banheiro. – Você deve ser a outra colega de quarto, como sabe meu nome é Alice! – Disse ela da porta do banheiro de roupão desembaraçando seu cabelo.

_Legal. – Não estou nem um pouco a fim de me socializar agora.

_E a propósito essa cama é minha! – Disse a loira toda enrolada no roupão como se fosse uma múmia.

_Engraçado, não estou enxergando seu nome na cama! – Disse olhando para todos os lados como estivesse procurando seu nome.

_Você é comedia, mas agora é serio, sai da minha cama! – Ela apelou.

_É serio. - Disse.

_Meninas, calma! – Disse Caroline. – É só uma cama, Julia se você quiser pode ficar com a minha. – Continuou.

_Para de implicar, você mal chegou e quer mandar? – Alice perguntou. – Eu estou aqui há muitos anos e se quer saber sempre dormi ao lado da janela, então sai daí.

_Às vezes é bom variar. – Disse.

_Ok, vou ser generosa e dar um passeio e quando eu voltar quero minha cama, e se você me ver só como uma patricinha saiba que eu só mais que isso e que não vou quebrar minhas unhas com um garota mimada.

_Para uma garota que se diz mais do que uma patricinha dizer que não vai quebrar as unhas me faz pensar que é mais mimada do que imaginei! – Disse.

_Você vai se arrepender de cada palavra, eu conheço todos daqui e posso fazer de você a pessoa mais excluída da escola! – Disse.

_Não precisa tentar me ameaçar, eu não pretendo ficar muito nessa escola, você vai dormir na outra cama por pouco tempo! – Disse.

Então Alice se trocou no banheiro e saiu do quarto.

_Você podia ter pegado mais leve! – Disse Caroline.

_Ela mereceu, ela pensa que pode mandar em todos, mas não em mim! – Disse.

_Por que você não pode dormi na outra cama? – Perguntou.

_Por que eu estaria cedendo a ela. – Disse. – Vou dar um passeio. – Continuei a falar e sai do quarto.

__

Pov. Alice

Aquela garota me tirou do serio, mas isso não vai atrapalhar meu dia, por isso sai do quarto.

Andei sobre o campo, conversei com algumas pessoas por um bom tempo e me acalmei, ainda andava quando avistei Ryan do outro lado conversando com um amigo, então atravessei o campo e me aproximei deles.

_Oi. – Disse.

_Oi. – Seu amigo disse.

_Oi Ryan! – Disse diretamente a ele.

_Oi Alice! – Ele me cumprimentou de volta.

_Vou para quadra me alongar, te espero lá Ryan! – Disse seu amigo saindo.

_Ok. – Foi à única coisa que Ryan disse.

_Por que você esta me tratando assim? – Perguntei.

_Assim como? O que você espera, não estamos mais juntos Alice.

_Demos um tempo, só isso! – Falei.

_Então, um tempo. - Disse ele.

_Quando esse” tempo” vai acaba Ryan? Eu preciso saber, eu ti liguei as férias inteiras e você não me retornou, nunca fiz isso por nem um menino e você sabe como é difícil para mim, eu nunca concordei com esse tempo.

_Alice, você esta me sufocando, não é bem um tempo quando você me procura vinte quatro horas, eu preciso de um espaço, eu passei um ano inteiro correndo atrás de você. – Ele falou sem ao menos pensar.

_Você não é assim, me diz... Quem é ela? – Perguntei.

_Ninguém, não existe ela, mas também não existe só você na minha vida, eu preciso de mais um tempo. – Ele falou. – Agora tenho que ir, decidimos começar a trenar mais cedo, precisamos ganhar os jogos estaduais. – Ele saiu andando.

_Espera! – Segurei seu braço. – Você esta terminando comigo? – Disse com os olhos cheios de lagrimas.

_Não, estou pedindo mais um tempo, mas sem você nele! – Ele falou. – Se um dia formos terminar eu serei bem claro, mas eu to pedindo um tempo, de verdade.

Com a mão ainda no seu braço o puxei, estava preste a beija-lo só que ele desviou e saiu andando e quando estava longe ao bastante começou a correr.

Algumas lagrimas conseguiram escapar, mas as limpei e sai dali, eu só preciso dar um tempo e ele vai percebe o quanto sou importante para ele.

Segui ate onde seria o evento, estava tudo lindo. Algumas iluminações e um pequeno palco onde iria me apresentar, tudo próximo a piscina a qual também estava toda iluminada.

__

Pov. Caroline

Comecei a tirar minhas roupas da mala, não tinha nenhuma que eu pudesse usar em algum evento a qual teria na escola, talvez seja melhor eu ficar no quarto essa noite.

_Voltei! – Disse Alice entrando. – Cadê a marginal?

_Se você esta se referindo a Julia, ela saiu tem pouco tempo.

_Que bom! – Ela falou. – O que esta fazendo?

_Arrumando minhas coisas. – Disse.

_Ah, já escolheu a roupa que vai usar? – Perguntou ela.

_Não, acho que não vou.

_Por quê? – Perguntou novamente.

_Acho que não tenho uma roupa apropriada para um evento como esse.

_Deixa de ser bobo, eu tenho algumas roupas ali que não uso e que eu dou para algumas alunas, e tem um que vai ficar ótima em você.

_Eu não sei, eu acho...

_Quanto você calça? – Ela me interrompeu.

_Trinta e sete, por quê?

_Ótimo, o mesmo que eu, posso te emprestar algum sapato também. – Disse ela.

_Mas é que...

_Não aceito não como resposta.

_Nem sei como agradecer! – Disse.

_Que tal mais tarde me ajudando no meu cabelo? – Ela propôs.

_Ótimo! – Disse.

__

Pov. Julia

Sai do quarto e comecei a andar, a escola é realmente grande, passei pelo dormitório feminino e quando finalmente consegui sair dele desci uma escada, a frente dela tinha outra, deveria ser o dormitório masculino, quem sabe um dia posso fazer uma visitinha? (brincadeira). Segui e acabei em uma sala que é maior que uma casa, havia Tv, alguns jogos, filmes, sinuca, games. Eram tantas coisas, sai dela e continuei andando quando vi uma placa em cima de uma porta escrita “Refeitório”, estava com um pouco de fome, então entrei. Estava fazia, andei sobre as mesas ate chegar ao balcão.

_Olá? – Queria saber se havia alguém.

_Oi, posso ajudar. – Uma menina apareceu.

_Você trabalha aqui? – Perguntei.

_É, minha mãe trabalha aqui, ganhei uma bolsa e também tenho que trabalha.

_Ah, tem alguma comida? – Perguntei.

_Na verdade você só encontra comida por volta dos horários, você não o tem?

_Tenho, só não me interessei em olhar.

_Não posso fazer isso, mas tem algumas frutas.

_Quais? – Perguntei.

_Maçã e banana. – Disse ela.

_Maçã, por favor! – Disse.

_Aqui! – Ela me entregou. – Sou Jesse.

_Obrigada. – Mordi um pedaço. – Sou Julia! - Sai andando.

Quando finalmente consegui sair da prisão e ver a luz, caminhei um pouco sobre o campo e entrei em um ginásio, havia alguns gatinhos jogando, me interessei e sentei na arquibancada. Havia dois times, com e sem camisa.

Estava um pouco cansada, mas não ia voltar para o quarto tão cedo, então cruzei meus braços em cima dos meus joelhos e deitei a cabeça, senti uma pancada, levantei a cabeça e tinha uma bola ao meu lado, eu poderia sair e colocar um gelo, porem preferi ficar e xingar quem tacou.

_Desculpa! – Um menino gritou.

Ele usava camisa, eu poderia sugeri que da próxima ele fosse do outro time.

_Vê onde olha! – Disse.

_Eu já pedi desculpa baixinha.

_Você me chamou de que? – Perguntei estressada.

_Desculpa ok? Você pode mandar a bola, por favor.

_Vem buscar! – Disse.

_Depois dessa eu ia, Daniel! – Um amigo começou a zuar.

Ele subiu a arquibancada e se aproximou de mim, e pegou a bola.

_Obrigada, baixinha! – Disse ele descendo a arquibanca.

Ele conseguiu me provocar, poderia começar a xinga de verdade, mas preferi sair do ginásio, então desci a arquibancada e sai sem olhar para trás.

__

Pov. Alice

Caroline me ajudou no penteado e eu a emprestei uma roupa, já estava na hora e estávamos preparadas e melhor, nem um sinal da marginal. Saímos do quarto e seguimos ate o local, depois de fazer uma longa caminhada chegamos, conversei com algumas pessoas, Caroline foi buscar uma bebida, então, finalmente vi minha mãe, algumas pessoas a rodeava, fui ate sua direção.

_Mãe! – Disse a abraçando.

_Alice, que saudades! – Disse ela.

_Mãe, finalmente você vai ver minha apresentação, falando nisso tenho que ir me preparar, te vejo mais tarde! – Disse e sai andando.

Foi para traz do palco, havia um pequeno camarim, eu e algumas meninas que ia se apresentar nos trocamos e nos aquecemos, eu ouvi o barulho, estava na hora, depois das ultimas palavras do diretor eu subi no palco, pela primeira vez minha mãe ia me ver.

_Eu e algumas alunas preparamos uma dança que iremos nos apresentar, agradeço a presença de todos em especial a minha mãe que pode vim, Liz Campbell. – Entreguei o microfone ao diretor enquanto todos batiam palmas e a musica começou.

__

Pov. Caroline

Fui buscar algumas bebidas e não encontrei a Alice, quando vi ela estava no palco já começando a dançar, andei um pouco mais para frente para ver melhor, estava muito cheio, muitas pessoas que não conheço, resolvi sair daquele lugar.

Comecei a andar em direção a piscina, todos estavam próximos ao palco, não havia ninguém ali.

_Perdida? – Ouvi uma voz familiar.

_Desça vez não! – Disse me virando.

_Que pena, adoraria ajuda-la novamente... – Disse Ryan, e antes que eu pudesse pensar em algo ele completou. – Estou brincado.

_Não esta com seus amigos? – Perguntei.

_Estou esperando uma ligação. – Disse ele.

_Ah! – Foi à única coisa que falei.

_Amo essa musica! – Ele mudou de assunto.

_Serio? Eu também. – Disse.

_Quer dançar? – Ele perguntou.

_Não sei, é que eu não sei dançar! – Disse sem graça.

_Não precisa ficar sem graça, eu também não sei. – Disse ele.

Então se aproximou, minhas mãos se juntaram a dele e começamos a dançar, sem saber, mas ainda estávamos dançando. Estava legal, mas o celular dele começou a tocar, ele tirou do bolso e na tela estava escrito “princesinha”, poderia ser sua namorada, eu não sei.

_Tenho que atender.

_Ok. – Disse e ele saiu.

Fiquei ali no mesmo lugar quando senti uma mão no meu ombro.

_O que esta acontecendo? – Julia me perguntou.

_Você não sabia que ia ter uma festa de boas-vindas? – Perguntei.

_Não, ninguém comentou.

_Pois é, esta acontecendo uma festa e nesse momento a Alice esta se apresentando no palco. Disse ela.

_ok, preciso ir! – Disse ela saindo correndo e eu não entendi mais nada.

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Pov. Julia

Era tudo o que eu precisava, uma festa e a Alice se apresentando, se eu achasse o padrão eu seria expulsa e aprontaria para Alice porque causar um blecaute na festa de boas vindas, só basta saber onde fica. Sai correndo a procura, avistei a quadra mais próxima e bingo, nela esta o padrão daquela ária, eu só preciso desligar todas as luzes e foi o que eu fiz sem ao menos pensar, abaixei todas as alavancas e ouvi alguns barulhos, tudo escuro eu só precisava esperar ali por um tempo e foi o que eu fiz.

_Ei mocinha, o que você estava fazendo aqui? – Dois caras apareceram com a lanterna na mão, pareciam seguranças.

_Eu queria me diverti, mas eu não pensei que... Ah desculpa! – Foi o que me veio à mente.

_Você terá que vim com a gente! – Um deles falou.

_Não, els esta mentindo! – Os caras direcionaram a lanterna em direção da voz e eu pude ver que quem falava era o menino que me acertou com a bola.

_Como você sabe? – Perguntou o outro segurança.

_Porque fui eu que apaguei, tentei fugir, mas não vou deixar essa garota levar a culpa! – Disse ele.

_Você a conheci? – Um deles perguntou.

_Não! – Disse ele.

_Vem com a gente! – Eles saíram e eu fiquei ali sem entender nada.

A única coisa que entendi era que meu plano tinha indo água abaixo.

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Pov. Alice

Estava tudo indo certo e eu avistava minha mãe, ela parecia gostar. O tempo parecia mudar, um vento forte e alguns relâmpagos, mas nada que pudesse atrapalhar a dança, ate a musica parar e todas as luzes se apagarem, eu não enxergava nada além da vergonha que comecei a senti, desci correndo do palco e sem saber por onde ir apenas corri, começou a chover forte e isso não me impediu de correr, o gramado já começava a se ensopar e estava virando uma lama, enquanto corria acabei escorregando, eu estava prestes a cair quando senti alguém me segurar.

_Você esta bem? – Perguntou um garoto desconhecido.

_Não, me solta! – Disse com raiva enquanto chorava.

_O que aconteceu? – Ele perguntou preocupado.

_Some, me deixa sozinha! – Gritei.

_Eu acabei de te ajudar e é assim que você me trata? – Ele perguntou.

_Só me deixa sozinha. – Disse ainda gritando.

_Esta perigoso com essa chuva, vamos entrar. – Ele disse.

_Não vou a lugar nem um com você, me deixa. – Continuei o maltratando.

_Se é assim que você quer! – Disse ele se distanciando.